📊 Crédito a disparar, lucros estáveis: os resultados da banca em 5 gráficos

Disparo na concessão de crédito não compensou queda das taxas. Lucros caíram ligeiramente e rentabilidade continuou em níveis elevados. Assim foram os primeiros nove meses da banca em 5 gráficos.

O negócio da banca está a prosperar à boleia do forte crescimento do crédito à habitação. Ainda assim, o aumento da atividade não trouxe uma subida dos lucros. Isto acontece porque a descida das taxas de juro está a pressionar os resultados dos maiores bancos que, ainda assim, conseguiram manter robustos níveis de rentabilidade nos primeiros nove meses do ano.

No seu conjunto, Caixa, BCP, Santander Totta, BPI e Novobanco alcançaram lucros de 3,9 mil milhões de euros entre janeiro e setembro, menos 0,3% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Com os resultados a caírem ligeiramente, a rentabilidade dos bancos resistiu e, em alguns, casos até subiu em resultado sobretudo da libertação de excesso de capital junto dos seus acionistas no último ano. Foi o caso do Totta e do Novobanco, cujos ROE subiram para 32% (+7,8 pontos percentuais) e 21,6% (+2,7 pontos percentuais), respetivamente. A Caixa também subiu para perto de 25% de ROE.

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Margem sob pressão

Sem surpresas, a margem financeira – que corresponde à diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos – esteve (e vai continuar) sob pressão por conta do alívio da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e cuja inversão se iniciou no verão do ano passado.

Os cinco principais bancos geraram receitas com juros na ordem dos 5,1 mil milhões de euros até setembro, o que representa uma quebra de 6% em termos homólogos (-500 milhões de euros).

As quedas foram transversais a todas as instituições, mas foram sentidas de forma mais intensa no Totta, Caixa e BPI, cujas margens recuaram 17,3%, 11,4% e 10,8%, respetivamente. O BCP resistiu à tendência com a margem da atividade doméstica a ceder nem 1%.

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Crédito à habitação dispara 10% à boleia dos jovens

Os bancos contam com o incremento da concessão de empréstimos à economia para contrariar ou atenuar os efeitos da descida das taxas de juro nos seus resultados.

Os dados dos primeiros nove meses do ano dão conta de uma forte procura por crédito por parte de famílias e empresas – depois da repressão causada pela escalada dos juros nos últimos anos. A carteira de empréstimos dos bancos está a crescer 8% em termos homólogos.

Há um motor a impulsionar a atividade creditícia da banca: a habitação. A carteira de empréstimos para a compra da casa acelerou quase 10% para 100 mil milhões de euros, à boleia do segmento mais jovem, que está a aproveitar os benefícios da garantia do Estado para ter a sua primeira casa.

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Banca continua a ser o ‘porquinho mealheiro’

Os bancos pagam cada vez menos pelas poupanças das famílias e empresas. Ainda assim, os depósitos continuam a crescer e muito.

No final de setembro, os cinco principais bancos guardavam 237 mil milhões de euros em depósitos, mais 5,7% em relação a setembro de 2024. A Caixa continua a ser o principal ‘porquinho mealheiro’ dos portugueses, estando depositados no banco público perto de 79 mil milhões.

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Custos sob controlo

Além do aumento do negócio, a perspetiva de ter despesas sob controlo também acalenta a esperança dos bancos manterem os elevados níveis de rentabilidade num ambiente de taxas de juro mais baixas.

De alguma forma os cinco principais bancos conseguiram manter os custos operacionais estáveis, ascendendo a 2,5 mil milhões de euros, uma subida de quase 4% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Desse modo, conseguiram manter o rácio cost-to-income abaixo da fasquia dos 40%, que mantém a banca portuguesa como uma das mais eficientes da Europa – um estatuto conseguido muito à custa da forte reestruturação que o setor empreendeu na última década. O BPI atingiu esse limite dos 40%.

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