PME portuguesas exportam recorde de 130 milhões via Amazon

Líder da Amazon em Portugal faz balanço da operação e revela que mais de mil pequenas e médias empresas (PME) nacionais viram as exportações crescer acima de 25% em 2023, batendo um recorde.

A Amazon permite aos comerciantes acederem a um mercado global através da internet, cobrando-lhes comissõesEPA/Jakub Kaczmarczyk POLAND OUT

As exportações das pequenas e médias empresas portuguesas na Amazon superaram no ano passado, pela primeira vez, a fasquia dos 130 milhões de euros. O valor implica um crescimento superior a 25% nas vendas das PME portuguesas para outros países, através desta plataforma, em comparação com o ano de 2022, de acordo com dados da multinacional.

Os números de 2023 foram avançados ao ECO pela líder da Amazon em Portugal, Inês Ruvina, e a tendência manteve-se: “2024 tem sido um grande ano para as PME portuguesas que vendem na Amazon”, antevê a responsável, destacando que são já mais de mil. Os bens mais exportados “foram os produtos para casa, produtos de beleza, saúde e cuidado pessoal, cozinha e escritório”.

Concretamente, os 130 milhões de euros de exportações dizem respeito a vendas fora de Portugal, pelo que não inclui vendas para clientes portugueses, que a empresa recusou revelar. Em detalhe, estas PME “registaram mais de 100 milhões de euros em vendas de exportação na União Europeia e mais de 20 milhões de euros em vendas de exportação fora da União Europeia”, segundo a gestora.

França, Espanha, Alemanha, Itália e EUA são os países onde estão os principais clientes estrangeiros das PME nacionais na plataforma, adianta a Amazon.

As PME portuguesas podem vender através de 22 lojas no marketplace da Amazon, que chegam a mais de duas centenas de países ou territórios. Em 2023, foram vendidos por estas empresas “mais de 2,5 milhões de produtos no total, o que equivale a cinco produtos vendidos por minuto”, diz ao ECO, por email, a líder da Amazon em Portugal, um aumento de 10% no número de artigos vendidos. Entre estas empresas estão nomes como Almedina, Ambar, Boticário, Castelbel, Claus Porto, Delta, Sogrape e Renova.

O facto de Portugal e Espanha estarem muito bem ligados está a ter uma excelente resposta por parte dos clientes.

Inês Ruvina

Country Lead da Amazon em Portugal

Operação gerida a partir de Madrid

Foi em janeiro de 2021 que a Amazon passou a servir o mercado português através de uma versão traduzida da loja em Espanha. Isto é, apesar de não existir um Amazon.pt, os clientes portugueses têm um serviço dedicado através do site espanhol, em Amazon.es. Poucos depois, a Amazon lançou em Portugal o seu serviço de subscrições Prime, com benefícios como entregas “gratuitas” e acesso à plataforma de streaming Prime Video.

Mais de três anos depois, a responsável faz um balanço positivo desta aposta no mercado nacional: “Estamos muito satisfeitos com a receção dos nossos clientes portugueses.” E porque é que a operação portuguesa ainda é gerida a partir de Espanha? A dimensão do mercado será um dos motivos, mas Inês Ruvina aponta também para a proximidade entre os dois países ibéricos.

“A Amazon já tem capacidade instalada em logística, transporte e armazenamento a nível europeu. O que temos observado em Portugal é que este setup [configuração] existente na Europa e o facto de Portugal e Espanha estarem muito bem ligados está a ter uma excelente resposta por parte dos clientes. A verdade é que, em linha reta, a distância entre Lisboa-Madrid, Porto-Madrid ou Algarve-Madrid não é maior do que entre Madrid e outras cidades de Espanha”, explica a líder.

Isso não impossibilita a empresa norte-americana de ter uma atenção especial a Portugal, à semelhança do que faz noutros mercados de menor dimensão: “Aproveitando esta capacidade instalada, podemos oferecer aos consumidores portugueses uma experiência que está a ter um feedback muito positivo. Este modelo também está a ser utilizado noutros países, pelo que estamos a aprender com essa experiência. Desde 2020, temos uma equipa inteiramente dedicada a melhorar a experiência de compra dos nossos clientes em Portugal”, nota.

Inês Ruvina, Country Lead da Amazon em PortugalAmazon

Inês Ruvina não responde se a existência de um Amazon.pt permitiria acelerar as vendas das PME portuguesas na Amazon. Mas lembra que a plataforma fundada em 1994 por Jeff Bezos dá às empresas acesso a “milhões de clientes em todo o mundo”, sem terem de “investir separadamente na criação do seu próprio site” ou de incorrer noutros custos associados a montar uma operação de comércio eletrónico internacional.

“Por outras palavras, uma PME de Braga pode vender os seus produtos a um cliente alemão sem ter de investir na criação de uma rede logística e sem ter de formar uma equipa internacional de apoio ao cliente. Todas estas oportunidades oferecidas pela Amazon permitiram que mais de 95% das PME portuguesas, que vendem na Amazon, tenham exportado para clientes em todo o mundo”, continua Inês Ruvina. A Amazon contabiliza também a criação de 2.000 empregos por estas PME “para apoiar o seu negócio online“.

Em suma, “o objetivo da Amazon é construir uma relação forte com as PME portuguesas”, assegura a gestora. “Este apoio e relacionamento é extremamente importante para nós, dado que sabemos que os nossos clientes gostam de fazer compras localmente. Queremos que a Amazon seja um local onde os clientes possam fazer isso e onde possamos capacitar as empresas portuguesas para crescerem e contribuírem para a exportação dos seus produtos”, remata.

Desde o lançamento da Amazon.es em língua portuguesa [em janeiro de 2021], aumentámos significativamente a nossa seleção, com 250 milhões de produtos disponíveis para os nossos clientes.

Inês Ruvina

Country Lead da Amazon em Portugal

Dois planos, várias taxas

Com um valor de mercado superior a 2,15 biliões de dólares em bolsa, o acesso a este mercado global também tem custos para as empresas. Em Portugal, a Amazon oferece dois planos aos comerciantes: no plano Individual cobra 99 cêntimos por artigo vendido, enquanto no plano Profissional cobra uma mensalidade de 39 euros por mês (mais IVA).

Os comerciantes também pagam taxas por cada produto vendido, dependendo da categoria de produto, variando entre 8% e 15% da venda. Podem ainda incorrer noutros custos, dependendo de se gerem os seus próprios pedidos ou se utilizam o serviço de logística da Amazon, e taxas por armazenamento de longo prazo nos centros logísticos da Amazon. A empresa também permite anunciar produtos na plataforma.

O sucesso da Amazon, que fez de Bezos um dos homens mais ricos do mundo, tem permitido igualmente à multinacional cavalgar a onda da inteligência artificial (IA) generativa. “Há muito que utilizamos a IA para apoiar os nossos parceiros de vendas. A Amazon está a desenvolver e a implementar ativamente um conjunto de ferramentas baseadas em IA concebidas para capacitar as PME”, diz a líder da Amazon em Portugal. “Há algumas semanas, lançámos a possibilidade de os vendedores da União Europeia e do Reino Unido beneficiarem da IA generativa ao listarem um novo produto para venda”, diz, o que permite, por exemplo, simplificar a criação de anúncios.

Ruvina acredita que esta aposta em tecnologia vai “ajudar a capacitar os vendedores para atingirem maior potencial”. Sobretudo nesta altura do ano, com a Black Friday à porta, já no dia 29 de novembro, e a peak season das encomendas a arrancar.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lucros da Amazon triplicam para 10,4 mil milhões no primeiro trimestre

  • Lusa
  • 1 Maio 2024

Na base do bom desempenho da Amazon está o segmento da nuvem (cloud), que está a capitalizar o apetite dos investidores pelos serviços de informática à distância e pela inteligência artificial (IA).

A Amazon viu os lucros triplicarem para 10,4 mil milhões de dólares no primeiro trimestre, com as vendas a subirem 13% para 143,3 mil milhões, um desempenho que superou as estimativas dos analistas.

Na base do seu desempenho está o segmento da nuvem (cloud), que está a capitalizar o apetite dos investidores pelos serviços de informática à distância e pela inteligência artificial (IA).

“A determinação das empresas na modernização das suas infraestruturas [informáticas] e na atração dos serviços de IA da AWS [Amazon Web Services] reaceleram a taxa de crescimento” da filial da nuvem, declarou Andy Jassy, o diretor da Amazon, citado no comunicado de divulgação dos resultados.

Acrescentou que a plataforma de venda também tinha contribuído para os desempenhos do grupo durante os primeiros três meses do ano, graças, na sua opinião, “aos preços baixos” e às “velocidades de entrega”.

A principal atividade da Amazon, o comércio eletrónico, “reencontrou a forma no final do ano 2023”, apontou Blake Droesch, da Emarketer.

“A empresa continua a colher os benefícios da sua estratégia de regionalização dos centros de tratamento das encomendas, com as entregas sempre mais rápidas, o que encanta os clientes”.

Para o analista, “isto permite continuar concorrencial face às novas ameaças que representam a Temu e a Shein”, as plataformas chinesas de preços baixos.

O grupo de Seattle acaba de anunciar que as suas velocidades de entrega aumentaram no início do ano.

“Em março, cerca de 60% das encomendas recebidas via Prime [assinatura paga dos serviços da Amazon] chegaram no próprio dia ou no dia seguinte nas 60 maiores cidades os EUA”, indicou a Amazon.

Mas os investidores saudaram sobretudo o crescimento da cloud, que representa o essencial dos lucros do conglomerado, e que a nova vaga de IA está em vias de alterar.

No primeiro trimestre, o AWS, o ramo de informática à distância da Amazon, obteve 25 mil milhões de dólares de lucro, com um crescimento de 17%, dos quais 9,4 mil milhões de dólares de resultados operacionais, indicador-chave de rentabilidade.

A aceleração do crescimento da AWS agradou a Wall Street, que não esperava tanto. A ação Amazon valorizava mais de 2% depois do fecho das operações.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Apple desenvolve em segredo robô pessoal que anda pela casa

Após desistir de fabricar um carro elétrico, sabe-se agora que a Apple está a trabalhar secretamente no desenvolvimento de um robô capaz de seguir as pessoas pela casa.

Novo robô da Apple iria concorrer com o Amazon Astro (na imagem) anunciado em 2021

A Apple desistiu de produzir um carro elétrico mas continua em busca da próxima grande plataforma tecnológica. Um dos projetos em que está a trabalhar secretamente é um robô pessoal capaz de “seguir os utilizadores pela casa”, na fé de que a “robótica doméstica” possa vir a representar uma nova linha de negócio no futuro.

A notícia foi avançada esta quinta-feira pela Bloomberg, pelo jornalista Mark Gurman, que ganhou notoriedade ao longo dos anos pelas informações privilegiadas que obtém dentro da empresa do iPhone. Segundo a notícia, além do robô pessoal doméstico, a Apple está a estudar o desenvolvimento de um dispositivo robótico capaz de mover um ecrã.

Isto não significa que a marca acabe por lançar no mercado estes aparelhos, visto que, no contexto de uma forte concorrência, empresas como a Apple têm de estar, constantemente, a desenvolver e testar novos produtos.

O robô da Apple não seria pioneiro, na medida em que a Amazon já comercializa o Astro (na imagem), uma espécie de ecrã inteligente sobre rodas alimentado pelo assistente virtual Alexa, que chega a custar quase 1.500 dólares (perto de 1.400 euros). Mas a Apple tem fama de aprimorar e inovar quando lança no mercado novos produtos, como aconteceu com os óculos Apple Vision Pro este ano e até com o próprio iPhone em 2007.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Amazon vê receita subir 9% e regressa aos lucros no primeiro trimestre

  • Lusa
  • 28 Abril 2023

A receita trimestral do gigante do comércio eletrónico Amazon aumentou 9% em termos homólogos para 127,4 mil milhões de dólares. Registou lucros no trimestre.

A receita trimestral do gigante do comércio eletrónico Amazon aumentou 9% em termos homólogos para 127,4 mil milhões de dólares, revelou a empresa em comunicado. A tecnológica obteve lucros de 3,2 mil milhões de dólares, contra um prejuízo de 3,8 mil milhões de dólares nos primeiros três meses do ano passado.

“Gosto de como as nossas equipas estão a trabalhar para os clientes, principalmente no meio de uma economia incerta”, afirmou o diretor executivo da Amazon, Andy Jassy, referindo-se aos temores de que a recessão não tenha ainda acabado.

“O nosso negócio de publicidade continua a apresentar um forte crescimento, em grande parte devido aos nossos investimentos contínuos (…) o que, por sua vez, oferece resultados excecionalmente fortes para as marcas”, enfatizou o diretor executivo.

A previsão da empresa para o segundo trimestre indica que as vendas aumentem entre 5% e 10% em relação ao mesmo período do ano passado.

Após o anúncio dos lucros esta quinta-feira dos lucros, as ações da Amazon subiram 7,38% nas negociações após o fecho dos mercados. Ao longo do ano, as ações do grupo subiram 31%, depois de perderem cerca de metade do seu valor em 2022.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Autocarro autónomo da Amazon circulou pela primeira vez numa estrada pública

  • Lusa
  • 14 Fevereiro 2023

A Zoox, subsidiária da Amazon, usou pela primeira vez, num pequeno troço de uma estrada pública na Califórnia, um autocarro que projetou para ser totalmente autónomo, sem volante ou pedal.

A Zoox, subsidiária da Amazon, anunciou que usou pela primeira vez, num pequeno troço de uma estrada pública na Califórnia, um autocarro que projetou para ser totalmente autónomo, sem volante ou pedal.

“Ao anunciar a primeira viagem do nosso autocarro autónomo para funcionários, aproveitamos o progresso que a indústria fez no ano passado e estamos um passo mais perto de comercializar um serviço de táxi autónomo para o público em geral”, afirmou o diretor-geral da Zoox, Aicha Evans, em comunicado de imprensa.

O avanço tecnológico está limitado, com os passageiros do autocarro a serem os funcionários do grupo, transportados gratuitamente, e estando o autocarro autorizado pelas autoridades a circular num percurso de 1,6 quilómetros, entre dois edifícios da sede localizada em Foster City, na Califórnia, Estados Unidos.

Outras empresas, como a Waymo, subsidiária da Alphabet, ou a Cruise, subsidiária da General Motors, já utilizam, em áreas limitadas, carros que se movem sem motorista, embora tenham sempre o assento do motorista, volante e pedal, caso um humano precise assumir o controle.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Amazon prepara-se para cortar 18 mil empregos

  • ECO e Lusa
  • 5 Janeiro 2023

Este plano de corte de empregos é o maior no setor de tecnologia nos Estados Unidos. É também a maior redução de pessoal na história da empresa.

A empresa multinacional de tecnologia norte-americana Amazon prepara-se para demitir 18.000 funcionários, mais do que o estimado anteriormente, adiantou esta quinta-feira a imprensa internacional.

Várias equipas serão afetadas, incluindo o departamento de RH e lojas Amazon, segundo a mensagem enviada pelo CEO Andy Jassy aos trabalhadores, citada pela CNN Business (contéudo em inglês/acesso não condicionado)

Os trabalhadores afetados começarão a ser informados a partir de 18 de janeiro.

Este plano de corte de empregos é o maior no setor de tecnologia nos Estados Unidos — a Meta, a dona do Facebook, anunciou em novembro o corte de mais de 11.000 empregos, o maior da história da empresa; o Twitter também reduziu colaboradores depois da compra por Elon Musk — e também a maior redução de pessoal na história da empresa sediada em Seattle, no estado de Washington.

A Amazon já tinha anunciado em novembro de 2022 o plano de cortar 10 mil postos de trabalho.

No final de setembro do ano passado, a empresa contava com 1,54 milhões de colaboradores em todo o mundo, sem incluir os sazonais recrutados em períodos de maior atividade, nomeadamente nas épocas festivas.

(notícia atualizada corrigindo o número de trabalhadores afetados)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Amazon pode ser responsabilizada por vender contrafação, decide Tribunal de Justiça da UE

  • Mariana Marques Tiago
  • 22 Dezembro 2022

Tribunal da UE não descarta a possibilidade de a Amazon ter responsabilidade pela venda de contrafação por terceiros na sua plataforma. Em causa estão duas denúncias feitas por Louboutin.

O Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) anunciou esta quinta-feira que não descarta a possibilidade de a Amazon ter responsabilidade pela venda de contrafação por terceiros na sua plataforma.

Em causa estão duas denúncias feitas pela marca do designer Christian Louboutin na Bélgica e Luxemburgo contra a Amazon, alegando que a empresa dos Estados Unidos estava a apresentar no site sapatos com as mesmas características que os seus sem consentimento, nomeadamente a sola. A sola vermelha em sapatos de salto alto é o símbolo da empresa, sendo que está registada como marca.

O Tribunal de Justiça da UE afirmou que “o uso de um símbolo idêntico ao de uma marca por um terceiro, implica, pelo menos, que este terceiro faça uso do símbolo no âmbito da sua própria comunicação comercial”.

Porém, continua o órgão, “o simples feito de criar as condições técnicas necessárias para usar um símbolo e ser remunerado por este serviço, não significa que a pessoa que assegura o serviço utilize esse mesmo símbolo, ainda que aja em seu próprio interesse económico”.

Caso a Amazon apresente o símbolo de uma das marcas no produto que vende – como por exemplo um logótipo – pode dar aos compradores a “impressão de que os anúncios dos produtos em questão não são de vendedores terceiros, mas sim do operador do mercado, estando este último a utilizar um símbolo para a sua própria comunicação comercial”.

Advogado do tribunal defende que Amazon atua apenas como intermediário

No entanto, o TJUE alertou os tribunais para a importância de ter em conta que a Amazon usa um “método uniforme” no que toca à forma como apresenta os produtos no seu site, já que mostra, em simultâneo, anúncios próprios e de vendedores externos. Ao mesmo tempo, a Amazon apresenta ainda o próprio logótipo de distribuidor certificado, enquanto disponibiliza serviços adicionais e de terceiros.

Segundo o El País, em junho, o advogado do Tribunal de Justiça da UE, apresentou um relatório preliminar onde descartava qualquer responsabilidade por parte da Amazon.

Maciej Szpunar considera que, “apesar de integrar na sua oferta um conjunto de serviços – desde a publicação de produtos que estão à venda até ao envio de produtos –, este intermediário da internet [a Amazon] não pode ser considerado diretamente responsável pelas infrações” cometidas pelas marcas que trabalham na sua plataforma”. Para o advogado, a Amazon apenas atua como um intermediário.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugueses gastaram menos por compra na Black Friday, mas superaram expetativas

  • Mariana Marques Tiago
  • 2 Dezembro 2022

O valor médio das compras desceu, mas os gastos e a afluência aos centros comerciais superaram as expetativas. Este ano, o destaque vai para a categoria de decoração e artigos de lar.

As previsões estavam feitas: este ano os portugueses tencionavam gastar menos durante o período da Black Friday do que em 2021. Mas, apesar de se confirmar uma descida no valor médio das compras, os gastos e a afluência aos centros comerciais superaram as expetativas. Este ano, os consumidores deram particular atenção à categoria de decoração e artigos de lar.

Durante algumas semanas ou até um mês, várias lojas – físicas e virtuais – aderiram à tradição americana e publicitaram preços baixos, descontos e promoções. Em 2021 já se tinha verificado uma recuperação das vendas durante este período, mas mesmo assim os valores estavam abaixo dos registados em 2019.

Este foi o ano em que tudo se superou, quer em termos de vendas, quer em termos de afluência”, até em relação a 2019, ano pré-pandemia, avança a Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC). As vendas nas lojas físicas dos centros comerciais “cresceram 12% em relação às vendas de 2021”, acrescenta a associação, que se refere especificamente ao período do Black Weekend (fim de semana com início na “verdadeira” sexta-feira negra – 25 de novembro – e terminou esta segunda-feira).

No entanto, o destaque vai para as vendas online, onde os portugueses gastaram mais de um quinto do valor (22%), superando os 18% registados em 2021, revela o relatório da SIBS Analytics.

Faturação com cartão aumentou, mas valor médio das compras diminuiu

Os descontos existiram durante todo o mês, mas foi mesmo no dia 25 e 26 de novembro que se registaram mais faturações, principalmente entre as 17h e as 18h, clarifica o relatório da rede nacional de aceitação de cartões nacionais e estrangeiros Reduniq, uma marca da Unicre.

Segundo os dados, este ano a faturação com cartão aumentou face ao ano anterior (11%). No entanto, o valor médio das compras diminuiu de 42,7 euros (em 2021) para 40,4 euros (em 2022), acrescenta a SIBS.

Mesmo assim o resultado final de vendas ficou “acima das expetativas”, garante a Worten, cuja campanha iniciou no final de outubro e se prolongou até dia 28 de novembro, incluindo, portanto, a Cyber Monday.

Ao ECO a empresa explica que procurou apostar “nas principais necessidades e expetativas dos consumidores”. E funcionou: os produtos mais procurados pelos portugueses foram eletrodomésticos, televisões, telemóveis e tablets.

Decoração e artigos para o lar entre os mais procurados

O destaque de 2022 vai mesmo para os produtos de casa e decoração, desporto, bebé e beleza, que “registaram um aumento muito significativo na procura, mais do dobro em relação ao ano anterior”, acrescenta a Worten.

De acordo com o relatório da SIBS, as categorias mais procuradas pelos portugueses foram moda e acessórios; produtos de beleza, cosméticos e perfumes; material recreativo e desporto; jogos, brinquedos e bens de puericultura e decoração e artigos para o lar (pela primeira vez no top cinco).

Foi nos artigos de moda que os portugueses escolheram gastar a maioria do seu plafond este ano, representando 10,6% da faturação total (investindo, por ordem, em pronto a vestir, artigos de desporto e sapataria). Seguiram-se os eletrodomésticos e tecnologia, e artigos de decoração. Estes três setores representaram 23,7% da faturação total de 2022.

Também a HiPay Portugal, especialista em soluções de pagamento, destaca 2022 como sendo um ano em que se bateram recordes e consolidaram crescimentos. A empresa processou, apenas durante o dia 25 de novembro, mais 32% de pagamentos de clientes portugueses face a 2021. Registou-se, assim, um total de 109.434 transações e consolidou-se “o crescimento dos últimos dois anos”, afirma a HiPay.

De acordo com os dados avançados ao ECO, este ano houve também um aumento de 21% do valor pago nas transações, atingindo um total de 6.363.818 euros (e superando os 5.244.843 euros de 2021).

Vendas na Amazon superaram os 270 mil milhões

À semelhança de Portugal, a nível mundial as vendas online também se destacaram e bateram “um recorde histórico superior a 270 mil milhões de euros”, avança a Salesforce. Isto representa um aumento de 2% face a 2021.

De acordo com a multinacional tecnológica, este ano os principais descontos registaram-se no vestuário (34%), em maquilhagem e skincare (32%) e malas de luxo e de senhora (26%). Só na Amazon, durante um período de cinco dias (entre 24 e 28 de novembro), foi comprado “um número recorde de produtos”.

“Este foi um fim de semana de compras recorde. Os clientes compraram milhões de produtos durante estes dias”, partilhou Doug Herrington, CEO da WW Amazon Stores, em comunicado. Em Portugal, as categorias mais vendidas na Amazon foram café, smarthome, higiene oral e cozinha.

Este ano houve ainda uma maior procura pelo método de compra Buy Now Pay Later (BNPL), o que se justifica pela existência de “preços mais altos e orçamentos mais curtos”, clarifica a Salesforce. De acordo com o relatório, comparativamente a 2021, os consumidores pediram financiamentos para comprar produtos de menor valor.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Facebook e companhia arrasam com 3,1 biliões de euros do mercado

Desde janeiro, a capitalização bolsista global das cinco principais tecnológicas americanas sofreu um emagrecimento gigantesco. Para alguns investidores, esta é uma boa oportunidade para investir.

A Meta, empresa dona do Facebook, é de longe a tecnológica entre as cinco maiores com o pior desempenho este ano, com as suas ações a desvalorizarem 71% desde janeiro.

A destruição de valor em redor dos cinco cavaleiros tecnológicos dos EUA tem sido de uma dimensão gigantesca. Desde o início do ano, Apple, Microsoft, Amazon, Alphabet e Meta fizeram desaparecer do mercado acionista cerca de 3,1 biliões de euros, o equivalente a 14 vezes o PIB de Portugal.

É preciso recuar até ao longínquo ano de 2000, em plena explosão da “bolha das dotcom” para assistir a quedas tão vertiginosas num espaço de tempo tão curto entre as tecnológicas. Nas contas dos investidores, este comportamento tem-se traduzido em perdas substanciais. Sobretudo para os acionistas da Meta, o “cavaleiro” desde grupo mais castigado: desde janeiro, as ações da empresa liderada por Mark Zuckerburg acumulam perdas de 71% e estão a negociar no valor mais baixo desde fevereiro de 2016.

A sangria no setor tecnológico americano não tem deixado ninguém para trás. Mas há umas que sofrem mais do que outras. E o rei desse campeonato é a Meta.

E para isso muito contribui o tombo superior a 20% das ações na passada quinta-feira, já após o fecho do mercado, assim que foram divulgados os resultados trimestrais da empresa e mostraram umas contas desastrosas, com destaque para uma queda homóloga de 52% dos lucros no último trimestre acompanhado de um grande descrédito em relação ao projeto do Metaverso.

Este episódio gerou inclusive um momento televisivo único, com o carismático Jim Cramer a pedir desculpa aos telespetadores do seu programa “Squawk on the Street” por em junho ter recomendado a compra das ações da empresa, afirmando que Zuckerberg era “simplesmente imparável”.

A completar o pódio dos maiores derrotados está a Alphabet, dona da Google, que regista uma queda de 35% desde o início do ano e a Amazon, que afunda 40% desde janeiro. A pressão sobre os títulos de ambas as companhias foi particularmente intensa nos últimos dias após a divulgação dos resultados trimestrais.

A Alphabet, após apresentar lucros 17% abaixo do estimado pelos analistas, viu as suas ações caírem cerca de 8% e nos dias seguintes foram alvo de uma maré de downgrades por parte dos analistas que acompanham a empresa. Já a Amazon, apesar de ter mostrado um crescimento trimestral de 15% das receitas, não só os números ficaram abaixo das previsões dos analistas como as projeções reveladas pela empresa de Jeff Bezos para o último trimestre do ano fizeram soar os alarmes dos investidores que rapidamente colocaram ordens de venda no mercado, levando os títulos da Amazon a ensaiar uma queda livre superior a 20% “fora de horas”, colocando as ações a cotar a níveis de dezembro de 2019.

A sangria no setor tecnológico americano não tem deixado ninguém para trás. Mas há umas que sofrem mais do que outras. E o rei desse campeonato é a Meta. A empresa dona do Facebook tem sido de tal forma penalizada pelos maus resultados apresentados este ano que nos últimos cinco anos quem investiu na Meta está hoje a contabilizar perdas de 45%, o equivalente a 11,2% ao ano. Mais nenhuma outra tecnológica deste grupo registou perdas a cinco anos.

Fonte: Reuters. Evolução da cotação das ações.

Prejuízos do presente serão oportunidades para o futuro?

Apesar do claro mau momento que o setor atravessa, é importante não esquecer que estas empresas foram também das que mais valorizaram na última década: em média, por cada 1.000 euros aplicados em 2012 num portefólio composto pelos cinco cavaleiros tecnológicos de Wall Street, distribuído equitativamente, hoje esse investimento traduzir-se-ia em 7.345 euros.

Muitos investidores colocam na balança este feito e o momento atual e a leitura que fazem é que se trata de uma oportunidade única para investir nestas empresas, fazendo lembrar a célere frase de Warren Buffett “tenham medo quando os outros têm ganância. Sejam gananciosos quando os outros têm medo”, que o Oráculo de Omaha escreveu há precisamente 14 anos no The New York Times, em plena crise financeira de 2008.

O argumento é dado pelos fundamentais destas empresas. A Alphabet, por exemplo, está a transacionar com um preço 18,9 vezes os lucros por ação, cerca de um terço abaixo da média dos últimos cinco anos. O mesmo sucede com a Microsoft, que segundo este rácio (conhecido como price earnings ratio) está a negociar com um desconto de 17% face à média dos últimos cinco anos.

Para alguns investidores, estas estatísticas são sinais de excelentes oportunidades de negócio. É certo que muitos hedge funds e grandes investidores do mercado têm despejado no mercado muitas ações das cinco tecnológicas, empurrando a cotação dos títulos para quedas vertiginosas. Apesar de ainda serem uma minoria, são também cada vez mais os investidores deste grupo que recomeçam a construir posições nestas empresas, como adiantou há dias o FT Wealth.

Muitos revelam que encontram um paralelismo entre o período atual com o início do boom tecnológico da década que começou em 2011. “2022 tem sido doloroso”, diz Jason Ingle, co-fundador e sócio da Closed Loop Capital, uma empresa de capital de risco em fase inicial, que refere também que hoje “há algumas das mesmas coisas que se viram em 2011 e 2012, que se revelaram enormes oportunidades em vários setores, e sem esses ativos estarem sobreavaliados.”

Também recentemente, o Bank of America (BofA), num relatório enviado aos seus clientes, revelou que na semana passada o montante investido no mercado de ações pela indústria de fundos de investimento alcançou os 22,9 mil milhões de euros. Citando os dados da plataforma EPFR, que acompanha estes movimentos, os analistas do BofA concluem que se trata do valor mais elevado desde março deste ano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Depois da Meta é a vez da Amazon cair em queda livre

  • ECO
  • 27 Outubro 2022

Os resultados trimestrais apresentados hoje pela empresa de Jeff Bezos estão a atirar as ações da Amazon para uma desvalorização de 15% "fora de horas", colocando os títulos em valores de 2019.

Os acionistas das empresas tecnológicas estão a ter uma semana para esquecer. Hoje, as ações da Meta, dona do Facebook, registaram uma desvalorização de 24% para o valor mais baixo desde 2016.

A pressionar os títulos da empresa de Mark Zuckerberg estiveram os resultados referentes ao último trimestre do ano, que foram apresentados ontem depois do fecho do mercado, e que ficaram muito abaixo do esperado pelos analistas.

A Meta informou o mercado que no último trimestre registou receitas de 27,7 mil milhões de dólares, 4% abaixo do contabilizado em termos homólogos no ano passado, e uma queda dos lucros de 52%.

Hoje, ao final do dia, já depois de Wall Street encerrar, foi a vez da Amazon desiludir os investidores. Apesar de registar um crescimento trimestral de 15% das receitas, os números da empresa de Jeff Bezos ficaram abaixo das projeções dos analistas e as ações estão a cair mais de 15% “fora de horas” para valores de dezembro de 2019.

O “terceiro cavaleiro tecnológico americano” a apresentar as contas esta semana foi a Apple, que o fez há poucos minutos após Wall Street encerrar. Mas ao contrário da Meta e da Amazon, a empresa de Cupertino conseguiu apresentar resultados acima do esperado pelos analistas, registando um lucro por ação de 1,29 dólares face a 1,27 dólares antecipado pelos analistas, e receitas acima dos 90 mil milhões de dólares (contra os 88,6 mil milhões de dólares estimados pelos analistas), 8% acima dos valores registados no trimestre anterior.

À CNBC, Tim Cook, CEO da Apple, referiu que se não fosse o dólar ter estado tão forte no último trimestre, a empresa teria apresentado um crescimento das receitas na casa dos dois dígitos. As vendas durante o ano fiscal de 2022 da Apple fecharam nos 394 mil milhões de dólares.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Amazon sobe em 25% preço da assinatura em Portugal por causa da inflação

Assinatura da Amazon vai ficar mais cara em Portugal, pouco mais de um ano depois de o serviço chegar ao país. Mensalidade sobe um euro e anuidade aproxima-se dos 50 euros a partir de 15 de setembro.

A Amazon vai subir os preços do serviço Prime em Portugal, uma assinatura que dá acesso a ofertas exclusivas, a envios rápidos e mais acessíveis e à plataforma de streaming da empresa, o Prime Video. O aumento está relacionado com a subida da inflação e dos custos no mercado português.

“Como consequência do aumento da inflação e dos custos específicos do serviço Prime em Portugal, que continuam a aumentar, vamos atualizar o preço do Prime em um euro por mês, de 3,99 para 4,99 euros, e a subscrição anual de 36 para 49,90 euros”, disse ao ECO fonte oficial da Amazon. A mensalidade sofrerá assim um agravamento de 25%.

O Amazon Prime chegou formalmente a Portugal em maio de 2021, apesar de alguns clientes no país já assinarem o serviço através da Amazon Espanha. O lançamento coincidiu com um período em que a tecnológica norte-americana pôs em marcha uma estratégia específica para o mercado português, com a tradução para português europeu da loja espanhola e a criação de uma área especial para marcas nacionais.

Vamos atualizar o preço do Prime em um euro por mês, de 3,99 para 4,99 euros, e a subscrição anual de 36 para 49,90 euros.

Fonte oficial da Amazon

Cerca de 15 meses depois, a conjuntura económica é diferente, por causa dos efeitos da invasão da Rússia à Ucrânia. No mês passado, a taxa de inflação em Portugal acelerou para 8,7%, a mais elevada desde 1992, à boleia da subida dos preços da energia e dos alimentos. Uma subida que é transversal à generalidade dos países ocidentais.

Assim, com base neste cenário, a Amazon vai subir os preços do Prime “a partir de 15 de setembro de 2022”. Os clientes vão sentir o efeito da subida “a partir da data de renovação mensal ou anual” — ou seja, um cliente cuja assinatura renove no dia 14 de cada mês só deverá sentir o aumento em 14 de outubro, por exemplo.

“Os clientes podem consultar os detalhes da sua próxima data de renovação, mudar para um plano anual (com uma poupança mínima de nove euros ao ano em relação ao pagamento mensal) ou cancelar a sua adesão” na página do Amazon Prime, indica a empresa.

Assinatura do Amazon Prime em Portugal fica mais cara em setembroPixabay

Esta subida de preços por parte da Amazon não será exclusiva do mercado português. Questionada pelo ECO, fonte oficial da empresa diz que “esta mudança de preços aplica-se ao Reino Unido, França, Itália, Espanha e Alemanha e às extensões locais, incluindo Portugal, Irlanda, Bélgica e Áustria”. “Não temos mais nenhum país a anunciar neste momento”, conclui.

O ECO perguntou também quantos clientes portugueses é que a empresa já tem no serviço Prime em Portugal. No entanto, fonte oficial disse não divulgar “dados relativos a subscritores” a “nível local”.

O serviço Prime permite envios rápidos e gratuitos através de uma mensalidade ou anuidade, sendo adequado para clientes que façam habitualmente compras na loja online da companhia. Permite ainda o acesso a uma plataforma de streaming de filmes e séries, o Prime Video, que é um dos principais concorrentes da Netflix.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Num só dia, Zuckerberg perdeu 29 mil milhões e Bezos ganhou 20 mil milhões

Fortuna do fundador do Facebook encolheu em 29 mil milhões de dólares, enquanto a do fundador da Amazon cresceu cerca de 20 mil milhões. Ações das tecnológicas enfrentam período de volatilidade.

A volatilidade nos mercados de capitais está a provocar alterações nas grandes fortunas, principalmente no setor tecnológico, que tem sido o mais castigado pelo novo ciclo de subidas das taxas de juro. Quinta-feira foi um desses dias extremos.

Num só dia, Mark Zuckerberg, fundador e líder do Facebook, chegou ao fim da sessão bolsista com menos 29 mil milhões de dólares, enquanto Jeff Bezos, fundador da Amazon, viu a sua fortuna crescer 20 mil milhões. As contas foram feitas pela Reuters.

A explicação para estes desvios está no facto de ambas as empresas terem apresentado resultados na quinta-feira. O Facebook viu os lucros do último trimestre crescerem para 10,3 mil milhões de dólares, um montante que é, contudo, inferior aos 10,9 mil milhões apontados pelos analistas. Em resultado, os títulos da Meta afundaram 26%, um corte de 200 mil milhões de dólares no valor de mercado da holding.

No caso da Amazon, a empresa viu os lucros atingirem 33,4 mil milhões de dólares no ano completo de 2021, um crescimento acima de 56%, suportado no comércio eletrónico e no negócio da cloud. Em resultado, os títulos do grupo dispararam 15% nas negociações após o fecho de Wall Street.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.