Sete tendências no futuro do recrutamento

  • Ricardo Vieira
  • 30 Maio 2019

Atrair, selecionar e recrutar para, a seguir, reter. No mundo dos recursos humanos, as regras estão a mudar. São os candidatos a impor exigências e as empresas têm de ir atrás.

Um dos desafios com que os recursos humanos se debatem atualmente prende-se com processos de recrutamento e taxa de retenção subsequente. Em cada 100 contratações, 13 falham ou as pessoas abandonam a organização durante o período de experiência. Além disso, uma em cada três pessoas deixa a empresa no primeiro ano, o que, de acordo com a Michael Page, é algo que tem de ser contrariado. Mas como?

“Atrair o talento do futuro”, o estudo que a consultora desenvolveu em alguns países europeus (Portugal incluído), analisa a relação das pessoas com o trabalho nas empresas, uma forma de perceber o que procuram para depois ajustar a oferta.
Mas então o que deverá ter sido em conta na hora de recrutar?

Salário não é tudo

O pacote salarial é importante, a reputação da empresa também atrai talento mas, no panorama atual, os candidatos interessam-se pelos compromissos sociais das organizações e pelas causas e temas que estas apoiam, como fatores de diferenciação dos seus concorrentes.

A valorização da formação, das avaliações, da comunicação genuína e a informação transparente sobre a empresa, são critérios destacados nos processos de recrutamento. E é isto que as empresas também devem ter para oferecer.

Employer branding

A evolução da função e da própria empresa são relevantes para a atração de talento. Daí ser tão importante o envolvimento dos colaboradores enquanto embaixadores da marca, um método utilizado por 36% das empresas para atrair gestores e encontrar os melhores perfis de forma mais rápida.

Relações com significado

Os profissionais de recursos humanos devem ter consciência que os colaboradores querem compreender o propósito que está subjacente às suas funções e sentirem-se realizados nas tarefas que desempenham. Uma mudança associada à geração millennial, que dá prioridade a um trabalho com significado.

“Para a vida toda” é coisa do passado

Empregadores e colaboradores já aceitaram a ideia de que já não há empregos para a vida toda. Esta é outra das conclusões do estudo que refere a importância dos contratos a prazo e de trabalho temporário, assim como de outras formas de flexibilidade laboral.

Analisar as soft-skills

No recrutamento do futuro, a compreensão das competências sociais e comportamentais (soft skills), da motivação e da personalidade dos potenciais candidatos são aspetos importantes, devendo considerar-se ainda o respeito pela individualidade. Trata-se de encontrar as personalidades certas para a função, com uma conjugação de inteligência emocional e competências cognitivas, e mudar mentalidades no que se refere ao perfil do melhor candidato.

Melhorar os anúncios de emprego

Neste contexto, o recrutamento dos melhores talentos é cada vez mais difícil, de acordo com a análise da Michael Page, e as ferramentas tradicionais têm de se ser otimizadas para se adaptarem a um mundo que exige mais transparência. Entre outras estratégias, os empregadores têm de melhorar os anúncios de emprego, de forma a que estes reflitam a transparência das ofertas e motivem os potenciais candidatos.

O futuro é tech

O futuro do recrutamento passa sobretudo pela tecnologia. “No futuro, o mercado de trabalho terá mais automatização em todos os processos. No entanto, o objetivo não é substituir o humano na cadeia de valor, é dar-lhe apoio e expandir as suas capacidades. A tecnologia ajudará a aumentar as competências das pessoas ao acelerar os processos de seleção ou ao contribuir para a eliminação de enviesamentos nos anúncios de empregos”, refere Álvaro Fernández, diretor geral da Michael Page.

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