Google ameaça parar de partilhar notícias na Nova Zelândia

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  • 7 Outubro 2024

Depois da Austrália e Canadá, também a Nova Zelândia quer forçar as grandes empresas de tecnologia a "reembolsarem" os media. A Google diz que a abordagem "não é a correta".

A Google ameaçou deixar de partilhar notícias na Nova Zelândia e terminar as parcerias que tem com redações no país caso o governo neozelandês decida realmente avançar com o “Fair Digital News Bargaining Bill“, um projeto de lei que visa forçar as grandes empresas tecnológicas a pagar aos jornais pelos seus conteúdos.

“Enquanto importante apoiante de longa data da indústria dos media da Nova Zelândia, estamos profundamente preocupados com o Fair Digital News Bargaining Bill. Este projeto de lei propõe um ‘imposto de link’, que exigiria que a Google pagasse por links para artigos de notícias. Embora a Google apoie os esforços para promover um futuro sustentável para as notícias da Nova Zelândia, este projeto de lei não é a abordagem correta“, refere Caroline Rainsford, diretora da Google na Nova Zelândia, citada em comunicado.

A responsável diz que a sua empresa foi “transparente” com o governo neozelandês e que já sublinhou que seria forçada a deixar de partilhar conteúdos de notícias nas pesquisas no seu motor de busca e no Google News, bem como descontinuar os atuais acordos comerciais com organizações de media da Nova Zelândia, caso o governo prossiga com a sua intenção.

Acreditamos que há um caminho sensato a seguir e propusemos alternativas razoáveis ​​ao governo que não prejudiquem editoras menores, locais ou regionais e mantenham os princípios da web aberta, em linha com acordos recentes que fechamos noutros lugares“, refere Caroline Rainsford, adiantando que os diversos programas da Google no país abrangem mais de 95% dos media digitais da Nova Zelândia e resultam em pagamentos de “milhões de dólares” anualmente a quase 50 publicações locais.

O governo começou por se opor a este projeto de lei em 2023, quando foi apresentado pela administração anterior, mas parece ter reconsiderado a sua posição tendo em conta a perda de mais de 200 empregos no setor no início deste ano, refere a ABC.

Paul Goldsmith, ministro com a pasta dos media, disse que o projeto de lei ainda estava sob consulta, revela o mesmo jornal. Em julho, o responsável adiantou que a intenção passava por aprovar a lei até o final do ano.

No ano passado aconteceu uma situação similar, mas entre a Meta – empresa detentora do Facebook, Instagram e Whatsapp – e o Canadá. Neste caso, a Meta também ameaçou bloquear as notícias nas suas plataformas no país norte-americano caso o governo canadiano aprovasse a lei Online News Act, que pretendia estabelecer regras de forma a fazer com que as plataformas tecnológicas negociassem acordos comerciais e repartissem dividendos com os meios de comunicação canadianos pelos seus conteúdos.

No final de novembro do ano passado, depois de meses de negociações, Otava e o gigante californiano anunciaram um “acordo histórico”, no âmbito do qual a Google pagaria aos meios de comunicação social canadianos 100 milhões de dólares (cerca de 92 milhões de euros) por ano como compensação pela perda de receitas publicitárias.

Ainda antes disso, a Austrália foi o primeiro país a tentar forçar as grandes empresas de tecnologia a “reembolsarem” os media, com a aprovação da The News Media Bargaining Code, lei desenhada para que as grandes plataformas presentes no país fossem obrigadas a pagar aos meios de comunicação locais pelos seus conteúdos. Esta ação levou a que a Meta banisse por completo das suas plataformas os meios de comunicação australianos, de forma a não ter de pagar pelos conteúdos. O boicote durou uma semana.

A Meta forçou assim uma renegociação dos termos da lei. Mais tarde, já com as negociações fechadas, o governo australiano considerou a lei um sucesso, apontando os cerca de 30 acordos comercias estabelecidos entre a Google e a Meta e os meios de comunicação australianos. Atualmente são distribuídos anualmente cerca de 200 milhões de dólares (perto de 125 milhões de euros) pelos meios de comunicação locais.

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Possibilidade de privatização limita subida de rating da TAP

A S&P Global afirma que a margem operacional da companhia portuguesa é "uma das mais elevadas da indústria", mas o crescimento está limitado pelo aeroporto e pela impossibilidade de aumentar a frota.

A S&P Global manteve a classificação de risco da TAP inalterada em “BB-“, com perspetiva estável, elogiando, no entanto, os bons resultados alcançados pela companhia. A “nota” poderia ser mais alta, não fosse a possibilidade de a cedência do controlo acionista na privatização reduzir a relação com o Estado.

Se a melhoria dos resultados e da robustez financeira da TAP foi decisiva para a melhoria do perfil de risco da companhia, o facto de ser detida a 100% pelo Estado português também pesa na avaliação das agências de rating. “A nossa visão é sustentada pelo histórico de auxílios estatais até à data e pela importância da companhia aérea para o Governo. (…) Sabemos que o Governo vê a companhia como um ativo estratégico que é importante para o desenvolvimento económico e o turismo”, refere no relatório divulgado na sexta-feira passada.

A possibilidade desta relação sofrer uma alteração significativa acaba também por restringir uma classificação mais elevada. “Ao mesmo tempo, a nossa avaliação é limitada pelos planos do Governo para privatizar a TAP a curto prazo e pelo risco de que isso possa levar a uma redução significativa na participação estatal, à renúncia ao controlo e ao enfraquecimento da ligação com a TAP“.

Entre os fatores que podem conduzir a um corte no rating, o relatório aponta um menor comprometimento em relação a um apoio do Estado: “Poderemos baixar a classificação se acreditarmos que a probabilidade de apoio governamental enfraqueceu ou se baixarmos a nossa classificação soberana não solicitada de Portugal abaixo de ‘BBB-’.”

A S&P não o refere no relatório, mas, no caso de uma privatização, a avaliação de risco da TAP também será influenciada pelo rating do comprador. Os grupos que têm manifestado interesse na companhia portuguesa têm todos uma avaliação mais alta: a Air France de “BB+” e a IAG e Lufthansa de “BBB-“.

Elogios à margem da TAP e expectativa de bons resultados

A S&P Global espera que a TAP registe este ano um resultado antes do pagamento de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) entre os 830 e os 860 milhões de euros, suportado por “resultados sólidos no primeiro semestre”. O que significa que ficará em linha ou um pouco acima dos 832 milhões (ajustados) conseguido em 2023. A agência antecipa que o EBITDA volte a superar aquela marca em 2025 e assinala mesmo que a TAP tem “margens EBITDA entre as mais altas da indústria“.

A margem de crescimento é, no entanto, limitada. “A frota operacional reduzida da TAP (com 99 aeronaves no final de junho de 2024 em comparação com 105 no final de dezembro de 2019) e o seu principal hub altamente congestionado em Lisboa limitarão o potencial de crescimento da receita a médio prazo”, assinala o relatório. De salientar que o número de aviões da TAP está limitado pelo plano de reestruturação.

O relatório aponta quatro forças e riscos para a TAP:

Principais forças:

  • Posição de liderança no hub no aeroporto de Lisboa, que a companhia aérea aproveita para as suas conexões em toda a Europa e a liderança na quota de mercado no tráfego transatlântico com o Brasil, e exposição crescente a destinos na América do Norte.
  • A frota operacional está a tornar-se mais eficiente em termos de consumo de combustível com a entrega contínua de aviões de última geração.
  • Histórico de redução de custos e melhorias na eficiência operacional, resultando em margens EBITDA entre as mais altas da indústria.
  • Perfil financeiro fortalecido e aumento da reserva de liquidez desde a crise provocada pela pandemia.

Principais riscos:

  • Suscetibilidade aos ciclos económicos europeus e globais, flutuações no preço do petróleo, elevada intensidade de capital e eventos geopolíticos e de segurança imprevistos.
  • Possibilidades de negócio limitadas (em comparação com algumas companhias aéreas concorrentes que avaliamos) e grande exposição a países emergentes como o Brasil tornam a TAP mais suscetível a eventos imprevistos de alto impacto e baixa probabilidade do que os maiores players.
  • Despesas de capital (capex) elevadas nos próximos anos devido à modernização da frota necessária para permanecer competitiva.
  • Os grandes investimentos de capital irão restringir os fluxos de caixa e o espaço para uma maior redução da alavancagem.

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Nos multada em mais de um milhão de euros pela Anacom

Regulador comunicou dois processos que envolvem a Nos e violações das regras legais sobre contratos e suspensão de serviços. Num dos casos que já foi a tribunal, a coima foi reduzida substancialmente.

A operadora Nos vê-se a braços com duas coimas da Anacom cujo valor, no seu conjunto, supera um milhão de euros, mesmo depois de um tribunal ter reduzido significativamente uma delas, segundo um comunicado do regulador esta segunda-feira. Entre as irregularidades identificadas está a violação das regras aplicáveis à cessação de contratos por iniciativa dos clientes.

“A Anacom aplicou coimas à Nos num valor total superior a um milhão de euros”, começa por referir o comunicado do regulador. No processo que diz respeito às cessações contratuais, a coima da Anacom foi de 857 mil euros, mas o Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão fixou a mesma em 450 mil euros, apesar de ter confirmado “a maior parte dos ilícitos”, diz o regulador.

“Neste caso, estavam em causa situações em que a Nos, apesar de não dispor de contrato assinado pelos clientes, lhes exigiu o pagamento de um encargo por incumprimento do período de fidelização e, num caso, não permitiu que fosse apresentado um pedido de denúncia do contrato por existir um período de fidelização”, refere o comunicado.

No processo, a Nos é ainda acusada pela Anacom de não ter solicitado aos clientes, dentro do prazo, informação necessária à confirmação da denúncia ou resolução dos respetivos contratos, ou pedido informação que não era necessária para o efeito.

A Anacom alude ainda a um processo que remonta já a este mês de outubro, em que a Nos é acusada de “situações de não comunicação dos pré-avisos de suspensão no prazo previsto na lei para o efeito, e não indicação, nos pré-avisos enviados aos consumidores, que um dos meios ao dispor dos clientes para evitarem a suspensão dos serviços era a celebração, por escrito, de um acordo de pagamentos”.

O regulador liderado por Sandra Maximiano encontrou também situações em que a Nos não suspendeu os serviços no prazo legalmente obrigatório, ou emitiu faturas de forma indevida já após o momento em que os serviços deveriam ter sido suspensos.

“Ao não ter cumprido escrupulosamente as regras legais aplicáveis, a Nos não promoveu o cumprimento atempado dos contratos de prestação de serviços celebrados com os clientes, não evitou o endividamento dos utilizadores de serviços de comunicações eletrónicas e não tutelou adequadamente a posição jurídica dos assinantes, tendo, assim, colocado em causa as finalidades das normas aplicáveis”, entende a Anacom.

Neste caso, segundo o regulador, a Nos já impugnou esta decisão da Anacom junto do Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão.

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Governo pré-aprova Orçamento do Estado para 2025

Orçamento do Estado para 2025 foi pré-aprovado pelo Conselho de Ministros. "Proposta final aguarda apenas o desenrolar das negociações em curso com o Partido Socialista", indica o Executivo.

O Conselho de Ministros pré-aprovou esta segunda-feira a proposta do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), remetendo a aprovação final do documento para o desenlace das negociações em curso entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos.

O Orçamento do Estado para 2025 foi pré-aprovado pelo Governo e a proposta final aguarda apenas o desenrolar das negociações em curso com o Partido Socialista“, refere o Governo em comunicado divulgado após o Conselho de Ministros realizado esta manhã.

O documento terá de ser entregue pelo Governo até dia 10 de outubro na Assembleia da República. A três dias da data, o Governo e o PS continuam em negociações. Na quinta-feira passada, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, reuniram-se em São Bento.

No encontro, Montenegro apresentou a Pedro Nuno Santos uma contraproposta na qual reduz o IRC para 17% em três anos – com uma diminuição de um ponto percentual em 2025 – e adota o IRS Jovem proposto pelo PS com algumas alterações: o benefício é prolongado até aos 35 anos (atualmente o limite etário é 30 anos) e duração passa de cinco anos para 13 anos.

Pedro Nuno Santos acolhe a proposta do Governo para o IRS Jovem, mas quer reduzir o período do benefício de 13 para sete anos, sem prejuízo de futuras avaliações apontarem para o seu alargamento. No IRC, deixa passar a descida de um ponto em 2025, desde que não haja novas reduções nos anos seguintes. Ou, em alternativa à redução de um ponto no IRC, o Governo reintroduz o crédito fiscal ao investimento, ficando livre para, nos Orçamentos de Estado subsequentes, de 2026 a 2028, proceder à redução do IRC mas sem o apoio do PS. Os socialistas dizem aguardar agora a resposta do Executivo à sua proposta.

O Governo deverá responder negativamente à proposta de Pedro Nuno Santos para deixar cair o corte de IRC em um ponto percentual e trocar esse medida pela recuperação do Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento (CFEI), um mecanismo fiscal que só foi utilizado em situações de crise, revelou ao ECO uma fonte conhecedora do processo.

(Notícia atualizada às 13h18)

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Fábio Coentrão “molha” as chuteiras de investidor com gin de Vila do Conde

Criada em 2021 em Vila de Conde, a marca Gin Pablo já está em mercados como Alemanha, Itália, Luxemburgo, França, Brasil e Angola. Ex-futebolista entra no negócio para reforçar a internacionalização.

Após pendurar as chuteiras como futebolista profissional, Fábio Coentrão prepara-se para “assinar contrato” como investidor, agora fora dos relvados. O antigo jogador da seleção nacional é o novo sócio da marca portuguesa Gin Pablo, pertencente ao Grupo Matrem, que emprega 700 pessoas.

“Depois de muitos anos no futebol, encontrei no mundo dos negócios uma nova paixão”, declara o ex-atleta, citado em comunicado. “Quando conheci o projeto do Gin Pablo, tive logo a certeza que era um match perfeito. Agora como sócio, quero dar a conhecer o Pablo a mais pessoas”, refere Fábio Coentrão, que é também natural de Vila do Conde.

O Gin Pablo já chega a mercados como Alemanha, Itália, Luxemburgo, França, Brasil e Angola. A aposta passa por “reforçar o processo já existente de internacionalização da marca”, tendo em conta que a exportação só representa atualmente 20% do volume de negócios. “Vamos levar o Pablo para mercados estratégicos na Europa e para além do continente”, projeta o ex-atleta, que passa a deter 50% do Gin Pablo.

“Com a entrada do Fábio Coentrão, a ideia passa por catapultar a exportação, tendo em conta os contactos que ele angariou por onde passou, como o Real Madrid e Mónaco”, adianta Pedro Ferreira, administrador do Grupo Matrem. Em declarações ao ECO, o gestor, que tirou em Londres um mestrado em Negócios Internacionais, explica ainda que a ideia inicial era o ex-jogador, que passou também por Benfica e Sporting, fazer uma parceria com a marca, mas acabou por se transformar numa sociedade.

Com a entrada do Fábio Coentrão a ideia passa por catapultar a exportação, tendo em conta os contactos que ele angariou por onde passou, como o Real Madrid e Mónaco.

Pedro Ferreira

Administrador do Grupo Matrem

Lançado em 2021 e produzido em Vila do Conde, o Gin Pablo está à venda em cerca de 180 espaços comerciais, como garrafeiras, na restauração e hotelaria, e ainda nos canais digitais. A distribuição representa 80% da faturação. Em 2022, destaca a empresa, foi distinguido com uma medalha de prata na edição da London Spirits Competition, que juntou entre mais de 700 gins provenientes de 80 países.

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Filipe Charters de Azevedo é o novo presidente da Associação Portuguesa de Contribuintes

Economista de 46 anos substitui Paulo Carmona, que renunciou após ser nomeado Diretor Geral de Energia e Geologia. Entre as prioridades está um fundo judicial para combater abusos fiscais do Estado.

Filipe Charters de Azevedo é o novo presidente da direção da Associação Portuguesa de Contribuintes (APC), que conta atualmente com mais de duas centenas de sócios, entre empresas e indivíduos. O economista de 46 anos, que iniciou a carreira no Instituto Nacional de Estatística e no Banco de Portugal, rende Paulo Carmona, que renunciou ao cargo na sequência da nomeação para Diretor Geral de Energia e Geologia.

Lançada em novembro do ano passado como um “movimento cívico e apartidário para reequilibrar a relação entre o Estado e os contribuintes”, a organização foi presidida durante este primeiro ano de atividade pelo também presidente do Fórum de Administradores e Gestores de Empresas e ex-membro da Iniciativa Liberal, que assumiu a ambição de sentar a APC à mesa da concertação social, ao lado de patrões e sindicatos.

Numa altura em que as negociações do Orçamento do Estado para 2025 têm sido dominadas precisamente pelas questões fiscais, com destaque para o IRS Jovem e para a descida do IRC, o novo presidente mantém o objetivo de assegurar representação em sede de concertação social e aponta como prioridades “uma relação sistemática e regular com o poder político para apresentação das posições dos contribuintes e a criação de um fundo judicial para combater os abusos fiscais do Estado”.

A APC continuará a ser a voz ativa dos contribuintes, não apenas na reflexão das políticas fiscais, mas também nas mesas de decisão, garantindo que os direitos dos contribuintes são devidamente respeitados e que a carga fiscal é aplicada de forma justa e equilibrada.

Filipe Charters de Azevedo

Presidente da Associação Portuguesa de Contribuintes

“De uma maneira geral, os governos acreditam que são eles que fazem o futuro acontecer. Mas são os movimentos sociais, com as suas associações, as empresas e as famílias, que fazem o futuro possível e, acima de tudo, o progresso sustentável e irreversível. A APC continuará a ser a voz ativa dos contribuintes, não apenas na reflexão das políticas fiscais, mas também nas mesas de decisão, garantindo que os direitos dos contribuintes são devidamente respeitados e que a carga fiscal é aplicada de forma justa e equilibrada”, refere Filipe Charters de Azevedo.

Além de economista, é estatístico e sócio fundador da Safe-Crop, uma agência de subscrição e modelização de riscos agrícolas. Em comunicado enviado às redações, a associação destaca ainda no seu percurso profissional a consultoria em análise de risco, estratégia e operações. Autor do livro “Uma Nova Lei de Bases para a Saúde – Uma Proposta Liberal”, foi também o coordenador das propostas da Iniciativa Liberal para a área da saúde nas eleições legislativas realizadas em 2019 e 2022.

Licenciado pela Nova SBE e mestre em Estatística, com especialização em Modelação Estatística para o Financiamento de Risco, Filipe Charters de Azevedo colabora regularmente com vários jornais, incluindo com o ECO, onde publicou a 22 de setembro um artigo de opinião com o título “Quando os impostos são a arma do povo”.

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Menzies diz que nova taxa cobrada a Transitários é “prática comum”

Nova taxa introduzida pela empresa de "handling" é contestada pelo setor do transporte de mercadorias. Menzies diz que destina-se a salvaguardar as operações "face ao aumento dos custos".

A Menzies Aviation Portugal, antiga Groundforce, considera que a cobrança de uma Taxa de Continuidade de Serviço, contestada pela Associação dos Transitários de Portugal, é “uma prática comum” e destina-se a fazer face ao aumento de despesas nos últimos anos.

“A introdução da taxa de continuidade do serviço é uma prática comum destinada a salvaguardar as nossas operações face ao aumento dos custos de materiais, mão-de-obra e despesas gerais que temos enfrentado nos últimos anos”, justifica a empresa de serviços de assistência em escala em resposta ao ECO.

“Esta taxa permite-nos manter o nível de prestação dos nossos serviços e investir na melhoria das nossas operações e infraestruturas de carga, mesmo perante desafios políticos e financeiros imprevisíveis”, acrescenta.

A Associação dos Transitários de Portugal (ATAP) enviou na sexta-feira um comunicado onde considera a introdução da taxa “abusiva”, nomeadamente por não corresponder a nenhum serviço adicional.

A ATAP “vem a público repudiar veementemente a prática da companhia Menzies, consubstanciada na aplicação de uma taxa — em vigor desde o passado dia 1 de setembro de 2024 — que considera ser arbitrária, insustentável e diametralmente inversa às mais elementares boas práticas de mercado“, afirma na nota enviada às redações.

Os Transitários consideram também que a taxa “extravasa os limites da liberdade de atuação comercial ou financeira de uma empresa em mercado concorrencial” e acusa a Menzies de a usar para sustentar o seu plano de reestruturação.

A britânica Menzies Aviation é desde julho a maior acionista da SPdH, conhecida pela marca Groundfource, com 50,1% do capital. Os restantes 49,9% pertencem à TAP.

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EDP vai instalar 650 pontos de carregamento nas lojas Aldi

A parceria prevê a instalação de pontos de carregamento, tanto nas mais de 140 lojas com parque de estacionamento já existentes como nas lojas Aldi que vão abrir ao longo deste e do próximo ano.

A EDP Comercial aliou-se à retalhista Aldi para fornecer soluções de mobilidade elétrica que estarão disponíveis nos parques de estacionamento de todas as lojas do país, num total de 650 pontos de carregamento.

A parceria prevê a instalação de pontos de carregamento, tanto nas mais de 140 lojas com parque de estacionamento já existentes como nas lojas Aldi que vão abrir ao longo deste e do próximo ano. A EDP Comercial vai igualmente passar a operar os carregadores que já estão instalados em 34 destas lojas.

Este projeto integra mais de 650 pontos de carregamento na rede pública MOBI.E, que poderão ser utilizados por qualquer condutor e através de todos os cartões CEME (Comercializadores de Eletricidade de Mobilidade Elétrica). A potência dos equipamentos rápidos a serem instalados vai variar entre 60 quilowatts (kW) e 120kW, permitindo carregar a duas diferentes velocidades, à escolha do consumidor.

Estamos muitos satisfeitos por celebrarmos esta parceria de longo prazo com a Aldi Portugal, a maior de mobilidade elétrica já realizada no país, para levar aos consumidores a conveniência de carregarem os seus veículos enquanto fazem compras, em qualquer zona do país”, destaca Carlos Moreira, administrador da EDP Comercial.

No que diz respeito à proteção climática, a retalhista tem como objetivo uma redução de 55% das emissões em todo o Grupo (Aldi Nord) até 2030. Já do lado da EDP, estes novos pontos de carregamento somam-se aos mais de 3.300 que a EDP Comercial já tem em operação ou em implementação em Portugal, em mais de 195 concelhos de todos os distritos do país.

Desde que a EDP começou a investir no desenvolvimento da mobilidade elétrica em Portugal, já foram realizadas mais de dois milhões de sessões de carregamento nos pontos da empresa ligados à rede pública. Estes carregamentos permitiram percorrer mais de 200 milhões de quilómetros apenas com recurso à eletricidade e evitaram mais de 20 mil toneladas de CO2 que seriam emitidas pelos veículos de combustão.

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MFA Legal reforça equipa com cinco advogados

António Mendes, Catarina Correia, Gonçalo Caldas, Madalena Parca e Miguel Coutinho são os novos reforços da MFA Legal.

A MFA Legal reforçou a equipa com cinco novos advogados: António Mendes, Catarina Correia, Gonçalo Caldas, Madalena Parca e Miguel Coutinho. A firma passa a contar assim com 15 advogados.

“É uma enorme satisfação poder contar na nossa equipa com colaboradores de tamanho reconhecimento no mercado, uma prova da solidez e atratividade do nosso projeto, em linha com o nosso compromisso fundacional de agregarmos o melhor talento”, disse o managing partner Samuel Fernandes de Almeida.

O sócio coordenador da área de Direito Fiscal sublinha ainda que “não deixa de ser significativo que tenhamos mais que duplicado o nosso headcount em menos de um ano, aumentando a nossa capacidade de resposta e o nosso posicionamento enquanto boutique com elevada expertise nas suas áreas de atuação”.

Transitando da Cuatrecasas, Miguel Coutinho integra a MFA na qualidade de senior counsel e responsável pela área de serviços de Compliance e Investigações Internas. Encontra-se reconhecido há cinco anos no ranking nacional da Chambers Europe e ainda como “Leading Associate” no ranking nacional da Legal 500, na categoria de “White-Collar Crime”.

“O Miguel é um advogado que dispensa apresentações. Ao longo das últimas duas décadas tem-se destacado, fundamentalmente, nas áreas do direito penal de empresa, direito penal fiscal e infrações de regras de construção e segurança. É um profissional sobejamente reconhecido pelas suas qualidades técnicas e humanas. Nesse sentido, estamos muito satisfeitos por o ter na nossa equipa, e certos de que aportará grande valor ao nosso projeto”, sublinha João Medeiros, sócio Sénior e fundador da MFA Legal.

António Mendes entra na boutique como senior consultant na equipa fiscal. O advogado possui uma vasta experiência no aconselhamento jurídico de particulares e famílias com elevado património em questões complexas de planeamento fiscal internacional e sucessório internacional. Transita da Kore Partners.

Catarina Correia vai reforçar a equipa de contencioso tributário, como associada sénior. É juíza árbitra no CAAD para assuntos fiscais desde julho de 2021 e investigadora Sénior na Nova Tax Research Lab desde janeiro de 2022. Transita da SRS Legal.

Por outro lado, Madalena Parca transita da Vieira de Almeida e vai integrar a equipa de penal da MFA Legal. O seu percurso profissional tem se centrado em direito penal, bem como para o direito contraordenacional, tendo intervindo em processos como o BES e Rui Pinto, e colabora em processos contraordenacionais, em matérias de direito da concorrência, jogo online e práticas de publicidade em saúde.

Por fim, Gonçalo Caldas integra a MFA enquanto estagiário.

“Estamos a viver um momento de crescimento e expansão do escritório. Nesse sentido, sentimos a necessidade de reforçar as nossas competências e a nossa capacidade de resposta, por forma a assegurar os elevados níveis de exigência que nos caracterizam”, acrescenta João Medeiros.

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Um dos reclusos que fugiram de Vale de Judeus capturado em Marrocos

  • Lusa
  • 7 Outubro 2024

Fábio Loureiro foi detido no domingo à noite em Tânger, Marrocos, anunciou a Polícia Judiciária portuguesa.

Um dos evadidos há um mês do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, Fábio Loureiro, foi detido no domingo à noite em Tânger, Marrocos, anunciou esta segunda-feira a Polícia Judiciária portuguesa.

Cerca das 22h00 locais, as “autoridades marroquinas, com a colaboração das autoridades espanholas, em estreita articulação com a Polícia Judiciária (PJ)”, detiveram o suspeito, que estava em fuga desde 7 de setembro.

“A operação policial internacional foi desencadeada em menos de 24 horas, contou com o forte apoio da Cuerpo Nacional de Policia (CNP) espanhol e da Direção Geral de Vigilância Territorial Nacional (DGST) marroquina, com base em informação credível da PJ de que Fábio Loureiro estaria em Marrocos.

Sobre Fábio Loureiro recaía um mandado de detenção internacional e estava na lista dos mais procurados da Interpol, refere a PJ em comunicado.

Fábio Loureiro está condenado pelos crimes de rapto, tráfico de estupefacientes, associação criminosa, roubo à mão armada e evasão e será agora “presente às autoridades judiciárias de Marrocos tendo em vista a sua extradição para Portugal para efeitos de cumprimento de pena”, acrescenta ainda a PJ.

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Euribor sobe a três, a seis e a 12 meses

  • Lusa
  • 7 Outubro 2024

Taxas que servem de base para o cálculo da prestação da casa subiram esta segunda-feira nos principais prazos.

As taxas Euribor, que servem de base para o cálculo da prestação da casa, subiram a três, a seis e a 12 meses face a sexta-feira.

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu para 3,048%, mais 0,002 pontos.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, avançou para 2,712%, mais 0,024 pontos do que na sexta-feira.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses subiu para 3,268%, mais 0,018 pontos.

A média da Euribor em setembro desceu a três, a seis e a 12 meses, menos acentuadamente do que em agosto e com menos intensidade nos prazos mais curtos.

A média da Euribor em setembro desceu 0,114 pontos para 3,434% a três meses (contra 3,548% em agosto), 0,167 pontos para 3,258% a seis meses (contra 3,425%) e 0,230 pontos para 2,936% a 12 meses (contra 3,166%).

Na mais recente reunião de política monetária, em 12 de setembro, o BCE desceu a principal taxa diretora em 25 pontos base para 3,5%, depois de em 18 de julho ter mantido as taxas de juro diretoras.

Na reunião anterior, em junho, o BCE tinha descido as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.

Em 18 de setembro foi a vez de a Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que foi a primeira descida desde 2020.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 17 de outubro na Eslovénia.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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A querer aproximar cada vez mais a marca Samsung dos portugueses, Rita Agostinho, na primeira pessoa

Depois de passar pelo setor segurador e retalhista, Rita Agostinho assumiu a direção de marketing da Samsung em fevereiro. A estratégia passa por comunicar a oferta da marca de forma integrada.

Um dos nossos grandes objetivos é realmente aproximar cada vez mais a marca Samsung dos portugueses. Torná-la mais próxima e mostrar que é uma marca jovem, que consegue adaptar-se e flexibilizar-se“, defende Rita Agostinho, diretora de marketing corporativo da Samsung.

Recordando que a marca está presente desde 1982 em Portugal – foi primeiro o país de expansão marca -, Rita Agostinho considera que é necessário “continuar a honrar esse compromisso”, algo que é possível precisamente através de uma aproximação aos consumidores.

É preciso aproximar a marca dos nossos públicos-alvo, das gerações mais jovens, adaptando a nossa oferta e posicionamento de mercado às necessidades que os consumidores nos transmitem. E é esse caminho de aproximação que temos vindo a fazer desde o início do ano“, explica numa conversa com o +M.

Essa aproximação, segundo Rita Agostinho, faz-se também através da música, dando como exemplo a presença, pela primeira vez, no festival Nos Alive. No ano passado a Samsung já tinha feito uma pequena experiência no Meo Kalorama, mas este ano decidiu apostar no Nos Alive, pela dimensão do festival e a sua “diversidade de públicos”, o que lhe permite aproximar-se de um território “onde grande parte dos clientes se encontra”.

“Queremos maior proximidade, queremos targets mais jovens e mostrar o quanto a Samsung tem para oferecer. E temos também uma coisa fantástica – que estamos a começar a trabalhar e desenvolver em termos de comunicação – que é a mais-valia de termos um ecossistema com produtos de A a Z. Temos uma oferta completa, com um conceito que a chamamos ‘One Samsung’“, explica a profissional de 42 anos.

O nosso objetivo é que a comunicação seja cada vez mais integrada. Apesar de termos várias divisões e áreas de negócio, queremos cada vez mais comunicar numa lógica ‘One Samsung’. “É por aqui que o caminho da comunicação da Samsung se está a começar a definir e se vai certamente desenvolver“, acrescenta.

A inovação desempenha também um papel preponderante no marketing e comunicação de marcas tecnológicas como a Samsung. “Trabalhar numa empresa que está constantemente a inovar e a lançar tecnologia nova para o mercado, implica que a comunicação também tenha de ser repensada. Também temos de constantemente repensar e investir em novos canais e formatos de comunicação, e tentarmos ter abordagens mais frescas e diferenciadoras”, defende.

Termos uma comunicação que fica parada no tempo, só nos canais principais e nos formatos base, não seria condizente com o portefólio de produtos que lançamos no mercado. Tentamos também aqui ter alguma inovação, desafiar as nossas agências a trabalharem esta inovação nos briefings que lhes passamos e tentamos sempre que seja uma missão presente naquilo que pomos na rua“, acrescenta.

“Ribatejana de gema”, nascida em Coruche, Rita Agostinho rumou a Coimbra para se licenciar em Jornalismo, pois sabia que queria para o seu futuro algo relacionado com a comunicação e onde a pudesse usar com um propósito e objetivo.

O percurso no jornalismo acabou por não ir além de um estágio no jornal Público, começando logo depois a trabalhar na Vexo, uma “pequenina agência de comunicação, marketing e publicidade” onde teve os seus primeiros contactos com as áreas mais relacionadas com o marketing.

Após fazer um mestrado na área de Marketing, quis trabalhar do lado do cliente, o que a fascinava pelo facto de “poder definir uma estratégia e através da comunicação e marketing responder a essa estratégia”, tendo surgido a oportunidade de integrar a então Ok! teleseguros, numa altura em que era lançado primeiro site de vendas online da seguradora.

Depois passou pelo Cetelem e pelo Santander, onde percebeu que “quem faz marketing na banca faz marketing em qualquer área“. “É realmente um grande desafio comunicar produtos financeiros e ter uma capacidade de o fazer, não perdendo de vista o sentido de responsabilidade e de pedagogia que as instituições têm“, diz.

Depois de voltar ao setor segurador, na Fidelidade, começou a sentir a necessidade de trabalhar com uma equipa que fosse sua e onde pudesse coordenar um projeto próprio. Em resposta a essa necessidade, surgiu o desafio de ir para o Aldi, com a missão de criar de raiz o departamento de marketing e comunicação do retalhista em Portugal.

Este foi realmente o primeiro desafio 360º que tive e que me deu muito gozo e bastante conhecimento. Ainda não havia nada estruturado, pelo que foi preciso criar de raiz toda uma estrutura de equipa de marketing, relançar um website que já tinha 11 anos, contratar uma pessoa só para digital que não existia, contratar agências que não existiam, o que não era de todo uma estrutura condizente com aquilo que eram as ambições da marca”, explica.

Surgiu a “excelente oportunidade” de liderar o marketing corporativo da Samsung e uma equipa composta por cinco pessoas. “É uma área tecnológica, onde não tinha experiência, mas isso nunca foi um impedimento para mim. Na verdade, eu até acho que ter experiência em várias áreas de negócio me tem trazido ferramentas adicionais, porque contactei com vários modus operandi e várias culturas empresariais, que me permitiram absorver boas práticas e ter mais bagagem e conhecimento, até mesmo para aquelas situações que são sempre um bocadinho mais arriscadas“, diz.

O vasto leque de produtos da marca permite também “fazer marketing de formas diferentes e endereçar segmentos de clientes diferentes”, o que Rita Agostinho também vê como fascinante na função mais recente que assumiu.

De entre as diferentes gamas de produtos tecnológicos, o telemóvel é o mais importante para Rita Agostinho, que traz atualmente consigo no bolso um Samsung Flip. Além do telemóvel, também a televisão é um dos aparelhos mais essenciais na sua vida, “apesar de cada vez ver menos e de estar um bocadinho a tentar transpor o tempo de televisão para a leitura e para outro tipo de atividades”. O micro-ondas é também um “grande amigo”, uma vez que gosta de ter a semana preparada ao nível de refeições.

Para lá do trabalho, Rita Agostinho vai ao ginásio ao final do dia duas ou três vezes por semana, porque “este complemento físico reforça muito a capacidade intelectual e mental”. De forma a não falhar a ida ao ginásio, prefere ir cedo para o escritório, onde cruza a porta diariamente por volta das oito horas.

Revela-se também uma grande fã de viagens, sendo que nas férias de verão visitou o Quénia, um país “lindíssimo” onde fez vários safaris. As viagens, no geral, são para si algo que vai também para lá do prazer.

“Tiro muito das viagens, também para o meu lado mais profissional. Aprendo muito ao observar as outras pessoas e gosto de o fazer. Quando viajo, gosto observar um pouco como as outras pessoas e as outras culturas vivem a sua vida, porque acho que isto — enquanto marketeers — também nos dá insights poderosos. Quando juntamos algo que nos dá prazer e ao mesmo tempo nos traz conhecimento adicional, acaba por ser um bom equilíbrio e uma relação de win-win“, entende.

Vive em Lisboa, em Benfica, zona de que gosta bastante e que lhe “possibilita ter uma vida de bairro dentro da cidade”. “Permite-me rapidamente ir ao mercado fazer umas compras ou ir à pastelaria do costume e, ao mesmo tempo, estar ao lado de um grande centro comercial. Tenho acesso a transportes, é um bairro que sempre me cativou”, diz.

Conseguir conciliar “tudo o que é a vida pessoal, profissional, amorosa e com os amigos, de uma forma harmoniosa, feliz e saudável” é o grande desafio da sua vida, pelo que Rita Agostinho – pessoa que gosta de se “focar em coisas simples e apreciar as pequenas coias” – se sente “bastante agraciada” por todo o contexto que tem à sua volta.

Rita Agostinho em discurso direto

1 – Que campanhas gostava de ter feito/aprovado? Porquê?

Gostaria de ter participado em qualquer uma das campanhas de Natal da Vodafone nos últimos anos. São campanhas publicitárias que endereçam problemas da vida real e que mostram que a tecnologia tem um propósito e que pode ser fundamental para eliminar barreiras e aliviar algumas situações sociais mais difíceis.
A nível internacional, gostaria de participar numa das campanhas da Burger King vs McDonald’s, por exemplo a campanha de instalação da app Burger King que permitia a oferta do mítico Whopper por um cêntimo, apenas desbloqueável num restaurante McDonald’s. São, normalmente campanhas disruptivas, destemidas e com atitude e que (pelo menos) aumentam, certamente, a notoriedade da marca!

2 – Qual é a decisão mais difícil para um marketeer?

Sacrificar e (muitas vezes) desmembrar boas ideias, em virtude de cortes de budget ou de alterações de mercado.

3 – No (seu) top of mind está sempre?

Tentar, através de uma ideia wow, entregar uma solução que responda às necessidades identificadas — que cumpra os objetivos –, mas que seja capaz de arrancar uma emoção, quer seja um sorriso ou uma atitude de espanto ao target (e, obviamente, que não exceda largamente o budget!)

4 – O briefing ideal deve…

Ser claro e conciso. Um bom briefing deve conter um contexto bem desenvolvido, que ajude a agência a compreender e a incorporar, realmente, o desafio da empresa. O propósito e os objetivos da marca devem, naturalmente, estar bem definidos tal como o(s) output(s) pretendido(s), sempre que tal seja possível de antecipar. E, claro, o timing e o budget (seja ele um valor fechado ou uma range de valores). Um bom briefing ajuda, realmente, a evitar desperdício de tempo e desgaste entre a agência e o cliente: é um facilitador da relação.

5 – E a agência ideal é aquela que…

Trabalha como se pertencesse à marca, esforça-se por conhecer os desafios do negócio e compreende-os. É o parceiro que sente as nossas dificuldades mas que celebra connosco cada vitória.

6 – Em publicidade é mais importante jogar pelo seguro ou arriscar?

Não ter coragem de arriscar e de tomar decisões diferentes, do comum instituído, é perigoso para uma marca: pode conduzir uma marca de líder a follower. A disrupção tem de estar, sempre, presente quer seja no storytelling, na materialização gráfica, na produção ou mesmo em algum detalhe menor que permita a memorabilidade.

7 – O que faria se tivesse um orçamento ilimitado?

Apostaria mais em research e em estudos de consumidor, para poder entregar, com maior probabilidade, o conteúdo que o consumidor procura, tornando a comunicação 100% (ou quase) eficiente. Exploraria novos canais, sobretudo no mundo digital, porque é lá que todos nós nos encontramos hoje em dia, na maior parte do nosso tempo livre. Procuraria também desenvolver novas experiências imersivas de marca que fossem realmente diferenciadoras e marcantes e que proporcionassem emoções únicas no consumidor. Conseguir estar no top-of-mind de um consumidor tem, cada vez mais, que ver com o que as marcas fazem sentir e não apenas com aquilo que mostram.

8 – A publicidade em Portugal, numa frase?

É ainda adolescente, alguém que tem vindo a fazer o seu percurso – já tem o seu “lugar” no liceu, mas que pode saltar um pouco mais fora da caixa e chegar ao “cool gang”. Não somos uma referência como o Brasil, mas temos vindo a fazer o nosso caminho, de forma consistente e bem feita. Setores como o retalho ou as telecomunicações (naturalmente por serem detentores dos maiores orçamentos) têm elevado bastante a fasquia, nos últimos anos.

9 – Construção de marca é?

É olhar para a marca, “abraçá-la” e dar lhe um propósito claro. A partir daí, trabalham-se, então, os planos mais operacionais que lhe devem trazer estrutura, transversalidade, proximidade aos seus alvos e, acima de tudo, consistência à marca, o que não significa que seja estática ou imutável, mas que tem uma linha de evolução natural e coerente.

10 – Que profissão teria, se não trabalhasse em marketing?

Seria, sem sombra dúvida, alguma profissão relacionada com comunicação. É algo que está no meu ADN.

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