Há quem poupe 23 euros por mês com novas tabelas de IRS. Veja as simulações
Há quem veja rendimento líquido subir 23 euros por mês com novas tabelas de retenção na fonte de IRS, já a partir de janeiro, de acordo com as simulações que a EY fez para o ECO.
Já estão publicadas as novas tabelas de retenção na fonte de IRS, que irão ser aplicadas aos salários e pensões já a partir deste mês. As simulações feitas pela EY para o ECO mostram que o rendimento líquido mensal de vários portugueses vai aumentar, sendo que há mesmo quem possa contar com acréscimos de 23 euros por efeito deste alívio no desconto que tem de ser feito todos os meses, em sede de IRS.
De acordo com o despacho publicado pelo Governo em Diário da República, as novas tabelas de retenção têm em consideração três fatores: o aumento do salário mínimo nacional, de 820 euros para 870 euros, a atualização dos escalões de IRS, prevista no Orçamento do Estado para 2025, e a subida do mínimo de existência, para 12.180 euros.
Com base nestes fatores, o Governo decidiu, por exemplo, subir para 870 euros o limite até ao qual os trabalhadores e pensionistas estão dispensados de fazer retenção na fonte de IRS. Ou seja, quem ganha o salário mínimo nacional vai continuar sem ter de fazer descontos mensais de IRS em 2025.
Importa notar que as tabelas de retenção na fonte que vigoraram em novembro e dezembro de 2024 ditavam que, no caso dos solteiros sem filhos, apenas quem ganhava até 820 euros (o anterior salário mínimo nacional) estava isento de descontos mensais.
Assim, de acordo com as contas da EY, os solteiros sem filhos, que já ganhavam 870 euros, contam agora com um aumento de 23 euros no seu rendimento líquido mensal, uma vez que a partir deste mês deixa de fazer retenção na fonte de IRS.
No total, o rendimento líquido de IRS desses contribuintes passa então de 847 euros para 870 euros, a partir deste mês, como mostra a tabela abaixo.
No entanto, os solteiros com um filho, por exemplo, com o tal salário de 870 euros já estavam isentos de retenção na fonte de IRS, pelo que não veem qualquer mudança na sua carteira a partir deste mês.
Vejamos um outro caso: um solteiro, sem dependentes, com um ordenado bruto de mil euros. Nos últimos dois meses de 2024, teve de reter na fonte 76 euros por mês. Em 2025, passa a ter de descontar 58 euros, por mês.
Resultado: o seu rendimento mensal líquido de IRS sobe para 942 euros, a partir deste mês, por efeito da aplicação das novas tabelas de retenção na fonte de IRS. Ou seja, terá uma subida líquida de 18 euros.
Vamos a outro exemplo: um solteiro, com um dependente, com um salário de 2.500 euros descontava até aqui 474 euros para o Fisco. Este ano, vai reter na fonte 468 euros por mês, o que corresponde a uma subida do salário mensal líquido de seis euros, calcula a EY.
Também os casados podem esperar poupanças, à boleia das novas tabelas de retenção na fonte. Vejamos o caso de um contribuinte casado (dois titulares) com um filho e um vencimento de 1.500 euros. Em 2024, o desconto mensal foi de 168 euros. Este ano, será de 164 euros.
Significa que fica com mais quatro euros na carteira. O vencimento líquido de IRS sobe, assim, de 1.332 euros para 1.336 euros já a partir deste mês.
Já no caso de um contribuinte casado (um titular), com um filho e um salário de 5.000 euros, a poupança será de seis euros, por efeito das novas tabelas de retenção na fonte de IRS.
Até aqui, descontava mensalmente 983 euros em IRS, e vai passar a reter na fonte 977 euros ao longo de 2024. O ordenado líquido de IRS cresce, deste modo, de 4.017 euros para 4.023 euros.
Por outro lado, no caso de um contribuinte casado (dois titulares), com dois filhos, e um ordenado de dez mil euros, a poupança prevista pela EY é de nove euros.
Neste caso, a retenção na fonte baixa de 3.681 euros nos últimos dois meses de 2024 para 3.672 euros em 2025.
Além destes casos, há ainda contribuintes que podem esperar apenas aumentos de um euro no seu salário líquido mensal, segundo as contas feitas pela EY para o ECO. É o caso dos casados (dois titulares) com um filho e um salário de 870 euros, bem como dos casados (dois titulares) com um filho e um salário de 1.500 euros.
Estas simulações têm em conta apenas a retenção na fonte de IRS, ou seja, convém notar que, além destes descontos, os trabalhadores portugueses têm ainda de pagar, todos os meses, contribuições sociais (11% do vencimento).
Tendo sido publicadas logo nos primeiros dias de janeiro, estas tabelas de retenção na fonte devem ser aplicadas já aos salários processados em janeiro.
Veja abaixo simulações para mais níveis de rendimento
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