Falha dos serviços impediu alerta político sobre aviões israelitas nas Lajes, diz Governo
Ministro da Presidência atira para os "serviços" a responsabilidade pela falha na comunicação de que Estados Unidos tinham aviões, com destino a Israel, a passar, estacionar e parar na base das Lajes.
O ministro da Presidência afirmou esta sexta-feira que houve falha administrativa dos serviços no caso dos aviões norte-americanos F-35 que estiveram na Base das Lajes com destino a Israel e que impossibilitou alerta político para decisão de oposição.
Esta foi a tese central defendida por António Leitão Amaro na conferência de imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros, depois de interrogado sobre um caso que envolveu os ministérios da Defesa e dos Negócios Estrangeiros – e em que o ministério tutelado por Paulo Rangel já reconheceu falhas.
“O que ocorreu foi uma falha na avaliação dos serviços do caso concreto relativamente a comunicação feita pelos Estados Unidos de que tinham aviões seus a passar, a estacionar e a parar na base das Lajes”, sustentou o ministro da Presidência.
António Leitão Amaro, neste contexto, assinalou que se tratou de uma comunicação “ao abrigo de um mecanismo de comunicação prévia, com um prazo muito curto, e de uma apreciação ao nível administrativo por parte dos serviços, relativamente ao qual já foi registada uma falha”. Uma falha que, de acordo com este membro do executivo, não permitiu que houvesse um alerta para um nível político.
“Efetivamente, houve uma falha que ocorreu a nível dos serviços – está reconhecido – e que não deu lugar a uma decisão de oposição. É nessa parte que está a falha do alerta para um nível político, para um eventual tratamento diferente, que não ocorreu, de uma situação que foi comunicada como uma passagem e uma utilização de equipamentos militares americanos”, acentuou.
A seguir, o membro do executivo procurou salientar a posição diplomática de Portugal a favor do fim do conflito que envolve Israel e pelo reconhecimento do Estado Palestiniano.
“O Governo português tem uma posição conhecida relativamente ao conflito do Médio Oriente, que tem tido desenvolvimentos muito relevantes num contexto internacional em que Portugal, com outros países seus aliados de grande proximidade – como o Reino Unido e a França – numa data recente, fizeram o reconhecimento formal do Estado da Palestina, numa lógica de respeito ou de consideração da governação pela Autoridade Palestina”.
“Essa é uma decisão marcante que vem na linha de uma posição antiga da política externa portuguesa, mas, neste caso, é uma decisão histórica na medida em que a ideia mais antiga de dois Estados se materializa nesse reconhecimento formal”, completou. António Leitão Amaro considerou ainda que o Governo português “tem tido também uma posição muito clara, com este primeiro-ministro e com este ministro de Negócios Estrangeiros, sobre a proibição e limitações à venda de armas”.
“Portugal tem participado neste esforço internacional pela paz e de contribuição, para encontrar uma solução”, acrescentou.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Falha dos serviços impediu alerta político sobre aviões israelitas nas Lajes, diz Governo
{{ noCommentsLabel }}