Lone Star dá “indicação formal” para IPO do Novobanco. Avança “nos próximos meses”

Nani Holdings acaba de dar o pontapé de saída para um processo de oferta pública das ações do Novobanco, tendo já dado essa instrução à administração e comunicado a mesma ao Estado e ao FdR.

Novobanco vai mesmo avançar com IPO, confirmou esta quinta-feira ao mercadoMÁRIO CRUZ/LUSA

O Novobanco vai mesmo avançar para a bolsa. A confirmação oficial chega esta quinta-feira num comunicado divulgado ao mercado.

Segundo o banco, o seu principal acionista, a Nani Holdings, deu “indicação formal” para “iniciar um processo de oferta pública” das ações do Novobanco, “nos termos do acordo de acionistas”.

O processo de “implementação do IPO” (oferta pública inicial) vai decorrer “nos próximos meses” e já foi comunicado também ao Fundo de Resolução (FdR) e ao Estado português, através da Direção-Geral do Tesouro e Finanças.

A Nani Holdings é o veículo através do qual o fundo americano Lone Star controla 75% do capital do banco que resultou do colapso do antigo Banco Espírito Santo (BES).

Na quarta-feira, a Bloomberg noticiou que o Novobanco escolheu o Bank of America, o Deutsche Bank e o JPMorgan Chase para organizar esta operação. Mas indicou que outros bancos poderão ainda ser chamados ao processo.

"O Novobanco informa que recebeu indicação formal da Nani Holdings, a qual foi comunicada igualmente aos restantes acionistas, Fundo de Resolução e o Estado português, através da Direção-Geral do Tesouro e Finanças, para iniciar um processo de oferta pública das ações do banco (IPO), nos termos do acordo de acionistas. O Novobanco irá trabalhar em coordenação com os seus acionistas na implementação do IPO nos próximos meses.”

Comunicado do Novobanco

Esta decisão surge na sequência do fim antecipado do acordo de capital contingente em dezembro passado, processo que desbloqueou 1,3 mil milhões de euros em dividendos e abriu a porta à Lone Star para avançar com o processo de venda do banco.

No âmbito do IPO, que poderá ocorrer já em maio, está previsto que Lone Star e Estado vendam uma participação entre 25% e 30% do Novobanco. Enquanto isso, também tem estado em cima da mesa uma venda direta a um concorrente.

Nos últimos dias falou-se no eventual interesse da Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP e BPI (detido pelo Caixabank), sendo que uma operação de concentração teria de ser avaliada pela Autoridade da Concorrência, como sublinharam recentemente o governador e ex-governador do Banco de Portugal, Mário Centeno e Carlos Costa, respetivamente.

Com uma participação de 13,54%, o Fundo de Resolução disse esta semana no Parlamento que pretende “gerar receita” e que irá contratar um assessor financeiro para auxiliar no processo que será liderado pela Lone Star.

Outros 12,46% são detidos pela Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF). Ao ECO, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, afirmou que “o normal é que o Estado venda a participação no Novobanco” se a “oportunidade surgir”.

O Novobanco registou lucros de 610,4 milhões de euros até setembro. O banco tem como presidente executivo o irlandês Mark Bourke.

(Notícia atualizada pela última vez às 7h56)

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