Das ‘partes’ ao financiamento, conheça os grandes números da COP30

Saiba quantas partes participam das negociações climáticas em Belém e que números de financiamento estarão em cima da mesa, além dos números que servem de referência em termos do clima.

Dos participantes ao financiamento em discussão, passando pelos limites ambientais e pela floresta amazónica, conheça os principais números que compõem o quadro das negociações climáticas que se prolongam durante esta e a próxima semana, no âmbito da 30.ª Conferência das Partes (COP30), que decorre em Belém, no Brasil.

30
COP

Contam-se, este ano, 30 Conferências das Partes, isto é, 30 cimeiras globais nas quais o clima é o tema em torno do qual gira a discussão. Esta é uma edição de números redondos, uma vez que não só marca três décadas de diplomacia climática, como dez anos desde o último grande acordo — o Acordo de Paris.

194
Partes

Das 198 “partes” que integram a UNFCCC, isto é, países subscritores e União Europeia, 194 têm delegações registadas para a COP, de acordo com os dados publicados pela Carbon Brief. Uma ausência marcante é a dos Estados Unidos que, pela primeira vez desde que esta cimeira tem lugar, não enviaram representantes oficiais. As outras ausências são do Afeganistão, Myanmar e São Marino, que não têm sido presenças tão constantes na COP.

56.118
Delegados

O elevado número de registos de delegados em representação das partes torna esta COP a segunda mais participada, a seguir à do Dubai, em 2023. Contudo, se nem todos os registados comparecerem, a COP de Belém pode sai do pódio para um quarto lugar. A maior delegação é a do Brasil, com 3.805 pessoas registadas, seguida da China (789) e da Nigéria (749). Portugal está em 28.º lugar, com 210 indivíduos.

1,3 mil milhões
Financiamento aos países em desenvolvimento

Na última COP, a 29ª, que teve lugar em Baku, no Azerbaijão, as partes concordaram com uma angariação anual de fundos para entregar aos países em desenvolvimento na ordem dos 1,3 biliões de dólares, considerando todas as fontes disponíveis, públicas e privadas. Os países desenvolvidos comprometeram-se com 300 mil milhões de dólares anuais. A meta anterior ficava-se pelos 100 mil milhões de dólares, e deveria estar em vigor desde 2020, embora só tivesse sido atingida (e ultrapassada) em 2022.

2035
Data limite para o financiamento

O financiamento de 1,3 mil milhões de dólares anuais deverá verificar-se até 2035, em vez de a partir de 2025, como se apontava inicialmente.

125 mil milhões
Fundo para as florestas

O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês) foi oficialmente lançado durante a Cúpula do Clima de Belém, que reuniu vários Chefes de Estado em antecipação à COP. 53 países assinaram a declaração de lançamento deste fundo, o qual já tem assegurados 5,5 mil milhões de dólares.

O objetivo é que o fundo consiga angariar até 125 mil milhões de dólares, dos quais 25 mil milhões provenientes de financiamento público e os restantes de investidores privados. Mais de 70 países poderão beneficiar destes fundos. A Noruega comprometeu-se a contribuir com três mil milhões de dólares para os próximos dez anos, embora condicionados a critérios específicos. França indicou que poderá investir até 577 milhões de dólares até 2030, também sob determinadas condições. Brasil e Indonésia avançaram com mil milhões cada um e Portugal por fim, prometeu desembolsar 1 milhão. A Alemanha deverá anunciar a sua posição esta sexta-feira, dia 14.

12
Hiato entre as necessidades e o financiamento para adaptação

As necessidades de financiamento para adaptação às alterações climáticas nos países em desenvolvimento, até 2035, são pelo menos 12 vezes maiores do que os fluxos atuais de financiamento público internacional para este fim, detetam as Nações Unidas.

O custo anual necessário de financiamento para a adaptação, nos países em desenvolvimento, será de 310 mil milhões de dólares a 365 mil milhões de dólares, até 2035 — e pode chegar a 520 mil milhões de dólares se tomada em consideração a inflação. Contudo, os fluxos atuais ficam-se pelos 26 mil milhões de dólares anuais, de acordo com dados relativos a 2023.

1,5
Aquecimento global

O aquecimento da Terra deverá atingir este século entre 2,3 e 2,5 graus Celsius (°C) acima dos níveis da era pré-industrial, caso os países implementem os respetivos planos climáticos tal como previsto, apontam os mais recentes cálculos das Nações Unidas. Estes números comparam com o limite de 1,5°C, o qual foi acordado na conferência de Paris como o “ideal”, embora fosse aberto o intervalo até aos dois graus centígrados.

2024 foi o primeiro ano no qual o aumento global da temperatura da terra excedeu os 1,5 graus centígrados, o que não quer dizer o objetivo de Paris esteja fora de alcance: para saber se a temperatura global ultrapassou esta fasquia, tem de se olhar a médias de períodos entre 20 a 30 anos, e o globo ainda não registou esses níveis de aquecimento tão consistentemente.

EPA/ANTONIO LACERDAEPA/ANTONIO LACERDA

7 milhões
Área da floresta amazónica

A floresta amazónica é a maior floresta tropical do mundo, com quase sete milhões de quilómetros quadrados, sendo a “casa” de 10% das espécies conhecidas a nível global, de acordo com o Painel Científico para a Amazónia, um corpo das Nações Unidas. Consegue sequestrar até 200 milhões de toneladas de carbono nos seus solos e vegetação.

18%
Desflorestação

18% da área amazónica foi convertida para outros usos, sobretudo relacionados com agricultura e pecuária. Outros 17% estão degradados devido a fogos ou práticas de extração, indica o Painel Científico para a Amazónia, um corpo das Nações Unidas.

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