Logoplaste ainda está “longe” do potencial na aplicação fabril da inteligência artificial
CEO da Logoplaste, que tem à venda 60% do capital, admite "período de implementação muito mais longo" da inteligência artificial a nível industrial, que exige recursos para gerar modelos preditivos.
A inteligência artificial (IA) está a chegar aos poucos às empresas portuguesas, mas os períodos de implementação a nível industrial são “muito mais longos” do que a utilização de modelos generativos de primeira geração, reconhece Sandra Santos. A CEO da Logoplaste, admite que no caso da exportadora portuguesa que tem à venda 60% do capital, uma participação que está a atrair interesse de três fundos internacionais, a IA no chão de fábrica “está longe de se aplicar na sua potencialidade”.
Numa intervenção no Millennium Portugal Exportador, que se realiza esta terça-feira no Europarque (Santa Maria da Feira), onde Isabel Furtado disse que a IA está a acabar com os empregos de “tédio” na TMG Automotive, a líder da Logoplaste mostrou-se otimista para o futuro com a IA. Porém, reconheceu que é um “processo que demora o seu tempo” no que toca à utilização industrial desta tecnologia.
“Em tudo o que serão tarefas administrativas é mais fácil de aplicar. Quando se tenta trazer para ambiente industrial é onde há mais trabalho a fazer. Não só na sua aplicação, mas também na exploração do seu potencial”, explicou. Sandra Santos notou, por outro lado, que a utilização destas ferramentas permite preencher um gap, prestando mais serviços com menos recursos.
“Estamos a dar os primeiros passos, estamos longe do objetivo final”, realçou a gestora. Ainda em relação à utilização industrial, o objetivo é usar modelos preditivos, mas para isso é preciso “ter engenheiros, data scientists para criar modelos”. “São períodos de implementação muito mais longos do que a implementação de agentes”, completou.

À frente da Logoplaste desde fevereiro, Sandra Santos vê um “futuro mais simples” com a IA, acrescentando que não duvida que “vai acontecer rápido e vai ser muito positivo”, tornando o “trabalho mais interessante”. A seguir, diz, vai ter ser “treinada a parte relacional das pessoas”. “Normalmente, negócios significam tomada de risco e essa tomada de risco é tomada por seres humanos — e essa parte vai ser precisa fazer”, destacou.
No mesmo painel, Pedro Dionísio, professor catedrático do ISCTE, realçou que no que diz respeito à IA de 1ª geração, que comemorou uma década no último domingo, a “expansão é enorme”. Já na “mais convencional em domínio fabril”, identifica uma discrepância em termos de empresas: “Há umas muito avançadas e outras que ainda não começaram“.
“Na convencional é preciso engenheiros, sensores, outras situações. São dois domínios diferentes”, referiu. Dito isto, Pedro Dionísio alertou as empresas com vocação exportadora para a necessidade de “começarem rapidamente” a usar estas ferramentas. “A IA pode permitir à empresa ser mais competitiva”, reforçou o especialista.
Já Mário Peres, Country Sales Manager da Vodafone IoT Portugal, resumiu que a inteligência artificial é já “inevitável”. “Evoluímos para um mundo híper conectado a muito curto prazo“, previu o responsável, mostrando-se também “otimista” em relação ao que a “IA nos vai trazer”.
“Prevejo que tudo vai correr de forma ainda mais acelerada e as oportunidades estão aí. Não devemos ficar focados apenas no nosso mercado nacional, temos de ganhar escala”, afirmou. Para o gestor da Vodafone IoT Portugal, os empresários portugueses têm “de se associar cada vez mais para competir em conjunto”, mas “não temos essa vontade de fazer parcerias”, lamenta.
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