Dívida pública cai 11,2 mil milhões de euros em outubro. É a primeira quebra em 11 meses

Depois de subir durante 10 meses, dívida pública recua em outubro, sobretudo influenciada pela amortização de uma obrigação do Tesouro emitida em outubro de 2015.

A dívida pública, na ótica de Maastricht, diminuiu 11,2 mil milhões de euros em outubro, para 283,14 mil milhões de euros, registando a primeira quebra em 11 meses, revelou esta terça-feira o Banco de Portugal (BdP).

De acordo com os dados apurados pelo regulador bancário, esta variação refletiu a redução dos títulos de dívida de longo prazo (-11,5 mil milhões de euros), sobretudo devido à amortização de uma obrigação do Tesouro emitida em outubro de 2015. Como o ECO explicava aqui, o IGCP devolveu aos credores — de uma assentada — um cheque de 11,4 mil milhões de euros relativos a uma linha obrigacionista lançada há dez anos e que atinge agora a maturidade.

Em causa está uma linha de Obrigações do Tesouro com uma taxa de cupão de 2,875% que a agência que gere a dívida pública — liderada por Pedro Cabeços — abriu a 20 de janeiro de 2015, no rescaldo do fim do programa de assistência financeira da troika e quando o país se preparava para ir a eleições no final desse ano.

Por outro lado, as responsabilidades em depósitos aumentaram 0,3 mil milhões de euros, influenciadas pelo investimento dos particulares em certificados de aforro.

Fonte: Banco de Portugal

Uma análise mais fina permite verificar que os ativos em depósitos das Administrações Públicas totalizaram 25,2 mil milhões de euros, o que corresponde a uma diminuição de 14 mil milhões de euros relativamente a setembro. O BdP assinala que, deduzida desses depósitos, a dívida pública aumentou 2,8 mil milhões de euros, para 258 mil milhões de euros.

A dívida pública tinha dado em setembro o maior salto em quase dois anos: cresceu seis mil milhões de euros para atingir um novo máximo histórico nos 294,3 mil milhões, correspondendo a 97,6% do Produto Interno Bruto (PIB). Na altura, o Ministério das Finanças garantiu que a trajetória descendente anual do rácio face ao PIB se manterá e que o endividamento da República terminará o ano num valor equivalente a 90,2% do PIB.

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