PCP diz que venda do Novobanco é “assalto” e avança com iniciativa para travar
O PCP vai avançar com uma iniciativa na Assembleia da República para recuperar o controlo público do Novobanco.
O PCP disse esta sexta-feira que a venda do Novobanco ao grupo francês BPCE é um assalto aos portugueses e anunciou que vai avançar com uma iniciativa legislativa para recuperar o controlo público da instituição.
“A anunciada venda do Novobanco a um grupo francês da banca de investimento é o culminar de um processo que representa um inaceitável assalto aos recursos do povo português“, referiu, em comunicado, o Partido Comunista Português (PCP).
A Lone Star chegou a acordo com o grupo bancário francês BPCE para a venda do Novobanco por um montante equivalente a uma valorização de 6.400 milhões de euros para 100% do capital social.
A conclusão da transação está prevista para o primeiro semestre de 2026.
O PCP insistiu que a história do Banco Espírito Santo (BES) e do Novobanco é de assalto aos recursos nacionais, sublinhando que as opções do Governo PSD/CDS nos tempos da troika foram no sentido de salvaguardar os grandes acionistas do BES/GES, cuja propriedade não foi ameaçada.
Conforme apontou, seguiram-se “opções de abdicação do interesse nacional” por parte dos governos do PS, que decidiram a venda e o acordo de capital contingente, levando à “venda ao desbarato dos ativos”.
Para o PCP, o Governo mentiu sobre o valor da resolução, que não foi realizada por 3.900 milhões de euros, e o acordo de capital contingente constituiu uma garantia para “caucionar negócios obscuros e limpeza de dívidas”.
O partido disse que o interesse nacional não foi tido em conta em nenhuma fase do processo e acrescentou que o atual Governo PSD/CDS limitou-se a observar a entrega do Novobanco a um grupo estrangeiro, tornando-se “cúmplice deste assalto aos recursos nacionais”.
O PCP vai assim avançar com uma iniciativa na Assembleia da República para recuperar o controlo público do Novobanco.
O Governo vai vender ao BPCE o capital do Novobanco controlado diretamente pelo Ministério das Finanças, acompanhando a alienação dos 75% da Lone Star, num negócio que valoriza o banco em 6.400 milhões de euros.
“Esta venda, associada à distribuição de dividendos do Novobanco que ocorreu este ano, permite ao Estado recuperar quase 2.000 milhões de euros dos fundos públicos injetados na instituição”, salientou, em comunicado.
O Ministério das Finanças controla diretamente 11,46% do capital do Novobanco, através da Direção-Geral do Tesouro e Finanças, estando os restantes 13,54% nas mãos do Fundo de Resolução.
O Fundo de Resolução anunciou já, em comunicado, que a venda da sua participação de 13,54% lhe permitirá um encaixe bruto de cerca de 866 milhões de euros.
Este valor, referiu o Fundo, acresce às verbas já recebidas do Novobanco a título de distribuição de dividendos relativos aos resultados de 2024 (valor bruto: 30 milhões de euros) e no âmbito da redução de capital realizada já em 2025 (149 milhões de euros)”.
Quanto à posição no Novobanco detida pela Direção-Geral do Tesouro, deverá render cerca de 733 milhões de euros.
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