Rui Costa e Vieira suspeitos de desviar fundos da Benfica SAD

  • ADVOCATUS
  • 16 Maio 2024

Ex-líder Luís Filipe Vieira, juntamente com Rui Costa, Domingos Soares Oliveira e Paulo Gonçalves, suspeitos dos crimes de recebimento indevido de vantagem e fraude fiscal qualificada.

O antigo presidente do Sport Lisboa Benfica, Luís Filipe Vieira, o atual presidente, Rui Costa, o ex-administrador Domingos Soares Oliveira e o ex-assessor jurídico, Paulo Gonçalves, são suspeitos de desviar cerca de seis milhões de euros da Benfica SAD.

Em causa alegados contratos de intermediação de jogadores falsos. Segundo avança o Observador, o DCIAP e a PJ estão prestes a concluir o inquérito e poderão acusar Rui Costa, os restantes ex-dirigentes benfiquistas ainda antes das férias judiciais.

O DCIAP e a PJ estão prestes a concluir o inquérito e deverão acusar antes das férias judiciais Rui Costa, os restantes ex-dirigentes benfiquistas, assim como responsáveis do Vitória de Setúbal envolvidos nestes factos indiciários. Mas falta ainda ouvir Luís Filipe Vieira- que será a 12 de junho, e Domingos Soares Oliveira.

Rui Costa, presidente do BenficaLusa

O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e a Polícia Judiciária (PJ) suspeitam que Luís Filipe Vieira e a administração da Benfica SAD – entre 2014 e 2020 – planearam um alegado plano para desviar cerca de seis milhões de euros do clube através de contratos de intermediação de jogadores falsos. O MP imputa os crimes de fraude fiscal qualificada e recebimento indevido de vantagem. Este último crime está relacionado a injeção de cerca de 1,3 milhões de euros no Vitória de Setúbal através de contratos de compra e venda e de empréstimos de jogadores em que o Benfica chegou a pagar duas vezes pelo mesmo passe de um jogador de Setúbal.

As autoridades desconfiam de algumas contratações do Benfica: três exemplos de jogadores em final de contrato que praticamente nunca jogaram na equipa principal: Daniel dos Anjos, Hermes e Luís Felipe.

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Miranda Sarmento reconhece que redução do IRS vale “350 milhões de euros” este ano

Governo vai acompanhar a proposta do PSD que baixa mais as taxas do 3.º e 4.º escalões, mas mantém que o custo da medida é de 1.500 milhões em comparação com 2023.

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, reconheceu esta quinta-feira que a proposta do Governo para a redução do IRS até ao 8.º escalão vai custar “350 milhões de euros”, este ano, um valor inferior ao inicialmente apresentado. Contudo, afirma que “o montante anunciado de 1.500 milhões de euros se mantém em comparação com 2023”, defendeu o governante durante uma audiência na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública, na sequência de um requerimento apresentado pelo Chega.

“A redução das taxas de redução até ao 8º escalão vai perfazer uma diminuição global de cerca de 1.500 milhões de euros face ao ano passado”, reforçou, citando o primeiro-ministro, perante as questões colocadas pelos deputados do Chega, Rui Afonso, e da IL, Bernardo Blanco. “Na minha intervenção de 11 de abril, disse que iríamos reduzir o IRS e vamos começar já, reduzindo as taxas de imposto face a 2023 em 1.500 milhões, recuperando a proposta do PSD de setembro de 2023 e para o Orçamento do Estado para 2024”, continuou.

Contudo, esclareceu, que se for tida em consideração “a estimativa para 2024”, a descida do IRS “representa uma redução da receita adicional de 348 milhões de euros”. Ora a diferença corresponde ao impacto da medida já aprovada pelo Governo anterior do PS de cerca de “1.100 milhões de euros”. “Se juntar mais cerca de 350 milhões dá cerca de 1.500 milhões de euros”.

A forma como a medida foi anunciada, inicialmente, provocou uma onda de contestação, uma vez que já incluía a diminuição do imposto, aprovada pelo Governo de maioria absoluta socialista para 2024. Expurgando esse efeito, na realidade o impacto da descida do IRS preconizada pelo Executivo de Luís Montenegro será de 348 milhões este ano, por via da diminuição das tabelas de retenção na fonte, a que se somam 115 milhões com os reembolsos de 2025.

Miranda Sarmento indicou ainda que, na sequência da proposta do PSD, “o Governo vai acompanhar” esse projeto que “iguala a proposta do PS no 3.º e 4.º escalões”, isto é, de quem recebe entre 1.100 e 1.800 euros mensais brutos, “e que tem taxas marginais mais baixas no 6.º escalão”, que corresponde a um salário bruto entre 2.200 e 3.100 euros brutos.

O governante considera que, agora, “há chão comum para poder ter uma proposta que reúna o apoio maioritário no Parlamento e que permita aos portugueses pagar menos 350 milhões de euros de IRS no segundo semestre, se for possível refletir já essa descida nas tabelas de retenção a partir de julho”.

Audição do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, na Assembleia da República - 16MAI24
Audição do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, na Assembleia da RepúblicaHugo Amaral/ECO

Alívio no bolso pode chegar mais tarde, “em agosto ou setembro”

Ora essa poupança vai depender da entrada em vigor da medida e do seu efeito sobre as tabelas de retenção na fonte. Por isso, Miranda Sarmento alertou que, se os trabalhos parlamentares derraparem, a descida nos descontos que os portugueses fazem todos os meses às Finanças só terão efeito “em agosto ou setembro”, o que significa que a poupança poderá ser inferior para as famílias.

O Governo aponta para “a entrada em vigor das tabelas de retenção na fonte em julho”, salienta. Mas tudo depende da Assembleia da República. “Quanto mais rápido o Parlamento decidir, mais rápido o Governo poderá publicar as novas tabelas de retenção, Seria bem vindo esse alívio fiscal o mais rápido possível”, frisou.

De recordar que a proposta do Governo passa pela diminuição das taxas marginais até ao 8.º escalão entre 0,25 pontos percentuais (p.p.) e 3 p.p., sendo que a maior redução será no 6.º escalão, que vai passar de uma taxa de 37% para 34%.

O diploma do Executivo prevê uma diminuição da taxa do 3.º escalão, entre 11.623 e 16.472 rendimentos brutos anuais, em 0,5 pontos percentuais (p.p.), de 23% para 22,50%. Ora o projeto do PSD visa baixar mais 0,5 p.p. para 22%.

No 4º escalão, entre 16.472 e 21.750 euros anuais, o Governo pretendia diminuir a taxa em 0,5 p.p., de 26% par 25,50%. Os sociais-democratas propõem agora recuar o imposto mais 0,5 p.p. para 25%. Desta feita, o grupo parlamentar equipara a proposta do PS e do Chega.

Como contrapartida, e para “não violar a norma-travão”, o PSD foi “ao encontro do PS e aproximou-se do 6.º escalão”, baixando menos a taxa deste intervalo de rendimentos, revelou na quarta-feira o líder da bancada do PSD, Hugo Soares. Isto significa que a taxa deste patamar de retribuições, entre 28.500 e 35.500 euros brutos anuais, em vez de baixar 3 p.p., de 37% para 34%, deverá ter uma redução menor, de 2 p.p., para 35%, em linha com o que propõe o PS. Ainda que o projeto dos socialistas aponte para uma taxa mais alta, de 36%, para este escalão.

Em relação ao IRS Jovem, o governante referiu que vai custar cerca de “mil milhões de euros já este ano”. De recordar que a proposta do Executivo passar por baixar todas as taxas, exceto as do último escalão, em um terço, até 15%. “A medida atualmente em vigor custa 200 milhões, a nossa medida custa 1,2 mil milhões, o impacto líquido é de mil milhões”, explicou.

Em termos globais, Miranda Sarmento garantiu que a diminuição do IRS vai gerar uma poupança para os contribuintes de “três mil milhões de euros até ao final da legislatura”. Juntando “a redução em IRC, IMT e Imposto de Selo para a compra da primeira casa pelos jovens, o Governo vai avançar com uma descida de impostos no valor de cinco mil milhões de euros até 2028”. “Esta redução entre 2024 e 2028 é de 1,5 pontos percentuais do PIB para um PIB de 332 mil milhões de euros em 2028”, defendeu o governante durante uma audiência na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública, na sequência de um requerimento apresentado pelo Chega.

“Este é o primeiro passo para a redução global que será a redução mais significativa da carga fiscal em período de crescimento económico”, afirmou.

“Temos disponibilidade para analisar” a dedução dos juros dos créditos à habitação

Quanto à proposta do Bloco de Esquerda de alargamento da dedução dos juros de contratos de crédito à habitação posteriores a 2012, Miranda Sarmento referiu que “o PSD tomará a decisão que entender”. “Do lado do Governo, temos disponibilidade para analisar a medida”, afirmou, respondendo à deputada do BE, Marisa Matias.

O projeto do BE prevê a dedução de 15% dos juros do crédito à habitação até um máximo de 360 euros. Neste momento, só os contratos assinados até 2011 podem abater este custo no IRS até um limite que está fixado em 296 euros. Entretanto, o diploma que o PSD deu entrada no Parlamento, e que determina uma diminuição maior nas taxas dos escalões do 3.º e 4.º escalões, também já coloca em cima da mesa a possibilidade de estender a dedução dos juros, indo ao encontro dos bloquistas.

“O Governo pondera a extensão do alargamento da dedução de encargos com juros de dívidas contraídas no âmbito de contratos de crédito à habitação”, lê-se no projeto.

De recordar que, no ano passado, o grupo parlamentar do PSD, na altura liderado por Joaquim Miranda Sarmento, propôs “a dedução extraordinária à coleta em sede de IRS, para vigorar apenas para os exercícios de 2023 e 2024, relativa aos valores pagos a título de juros na aquisição de habitação própria e permanente com recurso a crédito habitação”.

A líder parlamentar do PCP, Paulo Santos, desafiou o ministro a avançar com a atualização da dedução específica, que está congelada nos 4.104 euros há mais de uma década. Esta parcela abate diretamente ao rendimento coletável, o que permite reduzir o imposto a liquidar. Joaquim Miranda Sarmento também deixou a porta aberta a esta medida: “Sobre a atualização da dedução específica em função do Indexante de Apoios Sociais (IAS), podemos avaliar para 2025. Para este ano, não era comportável, tendo em conta que a margem que tínhamos era de 350 milhões”.

Em julho do ano passado, os comunistas propuseram o aumento daquele instrumento em 800 euros ou cerca de 19,5% para 4.804 euros, mas a proposta acabou por ser chumbada por PS, PSD, Chega e Iniciativa Liberal.

Até 2010, ou seja, antes da entrada da troika em Portugal, a dedução específica seguia uma regra de atualização em que o seu valor deveria ser igual a 72% de 12 vezes o salário mínimo nacional, que no este ano, subiu para 820 euros. Ou seja, se o Executivo aplicasse a fórmula pré-resgate financeiro, em 2024, teria de subir aquele abatimento em 2.980,8 euros ou 72,6% para 7.084,8 euros.

Audição do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, na Assembleia da República - 16MAI24
Audição do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, na Assembleia da RepúblicaHugo Amaral/ECO

Governo ainda vai avaliar se há necessidade de um Orçamento retificativo

O ministro afirmou que o Governo pretende “cumprir todas as medidas do programa eleitoral”, recordando que, “no programa havia duas medidas para 2024, esta redução de IRS que está nesta comissão e o plano de emergência para a saúde”. Miranda Sarmento indicou que está disponível para “antecipar medidas”, referindo-se ao complemento solidário para idosos (CSI) e à contagem do tempo dos professores no arranque do próximo ano letivo. “Não pode pedir ao Governo que em 30 poucos dias que leva faça o programa de 200 páginas pensado para quatro anos e meio”.

Quanto ao orçamento retificativo, “o que existe são alterações orçamentais de competência da Assembleia da República e competência do Governo”. “O Governo fará as alterações orçamentais da sua competência que entender necessárias para prosseguir os seus objetivos e avaliará até final do ano se há necessidade de pedir alteração orçamental que seja da competência da Assembleia da República nos termos da Constituição e da Lei”.

Questionado novamente pelo deputado do Chega, Eduardo Teixeira, se o Governo tenciona avançar com um Orçamento Retificativo, Miranda Sarmento respondeu que essa “será uma decisão do Governo”. “Se for necessário eventualmente trazer uma alteração orçamental à Assembleia da República, vulgo retificativo, essa será uma decisão que tomaremos ao longo do ano, sem deixar de cumprir o nosso programa e as nossas medidas”, rematou.

(Artigo em atualizada às 20h39)

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Prévoir apoia vinda de delegação Escola de Negócios e Seguros à Católica

  • ECO Seguros
  • 16 Maio 2024

Quatro profissionais da seguradora irão partilhar as suas experiências e competências profissionais com os formandos. No último dia, será promovida uma visita técnica à sede da Prévoir.

A Prévoir apoia iniciativa que traz delegação de 27 alunos da Escola de Negócios e Seguros (ENS) do Brasil às instalações da Católica Porto Business School entre os dias 20 a 24 de maio que visa proporcionar o aprofundamento dos conhecimentos dos alunos em “Práticas Europeias em Produtos e Distribuição em Seguros”, deu conta a seguradora em comunicado.

2ª Conferência Anual ECOSeguros - 28OUT21
Luiz Ferraz, CEO da PRÉVOIR: “Estamos entusiasmados por fazer parte desta iniciativa pioneira que reforça a nossa missão de promover a educação e o desenvolvimento profissional no setor de seguros. Através desta parceria com a ENS, reafirmamos o nosso compromisso com a formação de talentos capazes de liderar e inovar no mercado segurador.”.Henrique Casinhas/ECO

Este programa irá abordar estratégias de negócios, produtos, tecnologias, processos de trabalho e principais desafios do mercado europeu, em particular do português. “Este programa de imersão destina-se a enriquecer a formação de profissionais do setor segurador interessados em explorar o mercado português, permitindo-lhes uma experiência prática e próxima de algumas das referências nesta área.”, lê-se no comunicado.

A participação da Prévoir nesta iniciativa materializar-se com o envolvimento de “quatro dos seus profissionais de topo” nas formações, onde vão partilhar as suas experiências e competências. Luiz Ferraz, CEO da Prévoir focar-se-á nas principais tendências do mercado segurador europeu; Paulo Silva, Chief Sales Officer da Prévoir, irá dedicar-se à “estrutura do mercado de seguros em Portugal”, José Gonçalves, Chief Financial Officer irá apresentar “Mercado português em números” e Maria do Carmo Farto, a coordenadora comercial da Prévoir, partilhará a sua perspetiva sobre a mediação com o tema “como ser mediador de seguros em Portugal”.

Além disso, no dia 24 será promovida uma visita técnica à sede da Prévoir, onde Paulo Padilha, Chief Information Officer da Prévoir, irá abordar temas sobre tecnologia e Paulo Silva o panorama da mediação de seguros no mercado português.

“Estamos entusiasmados por fazer parte desta iniciativa pioneira que reforça a nossa missão de promover a educação e o desenvolvimento profissional no setor de seguros. Através desta parceria com a ENS, reafirmamos o nosso compromisso com a formação de talentos capazes de liderar e inovar no mercado segurador.”, afirmou Luiz Ferraz, CEO da PRÉVOIR citado em comunicado.

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Hospital sem seguro contra incêndios. Governo paga pelos danos

  • ECO Seguros
  • 16 Maio 2024

O Hospital Divino Espírito Santo, em São Miguel, não tinha seguro "dado o valor do prémio de seguro e pela casuística deste tipo de incidentes", explica a administração.

O Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) “nunca teve, nem tem, qualquer seguro contra incêndios”, disse em declarações aos jornalistas a presidente do Conselho de Administração do hospital Manuela Menezes, avançou o Açoriano Oriental.

O que, segundo a mesma, “é uma prática comum” em edifícios públicos, como os hospitais públicos “dado o valor do prémio de seguro e pela casuística deste tipo de incidentes”. Por isso, “quando isto acontece, são assegurados pelo Governo os danos provocados”, esclarece a presidente do Conselho de Administração.

Aliás, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, anunciou que o Governo da República vai apoiar a reconstrução do Hospital de Ponta Delgada, depois uma visita ao espaço, dois dias depois do incêndio que lá deflagrou, a 4 de maio, e obrigou à transferência de todos os utentes que estavam internados.

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Lucros dos bancos subiram 33% para 1,2 mil milhões no arranque do ano

Juros renderam mais 20% aos bancos no primeiro trimestre do ano, mas banqueiros admitem que pico já passou. Negócio estabilizou em termos de depósitos e crédito. Custos aceleram quase 10%.

O ambiente de altas taxas de juro continuou a impulsionar os resultados dos maiores bancos em Portugal no arranque do ano. Caixa, BCP, Santander, Novobanco e BPI lucraram mais de 1,2 mil milhões de euros nos três primeiros meses, uma subida de 33% em comparação com o mesmo período de 2023. Mas o “balão” da margem financeira começa a esvaziar, enquanto os banqueiros tentam controlar a subida dos custos perante a agudizar da luta dos sindicatos por aumentos salariais mais expressivos do que os bancos oferecem.

Sem surpresas, os rendimentos com as taxas de juro voltaram a dar força aos resultados dos bancos, com a margem financeira – que corresponde à diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos – a subir 20% para 2,4 mil milhões de euros. Os bancos admitem que o pico já terá passado, ainda assim. A Caixa superou o BCP.

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A perspetiva de alívio do Banco Central Europeu (BCE) já se está a refletir numa redução da prestação da casa, uma tendência que irá acentuar-se se confirmar o desaperto dos juros – o primeiro corte nas taxas diretoras pode acontecer já no início do próximo mês.

Por outro lado, a concorrência nos spreads dos empréstimos e nas remunerações dos depósitos deixa os bancos a admitirem que a margem irá a partir de agora começar a estreitar.

O BCP já está a assistir a uma redução da margem de juros em Portugal, de resto, enquanto o BPI acredita que atingiu o pico no último trimestre do ano passado.

Já as comissões estabilizaram nos 608 milhões de euros, fazendo-se já sentir o impacto do fim de algum comissionamento que o Parlamento aprovou em meados do ano passado, como a comissão de processamento da prestação da casa.

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Neste contexto de perspetiva de estabilização de receitas, os bancos olham para o lado dos custos, sobretudo quando crescem as pressões dos sindicatos para aumentarem os salários dos trabalhadores, depois dos lucros históricos alcançados no ano passado – e que deverão voltar a atingir recorde este ano.

Os custos operacionais tiveram um aumento de 9% para 980 milhões de euros. Nos “espanhóis” BPI e Santander estabilizaram, mas subiram de forma pronunciada no Novobanco e no BCP. O CEO deste último, Miguel Maya, assegurou que continua a fazer uma “gestão de custos muito rigorosa” e que o banco se encontra “num patamar de elevada eficiência”, mas revelou que concorrência por talento na Polónia está a aumentar os encargos com pessoal.

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Em todo o caso, o primeiro trimestre manteve-se com níveis de rentabilidade robustos para a banca nacional, com os lucros expressivos a refletirem em ROE (rentabilidade dos capitais próprios) iguais ou superiores a 15%. O Santander alcançou o melhor desempenho neste capítulo, com um ROE de 27%.

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Ao nível do balanço, a evolução do volume de negócio dá conta de uma certa recuperação tanto nos depósitos como no crédito em relação ao “retrato” de há um ano.

Os depósitos tiveram um aumento de 1% para 216 mil milhões de euros em comparação com março do ano passado, altura em que os bancos estavam a assistir a uma fuga para os Certificados de Aforro que se prolongou até o Governo cortar a taxa de juro em junho.

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Quanto ao crédito, a carteira dos bancos cresceu mais de 3% para 188,9 mil milhões de euros, mas o nível restritivo dos juros deverá continuar a condicionar através de duas formas: menos procura e mais famílias a amortizarem antecipadamente os empréstimos da casa.

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União Europeia paga 20 milhões por ano para pescar no mar da Guiné-Bissau

  • Lusa
  • 16 Maio 2024

A União Europeia vai ainda desembolsar um total de 22,5 milhões de euros para apoiar o setor das pescas e da economia azul, construção de infraestruturas de referência, fiscalização marítima do país.

A Guiné-Bissau e a União Europeia assinaram esta quinta-feira um novo protocolo de acordo no domínio das pescas que vai permitir ao país africano receber, nos próximos cinco anos, uma receita total de 100 milhões de euros. O protocolo, fruto de três rondas negociais, foi rubricado num hotel de Bissau entre o ministro das Pescas e Economia Marítima guineense, Mário Musante, e o embaixador da União Europeia em Bissau, Artis Bertulis.

Na sua intervenção, o diplomata europeu saudou o novo acordo, salientando que permitirá à Guiné-Bissau subir de 15,6 para 17 milhões de euros o valor direto anual no Orçamento Geral de Estado.

Além desse valor, a União Europeia irá desembolsar um total de 22,5 milhões de euros para apoiar o setor das pescas e da economia azul, construção de infraestruturas de referência, fiscalização marítima, combate à pesca ilegal e não regulamentada e ainda para ajudar as comunidades marítimas, disse.

Este é um acordo que satisfaz ambas as partes”, sublinhou o embaixador da União Europeia na Guiné-Bissau. À luz de um acordo de parceria, que Artis Bertulis sublinhou existir há cerca de cinquenta anos, navios de empresas portuguesas, espanholas, francesas, italianas e gregas pescam nas águas da Guiné-Bissau.

O ministro das Pescas guineense destacou “os esforços físicos e mentais” desenvolvidos por técnicos das duas partes durante as três rondas negociais, que, salientou, não foram fáceis, “até que se encontrou uma posição de equilíbrio”. “O novo protocolo estabelece melhorias financeiras e traça novas perspetivas para um trabalho em conjunto”, afirmou Musante, apontando para o compromisso de integração de armadores europeus no mercado guineense.

O governante destacou o entendimento no sentido de as duas partes trabalharem em conjunto para “eliminar os constrangimentos técnicos e sanitários” para permitir que a Guiné-Bissau passe a exportar o seu pescado diretamente para o mercado europeu. “A União Europeia é e será um dos maiores parceiros estratégicos da Guiné-Bissau para a construção da paz, desenvolvimento e progresso”, observou Mário Musante.

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Bolsas nos EUA batem máximos históricos à boleia da força do “touro”

Os três principais índices acionistas de Wall Street superaram recentemente os seus máximos históricos e continuam a subir à boleia das perspetivas otimistas dos investidores.

Os principais índices acionistas dos EUA bateram recentemente os seus máximos históricos. Exemplo disso é o Dow Jones Industrial Average (Dow 30), que esta quinta-feira, pela primeira vez em 128 anos de existência, superou a barreira dos 40 mil pontos.

As expectativas de cortes nas taxas de juro previstas pelos investidores para setembro, aliado ao entusiasmo em torno da inteligência artificial, têm dado força ao otimismo do mercado nas últimas sessões de bolsa em Wall Street, levando os vários índices a alcançarem, consecutivamente, novos máximos.

O feito alcançado pelo Dow 30 representa um marco significativo nos mercados, numa altura em que as ações norte-americanas atravessam uma tendência de subida (bull) que se iniciou em outubro de 2022 – apesar de uma ligeira retração em abril com os investidores a mostrarem-se preocupados com a política monetária da Reserva Federal norte-americana (Fed).

Este ano, desde 1 de janeiro, o Dow 30 acumula uma valorização superior a 6%, enquanto o Nasdaq e o S&P 500 sobem 11% cada.

O Dow 30, que agrega as 30 maiores empresas industriais dos EUA, foi criado em 1896 por Charles Dow, editor do The Wall Street Journal e fundador do Dow Jones & Company, e é o mais antigo dos três principais índices de Wall Street.

Esta quinta-feira, o histórico índice acionista está a subir 0,2%, encontrando-se a negociar nos 40.051 pontos, como resposta à expectativa dos investidores de que, brevemente, a Reserva Federal (Fed) fará os primeiros cortes nas taxas de juro e de que as pressões inflacionistas continuem a minguar.

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“O alcance dos 40.000 pontos é um testemunho das capacidades de formação de capital, inovação, crescimento dos lucros e resiliência económica”, afirmou John Lynch, diretor de investimentos da Comerica Wealth Management, à Bloomberg.

Além do Dow 30, também o S&P 500 está a ser empurrado pelo “Touro”, tendo atingido na quarta-feira um novo recorde, ao fechar acima dos 5.300 pontos pela primeira vez. Esta quinta-feira, o índice está a valorizar 0,1% na quinta-feira.

Também a acompanhar esta tendência segue o tecnológico Nasdaq Composite, estando atualmente a negociar com uma valorização de 0,1% para um máximo histórico de 16.767 pontos. Desde 8 de março que o Nasdaq Composite já fechou por 32 ocasiões acima do máximo histórico de 16.057 pontos que perdurava desde 19 de novembro de 2021.

Este ano, desde 1 de janeiro, o Dow 30 acumula uma valorização superior a 6%, enquanto o Nasdaq e o S&P 500 sobem 11% cada. A Walmart tem sido uma das grandes responsáveis por levar o Dow 30 para lá da barreira dos 40 mil pontos, estando esta quinta-feira a disparar 6% na bolsa de Nova Iorque, graças aos fortes resultados do primeiro trimestre fiscal. A maior retalhista do mundo regista uma valorização de 26% no acumulado do ano.

Destaque ainda para as ações da American Express e da Amazon.com (que se juntou ao Dow 30 no primeiro trimestre), que acumulam uma valorização de 29% e 22,4%, respetivamente, desde o início do ano.

Entre as três dezenas que constituem o Dow 30, apenas nove apresentam uma rendibilidade negativa desde a primeira sessão do ano. É disso exemplo as ações da Boeing e da Intel, as “lanternas vermelhas” do índice, que registam até à data perdas de 32% e 38%, respetivamente.

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Empresários do Porto pedem ao Governo obras no Aeroporto Francisco Sá Carneiro

Empresários do Porto pedem obras no aeroporto nortenho e garantem que pode responder à procura enquanto a futura infraestrutura em Alcochete estiver em construção.

Face ao anúncio do Governo em construir o novo aeroporto em Alcochete, a Associação Empresarial de Portugal (AEP) e a Associação Comercial do Porto (ACP) pedem ao Executivo de Montenegro para avançar “de imediato” com obras prioritárias de ampliação e melhoria do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, que tem um grande “potencial de crescimento” e de complementaridade “por custos mínimos“. Estas empreitadas permitirão à infraestrutura nortenha responder depois à procura no país enquanto o futuro aeroporto estiver em construção, uma vez que o atual aeroporto da Portela está em modo de “saturação”.

Os empresários argumentam que o Aeroporto Francisco Sá Carneiro assume uma enorme importância estratégica e, por isso, pedem ao Executivo de Montenegro para “reavaliar do potencial de complementaridade” desta infraestrutura. Num comunicado conjunto, a AEP e a ACP justificam que as obras nesta infraestrutura aeroportuária iriam “permitir aumentar a capacidade de resposta do país durante o período de construção do novo aeroporto, que o Aeroporto Humberto Delgado não permite assegurar, tendo em conta a saturação da sua capacidade de resposta à crescente procura”.

Por isso mesmo, “a par desta decisão de construir o novo Aeroporto Luís de Camões, a AEP e a ACP apelam ao Governo para não ignorar a importância estratégica que o Aeroporto Francisco Sá Carneiro tem para o país, servindo em particular as regiões portuguesas mais industrializadas, fortemente exportadoras e que geram excedentes na sua balança comercial, bem como a eurorregião do Norte de Portugal e Galiza”.

A AEP e a ACP apelam ao Governo para não ignorar a importância estratégica que o Aeroporto Francisco Sá Carneiro tem para o país, servindo em particular as regiões portuguesas mais industrializadas, fortemente exportadoras e que geram excedentes na sua balança comercial, bem como a eurorregião do Norte de Portugal e Galiza.

Associação Empresarial de Portugal (AEP) e Associação Comercial do Porto (ACP)

Apesar de congratularem o Governo pela decisão da localização do novo aeroporto, os empresários nortenhos pedem que não se esqueça do Aeroporto Francisco Sá Carneiro e que avance “de imediato com os investimentos que, por diversas vezes”, estas duas entidades nortenhas já sinalizaram juntamente com outras entidades públicas e privadas.

A AEP e a ACP entendem, por isso, que o “Governo deve reavaliar, em termos estratégicos, o importante papel do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, que tem ainda um potencial de crescimento por custos mínimos, e avançar de imediato com os investimentos que, por diversas vezes, a AEP e a ACP sinalizaram, juntamente com outras entidades, públicas e privadas, nomeadamente no âmbito do Grupo de Trabalho para a Conectividade Aérea da Região Norte”.

Em causa estão, elencam, “obras de ajustamento necessário, ampliação e melhoramento desta importante infraestrutura aeroportuária, que é o Aeroporto Francisco Sá Carneiro”.

Mesmo assim, os empresários congratulam o Executivo “pela decisão de avançar com uma solução para ultrapassar os constrangimentos da infraestrutura aeroportuária da capital – que o país anda a discutir há meio século –, a qual passa pela construção do novo Aeroporto Luís de Camões, mantendo temporariamente o Aeroporto Humberto Delgado e aumentado a sua capacidade até que esteja operacional”.

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Lucros da Navigator baixam 11% para 64 milhões no arranque do ano

O volume de negócios crescer 7% para os 536 milhões. A divulgação de resultados surge um dia após a aquisição da Accrol, cuja tomada de posse da gestão está prevista prevista para 24 de maio.

A Navigator fechou o primeiro trimestre do ano com lucros de 64,1 milhões de euros, um resultado que fica 10,6% abaixo dos 71,7 milhões de euros reportados nos primeiros três meses de 2023, avançou a empresa, que concluiu ontem a aquisição da britânica Accrol por 152 milhões de euros e cuja tomada de posse da nova gestão está prevista para 24 de maio. Já as vendas aumentaram cerca de 7% para 536,4 milhões de euros no arranque do ano.

Já o EBITDA atingiu os 133 milhões, um crescimento de 2% face aos 131 milhões de euros registados no período homólogo e de 7% em relação aos 125 milhões nos últimos três meses de 2023, com a margem EBITDA a situar-se em 25%, “beneficiando da redução dos custos variáveis e do aumento de volumes”, justifica a papeleira.

“Os resultados do 1º trimestre de 2024 evidenciam um arranque muito positivo, com a procura de pasta e papéis a manter a evolução favorável que já se fazia sentir no 2º semestre de 2023“, adianta a empresa em comunicado.

Segundo a empresa, o 1º trimestre foi marcado ainda pela evolução positiva dos preços de referência da pasta e papel, “sustentada pelas referidas dinâmicas verificadas na procura a que se adicionaram relevantes restrições na oferta, nomeadamente stocks baixos no início do ano, greves na Finlândia e as restrições no Mar Vermelho”.

A Navigator destaca que, “na segunda metade do ano pode registar-se um abrandamento, não obstante um conjunto de eventos que normalmente potenciam o consumo”. “No segmento de papel, é esperada para o 2º trimestre uma desaceleração do ritmo de crescimento da carteira de encomendas, crescimento que se tem vindo a verificar a partir de setembro de 2023″, reconhece a empresa.

O volume de vendas de papel e packaging atingiu 354 mil toneladas (+10% face ao 4º trimestre e +29% face ao 1º trimestre de 2023), tendo o valor das vendas apresentado um crescimento de 12% face ao último trimestre e 9% face ao período homólogo. Já o volume de vendas de pasta foi de 110 mil toneladas, o que representa um crescimento de 20% quer em relação ao trimestre homólogo, quer face aos três meses anteriores.

A geração de cash flow livre no trimestre foi de cerca de 46 milhões de euros, um valor que compara com cerca de 31 milhões no período homólogo. “O volume de geração de cash tem-se mantido elevado, mesmo com a moderação inerente à continuação de uma política de suporte à liquidez dos nossos parceiros (expressa na redução de saldos de fornecedores) e não obstante o volume desembolsado para investimento no período”, justifica.

O endividamento líquido no final do trimestre foi de 444 milhões de euros, face aos 351,4 milhões de euros registados no arranque de 2023.

Tomada de posse na Accrol na próxima semana

A divulgação de resultados trimestrais ocorre apenas um dia após a companhia ter revelado que concluiu a aquisição da totalidade do capital da britânica Accrol por 152 milhões de euros. “A Oferta foi aprovada na Audiência de Tribunal com 99,12% dos votos, e a deliberação que aprovou a Oferta em Assembleia Geral foi tomada por 99,17% dos votos presentes, viabilizando a aquisição de 100% do capital social da empresa”, informou a empresa liderada por Antonio José Pereira Redondo em comunicado enviado à CMVM.

A Navigator realça que a Accrol é líder no segmento de transformação de papel tissue no Reino Unido, produzindo rolos de papel higiénico, rolos de cozinha e lenços faciais de marca própria para a maioria dos principais retalhistas no Reino Unido e a conclusão da operação “vem no seguimento da estratégia de diversificação do Grupo”.

“A Navigator vê a Accrol como uma oportunidade atrativa para entrar no mercado britânico, através da aquisição de uma empresa líder no setor de transformação de papel tissue, com vantagens competitivas, valores complementares e forte alinhamento com a Navigator”, aponta a papeleira no comunicado de resultados trimestrais.

A Navigator prevê que o grupo combinado gerará mais de 580 milhões de euros em vendas neste segmento, com o mercado do Reino Unido a contribuir com cerca de 50% do volume total de negócio de tissue. A tomada de posse da gestão da Accrol está prevista para 24 de maio.

Notícia atualizada às 18h07

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Caixa quer dar mais 300 milhões em dividendos ao Estado

Banco público prepara-se para entregar 525 milhões de euros sob a forma de dividendo ao Estado, mas pretende dar mais 300 milhões. Macedo adianta que não teve nenhuma instrução de Medina.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) prepara-se para entregar 525 milhões de euros ao acionista Estado com base nos lucros do ano passado, mas quer dar mais 300 milhões, adiantou o CEO Paulo Macedo, revelando que nenhuma decisão foi ainda tomada.

“Queremos completar o dividendo com os 300 milhões adicionais para dar os 2.500 milhões” da ajuda pública de 2017, afirmou Paulo Macedo na apresentação dos resultados do primeiro trimestre.

Quando for possível, dependendo do acionista, dos reguladores, pagar os 300 milhões que faltam para liquidar. Temos de falar com o acionista que ainda não falamos”, acrescentou, frisando que não há qualquer deliberação nesse sentido, apenas uma intenção, mas sem referir se tenciona pagar já este ano (seria um dividendo extraordinário) ou no próximo ano.

Paulo Macedo revelou que já teve uma reunião com a nova tutela, mas o assunto dos dividendos não foi tema de conversa. “Espero que [o governo] fale e conheça a nossa intenção, como o anterior [governo] conhecia”, contou o líder da Caixa.

Por outro lado, Paulo Macedo afastou que tenha recebido qualquer instrução da tutela anterior para reforçar o dividendo. Fernando Medina tem estado no centro da polémica por ter instruído várias empresas públicas a pagarem dividendos extraordinários com o objetivo de melhorar as contas públicas, incluindo a Águas de Portugal, onde a Caixa detém uma participação de 19%.

Macedo disse ainda que, em sete anos à frente da Caixa, nunca teve qualquer acionista a dizer “para dar crédito ou vote assim”, depois de questionado sobre se recebeu ordens para votar na assembleia geral da Águas de Portugal no sentido de aprovar o dividendo extra de 100 milhões.

A Caixa anunciou esta quinta-feira lucros de quase 400 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, uma subida de 38% em comparação com o mesmo período de 2023.

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Bruxelas abre investigação ao aço chinês por concorrência desleal

  • Lusa
  • 16 Maio 2024

“As fábricas chinesas têm inundado o mercado da UE, pelo menos nos últimos quatro anos, a preços de dumping", alerta a Eurofer.

A Comissão Europeia iniciou uma nova investigação antidumping por alegada concorrência desleal de produtos siderúrgicos da China, anunciou a Associação Europeia do Aço, argumentando que “as fábricas chinesas têm inundado o mercado comunitário”, pressionando os produtores europeus.

Em comunicado divulgado esta quinta-feira, a Associação Europeia do Aço (Eurofer, na sigla inglesa) dá conta de “uma nova investigação antidumping sobre as importações de produtos siderúrgicos estanhados provenientes da China” lançada pela Comissão Europeia, falando num “passo importante para restabelecer condições de concorrência equitativas para os produtores” da União Europeia (UE).

Citado pela nota, o diretor-geral da Eurofer, Axel Eggert, afirma que “as fábricas chinesas têm inundado o mercado da UE, pelo menos nos últimos quatro anos, a preços de dumping, de flandres”, um material laminado composto por ferro e aço e revestido com estanho. Axel Eggert explica que esta situação “exerce uma enorme pressão sobre os produtores da UE, que foram forçados a reduzir os seus preços independentemente da evolução dos custos”.

Uma vez que o aço está no centro de muitas cadeias de valor, o impacto dos produtos siderúrgicos objeto de dumping provenientes de países terceiros não é apenas um problema para o nosso setor, mas é sistémico para a economia e o emprego da UE em geral”, alerta o responsável.

De acordo com a Eurofer, as importações provenientes da China de flandres a preços mais baixos afetam as margens de lucro dos produtores europeus, o que resulta numa redução dos volumes de produção, da utilização da capacidade e da quota de mercado, prejudicando os produtores de aço da UE. “A indústria da UE perdeu um quarto do seu volume de vendas entre 2021 e 2023, enquanto a parte de mercado do consumo da UE absorvida pelas importações chinesas mais do que duplicou no mesmo período”, adianta a associação na nota.

Há duas semanas, a propósito da visita do Presidente chinês à Europa, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, vincou que a UE “não pode” continuar a aceitar avultadas subvenções chinesas, que causam concorrência desleal face a empresas europeias, vincando que os desequilíbrios comerciais “têm de ser resolvidos”.

O anúncio de hoje surge numa altura em que a UE realiza várias investigações a alegadas subvenções chinesas ilegais a empresas que operam no bloco comunitário. Em causa está desde logo uma recente investigação a suspeitas de comércio desleal de biocombustível proveniente da China no mercado único, com Bruxelas a impor medidas retaliatórias, como tarifas aduaneiras, caso se verifique dumping (venda a preço inferior ao de custo).

Estão ainda a ser analisados alegados subsídios ilegais a fabricantes chineses de turbinas eólicas em Espanha, Grécia, França, Roménia e Bulgária. Mais avançada está a investigação iniciada em outubro passado às subvenções estatais chinesas a fabricantes de automóveis elétricos, veículos que entraram rapidamente no mercado da UE e que são vendidos a um preço bastante menor que os dos concorrentes comunitários.

Em 2022, as trocas comerciais europeias com a China foram marcadas por um défice comercial de cerca de 396 mil milhões de euros, um máximo de pelo menos 10 anos, dadas as importações comunitárias de 626 mil milhões de euros e as exportações para o bloco chinês de 230 mil milhões.

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A Betano tem nova imagem. José Almeida, marketing manager, explica a estratégia

No ano em que se associa ao Euro 2024, a patrocinadora dos três grandes tem uma nova identidade. José Almeida, marketing manager da Betano Portugal, explica a estratégia.

A Betano, plataformas de apostas desportivas presente em Portugal há cinco anos, tem uma nova imagem. O rebranding foi feito pelo londrino Nomad e pretende conferir à patrocinadora oficial do Futebol Clube do Porto, Sport Lisboa e Benfica e Sporting Clube de Portugal um caráter mais moderno e alinhado com a linguagem das grandes marcas mundiais.

Pela primeira vez patrocinadora do Euro 2024, a marca vai expor o troféu ao Colombo, no dia 2 de junho. Durante todo o período do Europeu vai também promover um evento, na Doca da Marinha, no qual os adeptos podem assistir aos jogos. Nas camisolas dos jogadores, a estreia da nova identidade será visível no próximo jogo do Sporting.

José Almeida, marketing manager da Betano Portugal, explica a estratégia.

Estão a completar cinco anos em Portugal, data que coincide com um rebranding. Porquê este rebranding e como vai ser comunicado?

Acreditamos que esta nova identidade, trabalhada globalmente e que incorpora uma série de ativos do ponto de vista visual, torna a nossa marca mais moderna, contemporânea e a aproxima, do ponto de vista estético, da linguagem das grandes marcas mundiais, de diferentes categorias.

Vamos comunicar este novo logo já no último jogo da época do Sporting, mas, de forma mais alargada, a partir do início de junho, com a campanha do Euro 2024.

Qual a estratégia em termos de reforço de posicionamento?

O posicionamento da marca Betano, independentemente do mercado em que opera, é playful confidence. Somos, efetivamente, uma marca de entretenimento, moderna, muito segura da qualidade do produto e serviço que oferece e para todos os jogadores. Acredito que esta nova identidade vem reforçar todos estes pilares e que será também refletido na perceção que os consumidores têm da marca.

Quais serão as principais apostas da marca para este ano?

Para este ano, a principal aposta da Betano passa por continuar a ocupar o território do futebol, nomeadamente a apoiar e a desenvolver uma série de iniciativas com os principais clubes em Portugal, Futebol Clube do Porto, Sport Lisboa e Benfica e Sporting Clube de Portugal. Esta estratégia tem vindo a permitir aproximar a marca dos adeptos, algo que tem sido fundamental para estabelecer uma relação emocional com os nossos consumidores.

Nesse sentido, foi com grande entusiasmo que nos associámos a duas das principais competições de futebol internacional este ano, o UEFA Euro 2024 e a Copa América CONMEBOL 2024. Estamos certos de que serão acontecimentos marcantes para a estratégia da Betano a nível global e que traduzem na perfeição o caminho de crescimento que temos vindo a trilhar ao longo dos últimos anos.

Em paralelo, continuamos comprometidos em investir em projetos de responsabilidade social, como os “Heróis Betano”, uma iniciativa que nos tem permitido fazer uma diferença tangível na comunidade local e promover projetos e ambições desportivas junto de atletas amadores, que normalmente não têm os recursos necessários para alcançar os seus sonhos, mas que acabam por partilhar connosco aquilo que mais nos motiva diariamente no nosso trabalho, a paixão incondicional pelo desporto.

São patrocinadores do Europeu de Futebol e também da Copa América CONMEBOL. Em Portugal, como é que este primeiro patrocínio vai ser ativado?

Para além de uma série de contrapartidas de visibilidade para a marca, temos dois grandes momentos de ativação, a começar com a presença do Troféu do Euro no dia 2 de junho, que estará exposto no Centro Comercial Colombo, entre as 11h30 e as 23h, acessível a todos os fãs de futebol que queiram ver a taça ou mesmo tirar fotografias.

Um segundo momento, de grande relevância, será o evento que estamos a organizar na Doca da Marinha, em Lisboa, e que irá decorrer durante todo o período do Europeu, em que os adeptos se poderão juntar e assistir aos jogos.

Enquanto marca, como é que a Betano vai apostar na diferenciação a curto/médio prazo?

Num mercado altamente concorrencial, acredito que temos vindo a marcar a diferença e que essa diferença se tem traduzido num crescimento da marca. O nosso foco passa por melhorar a experiência de entretenimento dos nossos consumidores através de uma oferta melhorada dos nossos produtos e serviços, recorrendo sempre à inovação. A título de exemplo, lançámos este ano os primeiros jogos de casino associados a clubes de futebol, neste caso os três grandes: FC Porto, SL Benfica e Sporting CP.

Procuramos sempre adotar as melhores funcionalidades, salvaguardando as práticas de jogo responsável, que reforçamos constantemente junto dos nossos clientes. Como um dos nossos principais focos é também o impacto na comunidade, já falámos nos Heróis Betano, mas temos investido igualmente em outros projetos de responsabilidade social, como a criação da INZONE no Estádio do Dragão, focada em ajudar pessoas com dificuldades no processamento da informação sensorial.

Em 2024, continuaremos a estar ao lado dos portugueses para oferecer o melhor produto de entretenimento e estaremos atentos às suas necessidades enquanto comunidade, comprometidos em investir em iniciativas que tenham um impacto positivo.

 

 

 

 

(*Cargo retificado marketing manager em vez de diretor de marketing, a terminologia inicialmente utilizada pela marca)

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