O legado que Isabel dos Santos diz ter deixado à Sonangol
Isabel dos Santos, dirigente exonerada da Sonangol, garante que o seu tempo na petrolífera angolana representou uma queda da dívida para pouco mais de metade.
Isabel dos Santos afirma que deixou a Sonangol melhor do que estava enquanto presidiu o seu conselho administrativo, fazendo chegar um comunicado às redações onde detalha o legado que diz ter deixado à petrolífera estatal angolana antes de ser exonerada pelo atual presidente. Entre as vitórias reivindicadas pela empresária está a redução do custo do barril de 14 dólares para sete dólares e a queda da dívida financeira.
Referindo que “a Sonangol não é uma empresa como as outras; é a coluna vertebral da economia nacional e o garante do futuro dos nossos filhos”, a filha do ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos apresenta várias das mudanças que diz ter feito na empresa, incluindo um corte da dívida para pouco mais de metade e a redução do custo do barril em 50%.
“Sinto-me honrada por ter liderado uma equipa com notável qualidade profissional e de ética inquestionável”, escreve a empresária no princípio do comunicado, sublinhando a palavra “inquestionável”. Isabel dos Santos não deixa de agradecer ao Executivo angolano “que confiou nesta administração, e testemunhar, com sentido de missão, o trabalho desenvolvido desde o ponto em que encontrámos a empresa quando nela ingressamos, até à situação em que deixamos a mesma, à data da nossa saída”. A empresária tinha sido nomeada pelo Governo de Angola quando o seu pai ainda era presidente, em junho do ano passado.
A ex-presidente do conselho de administração da Sonangol faz questão de dizer que, “pela primeira vez na sua história”, em dezembro de 2015, a empresa não tinha conseguido cumprir “com as suas obrigações junto da Banca, tinha dívidas com os fornecedores e pesadas cash calls“. Depois de classificar a situação de “emergência”, Isabel dos Santos reivindica para a sua administração uma herança que culmina no financiamento de dois mil milhões de dólares “que garantirá o pagamento de todos os cash calls relativos a 2017, permitindo, assim, chegar ao final do ano sem dívidas aos nossos parceiros”.
Além de ter reduzido o custo do barril e a dívida, a empresária diz ter aumentado as receitas de 14,8 mil milhões de dólares em 2016 para os 15,6 mil milhões de dólares em 2017. Acresce ainda o aumento da produção da refinaria de Luanda de 50 mil para 60 mil barris. Esta quinta-feira, na tomada de posse da nova administração da Sonangol, João Lourenço deixou um recado: é preciso construir novas refinarias em Angola, projetos que Isabel dos Santos tinha deixado de lado.
O comunicado refere ainda que a Sonangol passou a produzir o combustível para aviões suficiente para as transportadoras angolanas, tendo começado a exportar esse produto. Do mesmo modo, aumentou a produção de gás em “238%”, mais do que o suficiente para o país, tendo exportado gás “pela primeira vez”. Isabel dos Santos congratula-se ainda por não ter despedido ninguém e por ter promovido 400 quadros angolanos.
“Foi também implementada na Sonangol uma cultura de transparência e abertura à sociedade angolana, permitindo uma auditoria constante da ação da equipa de gestão e dos destinos desta nossa empresa”, garante a ex-líder da petrolífera estatal, argumentando que o legado deixado permite a continuidade de crescimento da empresa no futuro.
As principais reivindicações de Isabel dos Santos
- Redução da dívida financeira de 13 mil milhões de dólares para os sete mil milhões de dólares;
- Aumento das receitas de 14,8 mil milhões de dólares em 2016 para 15,6 mil milhões de dólares em 2017;
- Redução do custo do barril de 14 dólares para sete dólares;
- Aumento da produção de gás em 238%;
- Nenhum despedimento e promoção de 400 quadros angolanos.
(Notícia atualizada às 20h)
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