Share walks”, a iniciativa pioneira no setor funerário em Terapia Assistida por Animais

  • Servimedia
  • 31 Maio 2024

O Grupo Albia promoveu uma inovadora atividade de apoio emocional assistida por cães na Funerária Torrejón de Ardoz para ajudar as famílias no seu luto.

A Casa Mortuária de Torrejón de Ardoz, pertencente ao Grupo Albia, apresentou esta semana o seu novo Programa de Terapia Assistida por Animais “Comparte paseos”, uma iniciativa pioneira no setor funerário em Espanha, concebida especialmente para crianças e adultos que se encontram em processo de luto pela perda de um ente querido. A atividade tem lugar todas as terças-feiras até 18 de junho e, a partir de setembro, será instalada de forma permanente na casa mortuária.

Este serviço é gratuito para as famílias e tem como objetivo facilitar a expressão emocional durante o velório, através do acompanhamento de um psicólogo especialista em luto e de um terapeuta especializado em terapia animal, juntamente com um cão treinado. Este acompanhamento proporciona múltiplos benefícios, entre eles, contribui para o bem-estar emocional, reduz a ansiedade e transmite serenidade no momento de lidar com a perda, especialmente em crianças e pessoas com deficiência.

Daniel Palacios, Diretor Geral do Grupo Albia, sublinhou que “esta iniciativa é um passo muito importante no nosso compromisso com o cuidado emocional, com o objetivo de garantir que as famílias recebem o melhor cuidado possível no momento da despedida. O nosso objetivo é alargar este projeto ao resto dos centros e consolidar a nossa posição como empresa funerária pioneira na gestão e acompanhamento psicológico das famílias”.

Por outro lado, Marian Carvajal, responsável pelo Cuidado Emocional do Grupo Albia, acrescentou que “o lançamento deste projeto é um passo muito importante no setor, que está cada vez mais focado em melhorar a experiência das famílias nas agências funerárias. O objetivo principal de “Comparte paseos” surge no momento certo, quando a consciência do bem-estar emocional e da importância de proteger a saúde mental aumentou”.

O projeto “Comparte paseos” é realizado em colaboração com a Growing Through Loss, uma equipa de profissionais do luto, e a Perruneando, especialista em educação canina e intervenções assistidas por cães.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 31 de maio

  • ECO
  • 31 Maio 2024

Ao longo desta sexta-feira, 31 de maio, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Aumento dos casos de covid-19 em Espanha põe em evidência a vulnerabilidade dos doentes imunocomprometidos

  • Servimedia
  • 31 Maio 2024

A covid-19 manteve os seus números sob controlo nos primeiros meses do ano, no entanto, no mês de maio houve um aumento das infeções em Espanha atingindo uma taxa de 55,9 casos por 100.000 habitantes.

O último relatório do Instituto de Saúde Carlos III do Sistema de Vigilância das Infeções Respiratórias Agudas (SIVIRA), que analisa o período de 20 a 26 de maio, mostra que o número de casos duplicou em relação à semana anterior (27,8).

Esta tendência de crescimento também se reflete nos números da maioria das comunidades onde, por exemplo, vale a pena destacar a situação na Comunidade de Madrid, onde 985 novos casos de covid-19 foram notificados em pessoas com mais de 60 anos de idade de 20 a 26 de maio, o que representa mais do dobro do número de casos (119,9% mais) em comparação com a semana anterior.

Uma situação que, embora não seja motivo de alarme, “requer uma atenção especial naqueles pacientes mais vulneráveis em que a vacinação, por falta de resposta, falhou”, como explica o Dr. Javier Castrodeza, professor da Universidade de Valladolid e chefe do Serviço de Medicina Preventiva e Saúde Pública do Hospital Clínico Universitario de Valladolid. Atualmente, cerca de um terço das amostras respiratórias processadas pelos laboratórios de microbiologia são positivas para a covid, “sem dúvida um dado relevante para estar vigilante no momento atual”, como acrescenta.

Especificamente, o “Relatório sobre Infeções Respiratórias Agudas” da semana de 20 a 26 de maio reflete que em Castela e Leão se registou uma taxa de incidência de covid-19 de 68 casos por 100.000 habitantes, com uma maior afetação nas pessoas com mais de 75 anos. Isto representa um aumento de 240% em comparação com a semana anterior.

Além disso, como salienta o Dr. Castrodeza, o número de pacientes internados no Hospital Clínico Universitario de Valladolid aumentou de sete em março e abril para 33 em maio. A este respeito, sublinha que “embora se trate de um número reduzido, queremos transmitir a importância da vigilância para podermos avaliar corretamente a situação, porque isso ajuda-nos a conhecer melhor a doença sem minimizar a sua presença, mas também sem a aumentar”.

Javier Castrodeza explica que os dados mais impressionantes são os dos hospitais, “que são os que refletem o maior impacto desta doença”. Entre estes pacientes encontram-se “pacientes de risco, pacientes imunocomprometidos, pacientes com patologias graves (com processos oncológicos hematológicos, transplantes reais ou cardíacos…) pacientes que, no caso de sofrerem uma infeção por covid, poderiam complicar substancialmente o seu processo evolutivo”.

Nestes pacientes, conforme indicado pelo Hospital Clínico Universitario de Valladolid, é necessário efetuar um acompanhamento especial. Nas palavras do médico, “a covid está aqui, embora não na mesma escala que estava, e nestes pacientes é altamente recomendável que a vacinação seja apropriada. Atualmente, estão disponíveis tanto vacinas de RNA mensageiro como vacinas adaptadas com adjuvantes proteicos, que podem, sem dúvida, ajudar a proteger contra esta doença. Além disso, no caso de não haver uma resposta adequada da vacina ou mesmo de não haver resposta, podem ser consideradas outras alternativas para os proteger de um possível agravamento da sua doença em doentes imunocomprometidos, aplicando outros mecanismos de imunização passiva com anticorpos monoclonais, se necessário.

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Atenção, jovens. Hoje é o último dia para pedir devolução das propinas

Os jovens que terminaram licenciaturas ou mestrados nos últimos anos têm até esta sexta-feira, dia 31 de maio, para pedir a devolução das propinas. Pagamento será feito até 30 de julho pelo Fisco.

Quem concluiu os estudos nos últimos anos tem até esta sexta-feira, dia 31 de maio, para avançar com o pedido online do prémio salarial de valorização das qualificações, medida que, na prática, corresponde à devolução das propinas. Até ao momento, mais de 161 mil pessoas já solicitaram este apoio, que varia entre 697 euros por ano, no caso dos licenciados, e 1.500 euros, no caso dos mestres.

Esta medida — que foi anunciada ainda pelo Governo de António Costa como forma de reter os jovens no país — dirige-se a quem tem até 35 anos, declare, em sede de IRS, rendimentos de trabalho dependente ou independente, e tenha concluído uma licenciatura ou mestrado no ensino público ou privado, em Portugal ou no estrangeiro.

Para quem tenha obtido em 2023 o seu grau de licenciado ou de mestre, o pedido deve ser feito até ao fim desta sexta-feira, sendo que o requerimento deve ser feito uma única vez, ainda que o jovem tenha direito a um prémio anual “durante o número de anos equivalente à duração regular do ciclo de estudos”.

Por exemplo, se estiver em causa uma licenciatura de três anos terminada em 2023, o beneficiário receberá, então, 697 euros por ano durante três anos, a contar de 2024.

Por outro lado, quem tenha concluído a licenciatura ou o mestrado em anos anteriores a 2023, pode também pedir este prémio, se tiver terminado os estudos há menos anos do que a duração do curso. Por exemplo, um jovem que tenha concluído uma licenciatura em 2022, cujo ciclo de estudos tenha sido de quatro anos, pode pedir a devolução das propinas.

Após a submissão do pedido, os pressupostos relativos ao grau académico são verificados pela Direção-geral do Ensino Superior, que transmite a informação ao Fisco, bem como indica o número de anos do ciclo de estudos em causa até 30 de junho.

Na fase seguinte, e até 30 de julho, a Autoridade Tributária paga este prémio aos jovens por transferência bancária, através do IBAN associado ao registo de cada contribuinte, na base de dados do Fisco.

Os jovens que entreguem o IRS com os pais, como dependentes, não têm direito a este prémio. Podem, contudo, entregar uma declaração de substituição autónoma, de modo a terem acesso a esta medida, conforme escreveu o ECO.

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Indústria portuguesa já faz contas aos “prejuízos” com nova greve nos portos

Pré-aviso de greve de dez dias nos portos nacionais causa apreensão nos industriais. Governo já se reuniu com sindicato e garante ao ECO que "está a envidar todos os esforços para aproximar posições".

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias anunciou uma greve de dez dias, que arranca a 4 de junho e que se prolonga até 28 de junho, abrangendo os portos do continente, Madeira e Açores. A perspetiva de paralisação nos portos portugueses está a deixar “apreensivos” os industriais ouvidos pelo ECO e que dependem da via marítima para o abastecimento de matérias-primas e para a exportação de mercadorias para destinos fora da Europa.

O setor da metalurgia e metalomecânica, o mais exportador da economia portuguesa, com vendas a rondar os 24 mil milhões de euros em 2023, mostra-se “inquieto” com esta greve, tendo em conta que 30% das suas exportações são expedidas por mar. O vice-presidente executivo da associação do setor (AIMMAP), refere que “haverá seguramente constrangimentos” e “em muitos casos não haverá alternativas”. Outras soluções, como o recurso aos portos espanhóis “ou não são sequer exequíveis ou encareceriam substancialmente os preços, reduzindo competitividade à oferta” das fábricas nacionais.

Rafael Campos Pereira sublinha que o “impacto efetivo da greve dependerá da dimensão, nomeadamente o período de tempo durante a qual se prolongará”, mas calcula que os prejuízos podem ser “relevantes”. “As empresas têm prazos a cumprir e ficarão sujeitas a penalizações se não o fizerem”, alerta o porta-voz da Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal.

Esta greve é suscetível de nos inquietar. Haverá seguramente constrangimentos. (…) As empresas têm prazos a cumprir e ficarão sujeitas a penalizações se não o fizerem.

Rafael Campos Pereira

Vice-presidente executivo da AIMMAP

 

Para outro setor fortemente exportador, como é o caso do têxtil e vestuário, que perdeu 5,6% das exportações em 2023, esta greve vai trazer “consequências” e “causar seguramente prejuízos quer pela importação, quer pela exportação”, como destaca o vice-presidente da ATP, Jorge Pereira. “Os contentores, ao ficarem retidos com as matérias-primas, além de terem custos acrescidos, têm [impactos] indiretos porque vai agravar os atrasos que já acontecem junto dos clientes do têxtil”. “Isto é muito mau para a reputação do setor”, assegura Jorge Pereira, em declarações ao ECO.

No caso das vendas ao exterior, o responsável da associação sediada em Vila Nova de Famalicão e liderada por Mário Jorge Machado nota que “se as empresas não conseguirem fazer os despachos e envios atempadamente, a mercadoria vai chegar mais tarde aos clientes”. Lembra que “isto é um ciclo” e que “os atrasos na importação acabam sempre por prejudicar a exportação” nesta altura de transições de coleções.

A Associação Empresarial de Portugal (AEP) não tem dúvidas que esta greve ” vai gerar dificuldades acrescidas para as empresas e, consequentemente, para a economia portuguesa”, num período já marcado por alguma instabilidade nas cadeias de abastecimento, principalmente no transporte marítimo, provocado pelas tensões geopolíticas. A associação liderada por Luís Miguel Ribeiro contabiliza que 70% da atividade económica está relacionada com o comércio internacional de bens, por via das exportações ou das importações.

Luis Miguel Ribeiro, presidente da AEP, em entrevista ao ECO - 13SET22
Luis Miguel Ribeiro, presidente da AEPRicardo Castelo/ECO

De acordo com dados do INE relativos a 2022, no comércio internacional português, o transporte por via marítima é o modo de transporte mais utilizado, quando avaliado em toneladas – 47% do total de toneladas exportadas e 59% importadas. “O peso considerável do modo de transporte marítimo nos fluxos do comércio internacional português evidencia o impacto negativo que dez dias de greve poderão provocar na atividade das empresas, sobretudo pelos atrasos nas encomendas – aos quais estão mais suscetíveis empresas que trabalham com stocks reduzidos -, mas também pelas potenciais subidas dos custos”, alerta o líder da AEP.

Na ressaca de um ano em que as exportações portuguesas de mobiliário superaram os dois mil milhões de euros, um aumento de 11% face ao ano anterior e um máximo histórico, Gualter Morgado, diretor executivo da Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA), relativiza o impacto nos envios para um setor em que “a maioria das exportações sai via terrestre”. Porém, assinala que a paralisação “poderá ter mais impacto no atraso de importação de algumas matérias-primas” e, consequentemente, “atrasar as produções”.

Também a indústria do calçado, que recentemente ultrapassou a rival Espanha ao nível da produção, exporta mais de 90% da sua produção, mas a maioria das mercadorias é transportada por via terrestre, pelo que, a esse nível, os empresários esperam que a greve não tenha um “particular impacto na atividade”. Ainda assim, Paulo Gonçalves, diretor de comunicação da associação do setor (APICCAPS) alerta que “esta greve chega num momento de grande atividade exportadora e, por esse motivo, constitui um motivo de apreensão“.

Esta greve chega num momento de grande atividade exportadora e, por esse motivo, constitui um motivo de apreensão.

Paulo Gonçalves

Diretor de comunicação da APICCAPS

José Couto, presidente da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA), relata que esta grave irá causar “algum impacto” para os construtores, tendo em conta que a esmagadora maioria usa o transporte por via marítima, afirmando que “neste momento ainda não há alternativas à exportação pela via marítima para fora da Europa”. “Se os construtores ficarem com os parques cheios, não conseguirão fazer chegar os produtos aos mercados externos”, realça o responsável. Em entrevista recente ao ECO, avisou que “a produção de automóveis está a encolher” e as empresas nacionais vão ter de adaptar o chão-de-fábrica”.

Revisão salarial ameaça “encalhar” portos

Esta greve é motivada pela ausência de resposta à proposta de valorização remuneratória para este ano, que foi apresentada pelo sindicato há mais de meio ano. “Neste momento, o que está em cima da mesa é a revisão salarial” explica ao ECO o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias (SNTAP). Serafim Gomes adianta que reivindicam um aumento salarial próximo daquele que foi aplicado ao salário mínimo nacional em 2024 (7,9%), embora admita que é um “valor negociável”.

Só se chega a uma situação de greve quando não resta outra possibilidade e quando o setor se sente encurralado.

Serafim Gomes

Presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias

Serafim Gomes comenta que “só se chega a uma situação de greve quando não resta outra possibilidade e quando o setor se sente encurralado”. O líder do sindicato evidenciou a gravidade do impacto desta greve em todo país e, particularmente, na Madeira e Açores, com constrangimentos nos abastecimentos provenientes do continente, ainda que estejam garantidos os serviços mínimos nesta greve marcada para os dias 4, 5, 8, 9, 12, 13, 18, 19, 27 e 28 de junho.

Já a Associação dos Transitários de Portugal (APAT) “lamenta esta greve” numa altura que “os portos começam a ter alguma paz e boa fluidez nas cargas de exportação e importação”. “Vimos de um período de crise e precisamos de todos os playersdesta cadeia a trabalhar no mesmo objetivo, que é angariar e continuar a movimentar carga, ajudando as exportações de que o país precisa, diz António Nabo Martins, presidente executivo da APAT, em declarações ao ECO.

Vimos de um período de crise e precisamos de todos os players desta cadeia a trabalhar no mesmo objetivo que é angariar e continuar a movimentar carga.

António Nabo Martins

Presidente executivo da Associação dos Transitários de Portugal

Os portos portugueses terminaram o ano passado com uma nova quebra de 2,2% na movimentação de cargas, mas ganharam quota aos rivais espanhóis. No entanto, como lembra António Nabo Martins, algumas infraestruturas, como é o caso de Lisboa ou de Sines, estão a aumentar novamente a movimentação da carga e cresceram no arranque deste ano. Até face a esta trajetória, completa, “era importante que não houvesse nenhum acontecimento que invertesse esse crescimento”.

Na ótica nos transitários, entre as principais perturbações estão “os navios não atracarem e não movimentarem a carga”, os “custos adicionais por não atracarem” e “se a greve for muito demorada, muitos navios poderem escolher outros portos para descarregar e carregar”. O que “poderá fazer com que as empresas portuguesas tenham de ir buscar as mercadorias a outros países”. Nabo Martins espera ainda “que a carga das ilhas não venha a ser afetada”.

António Nabo Martins, presidente executivo da APAT

Ainda assim, o porta-voz da APAT compreende o direito à greve dos trabalhadores, apelando ao “bom senso de todos os intervenientes neste processo, desde os trabalhadores, às administrações portuárias e à tutela”. Contactado pelo ECO, o Ministério das Infraestruturas e Habitação, liderado por Miguel Pinto Luz, adiantou já se ter reunido com o SNTAP e, através de fonte oficial, garantiu que “está a envidar todos os esforços para aproximar posições”.

Tal como os transitários, o líder da AEP, que foi reconduzido na liderança da associação com 95% dos votos, “apela ao sentido de responsabilidade e dever das partes envolvidas para que seja imediatamente retomado o diálogo e encontradas as soluções para um problema que é de todos”. Luís Miguel Ribeiro salienta a “necessidade de garantir a suspensão desta greve em todos os portos nacionais e mitigar, assim, possíveis impactos económicos negativos mais abrangentes”.

A AEP apela ao sentido de responsabilidade e dever das partes envolvidas para que seja imediatamente retomado o diálogo e encontradas as soluções para um problema que é de todos, salientando a necessidade de garantir a suspensão desta greve em todos os portos nacionais e mitigar, assim, possíveis impactos económicos negativos mais abrangentes.

Luís Miguel Ribeiro

Presidente da AEP

À semelhança da Associação dos Transitários, a Associação dos Agentes de Navegação de Portugal (AGEPOR) já veio criticar esta nova greve dos trabalhadores das administrações portuárias, insistindo na concessão ou licenciamento de serviços portuários. A associação lembra que os portos nacionais estão a crescer em contraciclo, à boleia da crise no Mar Vermelho, e criticou o SNTAP por “ações que prejudiquem o esforço de todos os outros atores do setor”.

Em comunicado, os agentes de navegação criticaram, desde logo, o timing da greve, com “um Governo em início de mandato, com inúmeros problemas por resolver (…), usando a situação como forma de pressão [e] não tendo em consideração os prejuízos que os cancelamentos de escalas irão causar”.

A associação notou ainda que “dezenas de milhar de passageiros de cruzeiro irão ser prejudicados”. Acusa o sindicato de saber os prejuízos que a greve irá causar: “navios de passageiros e de carga cancelarão as suas escalas nos portos portugueses”, “as cargas chegarão mais tarde e com maior custo ao seu destino”, “alguns armadores porão em causa, no imediato e no futuro, a continuidade dos serviços que operam nos portos portugueses”.

Terminal de contentores do Porto de Lisboa MÁRIO CRUZ/LUSA 25 julho, 2016

Em resposta à AGEPOR, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias disse que “não aceita que haja quem prefira poder dispor, a seu bel-prazer, do trabalho precário, desregulamentado, com trabalhadores totalmente desprotegidos e que não possam defender os seus legítimos interesses”, recordando que “estão em causa os legítimos interesses de mais de 800 trabalhadores”.

De acordo com o documento enviado ao Governo, secretarias regionais e administrações portuárias, os trabalhadores dos portos do continente, Madeira e Açores vão estar em greve “das 00:00 do dia 4 de junho até às 24:00 do dia 5 de junho”, “das 00:00 do dia 8 de junho até às 24:00 do dia 9 de junho”, “das 00:00 do dia 12 de junho de 2024, até às 24 horas do dia 13 de junho”, “das 00:00 horas do dia 18 de junho, até às 24:00 horas do dia 19 de junho” e “das 00:00 horas do dia 27 de junho de 2024, até às 24:00 horas do dia 28 de junho”.

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias afirma que uma eventual desconvocação da greve está dependente de respostas concretas, objetivas e atempadas por parte das administrações portuárias e da tutela, às propostas apresentadas pelo SNTAP a 23 de outubro de 2023 e que incluí a reivindicação de atualização da tabela salarial.

Em dezembro de 2022, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias (SNTAP) convocou uma greve de vários dias. Na altura, a estrutura sindical acusava as administrações portuárias de mostrar uma “ausência total de disponibilidade” para dialogar sobre a proposta de revisão salarial para o ano seguinte, com os transitários a estimar que a greve dos trabalhadores das administrações portuárias teria um impacto diário de “100 a 150 milhões” na economia portuguesa.

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Dívida comum da UE para financiar defesa pode ser realidade, mas é preciso reforçar receitas

Países europeus discutem emissão de "defense bonds", mas ainda não há consenso político. Encargos com juros da "bazuca" ainda vão pesar no orçamento da UE.

Depois de uma pandemia e com duas guerras “à porta”, a União Europeia ainda pode esperar “fortes pressões orçamentais” nos próximos anos, vindas de vários quadrantes. O alargamento previsto para países como a Ucrânia vai obrigar a uma reorganização dos fundos, mas há também questões prementes na Defesa que vão obrigar a um maior investimento no setor. E há quem, como Emmanuel Macron, defenda uma nova emissão de dívida conjunta para financiar este esforço, uma hipótese que os economistas ouvidos pelo ECO veem como uma possibilidade real nos próximos tempos.

Como salienta o economista João César das Neves ao ECO, “os próximos anos vão ser de fortes pressões orçamentais, não apenas por razões de Defesa, mas também ambientais, sanitárias e demográficas“. “Claro que, tendo aberto a porta a grandes emissões conjuntas de dívida, com o Plano de Recuperação e Resiliência após a pandemia, agora essa alternativa será cada vez mais invocada”, nota.

Foi no rescaldo da pandemia que o bloco avançou para uma emissão de dívida conjunta de uma dimensão nunca antes vista, para financiar o Next Generation EU, o instrumento que potenciou os Planos de Recuperação e Resiliência (PRR). A chamada “bazuca europeia” previa que a dívida comum poderia chegar aos 800 mil milhões de euros em empréstimos.

Mas como salienta ao ECO Tiago Tavares, economista no Instituto Tecnológico Autónomo do México e Centro de Investigação Económica, “na sequência da pandemia a emissão da dívida conjunta da União Europeia cresceu dramaticamente”. “Estima-se que no final de 2026 a dívida associada ao financiamento do PRR e dos apoios ao desemprego durante 2020 ronde um trilião de euros, ao que se deve juntar mais 700 mil milhões decorrentes do Banco Europeu de Investimento e dos programas de resgate”, diz.

Esta foi uma decisão numa altura excecional, mas têm surgido líderes, como o Presidente francês, a defender uma nova emissão, nomeadamente para financiar o investimento na Defesa, num contexto de tensões geopolíticas.

Como recorda o economista Ricardo Ferraz, esta ideia “não é nova”. “Por exemplo, durante a Primeira Guerra Mundial os Estados Unidos emitiram pela primeira vez as chamadas ‘Liberty Bonds’, que foram obrigações que ajudaram a financiar as suas despesas de guerra”, sendo que “devido à conjuntura geopolítica volta-se a falar neste tipo de obrigações”.

Como não existiu investimento à escala do que deveria ter sido, argumenta, agora começa-se a “falar num fundo para a defesa europeia, com um poder de fogo de muitos milhares de milhões de euros, e financiado através da emissão de dívida comum que são as tais “Defense bonds””. “Creio que será mesmo uma realidade”, afiança.

É preciso, no entanto, existir consenso político relativamente a esta opção, algo que não se verifica atualmente — a Alemanha, um peso pesado dentro da UE, é um dos principais opositores. O assunto já foi discutido entre os Estados-membros, mas está num impasse, ainda que Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia (e candidata a mais um mandato), tenha defendido que a discussão “está no início, não no fim”.

UE terá de aumentar receitas próprias

Mesmo que acabe por avançar uma nova emissão conjunta de grande valor, a União Europeia vai precisar de financiamento além dos recursos próprios atuais, até pelos que já terá de enfrentar atualmente.

“Por norma, o pagamento dessa dívida conjunta é feito diretamente pelos países beneficiários”, explica Tiago Tavares, mas “a dívida associada ao PRR e programas adjacentes, no valor de 800 mil milhões de euros e cujos encargos associados ao seu serviço já se vislumbram superiores ao inicialmente previsto, dado a subida das taxas de juro, tem de ser financiada pelo orçamento da UE”.

Quando foi aprovada esta emissão de dívida, a Comissão estimou um custo cumulativo de juros de 14,9 mil milhões de euros até 2027. No entanto, na altura não era esperada uma subida das taxas, que ocorreu a partir de julho de 2022 devido ao disparo da inflação, que levou a uma subida do custo desta emissão.

Uma análise do think-thank Bruegel conclui que “é altamente provável que os custos dos juros da dívida da UE suportados pelo orçamento da UE sejam muito superiores aos previstos pela Comissão Europeia” em 2021. Os custos poderão ser “duas vezes superiores” no cenário de base deste estudo, com os custos totais a ascender a 30 mil milhões de euros.

Fonte: Bruegel

Assim, “para fazer face ao montante elevado do empréstimo, a Comissão Europeia já começou a reforçar as receitas próprias, onde se destacam o novo mecanismo de ajustamento carbónico fronteiriço e uma revisão no regime de licenças de emissão de carbono”, salienta o economista. “Está também em estudo o lançamento de novos impostos de âmbito europeu, por exemplo, taxas digitais ou taxas sobre transações financeiras”, destaca.

No entanto, “caso estas fontes adicionais de receitas não sejam suficientes, os Estados-membros terão de aumentar as suas contribuições diretas para o orçamento da UE”, alerta, algo que a maioria dos países quer evitar.

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Teixeira Duarte e Oliveiras constroem primeiras casas para arrendamento acessível na antiga Estação Radionaval em Algés

Na 1.ª fase do concurso público internacional para construir casas para arrendamento acessível na antiga Estação Radionaval em Algés foram escolhidas 4 construtoras. Três lotes vão de novo a concurso.

As construtoras Teixeira Duarte e Oliveiras já assinaram contrato para construir três dos primeiros lotes de casas do Estado para arrendamento acessível na antiga Estação Radionaval em Algés. O primeiro concurso para habitação lançado pela Construção Pública, a antiga Parque Escolar, foi ganho por quatro construtoras nacionais, avançou ao ECO fonte oficial do Ministério da Habitação.

O projeto, destinado à construção de 770 casas para arrendamento acessível, foi lançado pelo anterior Governo através de um concurso público internacional em novembro do ano passado. O prazo das candidaturas da primeira fase terminou a 8 de dezembro.

“Na primeira fase do concurso público internacional, relativo a 430 fogos para empreendimentos habitacionais para arrendamento acessível, apresentaram-se nove entidades nacionais, tendo sido consideradas, face à apresentação da documentação necessária, quatro entidades para análise das propostas”, explicou fonte oficial do ministério liderado por Miguel Pinto Luz.

Estes dados diferem ligeiramente do que era conhecido. De acordo com a portaria publicada em Diário da República, o Estado vai investir 59,3 milhões de euros na conceção-construção dos edifícios para habitação na ex-Estação Radionaval em Oeiras, nos lotes 1 a 6. Este montante, ao qual acresce o valor do IVA em vigor, é financiado por empréstimos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e tem de ser executado nos anos de 2024, 2025 e 2026.

Já o modelo do concurso estipulava que a construtora adjudicada tinha um prazo de 21 meses para a construção das habitações. Por outro lado, Marina Gonçalves, a anterior ministra da Habitação, no debate do Orçamento do Estado para 2024 na especialidade, disse que seriam construídos numa primeira fase 394.

Mas, afinal, são 430 fogos divididos em sete lotes (como estava previsto no aviso).

A antiga Parque Escolar acabou por escolher três construtoras para avançar com as obras de quatro lotes. “Foram celebrados três contratos” com a Teixeira Duarte e a Oliveiras (uma delas ganhou dois lotes, o número máximo de lotes que podia ser adjudicado a um concorrente). Está “prevista, para breve, a adjudicação de uma quarta proposta”, acrescentou a mesma fonte oficial sem revelar o nome da construtora escolhida.

Dos sete lotes a concurso, sobraram três “cujas propostas ficaram acima do preço base”. Agora a Construção Pública deverá relançar “um novo concurso público a curto prazo”. O aviso de concurso público estipulava preços base começavam nos cerca de seis milhões de euros e iam até 13 milhões.

Relativamente à segunda fase do concurso, no qual está prevista a construção de 340 fogos, “estão neste momento a ser iniciados os trabalhos de elaboração do estudo prévio”, revelou fonte do Ministério das Infraestruturas e Habitação.

A antiga Estação Radionaval em Algés é o primeiro de oito edifícios devolutos cedidos pela Defesa, em 2021, ao antigo Ministério das Infraestruturas que serão transformados em habitação acessível, nos quais serão construídas 1.379 casas para arrendamento acessível.

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Empresa da Azambuja constrói fábrica de cápsulas de café no Brasil

Liderada por Ricardo Flores, a Mocoffee está a montar uma fábrica de quatro milhões num país que “não é para amadores” e prepara expansão na Azambuja, onde produz 350 milhões de cápsulas de café.

A Mocoffee da Azambuja, fundada há 33 anos pelo inventor da cápsula monodose de café e primeiro CEO da Nespresso, e atualmente controlada e liderada pelo português Ricardo Flores, está a montar uma fábrica de cápsulas de café no Brasil. Já em construção no Porto Seco de Varginha, no sul de Minas Gerais, esta nova unidade industrial representa um investimento de 20 milhões de reais (cerca de 4 milhões de euros) e vai estar em funcionamento até ao final de 2024, com uma capacidade inicial para produzir 100 milhões de cápsulas por ano.

“O Brasil é o segundo maior consumidor de café no mundo, a seguir aos EUA, e não tem uma única empresa de café 100% focada em cápsulas e no private label. Identificámos essa lacuna de mercado, até porque servimos muitos clientes brasileiros a partir de Portugal. Então, decidimos fazer no Brasil uma réplica da fábrica da Azambuja, com o mesmo tipo de equipamento, de tecnologias e de fornecedores, para abastecer o mercado local”, adianta ao ECO o presidente executivo da Mocoffee, que tem como sócia a família brasileira Opitz.

Questionado sobre as condições para o sucesso no Brasil, Ricardo Flores lembra que tem residência no país desde 2008 e que “os 20 ou 30 casos que [conhece] de empresas portuguesas falharam todas pelos mesmos motivos”. “O Brasil não é para amadores. Ou conhece bem o mercado e está enraizado lá… [pausa] Sei como se comporta o brasileiro. Achamos que, por falarmos a mesma língua, é tudo igual. É esse o grande problema: se não falássemos a mesma língua era mais fácil entendermo-nos. Culturalmente, nos negócios, o Brasil é muito, muito distante de Portugal. O outro problema é a dimensão do mercado”, responde.

O Brasil não é para amadores. Achamos que, por falarmos a mesma língua, é tudo igual. É esse o grande problema: se não falássemos a mesma língua era mais fácil entendermo-nos. Culturalmente, nos negócios, o Brasil é muito, muito distante de Portugal.

Ricardo Flores

CEO da Mocoffee

A Mocoffee compra, torra, mói e coloca o café dentro de cápsulas, que entrega aos clientes para que distribuam com a marca deles. Com atuação no mercado B2B (Business to Business) e sempre em regime de private label, produz cápsulas compatíveis com as máquinas que estão no mercado, como a Nespresso; e tem também um sistema próprio, que inclui um equipamento de extração e para o qual fornece as cápsulas, que vende em países como França, Suíça, Indonésia ou Austrália. E mantém ainda o negócio original da empresa de origem suíça, quando a maioria das receitas provinha de royalties. Estima que, em 2023, mais de dois mil milhões de monodoses de café foram produzidas com recurso a tecnologia desenvolvida e patenteada pela Mocoffee.

“Na verdade, a cápsula não é uma embalagem, é um processo. Este negócio tem mais uma componente de tecnologia do que de produção clássica de café — e o equipamento [industrial] é muito caro. Por isso vemos que a cápsula [original] da Nespresso sempre funciona e depois outras [compatíveis] não funcionam tão bem em termos de consistência do produto. A maioria das próprias marcas de café não faz [cápsulas] e recorre a empresas terceirizadas, que são especialistas nesse processo. Os nossos clientes são retalhistas que têm a sua própria marca ou marcas de café que não têm este tipo de tecnologia”, resume.

A fábrica da Azambuja (distrito de Lisboa), em funcionamento desde agosto de 2022 e que desde outubro de 2023 concentra 100% da produção, ocupa uma área total de 4.050 metros quadrados que, além da produção, inclui os departamentos de investigação, logística e comercial. Com sede em Portugal e subsidiárias na Suíça, no Reino Unido e no Brasil, em 2025 vai começar por expandir o número de turnos e chegar aos 50 trabalhadores. Para os próximos quatro anos tem planeado um investimento de 7,5 milhões de euros, que aumentará a capacidade de produção anual dos atuais 350 milhões para perto de 520 milhões de cápsulas.

Numa primeira fase, em dois anos, vai aumentar a capacidade de logística com um novo edifício de 1,5 milhões. Outros 5 milhões serão aplicados no crescimento das linhas de produção, com Ricardo Flores a contar que está “neste momento a negociar os dois terrenos” ao lado da fábrica – num deles diz que o acordo já está “bem próximo” de ser alcançado – e que já tem um estudo prévio para este projeto de expansão à espera de aprovação na Câmara Municipal. “O consumo de café em monodose continua a crescer. Não vemos razão nenhuma para não continuar a investir e a expandir o parque industrial”, justifica o gestor.

Fábrica da Mocoffee na Azambuja

Segundo os dados da consultora Informa D&B, consultados pelo ECO, a sociedade Mocoffee Europe registou em 2022 lucros de 1,08 milhões de euros e vendas de 5,5 milhões de euros. A faturação cresceu 25% no último exercício, aponta Ricardo Flores, com o mercado interno a pesar à volta de 15%. Em Portugal, onde os estudos apontam para que mais de 60% dos lares já tenham uma máquina de café expresso em cápsulas, os maiores clientes são a Sonae – fabrica a cápsula de alumínio da marca Continente Seleção, a mais cara da prateleira – e a Massimo Zanetti Beverage Ibéria, que detém as marcas Nicola e Chave D’Ouro.

Reclamando o estatuto de empresa de private label de cápsulas mais antiga do mundo, a Mocoffee opera atualmente em 22 países. Os mais valiosos são a Suíça e a Indonésia, em que diz ser líder no mercado B2B. Segue-se o Brasil, que “rapidamente” vai subir de posição com a construção da fábrica e onde tem um escritório comercial (São Paulo) e vislumbra “um mar de crescimento pela frente” – até porque a taxa de penetração das cápsulas ainda ronda apenas os 8%. O Médio Oriente é outra geografia na mira da empresa, que acaba de abrir portas no DMCC – Dubai Multi Commodities Centre.

Da Delta à fábrica montada na pandemia

Mas, afinal, como é que uma empresa multinacional com ADN suíço, criada na altura com o nome de Monodor por Eric Favre, que revolucionou a maneira como hoje se bebe café em todo o mundo, veio parar às mãos de um português? Curiosamente, tudo começou no Brasil, onde está agora a montar uma fábrica, e para onde se mudou em 2008 para, na altura, abrir o primeiro escritório direto da Delta Q no Brasil.

Em 2011, Ricardo Flores foi recrutado como diretor de marketing e vendas pela Wine, então um startup brasileira de e-commerce de vinhos com apenas oito pessoas e que, volvidos três anos, já conta com 400 funcionários e “alguma dimensão”, decidiu adquirir outros negócios. Começou por comprar duas empresas de cerveja artesanal e foi então à procura de uma empresa de café. Nessa altura, a pensar na reforma, Eric Favre tinha colocado a Mocoffee à venda e em dezembro de 2014 completou-se a transação. Inicialmente, a maioria do capital foi comprada pela Wine e Ricardo Flores ficou com uma participação de 10%.

“A empresa tinha um gestor suíço, a sede estava em Zurique e era basicamente uma empresa de desenvolvimento de patentes e de compra e venda de produto. Tinha uma fábrica parceira em Itália, onde produzia, e depois distribuía no mercado suíço e francês. Até que em 2015 houve a crise com a saída da Dilma e a Wine decidiu vender todos os negócios que não eram vinho porque tudo era importado, o dólar descolou do real e era preciso realizar capital para aumentar fluxo de caixa”, recorda o gestor.

Ricardo Flores, CEO da Mocoffee

Foi então que decidiu comprar a maioria do capital da Mocoffee através de um Management Buy Out (MBO) e, com o apoio de outro investidor, finalizou o programa de compra em setembro de 2018. Dois anos antes já tinha aberto um escritório de backoffice em Lisboa, onde colocou as funções de apoio logístico, informática e financeiras que estavam na Suíça. Já com a posição de controlo, decidiu trazer a empresa toda para Portugal, à exceção da parte comercial, que continuou em território helvético, e montar também uma fábrica em Portugal.

“Começámos esse processo em 2019. Encontrámos a localização, comprámos o edifício, começámos as obras, comprámos o equipamento e… veio a Covid. Passámos a parte difícil da pandemia a tentar implementar uma fábrica nova em Portugal, o que atrasou a abertura para agosto de 2022. Desde aí temos transferido toda a produção para Portugal. Porque sou português e é ainda, apesar de todas as dificuldades e desafios, um lugar em que se pode investir. E porque precisamos de mais indústria e custa-me ver que não haja mais investimentos industriais no país. A sede está cá e pagamos os impostos em Portugal. Não somos o género de empresa que vai consolidar contas à Holanda”, frisa Ricardo Flores.

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Prestação da casa cai até 3,1% em junho. Saiba quanto pagará a menos pelo seu crédito à habitação

A correção das taxas Euribor em maio vai levar a mais um alívio da prestação da casa dos contratos que serão revistos em junho. Faça aqui as suas contas.

Após mais de dois anos de subidas constantes da prestação da casa, as taxas Euribor estão agora a inverter a tendência e a aliviar a carteira das famílias com crédito à habitação. A Euribor a 6 meses, atualmente o indexante mais utilizado nos empréstimos à habitação, apresentou uma taxa média de 3,79% em maio, colocando-a no valor mais baixo do último ano.

Essa dinâmica irá refletir-se em junho em mais uma queda da prestação da casa nos contratos que verão as taxas revistas no próximo mês. Aliás, segundo contas do ECO, pelo segundo mês consecutivo, todos os contratos indexados à Euribor a 3, 6 e 12 meses que serão sujeitos a uma revisão das suas taxas de juro terão uma queda da prestação da casa.

  • Num crédito à habitação de 150 mil euros a 30 anos, com um spread de 1%, indexado à Euribor a 6 meses, a queda será de 3,1%, o equivalente a uma redução de 25 euros, com a prestação a passar de 811 euros para 786 euros.
  • Num contrato com as mesmas características, mas indexado à Euribor a 12 meses, os empréstimos revistos em junho contarão com uma prestação 17 euros mais baixa, passado de 793 euros para 776 euros. Apesar de ser uma redução menos prenunciada face à verificada nos contratos indexados à Euribor a 6 meses, trata-se da maior correção dos contratos indexados à Euribor a 12 meses desde setembro de 2021.
  • Num empréstimo à habitação de também 150 mil euros a 30 anos, com um spread de 1%, mas indexado à Euribor a 3 meses, a prestação irá ficar 9,8 euros mais baixa, passando dos anteriores 798 euros para 789 euros. Trata-se de uma poupança de 1,23%, a maior desde novembro de 2020.

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Nota: Se está a aceder através das aplicações, carregue aqui para abrir o gráfico.

Para os próximos meses, a expectativa é que as taxas Euribor prolonguem a tendência de queda, como resultado da esperada mudança da política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que deverá realizar o primeiro corte das taxas diretoras na reunião de 6 de junho.

Este movimento, apoiado publicamente por vários membros do Conselho do BCE, como o vice-presidente da autoridade monetária da Zona Euro, Luis de Guindos, e o governador do banco central francês, François Villeroy de Galhau, inclui até mesmo os mais cautelosos, como Klaas Knot e Joachim Nagel, governador do Banco Central dos Países Baixos e do Bundesbank, respetivamente.

A expectativa é que a continuidade da queda das taxas Euribor ocorra à medida que o BCE avance ao ritmo dos cortes das taxas diretoras. No entanto, há ainda uma elevada incerteza no horizonte que podem condicionar o ritmo de cortes das taxas de juro e, com isso, a queda das taxas Euribor.

Para o ajudar a calcular a prestação do seu crédito à habitação e a retirar alguma da incerteza na gestão das suas finanças pessoais, o ECO preparou um simulador de crédito à habitação. Faça as contas para o seu caso e se o seu contrato for revisto agora, saiba quando irá pagar a menos.

Tenho um crédito à habitação no valor de euros, contratualizado por um prazo de anos, indexado à Euribor a 12 meses (que há um ano estava nos % ), com um spread de %. A prestação da casa que pago atualmente é de 308 euros, mas caso a Euribor a 12 meses passe para %, a prestação passa para 432 euros. (Mude os campos sublinhados para descobrir os números mais próximos da sua previsão.)

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para ver o simulador.

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A flexibilidade surge como um dos factores mais relevantes para mudar ou permanecer no local de trabalho

  • Servimedia
  • 31 Maio 2024

83% dos quadros superiores inquiridos pela Confederação Mundial do Emprego reconhecem que na sequência da pandemia de covid-19 os seus empregados dão tanta prioridade à flexibilidade como ao salário.

No seu relatório “O Trabalho que Queremos”, a organização mundial de empregadores para agências de emprego sublinhou que a flexibilidade se tornou um elemento-chave para compreender as carreiras profissionais das pessoas.

No entanto, em termos de política e legislação, ainda há trabalho a fazer, uma vez que “a incorporação de uma flexibilidade sustentável só é possível num quadro de segurança que reconheça que o trabalho mudou. Em Espanha, temos uma componente de sazonalidade e de configuração da economia que torna a flexibilidade uma necessidade e o relatório do CME mostra que o mundo está a olhar para este fator como algo inerente às relações laborais e não como um elemento excecional”, sublinhou o presidente da ASEMPLEO, Andreu Cruañas.

Este apelo reforça a necessidade de adaptar também a cultura das organizações e dos seus líderes, uma vez que, de acordo com os dados do inquérito do CME, apenas 38% dos líderes empresariais se sentem plenamente capazes de alcançar a combinação ideal entre diferentes formas de trabalho.

Como resultado, 83% dos mais de 700 inquiridos indicaram que consideram necessário aumentar a sensibilização para os vários tipos de contratos de trabalho disponíveis para os trabalhadores e dar às pessoas a oportunidade de escolherem o que mais lhes convém.

“O caminho da flexibilidade sustentável proposto pelo CME é valioso para a Espanha, porque nos ajudaria a aliviar as deficiências estruturais do mercado de trabalho, principalmente, nos ajudaria a reduzir o desemprego juvenil e a ter um impulso em termos de competitividade, dois assuntos pendentes de emprego no nosso país”, destacou Cruañas.

Atualmente, os ETT e o Emprego gerem mais de 3,6 milhões de contratos por ano, com mais de 700.000 candidatos únicos. Para além destes dados, mais de 32% dos trabalhadores que estas empresas colocam à disposição de outras empresas são contratados por tempo indeterminado, o que demonstra o valor de transição que têm no mercado de trabalho.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 31 Maio 2024

Esta sexta-feira é a última oportunidade para os jovens pedirem a devolução das propinas. O grupo Ibersol divulga resultados e o Eurostat e o INE divulgam dados e estatísticas.

Os jovens têm até hoje para pedirem o seu prémio salarial de valorização das qualificações, ou seja, a devolução das propinas. O grupo Ibersol divulga também esta sexta-feira os seus resultados referentes ao primeiro trimestre e a Direção-Geral do Orçamento (DGO) apresenta a síntese de execução orçamental referente ao mês de abril.

Último dia para pedir prémio salarial

Esta sexta-feira é data limite para que quem tenha concluído os estudos nos últimos anos possa fazer o pedido online do prémio salarial de valorização das qualificações, medida que, na prática, corresponde à devolução das propinas. Até ao momento, mais de 161 mil pessoas já solicitaram este apoio, que varia entre 697 euros por ano, no caso dos licenciados, e 1.500 euros, no caso dos mestres.

Ibersol divulga resultados

O grupo Ibersol escolheu esta sexta-feira para apresentar as suas contas referentes ao primeiro trimestre. O grupo de restauração, que explora várias marcas de fast food em Portugal e Espanha e está cotado na bolsa de Lisboa, registou 15,4 milhões de euros de lucro em 2023, numa descida de mais de 90% em comparação com o ano anterior.

Eurostat avança inflação na Zona Euro

Esta sexta-feira, o Eurostat revela também dados relativos ao índice de preços no consumidor na Zona Euro referentes ao mês de maio. Recorde-se que de acordo com a estimativa rápida divulgada pelo Gabinete de Estatísticas da União Europeia, a inflação na Zona Euro em abril manteve-se estável nos 2,4%. Portugal ficou abaixo da média da zona euro com uma estimativa de 2,3%.

INE também divulga preços em Portugal

A nível nacional, o INE também vai divulgar diversas estatísticas. Além de estimativas rápidas sobre a inflação (maio) e a atividade turística (abril), o Instituto Nacional de Estatística apresenta ainda as contas nacionais trimestrais referentes ao primeiro trimestre, os índices de produção industrial, relativos a maio, e as estatísticas da pesca referentes ao ano de 2023.

Governo mostra a execução orçamental

Tal como todos os meses, a Direção-Geral do Orçamento (DGO) vai divulgar a síntese de execução orçamental, desta vez referente ao mês de abril. Na síntese de março, as contas públicas voltaram ao vermelho pela primeira vez “desde dezembro de 2022”, sendo que o excedente de 785 milhões em fevereiro passou para um défice de 259 milhões de euros em março, último mês de Fernando Medina como ministro.

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FutureBrand cria a nova imagem da marca Hospiten, redefinindo os códigos de comunicação do sector da saúde

  • Servimedia
  • 31 Maio 2024

FutureBrand foi a empresa encarregada de reposicionar e criar a nova imagem da Hospiten, uma empresa hospitalar privada, que procura projetar a evolução da sua oferta a nível internacional.

O objetivo da FutureBrand era reposicionar a marca para um perfil mais tecnológico e inovador e refletir o crescimento da empresa. Tendo como premissas os constantes avanços tecnológicos e a inovação no setor da saúde e da prestação de cuidados de saúde, e para realçar o compromisso da Hospiten “com a excelência”, a FutureBrand propôs um desenvolvimento estratégico de branding, redefinindo os códigos tradicionalmente utilizados no setor da saúde.

Este reposicionamento da marca Hospiten é o segundo que a FutureBrand efetua para o grupo hospitalar. Já em 2011, a FutureBrand reorientou a marca Hospiten por ocasião da grande expansão da empresa na América. Em 2023, depois de ter alcançado um volume de negócios de 434,4 milhões de euros e um historial extremamente sólido e consolidado, a Hospiten voltou a confiar nesta agência de branding para alinhar os seus objetivos e estratégias empresariais com a nova realidade do setor da saúde.

Após mais de 50 anos de experiência a desenvolver a sua atividade através de 20 centros médico-hospitalares, a Hospiten inicia um processo de transformação que inclui investimentos nos cinco países onde está presente, bem como a abertura do novo Hospital Geral Universitário de Boadilla del Monte, em Madrid. Este hospital será um ponto-chave para a continuação da vocação de cuidados de saúde do grupo em Madrid, onde já tem uma presença através do MD Anderson Cancer Center.

Carlota Castellanos, Directora Geral da FutureBrand, afirmou que “este projeto reflete o salto qualitativo da Hospiten numa categoria muito previsível em termos de identidade de marca. A abertura do novo hospital em Madrid, juntamente com um ambiente internacional altamente competitivo, exigia uma marca com uma personalidade distinta e uma visão do futuro que preservasse a sua essência, mas que a projetasse para o futuro. A ideia de marca “Uma vida dedicada ao progresso da saúde” combina atributos como a sua identidade familiar, refletindo ao mesmo tempo a sua vocação internacional e o seu compromisso com a inovação. E tudo isto é expresso através de uma narrativa visual muito diferente que não passa despercebida neste setor”.

A nova imagem de marca do grupo especializado no desenvolvimento e gestão de hospitais reflete a transformação da empresa através de um discurso renovado que “se centra no futuro, sendo fiel à sua essência” e é o resultado do trabalho conjunto e da intensa colaboração entre a equipa de gestão da Hospiten, os seus profissionais e a equipa da FutureBrand, que contribuíram para o desenvolvimento desta nova identidade orientada para o futuro.

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