O dia longo de Paulo Macedo. Da CGA à auditoria da EY, até às contas do ano

Primeiro dia de fevereiro traz chuva e frio. Para Paulo Macedo, será um dos dias mais longos do ano e, por força das circunstâncias, um dos mais quentes desde que está à frente da CGD.

Sexta-feira preenchida para Paulo Macedo: de manhã apresenta simulador da CGA, à tarde vai ao Parlamento e ainda apresenta resultados do banco referentes a 2018.

O dia mais longo do ano acontece com o solstício de verão, que marca oficialmente o início da estação mais quente do ano. Para Paulo Macedo, esta sexta-feira será certamente um dos dias mais preenchidos desde que está à frente da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Embora o primeiro dia de fevereiro traga chuva e frio, a agenda do presidente do banco público vai ser muito, muito quente.

Horas: 10h00
Local: Culturgest, Avenida João XXI, Lisboa

Logo pela manhã, Paulo Macedo tem encontro marcado com o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José Vieira da Silva, na Culturgest, situada na sede do banco, na Avenida João XII, em Lisboa. É para as 10h00 que está previsto o início da cerimónia da apresentação oficial do simulador de pensões da Caixa Geral de Aposentações.

Embora o assunto seja outro, Paulo Macedo deverá ser confrontado pelos jornalistas com o relatório da auditoria da EY aos atos de gestão do banco público entre 2000 e 2015, que identificou um conjunto de financiamentos de alto risco que levaram a imparidades de 1.200 milhões de euros e outros investimentos ruinosos, por entre práticas de avaliação de risco e de concessão de crédito duvidosas para os auditores.

Ainda não se ouviu publicamente nenhuma palavra do atual líder do banco do Estado desde que os jornais revelaram as conclusões do relatório preliminar há mais de uma semana. Se Paulo Macedo não achar oportuno falar nesse momento, os jornalistas poderão regressar ao tema da parte da tarde.

Horas: 14h30
Local: Assembleia da República, Rua de São Bento, Lisboa

Depois do almoço, Paulo Macedo terá de se dirigir para a Rua de São Bento. Agendou com Teresa Leal Coelho, presidente da Comissão do Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, encontrarem-se às 14h30, na Assembleia da República, para lhe entregar em mãos o relatório final da EY (que não é propriamente aquele que chegou às mãos dos jornalistas).

Há muito que o Parlamento ansiava por este documento que lhe foi negado por duas vezes, tal como o ECO noticiou. Mas a Procuradoria-Geral da República autorizou esta semana a cedência da auditoria aos deputados porque isso não vai colocar qualquer obstrução à justiça. Entretanto, o banco pediu à EY para rasurar informação que se encontre salvaguardada pelo sigilo bancário e assim o documento que Paulo Macedo entregar à deputada do PSD poderá revelar-se “inútil”. De qualquer forma, vem aí uma nova comissão de inquérito.

Horas: 16h45
Local:
Culturgest, Avenida João XXI, Lisboa

Dom de ubiquidade? Paulo Macedo não precisa disso até porque da Rua de São Bento até à Avenida João XXI são pouco mais de quatro quilómetros. E, mesmo que Teresa Leal Coelho tenha muito que falar com o presidente da CGD, são precisos apenas 20 minutos (se não houver muito trânsito) para fazer a viagem de regresso até à sede do banco. Macedo tem de lá estar às 16h45 para apresentar os resultados anuais da CGD.

As notícias que terá para anunciar deverão ser positivas. O banco registou lucros de 370 milhões de euros até setembro, que terão engordado mais no último trimestre. Será com base neste resultado anual que Paulo Macedo fará as contas ao dividendo que vai entregar ao Estado, algo que já não acontece há muito tempo. 200 milhões de euros? “É um valor plausível”, disse na última conferência de resultados.

Paulo Macedo também deverá abordar temas como a situação laboral no banco. Ou até o fecho de agências. Mas o foco dos jornalistas será sobretudo um: o relatório da EY. O que é que o banco está a fazer com as conclusões da auditoria? Que procedimentos foram adotadas internamente para evitar situações do passado? Qual o risco de prescrição de eventuais crimes? Estas são algumas das questões que os jornalistas deverão colocar ao líder da CGD.

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