Bolsa nacional avança mas continua a temer Brasil

Situação delicada no cenário político brasileiro retira apetite comprador na bolsa. O Presidente brasileiro é acusado de vários crimes. Em Lisboa, cautela é a palavra de ordem dos investidores.

Depois da melhor sessão do último mês, Lisboa está de volta aos ganhos no arranque da semana. Os ganhos são ligeiros, com o mercado em sentido por causa do que se passa no Brasil. Para já, EDP e mais 11 cotadas colocam a bolsa nacional acima da linha de água.

O PSI-20, o principal índice português, avança 0,06% para 5.180,35 pontos, após ter fechado a sessão da última sexta-feira com um disparo de 2%, a melhor sessão em mais de um mês em Lisboa. Para os analistas, a negociação nos mercados deverá continuar condicionada pela situação política no Brasil, onde o Presidente Temer é acusado de vários crimes.

“No mercado nacional, a conjuntura externa deverá ser o principal catalisador na sessão de hoje. A situação política no Brasil continuará a merecer ser monitorizada pelos investidores, considerando a exposição que diversas empresas nacionais têm a esse país”, referem os analistas do BPI no seu Diário de Bolsa, alertando para o risco de contágio da crise política brasileira a outros mercados.

“Quando uma crise emerge num país, os investidores globais não conseguem vender os ativos que aí detêm e então, para reduzir a sua exposição aos mercados emergentes, vendem ativos de outros países emergentes, mesmo que não tenham qualquer correlação com o país em crise”, acrescentam os analistas.

Por cá, é um dos pesos pesados nacionais que mais contribuiu para colocar o índice no verde. É a EDP, com um avanço de 0,32% para 3,11 euros. Também a Galp e a Pharol, duas cotadas com elevada exposição ao mercado brasileiro e que foram particularmente afetadas na semana passada, registam agora sessões mais tranquilas: a petrolífera avança 0,07% para 14,28 euros e a dona de parte da operadora Oi ganha 2,42% para 0,25 euros.

No plano internacional, a sessão europeia arrancou com pouco interesse dos investidores pelo risco dos mercados acionistas. Milão é das praças com maior pressão no início do dia, com o FTSE Mib a perder mais de 1%. Em Madrid, Frankfurt e Paris as perdas são mais ligeiras.

Para os analistas do BPI, “os investidores europeus terão que se confrontar com uma série de eventos que poderão gerar uma maior aversão ao risco” ao longo da semana. Citam os casos que envolvem o Presidente norte-americano Trump, nomeadamente o Russiagate, o início do debate em Bruxelas para aliviar a dívida da Grécia e as tensões na Península da Coreia.

(Notícia atualizada às 8h24)

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