UGT prevê adesão entre 55% e 80% à greve geral e não exclui repetição

Líder da central cindical não tem "dúvidas de que a greve está a correr bem" e também não exclui a realização de uma nova greve geral contra o pacote laboral do Governo.

O secretário-geral da UGT previu esta quinta-feira de manhã uma adesão entre 55% e 80% à greve geral desta quinta-feira contra o pacote laboral do Governo. Mário Mourão também não afastou a realização de uma segunda greve geral.

“Não tenho dúvidas de que a greve está a correr bem. Julgo que a adesão à greve vai andar entre os 55% e os 80%. Depende do setor”, disse o sindicalista numa entrevista à RTP Notícias, salientando, contudo, que “ainda é cedo para lançar números”. “O Governo vai ter aqui um sinal de que alguma coisa está a fazer mal”, apontou.

Mário Mourão justificou a convocação desta greve geral com o “impasse” que diz verificar-se ao nível da discussão do anteprojeto apresentado pelo Governo na concertação social. “Desde julho que andávamos a tentar negociar e não surgia nenhuma proposta nova”, apontou.

Assim, “o que a UGT pretende é que a proposta que vá para a Assembleia da República seja melhor do que aquela que foi entregue” aos parceiros sociais, afirmou o sindicalista à estação pública.

“Se houver de facto vontade para dialogar e negociar, nós estamos disponíveis. Mas não estamos disponíveis para continuar a empurrar, a fazer tempo, para que depois a proposta vá para a Assembleia da República sem alterações”, disse o secretário-geral da UGT, sublinhando que o Governo já se mostrou disponível para retomar as negociações já esta sexta-feira, 12 de dezembro, depois da greve.

UGT não exclui nova greve geral

Questionado sobre se a UGT admite promover uma nova greve geral, caso as negociações não alcancem bom porto, Mário Mourão não afastou o recurso a essa medida: “Eu não posso excluir essa possibilidade.”

“Na UGT, quando decidimos propor aos órgãos a adesão a uma greve geral, fizemos um profundo debate sobre os vários setores de atividade. E tive de transmitir aos meus mandantes, os sindicatos, o que é que se estava a passar à mesa de negociações. E foi por isso que o secretariado nacional decidiu que era um momento de dar um sinal à mesa para ver se desbloqueávamos o impasse que estava a surgir nas negociações”, justificou.

No centro da greve que se realiza esta quinta-feira, 11 de dezembro, está a proposta do Governo designada de “Trabalho XXI”, que os sindicatos consideram que retira direitos aos trabalhadores e aumenta a precariedade. Já o Executivo considera que as medidas são necessárias para desbloquear mais crescimento económico. É a primeira vez desde 2013 que a UGT e a CGTP se aliam numa greve deste tipo.

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