Espanhola Zunder ‘carrega’ negócio em Portugal com 44 postos para elétricos
Valença, Esposende, Gaia, Matosinhos, Caldas da Rainha e Olhão vão receber as primeiras estações de carregamento ultrarrápido de elétricos da Zunder, também de olho na logística e transporte pesado.

- A Zunder vai instalar 44 novos pontos de carregamento para veículos elétricos em Portugal, incluindo cinco para camiões.
- O investimento desta empresa espanhola conta com 10,54 milhões de euros em apoios europeus e permitirá a construção de estações ultrarrápidas e a integração tecnológica em várias localidades.
- A expansão da Zunder em Portugal reflete uma estratégia pan-europeia, aproveitando a crescente adoção de veículos elétricos e a necessidade de infraestrutura adequada para suportar a mobilidade.
A espanhola Zunder vai instalar 44 novos pontos de carregamento próprios para veículos elétricos em Portugal, dos quais cinco concebidos para camiões. Pelo menos seis serão estações ultrarrápidas para “reforçar a conectividade em corredores logísticos-chave, zonas fronteiriças e áreas de elevada mobilidade diária”: Valença, Esposende, Vila Nova de Gaia, São Mamede de Infesta (Matosinhos), Caldas da Rainha e Olhão.
Daniel Pérez, CEO e cofundador da Zunder, adianta ao ECO que o plano para o próximo ano em território nacional “é ambicioso e responde ao papel crescente que o país está a assumir na eletrificação do transporte”, descrevendo um “desenvolvimento pensado para acompanhar a transição que Portugal já está a viver, especialmente no que diz respeito a frotas e ao transporte profissional”.
Sobre o investimento neste plano de expansão, contabiliza que a empresa de Palência, na região de Castela e Leão, garantiu um pacote de apoios europeus no valor de 10,54 milhões de euros. “Uma parte será destinada a reforçar o desenvolvimento em Portugal durante 2026” com “estações ultrarrápidas de última geração, integração tecnológica, colaboração com atores locais e tudo o que é necessário para operar uma rede fiável e escalável”.
Estamos a observar uma adoção acelerada tanto por parte de condutores particulares como de empresas de logística e transporte pesado que procuram uma solução consistente para as suas rotas nacionais e internacionais.
Todas as instalações vão ter carregadores até 400 kW, que permitem carregar dos 20% aos 80% em cerca de 15 minutos. “Este esforço reflete o compromisso de longo prazo com o país, impulsionando a presença como fornecedor de serviços através da nossa plataforma de gestão e uma variedade de meios de pagamento, e agora consolidando o nosso papel como operador de infraestruturas. (…) Portugal é uma peça estratégica dentro da nossa visão europeia, ligando o país à rede ibérica”, frisa o líder da Zunder.
Neste momento só com uma estação em operação (Braga) e com seis em fase de projeto ou construção no país com previsão de abertura nos próximos meses, Daniel Pérez salienta que, perto da fronteira, a base de “milhares” de utilizadores ativos portugueses da aplicação, que diz estar “a crescer rapidamente”, utiliza a rede de estações que complementam a A-66 espanhola (Rota da Prata), por onde circula um grande número de condutores portugueses.
“Estamos a observar uma adoção acelerada tanto por parte de condutores particulares como de empresas de logística e transporte pesado que procuram uma solução consistente para as suas rotas nacionais e internacionais”, aponta o CEO e fundador. Lembra ainda os condutores espanhóis que “com frequência” carregam em Portugal com a aplicação da empresa nas deslocações que fazem deste lado da fronteira.

Este avanço em Portugal integra-se na estratégia de crescimento pan-europeia da Zunder, que já ultrapassa as 200 estações em Espanha e França e opera mais de 1.300 pontos de carregamento ultrarrápido próprios sob modelo CPO (Charge Point Operator). Além disso, é também EMSP (eMobility Service Provider), dando acesso a cerca de 850.000 pontos de carregamento em toda a Europa através de acordos de roaming com o seu cartão eZCard.
Em entrevista ao ECO, Daniel Pérez elenca as quatro “características únicas” que tornam Portugal um “mercado especialmente estratégico” para a Zunder e “uma oportunidade enorme de crescimento” neste setor de atividade:
- Ao contrário de França ou Espanha, onde a densidade urbana concentra grande parte da procura diária, em Portugal a chave está na conectividade de longo curso. O país combina corredores interiores, eixos costeiros e zonas fronteiriças que exigem uma rede capaz de responder a deslocações mais amplas. Neste contexto, as estações ultrarrápidas têm um impacto decisivo porque garantem serviço e velocidade nas rotas que atravessam regiões inteiras.
- Existe também um ecossistema público já consolidado que facilita o acesso ao carregamento através de uma rede interoperável. Este ponto de partida é positivo, mas exige às empresas oferecer um valor diferencial baseado em maior potência, fiabilidade e uma experiência homogénea em toda a Europa.
- A densidade de infraestrutura ultrarrápida é ainda inferior à de Espanha ou França, o que permite planear uma expansão estratégica, bem estruturada e com capacidade de antecipar a curva de eletrificação do país.
- Peso do turismo e dos fluxos internacionais. Portugal recebe milhões de visitantes por ano e mantém uma relação de mobilidade muito intensa com Espanha. Esta realidade faz com que as estações devam estar preparadas para garantir rotas completas e coerentes, desde deslocações quotidianas até viagens de longo curso que ligam países.
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