Juíza admite Alzheimer de Salgado mas diz que não é razão para suspender, arquivar ou extinguir julgamento

A juíza responsável pelo julgamento de Ricardo Salgado, a menos de 24 horas do início do julgamento, enviou um despacho às partes com 116 páginas.

A juíza responsável pelo julgamento de Ricardo Salgado, a menos de 24 horas do início do julgamento, enviou um despacho às partes, assumindo que a extinção, arquivamento ou suspensão do julgamento não tem qualquer fundamento legal, apesar de admitir a doença de Alzheimer do arguido.

Helena Susano, num despacho de 116 páginas, a que o ECO teve acesso, defende que a tese da defesa decorrente do diagnóstico de Alzheimer, de que o ex-homem forte do BES está impedido de exercer, de forma pessoal e plena, a sua defesa, “ainda que se considerasse, em face da prova documental apresentada, demonstrado que o arguido padece da Doença de Alzheimer, em condições suscetíveis de configurar uma anomalia psíquica, a pretensão manifestada pelo arguido não possui qualquer respaldo, como se verá, quer na lei, quer em qualquer outra fonte de Direito”, justifica a juíza que ordenou, na semana passada, que Salgado estivesse presente na primeira sessão de julgamento.

“O Código Penal elenca, de modo taxativo, as causas de extinção da responsabilidade criminal – a prescrição, a morte, a amnistia, o perdão genérico e o indulto –, nelas não se divisando qualquer fundamento de extinção assente numa putativa diminuição das capacidades de exercício da defesa pelo arguido. O arquivamento, por seu turno, corresponde a um despacho que encerra a fase de inquérito e cuja competência se encontra reservada ao Ministério Público e também a suspensão não se encontra prevista nos para este fundamento em que o arguido alicerça a sua pretensão”, diz a magistrada.

Esta terça-feira começa o julgamento do processo principal do BES, envolvendo 18 arguidos, 733 testemunhas, 135 assistentes e mais de 300 crimes. Este megaprocesso, que já vai nos 215 volumes após uma acusação com mais de quatro mil páginas, começa a ser julgado mais de uma década após o colapso do Grupo Espírito Santo (GES), em agosto de 2014.

No que toca ao argumento dos advogados de defesa de que o arguido – pelo estado em que se encontra – não tem direito a uma defesa capaz, Helena Susano defende que o arguido teve, efetivamente, ocasião de satisfazer, em larga medida, esta que é uma das refrações essenciais do direito a um processo equitativo: a saber, a possibilidade de explicar aos seus advogados a sua versão dos acontecimentos e dar-lhes conhecimento dos factos que devam ser avançados
para a sua defesa.

O caso tem como principal arguido o ex-presidente do BES Ricardo Salgado, que foi acusado de 65 crimes, entre os quais associação criminosa, corrupção ativa, falsificação de documento, burla qualificada e branqueamento.

O ex-banqueiro, que estava inicialmente acusado de um total de 65 crimes, vai agora ser julgado por 62 ilícitos criminais, após terem prescrito dois crimes de falsificação de documento e um de infidelidade. O levantamento dos crimes em risco de prescrição recentemente realizado pelo MP indica ainda que Ricardo Salgado pode ver cair, em finais de novembro próximo, mais um crime de falsificação e outros dois crimes no final de dezembro.

Em janeiro de 2025 prescrevem mais três crimes de falsificação de documento, no final de fevereiro cai um de infidelidade e até 28 de março tombam outros três de infidelidade.

Volvida mais de uma década sobre a derrocada do BES/GES e o início da investigação, há mais crimes em risco de prescrever até ao final do primeiro trimestre de 2025, nomeadamente dos arguidos Francisco Machado da Cruz, Amílcar Morais Pires, Pedro Góis Pinto, Pedro Almeida e Costa, Cláudia Boal Faria, Etienne Cadosch, Michel Creton, João Alexandre Silva e Nuno Escudeiro.

Apontado como um dos maiores processos judiciais da história da justiça portuguesa, este caso, investigado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do MP, juntou no processo principal 242 inquéritos, (que foram sendo apensados) e reuniu queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro.

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Proteção Civil avisa para situações de chuva e vento fortes a partir de terça-feira

  • Lusa
  • 14 Outubro 2024

A Proteção Civil alerta para uma situação na terça-feira de precipitação e vento forte, acompanhada de trovoada, a partir da tarde nas regiões centro e sul do país.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) emitiu esta segunda-feira um aviso e recomendações à população devido a previsões de chuva e vento forte para terça e quarta-feira em várias regiões do país. O aviso da ANEPC, baseado em previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), alerta para uma situação na terça-feira de precipitação e vento forte, acompanhada de trovoada, a partir da tarde nas regiões centro e sul, progredindo para norte a partir da noite do mesmo dia.

Segundo as previsões, o vento forte irá predominar “do quadrante sul no litoral a sul do Cabo Carvoeiro [zona de Peniche] e nas terras altas, com rajadas até 70 Km/h no centro e sul, sobretudo a partir da tarde, com condições favoráveis à ocorrência de fenómenos extremos de vento”.

Para quarta-feira estão previstos períodos de chuva, por vezes forte, nas regiões norte e centro durante a madrugada, “passando gradualmente a regime de aguaceiros de norte para sul a partir do início da manhã e que poderão ser localmente intensos, de granizo e acompanhados de trovoadas, em especial nas regiões norte e centro”. O vento deverá ser predominante do quadrante oeste e mais intenso nas terras altas (com cerca de 40 Km/h).

Face a estas previsões, a ANEPC avisa que “os episódios típicos das estações de transição, com a ocorrência das primeiras chuvas, são propícios à ocorrência de inundações em zonas urbanas, causadas por acumulação de águas pluviais por obstrução dos sistemas de escoamento”.

Poderá ainda existir a ocorrência de “cheias, potenciadas pelo transbordo do leito de alguns cursos de água, rios e ribeiras”, bem como “originar instabilidade de vertentes, conduzindo a movimentos de massa (deslizamentos, derrocadas e outros) motivados pela infiltração da água, fenómeno que pode ser potenciado pela remoção do coberto vegetal na sequência dos recentes incêndios rurais, ou por artificialização do solo”.

Esta situação meteorológica poderá ainda provocar, segundo a Proteção Civil, à contaminação de fontes de água potável por inertes resultantes de incêndios rurais nos últimos meses, assim como ao arrastamento para as vias rodoviárias de objetos soltos, ou ao desprendimento de estruturas móveis ou deficientemente fixadas, devido ao vento forte, que podem causar acidentes com veículos em circulação ou transeuntes na via pública.

Nesse sentido, a ANEPC sublinha que “o eventual impacto destes efeitos pode ser minimizado”, sobretudo através da adoção de comportamentos adequados, em particular nas zonas historicamente mais vulneráveis e nas áreas afetadas pelos incêndios rurais. A Proteção Civil avisa a população para garantir a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais e retirada de materiais que possam ser arrastados ou criem obstáculos ao livre escoamento das águas e uma adequada fixação de estruturas soltas (andaimes, placards e outras estruturas suspensas), prevenindo o seu desprendimento e queda na via pública.

O alerta dedica também “especial cuidado na circulação e permanência junto de áreas arborizadas, estando atento para a possibilidade de queda de ramos e árvores, devido ao vento mais forte” e à adoção de “uma condução defensiva, reduzindo a velocidade e tendo especial cuidado com a possível formação de lençóis de água nas vias”.

Não atravessar zonas inundadas, de modo a precaver o arrastamento de pessoas ou viaturas para buracos no pavimento ou caixas de esgoto abertas e um especial cuidado na circulação junto das zonas ribeirinhas historicamente mais vulneráveis a galgamentos, evitando, se possível, a circulação e permanência nestes locais, são outros dos alertas para os próximos dois dias.

O aviso estende-se também à prática de atividades relacionadas como o mar, nomeadamente pesca desportiva, desportos náuticos e passeios à beira-mar, evitando ainda o estacionamento de veículos muito próximos das zonas ribeirinhas.

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Matosinhos dá 7.500 euros e acesso à UPTEC a startups de economia azul

  • ECO
  • 14 Outubro 2024

Matosinhos vai atribuir prémio monetário e acesso a um ano de mentoria a startups que contribuam para a economia azul. As candidaturas estão abertas até dia 11 de novembro.

A Câmara Municipal de Matosinhos vai atribuir 7.500 euros em prémios monetários e acesso a incubação gratuita no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC) durante um ano, para negócios com impacto na economia azul. A iniciativa está inserida na quarta edição do programa BluAct que conta com a parceria da UPTEC. As candidaturas estão abertas até dia 11 de novembro no site do município.

Esta iniciativa pretende apoiar startups com ideias de negócios inovadoras que contribuam para o crescimento da economia azul, em áreas como a pesca, conservação e transformação de pescado, aquacultura, portos, indústrias navais, energias marinhas e turismo náutico, entre outras. As empresas vão ter uma mentoria para apoio ao desenvolvimento do modelo de negócio e preparação para a apresentação dos projetos empresariais no evento final.

O vencedor do programa BluAct vai receber 5 mil euros e a participação gratuita na próxima edição da Escola de Startups da UPTEC. Os três primeiros classificados vão ter acesso a incubação gratuita na UPTEC Mar durante um ano, com um valor que, de acordo com a UPTEC, ronda os 2.700 euros. Por outro lado, o projeto com o maior impacto na indústria conserveira receberá 2.500 euros da Conservas Portugal Norte.

Os workshops do evento vão decorrer nos dias 21 e 22 de novembro na UPTEC Mar, em Leça da Palmeira. O evento final de apresentação dos projetos acontece dia 26 de novembro, às 11h30, nas Instalações da antiga Fábrica Vasco da Gama.

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Mota-Engil financia-se em 80 milhões de euros junto de quase 5 mil investidores

A procura pelos títulos de dívida verdes da construtora superou em 8% a oferta da operação, atraindo mais de 3 mil investidores na oferta de subscrição e quase 2 mil investidores na oferta de troca.

A Mota-Engil concluiu com sucesso o empréstimo obrigacionista “sustentável” a cinco anos, captando um total de 80 milhões de euros, o montante máximo previsto após a revisão em alta do valor inicial, junto de 4.966 investidores.

Segundo dados divulgados pela Euronext Lisboa, a procura total pelas obrigações atingiu 86,36 milhões de euros, superando em 8% a oferta disponível. Este interesse dos investidores levou a construtora liderada por Carlos Mota a aumentar o montante da operação dos 50 milhões inicialmente previstos para 80 milhões de euros.

“Concretizou todos os objetivos que nos tínhamos proposto”, destaca Carlos Mota Santos, CEO da Mota-Engil na apresentação dos resultados da operação na Euronext Lisboa.

Na oferta de subscrição, foram colocados 53,14 milhões de euros, enquanto a oferta de troca captou 26,86 milhões de euros. As novas obrigações, com maturidade em 16 de outubro de 2029, oferecem uma taxa de juro fixa de 5% ao ano.

A operação atraiu um total de 3.033 investidores na oferta de subscrição e 1.933 na oferta de troca. A maioria dos subscritores optou por montantes entre 2.750 e 10 mil euros.

Esta emissão de obrigações verdes alinha-se com a estratégia de sustentabilidade da Mota-Engil, que se comprometeu a melhorar um indicador-chave de desempenho (KPI) relacionado com a sustentabilidade até 31 de dezembro de 2028, que passa por aumentar a proporção de talento local em posições de gestão para 76,8% nos próximos quatro anos.

No prospeto da operação, a empresa revela que o financiamento obtido neste empréstimo obrigacionista servirá para “dar continuidade à sua expansão internacional, bem como prosseguir a estratégia de alongamento de maturidade da sua dívida”.

A operação ocorre num momento em que a Mota-Engil reportou um aumento de 65% no lucro líquido para 49 milhões de euros no primeiro semestre de 2024, impulsionado por um volume de negócios recorde de 2.732 milhões de euros.

A construtora portuguesa continua a expandir a sua presença internacional, com uma carteira de encomendas que atingiu um novo máximo de 13,72 mil milhões de euros em junho. Desde então, a empresa assinou novos contratos no valor de 1,3 mil milhões de euros.

Apesar destes resultados positivos, a Mota-Engil tem enfrentado desafios no mercado de capitais, com as suas ações a perderem cerca de metade do valor desde o pico atingido no início de 2024. Analistas atribuem esta queda a preocupações com o abrandamento económico global e à pressão de vendas a descoberto por parte do fundo de investimento norte-americano Muddy Waters Capital Domino Master Fund.

O CEO da Mota-Engil revela que a construtora nunca foi contactada pelo fundo e que não está satisfeito com a atual capitalização bolsista de 776 milhões de euros a que a construtora está a negociar na Euronext Lisboa, voltando a frisar a ideia de que “a empresa vale muito mais que 1.000 milhões de euros.”

Não querendo abordar questões relacionadas com a possibilidade de o Orçamento de Estado para 2025 ser chumbado e o país caminhar para um ambiente de eleições antecipadas, Carlos Mota Santos refere apenas que “uma crise política é problemática para a economia e não é isso que precisamos”, sublinhando que “não precisamos de um novo cenário de eleições.”

“Os ciclos políticos serem interrompidos é indesejável para a estabilidade que todas as empresas precisam”, concluiu o líder da Mota-Engil.

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Espanhóis renovam 48 apartamentos em Albufeira com preços a partir dos 330 mil euros

As propriedades variam entre estúdios e apartamentos com quatro quartos, totalmente mobilados e equipados. Imóveis, na Herdade dos Salgados, têm preço a partir de 330 mil euros e 40% estão reservados.

O promotor imobiliário espanhol Kronos Homes anunciou esta segunda-feira que deu uma nova vida a um edifício na Herdade dos Salgados, localizado no Algarve. Intitulado de “Flamingos”, o empreendimento de quatro estrelas conta com 58 apartamentos turísticos com preços a partir de 330 mil euros.

Com entrega prevista para a primavera do próximo ano, todos os imóveis serão vendidos totalmente mobilados e equipados. O grupo espanhol contabiliza que “40% dos apartamentos já estão reservados antes do lançamento oficial no mercado”, que está previsto acontecer ainda este mês.

“Os compradores portugueses conhecem bem os Salgados e os clientes internacionais adoraram a localização junto ao campo de golfe e próximo da praia. Com a qualidade da remodelação que estamos a fazer, aliada à localização extremamente atrativa, prevemos que os restantes apartamentos não fiquem no mercado por muito tempo“, afirma Alda Filipe, diretora regional da Kronos Homes, citada em comunicado.

Localizados a uma curta distância a pé da Praia dos Salgados e do Campo de golfe dos Salgados, o empreendimento turístico Flamingos – Herdade dos Salgados possui agora uma nova piscina, jardins comuns, área de estar, receção, segurança e serviços de manutenção. Todas as casas têm também uma varanda privada e estacionamento subterrâneo. Os apartamentos do quarto andar do Flamingos – Herdade dos Salgados têm vistas para o mar, bem como para os fairways do campo de golfe dos Salgados.

O grupo de promoção imobiliária Kronos Real Estate Group está presente em Portugal desde 2017 e concentra a atividade no Algarve e em Lisboa. O Monte Santo Resort, localizado no Carvoeiro, será o próximo projeto do grupo de origem espanhola.

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Grupo Nors acaba com 17 marcas e reorganiza negócio em cinco áreas

Antiga Auto Sueco substitui as 17 marcas das empresas que detém em sete países. Operações são reorganizadas em cinco segmentos: Trucks and Buses, Construction Equipment, Agro, Aftermarket e Ventures.

Com negócios que vão dos equipamentos de construção aos veículos pesados (camiões ou autocarros), passando pelas máquinas agrícolas e industriais até ao comércio de automóveis, o grupo Nors decidiu substituir as 17 marcas de todas as empresas que tem espalhadas por sete países em três continentes.

Adotada em 2013 na “dimensão institucional”, a marca Nors assume agora uma vertente comercial e substituirá as marcas Auto Sueco Portugal, Galius, Civiparts, AS Parts, Onedrive, Nors Centro Oeste, Agrofito, Agronew, Auto Maquinaria, Auto Sueco São Paulo, Kinlai, Auto Sueco Angola, Auto Sueco Botswana, Auto Sueco Moçambique, Auto Sueco Namíbia, GreatWest, StrongCo.

Por outro lado, a histórica multinacional sediada no Porto, que no ano passado faturou 1.500 milhões de euros em termos consolidados e viu os lucros baixaram quase 5%, para 110 milhões de euros, ficará agora organizada em cinco segmentos de negócio: Trucks and Buses, Construction Equipment, Agro, Aftermarket e Ventures.

“A marca Nors personifica o que temos sido há mais de 90 anos e a nossa ainda maior ambição de ser reconhecidos pelo serviço e equipas de qualidade excecional, potenciando o crescimento futuro em todas as geografias em que estamos presentes. Esta marca será mais forte, mais próxima e sustentável, preparada para o futuro e para as transformações globais que a Nors já está a acompanhar”, explica em comunicado o CEO, Tomás Jervell.

Tomás Jervell, CEO do grupo Nors, em entrevista ao ECO - 22SET23
Tomás Jervell, CEO do grupo NorsRicardo Castelo/ECO

Esta nova estratégia e arquitetura de marca foram apresentadas num evento organizado no Porto e transmitido para os cerca de 3.000 colaboradores do grupo fundado há 91 anos e detido pelas famílias Jervell (maioritária) e Jensen. Vai ser agora implementada nas diferentes geografias em que opera. Em 2023, as vendas foram distribuídas por Portugal (21,2%), Brasil (20,2%), EUA (15,3%), Canadá (12,4%), Turquia (9%), Europa Central (8,4%), Espanha (4,9%), Angola (4,2%), México (2,4%) e Botswana, Moçambique e Namíbia (2%).

Em comunicado, o grupo informa que a arquitetura da marca e o desenvolvimento da identidade ficou a cargo da agência Born Portugal, enquanto a estratégia de lançamento e de comunicação da marca, assim como a sua implementação, foi feita em parceria com a Havas, “sendo alvo de campanha online e offline ao longo das próximas semanas”.

Equipamentos de construção valem 64% do negócio

Fundada em 1933 pelo avô de Tomás Jervell, que em 2009 trocou o cargo de administrador financeiro pela liderança máxima do grupo, em substituição do pai, a antiga AutoSueco está atualmente presente em 17 países: Portugal, Espanha, Áustria, República Checa, Eslováquia, Roménia, Hungria, Croácia, Brasil, Turquia, Angola, Moçambique, Botswana, Namíbia, México, EUA e Canadá.

Em termos de categorias, o negócio que mais pesa no total (63,7%) é o dos equipamentos de construção, que inclui desde retroescavadoras e pás carregadoras a camiões articulados para as minas, em que começou a operar em 1970 em Portugal. Opera diretamente neste segmento no Canadá, Brasil e Angola; e está presente indiretamente noutros 14 países da Europa e da América através da participada Ascendum, uma das maiores fornecedoras mundiais de equipamentos para construção e infraestruturas da Volvo.

Segue-se o negócio dos camiões, que estava englobado na Nors Mobility (33,6%), a Nors Aftermarket (2,2%) e a Nors Ventures (0,5%), dedicada a explorar novos negócios em áreas não core. Detém uma participação de 66% na corretora Amplitude Seguros e a totalidade de uma operação industrial ligada aos contentores do lixo enterrados (Sotkon).

Em julho, um incêndio de grandes dimensões deflagrou no complexo da Auto Sueco na zona industrial do Porto, que foi classificado pelo grupo como o “pior incidente” em mais de 90 anos de história e que destruiu parte das instalações das empresas Auto Sueco Portugal, Aftermarket Portugal e Amplitude Seguros.

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Penafiel concessiona a privados estação de transportes que abrirá em 2025

  • Lusa
  • 14 Outubro 2024

A Câmara de Penafiel concessionou a uma empresa privada de autocarros a gestão da nova central de transportes situada junto à estação ferroviária de Novelas, que deverá abrir em 2025.

A Câmara de Penafiel concessionou a uma empresa privada de autocarros a gestão da nova central de transportes situada junto à estação ferroviária de Novelas, que deverá abrir em 2025, informou esta segunda-feira aquele município do distrito do Porto. Segundo a autarquia, a concessão alarga-se à gestão da estação de mobilidade localizada no centro da cidade, junto ao Jardim do Calvário.

Destaca a autarquia, em comunicado, que a entrada em funcionamento do novo equipamento “vai melhorar a eficiência da oferta de transportes públicos de passageiros e a intermodalidade no concelho, tornando-se no principal polo de transportes públicos da região”. Aquela estação, já concluída, vai garantir uma ligação rápida ao centro da cidade a partir de um novo acesso, também já concluído mas que ainda não abriu porque falta executar uma rotunda junto ao acesso à Autoestrada 4 (A4).

A autarquia já conta com o visto do Tribunal de Contas para iniciar a construção da rotunda, o que deverá ocorrer nas próximas semanas, foi também revelado esta segunda-feira. Complementarmente, na mesma empreitada, orçada em um milhão de euros, será executada nas imediações uma segunda rotunda, no acesso à zona industrial n.º 2.

Acresce que para a zona onde se encontram a estação ferroviária e a estação de transportes está prevista a construção do novo centro de saúde da cidade, perspetivando uma nova área de expansão da cidade. A autarquia espera que a abertura do novo acesso, a partir da estação, e a entrada em funcionamento das duas rotundas melhore o acesso à cidade, atualmente muito congestionado, a partir da variante à Estrada Nacional 106 (Penafiel-Lousada) e da A4.

“Hoje é um dia histórico. Tudo isto resulta de uma estratégica que delineamos nos últimos anos com o objetivo de criar melhores condições de mobilidade para os nossos concidadãos”, considerou o presidente da câmara, Antonino Sousa.

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Morreu Washington Olivetto, nome maior da publicidade brasileira

Washington Olivetto venceu mais de 50 prémios no Cannes Lions. Ícone da publicidade brasileira, alguns dos seus trabalhos marcaram tanto a sociedade brasileira como a indústria da publicidade.

Washington Olivetto morreu este domingo, aos 73 anos, vítima de complicações pulmonares. Referência e ícone da publicidade brasileira, foi responsável por campanhas icónicas que marcaram a população e sociedade brasileiras. “Bombril”, “Primeiro Sutiã”, ou “Cachorrinho Cofap” são algumas das suas criações mais reconhecidas.

Começou a trabalhar na área da publicidade com apenas 18 anos, em 1969, enquanto estagiário. Três meses depois produziu a sua primeira campanha para a empresa Deca, que conquistou um Leão de Bronze no Cannes Lions, o mais importante festival de criatividade do mundo.

Ao longo da sua carreira, acabou por vencer mais de 50 Leões no Cannes Lions. Entrou no Hall da Fama do FIAP (Festival Ibero-Americano de Publicidade) em 2009 e foi homenageado com o Clio Lifetime Achievement Award em 2014. Um ano depois foi escolhido como o primeiro não anglo-saxónico a entrar para o Creative Hall of Fame do The One Club.

Fundou a agência W/Brasil com outros dois sócios em 1986, uma das agências mais premiadas do mundo (com quase mil prémios) e que contou com filiais em Portugal (W/Portugal), Espanha (Alta Definición & Washington Olivetto) e nos Estados Unidos (W/USA). Em 2010, a W/Brasil fundiu-se com a agência norte-americana McCann Erickson, passando a W/McCann e ficando Washington Olivetto como presidente do conselho de administração da empresa. Olivetto foi também vice-presidente do Corinthians, clube de futebol brasileiro.

Um dos seus trabalhos mais icónicos, onde transformou o cão da raça dachshund num símbolo dos amortecedores Cofap numa campanha lançada em 1989, teve tanto impacto que ainda hoje muitas pessoas no Brasil se referem aos cães da raça dachshund como “cachorro Cofap”. A campanha da Bombril, protagonizada pelo ator Carlos Moreno e que ficou 26 anos no ar, ou “O Primeiro Sutiã“, para a Valisère, foram outros dos seus trabalhos que marcaram tanto a sociedade brasileira como a indústria da publicidade.

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Duas obras de Paula Rego em destaque em Downing Street

  • Lusa
  • 14 Outubro 2024

As duas obras de Paula Rego fazem parte de uma série de estudos para o mural de 10 metros de largura "O Jardim de Crivelli", encomendado para uma parede do restaurante da ala moderna da instituição.

Duas obras da pintora portuguesa Paula Rego foram recentemente penduradas numa das salas da residência oficial do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, em Downing Street, Londres, usada para receber líderes internacionais. As duas telas estiveram em pano de fundo nas fotografias dos encontros de Starmer com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, na quinta-feira, em Londres.

Propriedade da Coleção de Arte do Governo britânico, as telas “Study for Crivelli’s Garden” e “Study for Crivelli’s Garden (The Visitation)” foram produzidas entre 1990 e 1991, durante uma residência artística de Paula Rego no museu National Gallery. Ambas fazem parte de uma série de estudos para o mural de 10 metros de largura “O Jardim de Crivelli”, encomendado para uma parede do restaurante da ala moderna da instituição.

O mural foi inspirado pelo retábulo “La Madonna della Rondine”, elaborado no século XV por Carlo Crivelli. Segundo o jornal britânico Daily Telegraph, as duas obras substituíram retratos da rainha Isabel I (1533-1603) e do explorador Sir Walter Raleigh (1552-1618). “A mudança de obras de arte foi planeada há muito tempo, desde antes das eleições, e foi programada para assinalar os 125 anos da Coleção de Arte do Governo”, indicou um porta-voz do primeiro-ministro.

A Coleção de Arte do Governo britânico tem mais de 15 mil obras de arte desde o século XVI até à atualidade, sendo usada para “promover a arte, história e cultura britânica por todo o mundo”. Três outras gravuras de Paula Rego fazem parte da coleção: “Young Predators” encontra-se na residência e escritório da Ministra das Finanças, Rachel Reeves; “Crow [Corvus Corone]”, nas instalações da Autoridade Tributária HMRC; e “The Guardian”, no Consulado-Geral do Reino Unido em Chicago, nos Estados Unidos.

Recentemente, Keir Starmer foi criticado por remover retratos dos antigos primeiros-ministros William Ewart Gladstone (1809-1898) e Margaret Thatcher (1925-2013) do seu escritório. “Uso o escritório para ler em silêncio durante a maior parte das tardes (…). Não tem nada a ver com Margaret Thatcher. Não gosto de imagens e fotografias de pessoas a olhar para mim. Sempre senti isso na minha vida”, explicou, em declarações à BBC.

Nascida em Lisboa, Paula Rego (1935-2022) começou a desenhar ainda em criança e, com 17 anos, a conselho do pai, foi estudar para a Slade School of Fine Arts, em Londres, cidade onde viria a fixar residência e a conhecer o futuro marido, o artista inglês Victor Willing. Em 2010, a artista, que também tinha nacionalidade britânica, foi ordenada Dama Oficial da Ordem do Império Britânico pela Rainha Isabel II.

Paula Rego distinguiu-se pela singularidade da obra, inspirada na literatura e nas experiências pessoais, e marcada, ao longo das décadas, pela defesa dos direitos das mulheres, nomeadamente na série dedicada ao aborto e em outras sobre opressão e repressão feminina.

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Fim da publicidade na RTP ameaça profissionais do audiovisual, diz Associação de Imagem Portuguesa

  • Lusa
  • 14 Outubro 2024

A AIP entende que o fim da publicidade na RTP pode trazer "implicações profundas para a cultura e identidade portuguesa" e possíveis cortes de pessoal incluindo em produtoras independentes.

A Associação de Imagem Portuguesa (AIP) defendeu que o fim da publicidade na RTP pode afetar gravemente o serviço público, reduzir a produção de conteúdos nacionais e ameaçar o sustento dos profissionais do audiovisual.

A eliminação da publicidade na RTP pode afetar gravemente a sua função como serviço público, reduzir a produção de conteúdos nacionais e ameaçar o sustento de muitos profissionais ligados ao audiovisual“, apontou, em comunicado, a AIP.

O fim da publicidade na RTP, que será um processo gradual, é uma das 30 medidas do Plano de Ação para a Comunicação Social que foi apresentado, na semana passada, pelo ministro da tutela, Pedro Duarte, e uma das quatro relativas à empresa. A medida vai ter um impacto na redução de receita anual nos próximos três anos de aproximadamente 6,6 milhões de euros.

Para a associação, o fim da publicidade na estação pública pode trazer “implicações profundas para a cultura e identidade portuguesa“, bem como para a sustentabilidade do setor.

No que diz respeito ao impacto no serviço público, a AIP destacou que esta decisão vai ter como consequência uma redução dos recursos financeiros, o que, consequentemente, vai diminuir a capacidade de a emissora financiar a produção de conteúdos diversificados, podendo levar a cortes na oferta de programas.

“A RTP é uma emissora pública que serve toda a população, independentemente da sua localização ou condição socioeconómica. A redução de recursos pode afetar a capacidade de oferecer cobertura nacional e de manter serviços essenciais, como a RTP Açores e a RTP Madeira, que são cruciais para as regiões autónomas“, referiu.

Por outro lado, a associação disse que o investimento em produções nacionais também será reduzido e que vão existir menos oportunidades para novos talentos, como realizadores e argumentistas.

A direção da AIP alertou ainda para possíveis cortes de pessoal, que podem abranger os trabalhadores diretos, freelancers e profissionais que trabalham em produções associadas à emissora, e para o “efeito dominó” da redução da capacidade de financiamento de produções, que leva à perda de postos de trabalho em produtoras independentes, onde se incluem técnicos de cinema, atores, diretores de fotografia, entre outros.

“A RTP é também uma plataforma de formação para profissionais do setor audiovisual. A redução de investimento pode limitar oportunidades de formação e desenvolvimento contínuo, afetando a qualificação e a evolução de mão-de-obra no setor”, acrescentou.

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Dona da Visão quer pagar dívidas de 17 milhões ao Estado em 12 anos

Trust in News já submeteu o plano de recuperação no tribunal. Não prevê perdão na dívida de 32 milhões, mas quer tempo para pagar aos credores. Perspetiva saída de quadros e lucros a partir de 2025.

A Trust in News, proprietária dos títulos Visão ou Exame, entre outros, já submeteu o plano de recuperação no tribunal de Sintra. A proposta não prevê qualquer perdão na dívida que ascende a mais de 32 milhões de euros, mas pede-se mais de uma década para pagar ao seu maior credor, o Estado.

Em concreto, a empresa de media liderada por Luís Delgado – que em 2018 comprou o negócio das revistas ao grupo Impresa por mais de dez milhões — deve 8,98 milhões de euros à Segurança Social e 8,13 milhões à Autoridade Tributária, dívidas que quer pagar em 150 prestações mensais, ou seja, ao longo dos próximos 12 anos e meio, de acordo com o plano que o ECO consultou no portal Citius e que será votado pelos credores daqui a perto de um mês.

Em relação ao Novobanco e BCP, cujas dívidas ascendem a 4,3 milhões de euros, e outros credores, onde se inclui a própria Impresa (cerca de 4,1 milhões), a Trust in News pretende um prazo de pagamento de 15 anos (180 prestações mensais).

Para os trabalhadores, prevê pagar os salários e subsídios em atraso de quase meio milhão de euros em 12 meses.

Mais de dez milhões de euros em património com potencial para alienar

A Trust in News indica que tem registado no seu balanço património avaliado em 10,7 milhões de euros e que pode ser alienado para ajudar a abater as dívidas que acumulou nos últimos anos.

Estes ativos correspondem essencialmente às marcas das revistas e publicações de que é proprietária, incluindo a Visão, Exame, Exame Informática, TV Mais e Jornal de Letras, entre outros, títulos que faziam parte do grupo Impresa (dona da SIC e Expresso) até 2018.

Das marcas e títulos listados (mais de meia centena), “algumas encontram-se oneradas a favor da Autoridade Tributária e Aduaneira, Segurança Social e Novo Banco, ficando já definido neste presente plano que as mesmas poderão ser objeto de venda, ficando os interesses dos credores garantidos satisfeitos com o produto da mesma”, de acordo com a proposta.

Para a Trust in News, a venda das marcas visa ainda outro aspeto do seu plano: “a redução da sua estrutura de pessoal”.

Conta atualmente com 155 trabalhadores (eram 183 há um ano), mas “continuará a ser reestruturado nos próximos semestres”, prevendo-se uma redução de cerca de um milhão de euros com gastos com pessoal.

“O montante relativo a compensações por cessão de contratos de trabalho será financiado através de capitais a injetar na sociedade pela estrutura societária da Trust in News”, revela o documento. A empresa é detida a 100% por Luís Delgado.

Prejuízos de 1,4 milhões este ano, lucros a partir de 2025

A Trust in News avança para o PER perante a impossibilidade de “liquidar a curto prazo as suas responsabilidades” e porque é a melhor alternativa para os credores reverem os seus créditos.

“É benéfica não só para a empresa, mas também para todos os seus credores, na medida em que permitirá que todos os créditos sejam satisfeitos, contrariamente ao que aconteceria numa situação de liquidação”, justifica.

Este ano deverá terminar com prejuízos de 1,4 milhões de euros, mas prevê lucros a partir do próximo ano: 800 mil euros em 2025 e mais de um milhão em 2026, mantendo resultados positivos na década seguinte.

Para tal espera um crescimento das vendas de 2% em 2024 e em 2025, e um crescimento anual de 1% entre 2025 e 2036.

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À conta do caso BES, Tribunal cria salas de imprensa e regras para jornalistas cumprirem nos casos mediáticos

A sala escolhida para o caso BES vai receber, na primeira sessão de julgamento, na terça-feira, 67 advogados e assistentes, 16 arguidos (incluindo Ricardo Salgado) e ainda, no mínimo, 32 jornalistas.

A sala do julgamento do caso BES vai receber, na terça-feira, 67 advogados e assistentes, 16 arguidos (incluindo Ricardo Salgado) e ainda, no mínimo, 32 jornalistas. Para isso, o Campus de Justiça terá duas novas salas de impressa “preparadas para o início do julgamento do processo BES” e futuros julgamentos mediáticos.

Mais, para este julgamento e os futuros julgamentos mediáticos, o tribunal judicial da comarca de Lisboa criou o que chamou de “Regulamento de Acesso e Utilização das salas de imprensa do Campus de Justiça”, de nove páginas, em que definem regras para a presença de jornalistas que”deverá ser assegurada em espaços próprios com condições de segurança e conforto para os membros da comunicação social no exercício das suas funções profissionais, sem escamotear a necessidade de manter a necessária separação de tais espaços em relação aos destinados aos serviços”.

Assim, criou-se nos edifícios A e B do Campus de Justiça salas reservadas à comunicação social, “com espaços que integram áreas de trabalho, áreas de espera e áreas para acolher os equipamentos de maior dimensão, garantindo que os utilizadores têm as condições necessárias à sua atividade”, diz o mesmo regulamento.

Justiça. Campus de Justiça. Advocatus GenérioHugo Amaral/ECO

“Com a criação destas salas, o Conselho procurou ainda dar resposta aos problemas que foram comunicados pelos jornalistas em processos mediáticos anteriores”, refere o CSM em comunicado, em setembro. Estas salas foram equipadas com “os recursos técnicos indispensáveis, tal como foram sugeridos ao CSM pelos jornalistas que têm marcado presença nos encontros informais promovidos regularmente pelo Conselho”.

Para este julgamento que agora começa, também a sala de julgamento está a ser equipada com “toda a tecnologia considerada necessária” para este que é considerado o maior processo da justiça portuguesa. Para o planeamento destas necessidades, o coletivo contou com o apoio da estrutura ALTEC – Apoio Logístico à Tramitação de Elevada Complexidade.

O julgamento será transmitido em direto para duas salas de imprensa nos edifícios A e B do Campus de Justiça e estão a ser avaliados outros espaços para permitir o acompanhamento à distância por mais assistentes e público em geral.

Para o julgamento, presidido pela juíza Helena Susano, foi afeto, em exclusivo, um escrivão auxiliar, que será secundado, quando tal se revele necessário, por uma escrivã auxiliar e pelos demais oficiais de justiça em exercício de funções na unidade de processos em causa. Os sistemas de som, registo de prova e comunicações à distância têm vindo a ser testados, tendo sido disponibilizados equipamentos informáticos e tecnológicos, incluindo computadores e ecrãs para visualização de documentos. O sistema de videoconferência está em fase de finalização.

campus de justiça

 

Algumas regras de uso das salas de imprensa

  • O direito de acesso inclui o direito de circulação pelo edifício, desde a entrada até à sala de imprensa e da sala de imprensa até à saída;
  • Não é permitido o acesso nem a circulação dos jornalistas e demais membros da comunicação social nas áreas do edifício vedadas ao público;
  • Os serviços de segurança têm direito de acesso às salas de imprensa pelo tempo estritamente necessário para assegurar a segurança dos utilizadores da sala e/ou de terceiros, bem como dos seus pertences, e, ainda, por razões ponderosas de ordem ou de segurança públicas;
  • A sala de imprensa do edifício A tem a lotação de 12 (doze) lugares, utilizados, preferencialmente, por 8 (oito) jornalistas de órgão de comunicação credenciado e por 4 (quatro) repórteres de imagem, fotojornalistas, técnicos de imagem e de som de órgão de comunicação credenciado;
  • A sala de imprensa do edifício B tem a lotação de 20 (vinte) lugares, utilizados, preferencialmente, por 14 (catorze) jornalistas de órgão de comunicação credenciado e por 6 (seis) repórteres de imagem, fotojornalistas, técnicos de imagem e de som de órgão de comunicação credenciado;
  • O acesso às salas de imprensa do Campus de Justiça é limitado ao número de lugares existente e é feito por ordem de chegada, mediante a exibição da credencial atribuída ao órgão de comunicação social bem como do título profissional ou de
    documento equivalente.

Começa o mega julgamento, dez anos depois da queda do BES

O julgamento do processo principal do BES inicia-se na terça-feira e ninguém arrisca prever quando termina, pois envolve 18 arguidos, 733 testemunhas, 135 assistentes e mais de 300 crimes. Este megaprocesso, que já vai nos 215 volumes após uma acusação com mais de quatro mil páginas, começa a ser julgado mais de uma década após o colapso do Grupo Espírito Santo (GES), em agosto de 2014.

O caso tem como principal arguido o ex-presidente do BES Ricardo Salgado, que foi acusado de 65 crimes, entre os quais associação criminosa, corrupção ativa, falsificação de documento, burla qualificada e branqueamento.

O ex-banqueiro, que estava inicialmente acusado de um total de 65 crimes, vai agora ser julgado por 62 ilícitos criminais, após terem prescrito dois crimes de falsificação de documento e um de infidelidade. O levantamento dos crimes em risco de prescrição recentemente realizado pelo MP indica ainda que Ricardo Salgado pode ver cair, em finais de novembro próximo, mais um crime de falsificação e outros dois crimes no final de dezembro.

Em janeiro de 2025 prescrevem mais três crimes de falsificação de documento, no final de fevereiro cai um de infidelidade e até 28 de março tombam outros três de infidelidade.

Volvida mais de uma década sobre a derrocada do BES/GES e o início da investigação, há mais crimes em risco de prescrever até ao final do primeiro trimestre de 2025, nomeadamente dos arguidos Francisco Machado da Cruz, Amílcar Morais Pires, Pedro Góis Pinto, Pedro Almeida e Costa, Cláudia Boal Faria, Etienne Cadosch, Michel Creton, João Alexandre Silva e Nuno Escudeiro.

Apontado como um dos maiores processos judiciais da história da justiça portuguesa, este caso, investigado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do MP, juntou no processo principal 242 inquéritos, (que foram sendo apensados) e reuniu queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro.

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