Montenegro pede uma Europa “unida sem espaço para o populismo”
O primeiro-ministro alertou que o populismo é uma ameaça à democracia e reconheceu que Portugal nem sempre aproveitou as oportunidades que teve desde a adesão à comunidade europeia.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, pediu esta quinta-feira uma “Europa unida sem espaço para o populismo, para o extremismo e a demagogia de quem está sempre a tentar dividir e instrumentalizar”, durante a cerimónia dos 40 anos de adesão à então Comunidade Económica Europeia (CEE), atual União Europeia (UE), no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa. E reconheceu que Portugal nem sempre aproveitou as oportunidades que teve da integração europeia.
Para o chefe do Executivo português, “toda a Europa continua a defrontar-se com desafios que exigem o melhor do esforço coletivo”, desde logo “o crescimento de populismos e extremismos, que são uma ameaça direta ao funcionamento das instituições democráticas”, frisou. De lembrar que, nas eleições legislativas antecipadas de 18 de maio, o Chega, partido de extrema-direita, subiu a segunda força política e líder de oposição ao conquistar 60 lugares no Parlamento.

Há ainda outros “problemas estruturais” que a Europa tem de enfrentar. Montenegro apontou “os desafios demográficos, as assimetrias regionais, os desafios da habitação, da competitividade da economia e da valorização dos rendimentos”. Encontrar uma solução para estas adversidades exigem “coragem política, visão estratégica e um compromisso renovado com o aprofundamento do projeto europeu“, defendeu.
O primeiro-ministro reconheceu depois que Portugal “nem sempre aproveitou devidamente ou na totalidade as oportunidades que teve ao longo destes 40 anos”. “Não obstante, devemos recuperar a memória desse trajeto”, assinalou.
“A União Europeia não é perfeita nem podemos esperar nunca que o seja. É um projeto em permanente adaptação, mas continua a ser o mais ambicioso projeto entre nações, um projeto que devemos defender continuamente”, continuou.
Depois puxou dos galões de Portugal. Se é verdade que, em 1974, o nosso país abriu-se à Europa e há 40 anos formalizou a abertura à Europa, também é certo que “Portugal abriu a Europa ao mundo, reforçando pontes com o mundo lusófono, com África, com a América Latina, com a Ásia”. “Portugal beneficiou do projeto europeu mas também o reforça todos os dias com a nossa cultura, ciência, inovação, diplomacia e muitas vezes, sim, pelo nosso exemplo”, sublinhou.
(Notícia atualizada às 11h27)
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