O grande problema de Rio são as sondagens e não Montenegro, diz Marques Mendes
Marques Mendes acredita que Rui Rio verá aprovada a sua moção de confiança no conselho nacional e acredita que processo de clarificação vai acabar por ajuda o PSD.
As mais recentes sondagens revelam que o PSD está a perder intenções de voto e que estará com o pior resultado desde 1976. Luís Marques Mendes considera que estes resultados são “o grande problema de Rui Rio”. Um problema maior do que Luís Montenegro que esta semana desafiou o presidente do PSD a convocar eleições diretas.
A Eurosondagem para o Expresso e a SIC e a Aximagem para o Correio da Manhã e o Jornal de Negócios colocam as intenções de voto no PSD entre os 24 e os 25%. “O pior resultado desde 1976”, sublinha Luís Marques Mendes no seu comentário semanal na SIC. “Para o PS, as notícias não são fantásticas. Está cada vez mais longe da maioria absoluta. Apesar do mau estado do PSD, António Costa não está a aproveitar isso para subir nas sondagens”, diz o comentador, justificando que esse desempenho “tem muito a ver com a arrogância e excessos de eleitoralismo” do primeiro-ministro. Um excesso que esteve bem patente esta semana com conjunto de anúncios feitos, nomeadamente o concurso para a aquisição de material circulante para a CP, o acordo com a ANA para a expansão da Portela e a construção de uma alternativa no Montijo, o concurso para a expansão da rede de metro em Lisboa para Santos e a Estrela, a entrega do Plano Nacional de Investimentos 2030 no Parlamento e ainda o concurso para o Hospital Central do Alentejo.
“A notícia mais complicada destas sondagens é para o PSD. Este é o grande problema de Rui Rio. Não é Luís Montenegro”, defende Marques Mendes. “O PS quebra, mas o PSD não aproveita e quebra ainda mais”, acrescenta.
A notícia mais complicada destas sondagens é para o PSD. Este é o grande problema de Rui Rio. Não é Luís Montenegro. O PS quebra, mas o PSD não aproveita e quebra ainda mais.
Fazendo um paralelismo com o que aconteceu no Partido Socialista, quando António Costa desafiou a liderança de António José Seguro, Marques Mendes mantém a posição que defendeu na altura. “É preferível a clarificação à paz podre”. “Costa fez bem em dar a cara e pedir a clarificação. E Seguro fez bem em aceitar”, sublinhou, defendendo que no PSD também os dois protagonistas estiveram bem.
“Perante as sondagens, que exibem o sinal exterior do mal-estar, Montenegro teve mérito porque assumiu, com coragem, deu a cara e não deixou que as coisas se queimassem em lume brando”, afirmou. “É um assalto ao poder?”, questionou. “Eleições antecipadas dentro dos partidos é normal“, assegura.
A opção de Rui Rio em convocar o Conselho Nacional para votar uma moção de confiança é elogiada por Marques Mendes. “Rio na resposta que deu fez bem. Tinha os estatutos do seu lado, mas foi bom clarificar”. “Fá-lo de forma diferente”, daquilo que foi pedido por Montenegro, que preferia eleições diretas, “mas fez bem”.
Eleições diretas teria sido melhor para o PSD
Marques Mendes acredita que para o partido a opção das diretas também teria sido melhor. “Se Rio ganhasse ficaria legitimadíssimo e os críticos teriam de meter a violar no saco. Se perdesse havia um novo líder e um novo ciclo” no PSD. O antigo presidente do PSD acredita até que as diretas poderiam dar “um motivo de mobilização” a um partido que está desmotivado e “até poderiam ajudar”, numa espécie de “pré-campanha para as europeias”. O comentador rejeita assim a leitura de que o desafio de Montenegro está a estender uma passadeira vermelha para António Costa, tal como disse Rui Rio na noite de sábado.
Em termos de resultados, Marques Mendes acredita que “Rio vai ganhar a moção de confiança”, até porque a votação é feita em conselho nacional. “Nunca vi um líder perder uma votação relevante no conselho nacional”, diz, admitindo até que a votação seja feita por voto secreto, para legitimar mais o resultado e não de braço no ar, como é habitual.
Se Rio ganhasse ficaria legitimadíssimo e os críticos teriam de meter a violar no saco. Se perdesse havia um novo líder e um novo ciclo.
Mesmo que o resultado final seja esse, Marques Mendes defende que todos saem deste episódio a ganhar: Rio porque vai disputar as legislativas com António Costa, Montenegro porque se o resultado eleitoral em outubro for mau fica na pole position para uma nova corrida à direção do partido e o próprio PSD porque depois desta clarificação sairá reforçado.
(Notícia atualizada)
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