Líder da Caixa defende que seguradoras também devem contribuir para o Fundo de Resolução

Paulo Macedo considera que a base de entidades que contribuem para o Fundo de Resolução devia ser alargada e incluir outras instituições financeiras, como seguradoras.

O CEO da Caixa, Paulo Macedo, defende que se devia alargar a base de entidades que contribuem para o Fundo de Resolução para passar a abranger outras instituições financeiras, incluindo companhias seguradoras. “Esta não vai ganhar muita popularidade”, admitiu.

“O que eu concordo verdadeiramente é que o Fundo de Resolução devia ter outra base, uma base mais alargada que a APB [Associação Portuguesa de Bancos] tem vindo a defender e uma base que não prejudique quem tem a sua sede em Portugal”, começou por dizer o gestor na apresentação dos resultados da Caixa Geral de Depósitos (CGD), esta quinta-feira.

Paulo Macedo é da opinião de que deviam ser incluídas “outras entidades”, por exemplo, aquelas “que estão na Lituânia” – não referiu diretamente o nome do Revolut, que tem mais de dois milhões de clientes em Portugal, mas está sediada naquele país Báltico.

Mas também gostava que “entidades que fazem parte do shadow banking” e outras entidades financeiras como seguradoras “pudessem contribuir” para o Fundo de Resolução nacional.

Há muito que os maiores bancos criticam o modelo de contribuições para o Fundo de Resolução, que é financiado apenas por instituições de crédito com sede ou sucursais em Portugal.

Macedo não está sozinho no pedido de mudanças. O CEO do BCP, Miguel Maya, quer que todas as entidades financeiras que realizam transações com clientes portugueses também contribuam para o fundo que tem uma fatura de sete mil milhões de euros para pagar por conta das medidas de resolução aplicadas ao BES e Banif e ainda do mecanismo de capital contingente do Novobanco.

Nova taxa? “Não gosto de impostos extraordinários”

Paulo Macedo foi ainda instado a comentar a nova taxa que o ministro das Finanças, Miranda Sarmento, está a preparar para compensar o fim do adicional de solidariedade, que o tribunal considerou inconstitucional.

“Não gosto de impostos extraordinários. E gosto de estruturas fiscais simples. E gosto de estruturas fiscais que se mantêm no tempo”, afirmou aos jornalistas.

O gestor diz que a Caixa já paga um “valor significativo” de impostos ao Estado. “É o mais significativo do país”, frisou, referindo ao IRC que o banco público paga todos os anos – em 2024 e 2025 pagou ao Estado mais de 1.500 milhões de IRC e ainda vai entregar cerca de 200 milhões de IRC este ano.

A Caixa anunciou esta quinta-feira um lucro recorde de 1,4 mil milhões de euros no exercício entre janeiro e setembro, mais 2% em relação ao mesmo período do ano passado, e vai pagar mil milhões em dividendos ao Estado no próximo ano.

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