CEO da Sword afasta IPO. Gerir uma cotada é “terrivelmente aborrecido”, diz Virgílio Bento
O fundador do 'unicórnio' português avaliado em quatro mil milhões de dólares admite numa entrevista que o acesso a capital já não é um problema, mas sim a disponibilidade de talento.
O CEO da Sword Health afasta, para já, qualquer intenção de dispersar capital da empresa em bolsa. Em entrevista à Bloomberg, Virgílio Bento considerou que gerir uma cotada é “terrivelmente aborrecido”, pelo que a prioridade continuará a ser escalar o negócio com recurso a capital privado. Pelo contrário, o acesso a talento está a revelar-se um desafio.
Em junho, a Sword Health – conhecida por ter desenvolvido uma solução de fisioterapia digital para permitir que os pacientes sejam tratados remotamente nas suas próprias casas – levantou 40 milhões de dólares de capital, tendo ficado avaliada em quatro mil milhões de dólares – mais do que qualquer cotada da bolsa de Lisboa, nota a agência financeira. “Queremos construir uma trillion-dollar company que realmente quer mudar os cuidados de saúde em todo o mundo”, atirou Virgílio Bento na mesma entrevista.
Fundada há cerca de uma década no Porto, e atualmente sediada em Nova Iorque, a Sword tem como investidores fundos norte-americanos como a Founders Fund (que investiu em empresas como SpaceX e Palantir), Khosla Ventures e General Catalyst. Agora, à Bloomberg, o CEO admitiu que o crescimento da startup foi “absolutamente dependente” do acesso a capital e redes de investimento nos EUA, depois de ter levantado perto de 500 milhões de dólares desde a sua fundação.
Com receitas projetadas para superar os 200 milhões de dólares este ano e duplicar até 2026, Virgílio Bento afirmou que o principal desafio já não é o acesso ao capital, mas sim a talento. “Se quisesse levantar 200 milhões agora, conseguia. O acesso a talento é o verdadeiro desafio para o nosso crescimento, não o capital”, indicou.
Enquanto isso, o ‘unicórnio’ português está a expandir operações nos EUA e a entrar em novos mercados. Esta semana, a empresa assinou um acordo com o governo da Grécia para assumir a gestão tecnológica da linha de saúde do SNS grego. Paralelamente, prepara um investimento de 250 milhões de euros em Portugal, onde vai criar um novo hub tecnológico, prevendo chegar a 2028 com 900 trabalhadores no país.
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