Exclusivo “O normal é que o Estado venda a participação no Novobanco”

Ministro das Finanças afirmou ao ECO que não quer o Estado a ter mais um banco público e que “se a oportunidade surgir” irá vender a participação no Novobanco.

Joaquim Miranda Sarmento, ministro das Finanças, em entrevista ao programa “O Mistério das Finanças”Hugo Amaral/ECO

Para o ministro das Finanças, “não é muito normal que o Estado português detenha 25% de um banco privado”. Pelo que, “se a oportunidade surgir”, o normal é que venda a sua participação no Novobanco, adianta Joaquim Miranda Sarmento ao ECO no podcast ‘O Mistério das Finanças’, que estará disponível nas plataformas de streaming em breve e é transmitido na CNN Portugal ao sábado à tarde.

Do ponto de vista conceptual, o normal é que o Estado, se a oportunidade surgir, venda a sua participação. Até porque com 25% dificilmente controla a gestão”, afirma Miranda Sarmento.

O ministro entende que ter a Caixa Geral de Depósitos (CGD) a 100% nas mãos dos contribuintes é aquilo que lhe “parece razoável” e não quer “o Estado a ter mais um banco público”.

O fundo Lone Star informou o ministério de que irá vender entre 25% e 30% do Novobanco através de uma oferta pública inicial (IPO), “o que significa que a Lone Star continuará a ser o acionista maioritário, ou a ter o controlo da gestão, dada a dispersão em mercado se o IPO se realiza”, referiu. Fundo de Resolução e Direção-Geral do Tesouro e Finanças detêm os restantes 25%.

No entanto, não se descarta a venda a um banco concorrente, nacional ou internacional. Miranda Sarmento revela que o Governo estará atento: “Eu salientei a importância de haver bancos nacionais com peso no mercado e centros de decisão nacional. Mas no final do dia, se a Lone Star decidir vender o Novobanco, (…) aí teremos de ver quem são os concorrentes a quererem comprar o Novobanco e o mercado ditará. Veremos na altura em função das circunstâncias o que pretendemos fazer”.

Esta quinta-feira, questionado sobre o tema do Novobanco, o presidente do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, disse que o Caixabank está “preparado e tem experiência” em movimentos de consolidação, mas destacou que uma decisão partirá sempre do acionista espanhol – que no próprio dia já havia descartado o interesse em aquisições em Portugal.

Sobre o papel do banco público, o ministro afirmou no podcast ‘Mistério das Finanças’ que a Caixa não serve para políticas públicas. “E quando serviu, correu muito mal ao país e aos contribuintes”, notou. Elogiou a gestão “de elevadíssima qualidade e profissionalismo” e que “vai ser muito reforçada com os novos órgãos sociais”. Tem lucros excessivos? “É muito melhor ter um banco público a dar lucros do que a dar prejuízos”, respondeu.

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