Inquilinos querem subir para 20% a dedução das despesas com as rendas em sede de IRS

  • Ana Petronilho
  • 6 Novembro 2023

Associação dos Inquilinos envia aos partidos quatro propostas sobre deduções fiscais em sede de IRS para "atenuar" a subida das rendas.

Os inquilinos reclamam um aumento de 15% para “o mínimo de 20%” da dedução das despesas com as rendas das casas em sede de IRS, para acompanhar a atualização do valor das rendas prevista para 2024.

Além disso, em comunicado, a Associação dos Inquilinos Lisbonenses defende que todas as rendas habitacionais “sem exceções, independentemente do ano da celebração do contrato ou do valor da renda” beneficiem de deduções fiscais em sede de IRS. O que não acontece com os contratos que ainda não transitaram para o Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU), as chamadas rendas antigas.

Estas são duas das quatro propostas que os inquilinos enviaram aos partidos com assento parlamentar apelando que sejam acolhidas e que resultem em propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2024 para “atenuar” o “enorme problema da insuficiência de habitação” e do “elevado preço”.

Os inquilinos vincam ainda que a subida do atual limite da dedução de 502 euros para 550 euros, aprovada pelo Governo em conselho de ministros “é irrelevante face ao elevado valor das rendas e da atualização de 2024”, defendendo que o limite da dedução seja atualizado para 820 euros, o valor do salário mínimo em vigor no próximo ano.

Por fim, a associação dos inquilinos avisa que o peso das rendas habitacionais no orçamento familiar “representa uma taxa de esforço, em média, superior a 40%, incluindo as rendas mais antigas” sendo “superior nas rendas mais recentes”. Por isso, “os apoios a conceder devem assentar numa taxa de esforço de 25% (no mínimo) em substituição da atual taxa de 35%”, remata.

Os arrendatários acreditam que o impacto destas quatro medidas é “acomodável para as contas públicas” tendo em conta que a atualização de 6,94% das rendas para 2024 “comporta aumento relevante na receita fiscal”.

Estas medidas, enviadas no final da semana passada para o Parlamento, podem ainda “ser encaradas como um incentivo ao arrendamento” e “contribuir para a redução da informalidade e clandestinidade que grassa neste desregulado, desacreditado, precário e selvático mercado de arrendamento”, lê-se no comunicado.

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Faro aprova empréstimo até 16,4 milhões de euros para investimentos estruturantes

  • Lusa
  • 6 Novembro 2023

O município escolheu a proposta da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Algarvecom a taxa de juro indexada à média da Euribor a 12 meses, acrescida de um spread de 0,33%.

A Assembleia Municipal de Faro autorizou na sexta-feira a contratação por parte da Câmara Municipal de um empréstimo até 16,4 milhões de euros para a realização de vários investimentos considerados estruturantes para o concelho, anunciou esta segunda-feira a autarquia.

Em comunicado, o município adianta que o financiamento vai permitir requalificar o eixo central da Baixa de Faro (3,3 milhões de euros), estender a infraestrutura portuária na Porta Nova (8,5 milhões), construir uma rotunda nas Pontes de Marchil (2,4 milhões) e construir a Ecovia do Litoral na ligação Faro/Olhão (2,2 milhões).

Depois de consultadas várias entidades bancárias, o município escolheu a proposta da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Algarve que, segundo a autarquia, foi a mais vantajosa, com a taxa de juro indexada à média da Euribor a 12 meses, no mês anterior ao da prestação, acrescida de um spread de 0,33 %.

De acordo com a autarquia, este empréstimo vai permitir ao município viabilizar a concretização dos projetos indicados, uma vez que, apenas com recurso a capitais próprios, o município não dispõe de disponibilidade financeira para os suportar.

A autarquia sublinha que uma “parte substancial” do investimento será canalizado para a baixa da cidade de Faro, com a empreitada de requalificação do eixo central, que vai intervir em toda a área urbana entre a estação de comboios e o Largo de São Francisco.

Outro projeto que se insere na estratégia desenvolvida para promoção do desenvolvimento sustentado do concelho, nomeadamente para revitalização da frente ribeirinha, terá lugar com a requalificação e extensão da infraestrutura do cais da Porta Nova, que prevê uma zona pedonal entre a futura doca exterior e o Largo de São Francisco, acrescenta. O financiamento também vai permitir a melhoria da fluidez nas vias de comunicação viária do concelho, nomeadamente na principal entrada da cidade, com a execução de uma nova rotunda na zona das Pontes de Marchil.

O município afirma que pretende igualmente dar mais um passo rumo à mobilidade urbana sustentável, através da criação da ligação Faro/Olhão da Ecovia do Litoral, que irá complementar a rede de ciclovias já existentes e permitir uma “melhoria substancial” da circulação ciclável entre as duas cidades vizinhas.

A autarquia aproveitou para congratular-se com a obtenção do financiamento, que assegura ter sido em condições muito favoráveis, “fruto da estabilidade financeira e credibilidade, marcada por contas sãs e uma gestão realista”. Finalmente, realça, o empréstimo vai permitir “continuar a operar enormes transformações no espaço público do concelho e na capacidade de o vir a tornar mais dinâmico, atrativo e com qualidade para todos os munícipes e visitantes”.

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Câmara do Porto acusa Metro de resvalar obras da linha Rosa para 2025

  • Lusa
  • 6 Novembro 2023

A construção da nova estação da Praça da Liberdade, cuja conclusão estava prevista para dezembro de 2024, "está com um atraso de quatro meses", aponta a autarquia.

A Câmara do Porto acusou esta segunda-feira a Metro de resvalar para 2025 as obras da linha Rosa, que ligará São Bento à Casa da Música e cuja conclusão estava prevista para o final do próximo ano.

Numa informação partilhada durante a reunião do executivo, a maioria independente liderada por Rui Moreira adianta, relativamente às obras da linha Rosa, que a construção da nova estação da Praça da Liberdade, cuja conclusão estava prevista para dezembro de 2024, “está com um atraso de quatro meses, com conclusão prevista para abril de 2025″.

“A população sente-se enganada pelos prazos que lhe vão sendo comunicados e que nunca são cumpridos”, refere. Segundo a maioria, a segunda e última fase da obra da linha Rosa, que ligará São Bento à Casa da Música, só deverá começar em fevereiro de 2024, “com uma estimativa de duração de aproximadamente três meses, pelo que resulta num atraso de um ano e nove meses”.

Na informação é também indicado que a nova estação do hospital de Santo António, no jardim do Carregal, projeto que deveria estar concluído até 31 de dezembro, “tem 92 dias de atraso”, e que a frente de obra da Galiza está atualmente “com 244 dias de atraso”. “Inicialmente, a previsão de conclusão [da obra da Galiza] era 31 de março de 2024, porém, está programada para terminar a 30 de novembro de 2024”, refere.

Segundo a câmara, a construção do poço de emergência e ventilação da Praça de Parada Leitão está 92 dias de atraso, e do poço de emergência e ventilação do Bom Sucesso com 190 dias. “O impacto na vida das pessoas e na economia da cidade assume hoje proporções verdadeiramente intoleráveis”, acrescenta.

Já quanto ao ‘metrobus’, que ligará a Casa da Música e a Praça do Império, a câmara afirma que a obra está atrasada em quatro meses, “o que até vai coincidir com a chegada dos veículos”. “Deve ser um mero milagre”, ironiza, apontando falhas ao nível da sinalização, segurança, mas também de cumprimento dos prazos. Contactada pela Lusa, a Metro do Porto não quis fazer qualquer comentário.

O executivo da Câmara do Porto aprovou hoje, por maioria, informar o Governo e a Metro do Porto de que não poderá haver nova empreitada na cidade se não forem resolvidos os constrangimentos nas atuais frentes de obra. O executivo concordou também em pedir ao Governo uma avaliação do estado das obras em curso e uma auditoria à fiscalização e alterações de projeto, bem como às medidas de segurança implementadas nas várias frentes de obra.

O presidente da Câmara do Porto reúne-se esta segunda com o secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado, e com a administração da Metro do Porto. Num ofício enviado em novembro de 2022 ao presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto, Rui Moreira já tinha manifestado a sua preocupação com “o impacto profundamente negativo gerado pela empreitada da nova linha do metro” que, defendeu à época, apresentava “excessivos atrasos” em “praticamente todas as frentes”.

Na sequência do ofício, o presidente da Metro, Tiago Braga, garantiu que a empresa hierarquizava os atrasos que sucedem nas obras em função das diferentes zonas de empreitada. Posteriormente, em resposta à carta de Rui Moreira, Tiago Braga garantiu que a empresa tinha formalizado, em maio de 2022, uma aceleração da empreitada da linha Rosa, mostrando-se também disponível para reunir periodicamente com o autarca independente.

Dias mais tarde, Rui Moreira dizia esperar que não existissem mais derrapagens no cronograma das obras da linha Rosa, salientando que a Metro “foi sensível” às preocupações do município.

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Iberis Capital investe 60 milhões em sete empresas até final do ano

Iberis Capital investiu mais 12 milhões de euros na Unbabel e antecipa que a Tekever poderá ser o próximo "unicórnio" português. Vão gerir mais de 550 milhões este ano, com metade por investir.

A sociedade Iberis Capital espera fechar o ano com mais 50 milhões a 60 milhões de euros investidos em sete empresas, segundo avançou o co-fundador João Henriques esta segunda-feira num encontro com os jornalistas.

Até setembro, a Iberis Capital, fundada em 2017, acumulava cerca de 155 milhões de euros investidos em quase 50 empresas e negócios através dos fundos Bluetech I e II. O montante investido irá aumentar quase 40% para mais de 200 milhões de euros só na reta final deste ano. “Vai ser o ano com mais investimentos na Iberis”, disse João Henriques.

Por outro lado, a Iberis Capital conta ter captado mais de 550 milhões de euros até final do ano junto de mais de 1.000 investidores, sobretudo junto de Pequenas e Médias Empresas (PME), mas também Family Offices e Corporate.

Menos de metade dos fundos captados estará investido. “Somos criteriosos nos nossos investimentos. O ritmo de investimento é consistente com os fundos que vão sendo levantados”, explicou o responsável.

Um dos grandes investimentos é na Unbabel: 12 milhões de euros. Mas não fica por aqui pois participou na ronda de financiamento que a start-up de tradução com ajuda da inteligência artificial está a finalizar.

De resto, quase 80% do investimento da Iberis Capital está alocado ao segmento de Inovação e Crescimento, a área de capital de risco, incluindo, além da Unbabel, outras startups promissoras como a Codacy (revisão de código), Sensei (automação de retalho) e Tekever (tecnologia aeroespacial).

“Somos ao maior fundo de venture capital (capital de risco). Quando é preciso fazer tickets (investimentos) de 10 milhões ou 20 milhões, somos a única empresa portuguesa com capacidade”, referiu o responsável que vê alguns dos seus negócios com potencial para se transformarem em unicórnios (empresa avaliada em mais de mil milhões de dólares) em breve.

“Se não for agora, a Tekever vai ser um unicórnio na próximo ronda de financiamento, a Unbabel tem um caminho claro”, apontou João Henriques.

Outros 15% dos fundos estão direcionados para a área Buyout, com apostas em negócios mais tradicionais Sanindusa (material cerâmico), Campotec (fruta e vegetais), Carmo Wood (madeira tratada), a Infos (o maior investimento neste segmento), entre outros. Os restantes fundos estão alocados à área de Investimentos de Rendimento, sobretudo imobiliário, como o edifício da Universidade Europeia em Lisboa, entre outros ativos.

“O dinheiro é todo investido em Portugal, é uma regra desde sempre na Iberis”, explicou o responsável.

Com uma equipa de mais de 20 trabalhadores, a Iberis Capital foi fundada há seis por João Henriques, Luís Quaresma, Diogo Chalbert e David Pinheiro, que integram o conselho de administração que conta ainda com Filipa Choon como administradora financeira.

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Beyond Gravity cria 200 empregos até 2025 em novo polo de inovação em Lisboa

  • Lusa
  • 6 Novembro 2023

A fornecedora mundial de produtos espaciais avança que o Innovation & Digital Hub terá “um enfoque claro na captação de talentos nas áreas de engenharia espacial, digital e inovação”,

A empresa espacial suíça Beyond Gravity anunciou esta segunda-feira a abertura em Lisboa de uma nova unidade para promoção de tecnologias emergentes, prevendo contratar 50 colaboradores até final deste ano e atingir os 200 até 2025.

Em comunicado, a fornecedora mundial de produtos espaciais avança que o Innovation & Digital Hub terá “um enfoque claro na captação de talentos nas áreas de engenharia espacial, digital e inovação” e irá “promover tecnologias emergentes, como a IA [inteligência artificial], melhorando todo o núcleo de IT [tecnologias da informação] e a infraestrutura digital da empresa”.

“Lisboa trabalhará em conjunto com as 12 localizações internacionais já existentes da Beyond Gravity e o Innovation & Digital Hub permitirá à Beyond Gravity assumir um papel de liderança enquanto empresa inovadora ágil na indústria aeroespacial, impulsionar o seu crescimento e manter-se na liderança do setor na área da engenharia”, destaca.

Com a contratação prevista para este ano de mais de 50 trabalhadores em Lisboa, principalmente nas áreas de engenharia, IT e financeira, e o objetivo de atingir os 200 colaboradores até 2024, a Beyond Gravity afirma que se tornará na “maior empresa de engenharia aeroespacial a operar em Lisboa”.

Com 40 anos de atividade, a Beyond Gravity é uma fornecedora de veículos de lançamento espaciais, como o novo lançador europeu Ariane 6, e reclama a liderança em produtos específicos e constelações de satélites no setor espacial. Fornece ainda a indústria litográfica, através do fabrico de atuadores e aberturas especiais usados para a exposição nanométrica precisa de wafers (substrato de silício semicondutor).

Citado no comunicado, o presidente executivo (CEO) da Beyond Gravity sustenta que o lançamento do Innovation & Digital Hub em Lisboa sublinha a “dedicação inabalável na captação de talentos de alto nível em engenharia espacial, digital e inovação” da empresa.

Ao abrir as portas a mais de 50 novos membros para a equipa este ano – e com o objetivo de chegar aos 200 colaboradores até 2025 – estamos no caminho certo para nos tornarmos a principal empresa de engenharia espacial em Lisboa”, sublinha André Wall.

Segundo o responsável, a capital portuguesa foi escolhida como a 13.ª localização para a empresa “após uma análise cuidada”, tendo-se destacado pela “concentração de universidades técnicas”, “localização atrativa”, “ambiente dinâmico de startup” e “ecossistema espacial em crescimento”, entre outros aspetos.

“Além disso, Portugal tem um conjunto de profissionais altamente especializados que são difíceis de encontrar noutros locais e que contribuirão para o crescimento da nossa empresa nos próximos anos. Isto colocar-nos-á numa posição ainda melhor para responder às necessidades e expectativas dos nossos clientes em todo o mundo”, acrescenta André Wall.

Já o presidente da Agência Espacial Portuguesa considera que a fixação do hub da Beyond Gravity em Portugal irá contribuir significativamente para a expansão do ecossistema espacial nacional: “O ecossistema espacial português está em constante crescimento e a integração da Beyond Gravity representa um salto significativo”, afirma Ricardo Conde, também citado no comunicado.

A BeyondGravity não só é uma empresa bem estabelecida e reconhecida, como também oferece uma oportunidade fantástica para os nossos talentos. A Agência Espacial Portuguesa antecipa o surgimento de novas sinergias entre a BeyondGravity e o ecossistema espacial nacional”, acrescenta.

Por sua vez, o administrador executivo da AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal João Noronha Leal destaca o novo Innovation & Digital Hub como “um contributo importante para reforçar o posicionamento de Portugal como um local preferencial para operacionalizar projetos de engenharia e tecnologia e crucial para o crescimento e competitividade do ecossistema espacial em Portugal”.

Atualmente a trabalhar em 400 projetos, a Beyond Gravity diz ter entre os seus clientes atuais empresas como a ESA, NASA, Maxar, Rocket Lab; Ball Aerospace, Airbus Defence & Space, Thales Alenia Space, Amazon, United Launch Alliance (ULA), Ariane Group e Mitsubishi.

Os atuais 1.600 colaboradores da empresa estão dispersos por 13 localizações em sete países – Suíça, Suécia, Áustria, Alemanha, EUA, Finlândia e Portugal – e desenvolvem e fabricam produtos para satélites, veículos de lançamento e para a indústria de semicondutores. Em 2022, a empresa faturou cerca de 356 milhões de francos suíços (365 milhões de euros), prevendo agora um crescimento deste valor.

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Paula Ribeiro deixa Sumol+Compal e integra Unlock Brands

Formada em gestão pela NOVA SBE, Paula Ribeiro começou na L´Óreal, passando pelo Novo Banco, Danone e Dan Cake, tendo assumido diferentes responsabilidades na Sumol+Compal nos últimos sete anos.

Depois de passar os últimos sete anos na Sumol+Compal, Paula Ribeiro é o novo reforço da Unlock Brands, onde vai assumir as funções de executive strategy and research director.

O meu objetivo é reforçar a proposta de valor da Unlock, naquele que já hoje é um dos aspetos mais diferenciadores da empresa, a área de estratégia. Acredito que a criatividade deve responder a desafios de negócio e que para isso se tem de definir as estratégias de marca mais adequadas para que os resultados aconteçam. Para construir marcas relevantes, estratégia e criatividade têm de caminhar juntas“, diz Paula Ribeiro, citada em comunicado.

A nova executive strategy and research director da Unlock Brands refere ainda que o desafio “vem no momento certo da minha carreira e acrescenta uma nova perspetiva, onde posso usar todo o conhecimento e experiência que acumulei ao longo de 20 anos. Trabalho marcas desde que me conheço como profissional e continuo apaixonada por fazê-lo, porque acredito que elas acrescentam valor à nossa vida”.

Já Miguel Viana, chief creative officer and co-Ceo da Unlock Brands, diz que “a entrada da Paula, acontece num momento de afirmação do projeto Unlock” e que com esta contratação “consolidamos ainda mais a oferta de estratégia, aumentando as nossas capacidades de aportar valor aos nossos clientes”.

“A Paula tem uma enorme experiência como marketeer. Tem uma noção clara do valor do branding enquanto ferramenta de transformação de organizações, de reorganização de portfolios de produtos e serviços ou de lançamento de novos conceitos para o mercado. Acreditamos que a Paula com a sua experiência e energia contagiante será decisiva para atingirmos os nossos mais ambiciosos objetivos“, acrescenta.

Formada em gestão pela NOVA SBE, Paula Ribeiro começou pela L´Óreal, passando pelo Novo Banco, Danone eDan Cake, tendo assumido diferentes responsabilidades na Sumol+Compal ao longo dos últimos sete anos. Nos últimos meses desempenhou a função de head of gestão estratégica da categoria de vegetais.

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Visabeira compra maioria do capital da HCI Construções

Com este negócio, que ainda terá que passar pelo crivo da Autoridade da Concorrência, o grupo Visabeira pretende reforçar "a sua capacidade na atividade de construção e engenharia civil".

O grupo Visabeira assinou um acordo, tendo em vista a aquisição da maioria do capital da HCI Construções, anunciou esta segunda-feira a empresa, em comunicado. Objetivo é reforçar “capacidade” na área da construção e engenharia civil. O valor do negócio não foi divulgado.

“Os atuais acionistas da HCI mantêm-se como acionistas e a equipa de gestão permanece inalterada”, adianta o grupo de Fernando Campos Nunes.

Com este negócio, o grupo Visabeira pretende reforçar “a sua capacidade na atividade de construção e engenharia civil, até agora desempenhada pela sua subsidiária Edivisa“, acrescenta a nota de imprensa. O valor da operação não é conhecido e ainda terá que passar pelo crivo da Autoridade da Concorrência.

Fundada em 1979, a HCI Construções tem sede em Lisboa e é considerada uma das empresas portuguesas mais relevantes na área da construção civil. Com um volume de negócios anual superior a 100 milhões de euros, foi responsável pela construção de vários edifícios, nomeadamente da sede da EDP, da Fundação Champalimaud, do Hospital da Luz, entre outros.

Além disso, na área da reabilitação e reconstrução, conta com intervenções na sede do Banco de Portugal, na Assembleia da República, no antigo edifício do Diário de Notícias, entre outros. “Como corolário, o processo de incorporação da HCI Construções no Grupo Visabeira irá potenciar sinergias entre as duas empresas em termos nacionais”, realça a Visabeira, em comunicado.

Já a Visabeira foi fundada há 43 anos e atua em vários setores de atividade nomeadamente nas telecomunicações, energia, tecnologia, construção, indústria, imobiliário e turismo. Com mais de 14 mil funcionários e presente em 17 países, espera alcançar um volume de negócios superior a 1.700 milhões de euros este ano.

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JCDecaux lança venda programática em publicidade de exterior. É o “maior investimento de sempre” da companhia

O maior investimento da JCDecaux a nível global este ano vai permitir, numa fase inicial, uma oferta programática de 428 ecrãs, quase 65% do parque digital da JCDecaux à data.

A JCDecaux está a lançar o serviço de venda programática de publicidade digital de exteriorProgramatic Digital Out Of Home (pDOOH) – no país. Trata-se do maior investimento de sempre em Portugal, assegura a empresa, embora sem avançar números.

Numa fase inicial, e dirigido a uma audiência urbana, o programático OOH da JCDecaux vai contar com inventário em Lisboa, Porto, Oeiras e Cascais, num total de 44 ecrãs de pequeno formato e 18 ecrãs de grande formato. Já nos shoppings, distribuídos pelas várias zonas do país, e naquela que é uma “poderosa influência junto do ponto de venda”, a JCDecaux vai contar com 327 ecrãs de pequeno formato e um ecrã de grande formato. Nos aeroportos – com a possibilidade de este ser o primeiro ou último impacto numa “audiência recetiva e premium” – vão estar instalados 46 ecrãs de pequeno formato e três ecrãs de grande formato. Os aeroportos e os centros comerciais vão ser territórios exclusivos da JCDecaux.

No total, numa primeira fase, a JCDecaux vai contar com um total de 428 equipamentos disponíveis para publicidade programática (ou seja, quase 65% do parque digital da JCDecaux à data).

No entanto, a empresa vai instalar 664 ecrãs digitais aos quais, mais tarde, se somarão outros cerca de 400, perfazendo um total de mais de mil ecrãs espalhados pelo país. Embora os equipamentos para digital e digital programático sejam iguais, nem todos os ecrãs digitais vão ser usados em programático, explica a empresa.

Este é assim um “investimento brutal” e o maior feito em Portugal até agora. “Chegou tarde, mas em força”, diz Philippe Infante, diretor geral da JCDecaux Portugal, num encontro com jornalistas no qual foi explicado o processo.

A venda de publicidade programática em digital out of home é feito através de uma negociação realizada numa plataforma de compra. De um lado existe a oferta (JCDecaux) e do outro a procura (agências ou os próprios anunciantes), cabendo ao programático fazer essa negociação, de uma forma quase “automática”, partindo de um pré-acordo.

Primeiro, é assim feito um acordo entre a JCDecaux e as marcas – por norma campanha a campanha – para que quando exista inventário disponível, segundo os critérios já previamente acordados, a plataforma de compra o possa “comunicar” às marcas e estas aceitem ou não investir naquele espaço por um determinado preço, num processo feito através de algoritmos.

Este, no entanto, não é um marketplace aberto, sendo exclusivo para convidados, de forma a preservar a “segurança” e “garantia” dadas às marcas, explicou o diretor de publicidade programática da JCDecaux Pedro Viegas. As campanhas são analisadas num primeiro momento por humanos e só depois são colocadas na “mesa de negociação”.

Ou seja, uma marca que tenha uma campanha que quer lançar, com determinadas características e que pretende alcançar um determinado tipo de população numa dada zona geográfica, realiza uma pré negociação com a JCDecaux.

Quando esse espaço está disponível – num processo feito na totalidade através de algoritmos – a JCDecaux, que já autorizou aquela negociação à priori, diz que para aquele pedido tem “x” impactos disponíveis num determinado espaço e hora com umas determinadas características, cabendo depois à marca “decidir”, num processo computorizado.

O programático compra-se por CPM (custo por mil impressões), sendo que o valor de um determinado equipamento é feito através de uma amostra de audiências através de uma app móvel distribuído por um painel de 2500 indivíduos, e tem em conta fatores como a posição do equipamento, o ângulo em que é visualizado, a distância, o tempo e velocidade média em que as pessoas passam por ele ou a luminosidade. Depois de instalado, é necessário um mês para que o equipamento consiga recolher e divulgar os dados das audiências, de forma que seja possível aferir valores para as negociações.

Segundo explicou Vítor Martins, diretor comercial da JCDecaux, na reunião com jornalistas a propósito do lançamento da programática digital out-of-home, a empresa passou de mupis e papel para o digital, numa transição que decorreu de forma gradual, mas queria dar um passo mais além e tornar o seu imobiliário mais tecnológico, através da publicidade programática.

No entanto, a JCDecaux teve de aguardar pelas condições necessárias, como inventário digital suficiente e dados, que dissessem qual o valor desse mesmo inventário.

Encarada como “natural”, a transição para o programático tem registado um grande crescimento noutros países, refere Vítor Martins, e tem-se vindo a acentuar de tal maneira que “tínhamos de entrar no avião”.

Liderado por Pedro Viegas, o serviço de publicidade digital programática de exterior começou a preparar-se através da implementação de um software que diz, em tempo real, o inventário disponível para comercializar.

Agora, a JCDecaux decidiu avançar com este tipo de publicidade uma vez que já dispõe de inventário “robusto” e de dados sobre as audiências que permitam avaliar o valor de cada um dos componentes do inventário. O avanço está a ser feito agora também tendo em conta que existe uma procura e apetência no mercado por programático em digital out of home – incluindo um procura global, para campanhas multinacionais – bem como um controlo e garantia de “brand safety, ou seja, não há bots (robôs), explicou Pedro Viegas.

O programático em OOH “vem complementar a visão do consumo de media (dentro e fora de casa) dos consumidores com a vantagem de acessibilidade e conectividade entre todos os canais“, referiu-se no documento de apresentação aos jornalistas, sendo que o objetivo passa por “acompanhar a jornada do consumidor” e “estar onde as pessoas estão“, como na rua, centros comerciais ou aeroportos, acrescentou Vítor Martins.

 

Esta tecnologia tem em conta fatores como a temperatura, índices ultravioleta (UV), redes sociais, geolocalização ou as horas, de forma a permitir uma maior dinâmica e flexibilidade, e potenciar a comercialização de cada uma das campanhas. Por exemplo, se o stock do produto de uma determinada campanha acabar, a campanha pode ser logo retirada.

Existindo “espaço para tudo”, foi dada a garantia de que o papel não vai desaparecer, sendo este mais indicado para campanhas de notoriedade, enquanto o digital permite uma maior flexibilidade, eficiência, eficácia e desempenho, tendo em conta que o programático permite efetuar uma troca ou venda do espaço em cerca de 30 minutos. Esta mudança, no caso do papel, poderia demorar dois ou três dias a concretizar-se.

Vítor Martins e Pedro Viegas concedem que não são os primeiros a fazer uso de programático em OOH digital em Portugal, tendo já havido outras empresas a fazer experiências. No entanto, referem que a JCDecaux é a primeira a fazê-lo de uma forma consistente e abrangente. Numa analogia dizem que já houve outros que “chegaram ao Espaço” mas que a JCDecaux será a primeira a “chegar à Lua”.

O maior investimento de sempre da empresa em Portugal, e este ano o maior do grupo, de “muitos milhões”, segundo Vítor Martins, que não concretizou o valor do montante, prendeu-se com a compra e instalação de equipamentos, em mais recursos e pessoas, em entradas em hubs tecnológicos ou renovações de contratos.

O objetivo não é canibalizar o papel, garantiu Pedro Viegas, pelo que a perspetiva da empresa é de crescimento. Ainda que não concretizando percentagens ou valores, foi adiantado que em outros mercados europeus – que já são mercados “maduros” – o programático já representa entre 10 a 30%.

Estamos a descobrir um caminho novo em Portugal. As expectativas são altas, acreditamos que a aceitação vai ser elevada“, disse Vítor Martins, acrescentando que neste momento o mercado de out of home é “escasso” para a procura que existe. “Gostaríamos de ter muito mais inventário disponível neste momento”, afirmou.

“A compra/venda programática constituirá um autêntico ponto de viragem no planeamento da publicidade exterior, ao possibilitar ao setor a atuação com precisão e agilidade, com recurso à segmentação de audiências através de diferentes tipologias de dados, e ao corresponder a objetivos específicos”, refere também Philippe Infante, diretor-geral da JCDecaux em Portugal, citado em comunicado.

“Estes novos elementos irão proporcionar maior flexibilidade na compra de espaço e possibilitar igualmente oportunidades de venda de OOH a um novo conjunto de marcas, nomeadamente as de menores orçamentos e as nativas digitais”, acrescenta.

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Junta de Freguesia de Benfica investe 29 milhões de euros em habitação

Autarquia vai adquirir quatro terrenos para construção e reabilitação, além de 13 apartamentos. Até 2026 estão previstos 250 fogos para arrendamento a baixo custo no Bairro de Benfica.

A Junta de Freguesia de Benfica anunciou um investimento de 29 milhões de euros na construção e reabilitação de 133 novos apartamentos no Bairro de Benfica, até 2025. Num comunicado, a autarquia diz tratar-se “do maior pacote de investimento alguma vez realizado por uma Junta de Freguesia, na área da habitação“, de modo “a combater a grave crise habitacional que Lisboa atravessa”.

Este investimento foi aprovado na última reunião de Executivo. Até 2025 está prevista a construção de 133 novos apartamentos em Benfica, com tipologias que vão do T0 ao T3, ao abrigo da linha de financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) – 1⁰ Direito.

A autarquia vai, assim, adquirir quatro terrenos para construção e reabilitação, além de 13 apartamentos dispersos por vários locais desta freguesia lisboeta. Entretanto, a Junta de Freguesia já tem candidaturas aprovadas pelo Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) para outros dois edifícios, na Rua Cláudio Nunes e Travessa José Agostinho.

“O investimento para criar soluções habitacionais dignas, que permitam às famílias lisboetas continuar a viver no Bairro de Benfica, está inserido numa estratégia local de habitação que pretende, até 2026, criar 250 fogos para arrendamento a baixo custo no Bairro de Benfica“.

Freguesia de Benfica6 novembro 2023

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Hill & Knowlton tem nova identidade e posicionamento

  • + M
  • 6 Novembro 2023

A agência liderada em Portugal por José Bourbon-Ribeiro regressa à denominação original e reforça o foco nas soluções de comunicação estratégica.

A até agora Hill+Knowlton Strategies reformulou a marca a nível global. A consultora de comunicação do universo WPP regressa ao nome original, deixando cair na denominação o “Strategies”, tem uma identidade visual renovada e posiciona-se como uma agência de estratégia.

“Desde 2019 que a equipa de liderança da Hill & Knowlton se tem concentrado em tornar-se parceira dos seus clientes, contribuindo para impulsionar crescimento, gerir riscos e trabalhar reputação no complexo ambiente operacional de hoje”, enquadra citada em comunicado AnnaMaria DeSalva, presidente global e CEO da Hill & Knowlton. “O nosso trabalho mostra, cada vez mais, que a comunicação estratégica, elevada pela criatividade, é uma força fundamental para a criação de valor sustentável e de uma liderança moderna”, prossegue.

A novo posicionamento é acompanhado pelo lançamento de hubs de inovação internacionais, como o H&K Advisory, que disponibiliza serviços estratégicos integrados que abrangem a consultoria empresarial, criativa e de assuntos públicos ou a unidade Intelligence & Technology, criada para ampliar as soluções de data science, análise e tecnologia de comunicações, descreve a agência.

“Os líderes empresariais precisam deste poderoso motor criativo para enfrentar os riscos atuais, cada vez mais emergentes. Em todos os aspetos, o risco global está a intensificar-se e provém de um leque de fontes cada vez maior. Os atuais domínios de risco nas áreas da reputação, desinformação e geopolítica exigem intelligence e conhecimento, criatividade e centralização nas partes interessadas – atributos que estão no centro da disciplina da comunicação. O risco e a reinvenção andam de mãos dadas: é esta intersecção entre o risco e a oportunidade, a inovação e a transformação, que está hoje a energizar visivelmente o objetivo da Hill & Knowlton”, acrescenta AnnaMaria DeSalva.

O rebranding da marca, em Portugal liderada desde março por José Bourbon-Ribeiro, foi feito com a colaboração de funcionários, antigos e atuais, clientes e parceiros comerciais do setor.

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Clientes que renegociaram crédito após março também podem fixar a prestação

  • Lusa
  • 6 Novembro 2023

Clientes que tenham renegociado os créditos à habitação já depois de março deste ano podem aderir ao regime que fixa a prestação do empréstimo durante dois anos, disse o Banco de Portugal à Lusa.

Os clientes que tenham renegociado os créditos à habitação já depois de março deste ano podem aderir ao regime que fixa a prestação do empréstimo durante dois anos, disse o Banco de Portugal à Lusa.

Desde a passada quinta-feira, 2 de novembro, e até fim de março de 2024 os clientes bancários com crédito para aquisição ou construção de habitação própria permanente podem pedir a adesão ao regime que fixa por dois anos a prestação paga mensalmente ao banco e por um valor inferior ao atual. Este mecanismo abrange empréstimos com taxa variável contraídos até 15 de março de 2023 e cujo período de amortização seja superior a cinco anos.

A Lusa questionou o Banco de Portugal sobre se podem aderir clientes com contratos preexistentes, mas renegociados depois dessa data, esclarecendo o regulador e supervisor bancário que estes estão incluídos, sim, quer a negociação tenha sido por iniciativa do cliente ou do banco.

“Estando em causa uma renegociação do contrato de crédito (isto é, uma alteração aos respetivos termos e condições, como é o caso do alargamento do prazo de reembolso ou a definição de um período de carência de capital e/ou juros, por exemplo) e não a celebração de um novo contrato (o que sucede, por exemplo, no refinanciamento de dívida ou na consolidação de créditos), o facto de o acordo ter sido celebrado após 15 de março de 2023 não impede o acesso à medida”, respondeu o Banco de Portugal.

A instituição liderada por Mário Centeno acrescentou que, como refere a lei, quem não pode aderir a este regime são os clientes em incumprimento ou em situação de insolvência ou que já estejam abrangidos pelos regimes PARI (plano de ação para o risco de incumprimento) ou procedimento extrajudicial de regularização de situações de incumprimento (PERSI).

Neste mecanismo, os clientes ficam durante dois anos a pagar uma prestação mais baixa, uma vez que a prestação ficará indexada a 70% da média da Euribor a seis meses do mês anterior ao pedido do cliente (o que garante que paga menos durante os dois anos do que se a Euribor fosse refletida a 100%).

Após esses dois anos, nos quatro anos seguintes, a prestação assume o seu valor ‘normal’ (com o indexante da altura totalmente refletido). Terminados estes quatro anos, as famílias vão pagar nas prestações restantes o valor não pago enquanto beneficiaram da referida redução.

O montante diferido pode ser amortizado antecipadamente, sem qualquer comissão ou encargo. E o acesso a este mecanismo também não impede os clientes de amortizarem antecipadamente o crédito (parcial ou totalmente) sem penalizações.

Numa publicação disponível no Portal do Cliente Bancário, o Banco de Portugal explica que a adesão implica que “o montante total de juros a pagar será sempre superior”.

A Deco/Proteste fez simulações para a Lusa nas quais quantifica o agravamento do valor total pago pelo crédito.

Por exemplo, um empréstimo de 150 mil euros a 30 anos, com um spread (margem comercial do banco) de 1,25% e indexado à Euribor a seis meses, tem uma prestação atual de 831,09 euros e aderindo à moratória passará a pagar 722,28 euros, ou seja, pagará menos 108,82 euros por mês.

Assim, durante os dois anos de fixação da prestação pagará menos 2.611,65 euros. Já quando passar a pagar a prestação ‘normal’ juntamente com o capital diferido a prestação mensal passa a 850,87 euros.

No total do crédito, a Deco/Proteste indica que o custo adicional em juros no total do contrato de um cliente com este crédito aderir à moratória é de 3.082,13 euros.

A simulação tem como pressuposto de que as taxas de juro se manterão nos níveis atuais, pelo que se vierem a baixar o agravamento no total do crédito será menor e se aumentarem o agravamento será maior.

“É muito útil para as famílias com taxas de esforço muito elevadas. É como um custo de oportunidade de ter liquidez imediata”, disse o economista da Deco/Proteste Nuno Rico à Lusa, acrescentando, contudo, que para as famílias que podem pagar a prestação atual “não justifica aderir a este mecanismo porque tem um custo acrescido no total”.

No final de 2022, segundo dados do Banco de Portugal, havia 1,5 milhões de contratos de crédito à habitação.

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Falência da Efacec custaria 49 milhões aos cofres do Estado, diz Costa Silva

Costa Silva revela que à alternativa das verbas injetadas na Efacec, os custos para o Estado ascenderiam até 24 milhões de euros em subsídios de desemprego e 25 milhões em contribuições.

Se o Estado português tivesse deixado falir a Efacec isso teria um custo anual para os cofres do Estado de cerca de 49 milhões de euros: 24 milhões em subsídios de desemprego a que acresceria uma perda de 20 a 25 milhões em contribuição para o Fisco e a Segurança Social, revelou o ministro da Economia, no debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2024. António Costa Silva revelou que o fundo Mutares não cobra nenhuma comissão de gestão à Efacec.

António Costa Silva contrapôs aos 200 milhões de euros que injetou na Efacec, cerca de dez milhões de euros mensais durante 20 meses, que permitiram que a empresa pagasse 100 milhões de euros em IRS e Segurança Social correspondente aos cerca de dois mil trabalhadores que tem.

Se esses trabalhadores fossem despedidos custariam cerca entre 1,7 e dois milhões de euros por mês, uma fatura explicada por elevado número de quadros com formação superior, a que seria necessário acrescer uma perda de 3,3 milhões de euros mensais (20 a 25 milhões por ano) de contribuições para a Segurança Social e para o Fisco (IRS).

O encerramento da Efacec teria um impacto negativo de 1,5% a 2% no PIB da região Norte, acrescentou ainda o responsável. O ministro da Economia não revelou se no contrato assinado com a Mutares ficou estipulado a garantia de manutenção dos postos de trabalho, mas disse que o fundo alemão pretende reforçar os quadros de engenharia.

Na conferência de imprensa de apresentação da venda da empresa, foi revelado que existe uma verba destinada a indemnizações, mas esse valor nunca foi quantificado, mas em causa estariam ajustamentos pontuais.

Costa Silva sublinhou a importância da Efacec para a economia do Norte, sobretudo depois do encerramento da refinaria de Matosinhos, já que trabalha com cerca de 1.800 fornecedores nacionais, e frisou que o facto de estar a funcionar lhe permitiu ganhar 445 milhões de euros em contratos.

A dívida aos bancos tinha senioridade sobre dívida aos obrigacionistas, reconheceu o ministro da Economia. Mas, “dado o processo de negociações “os bancos aceitaram o corte de 80%” e os obrigacionistas, “na maior parte de países estrangeiros e de fundos espanhóis” foi uma negociação mais difícil, reconheceu, e por isso sofreram um corte de apenas 10% e não os 50% inicialmente propostos.

O ministro da Economia reconheceu que não conseguirá recuperar a totalidade do dinheiro injetado, mas recorda que foi definido um mecanismo de cascata que assegura que o Estado ficará com dois terços do valor da venda, quando esta ocorrer. À partida em cinco anos, mas poderá ser mais tempo. “Foi a solução possível nestas circunstâncias“, disse ainda Costa Silva, acrescentando: “Tentei fazer tudo para manter esta empresa”.

O Estado assumiu perdas de 200 milhões de euros do passado e, no acordo de venda com a Mutares, concluída na terça-feira, anunciou que ia entrar com 159 milhões de euros, um montante a que acrescem mais 35 milhões de euros em obrigações convertíveis subscritas pelo Banco de Fomento. Mas, de acordo com o PSD, as contas são outras: uma exposição do Estado de 550 milhões de euros de acordo com uma auditoria encomendada pela própria Mutares. Costa Silva rejeitou estas contas, dizendo que não tem estes números.

Mutares não cobra comissões de gestão

O ministro deixou o esclarecimento de que a Mutares não vai cobrar qualquer comissão de gestão à Efacec – o que poderia permitir ao fundo alemão retirar da empresa por esse meio os 15 milhões de euros injetados – e que não existe a intenção de fundir a Efacec com nenhuma empresa do universo Mutares.

“De toda a interação com a Mutares, a empresa reconhece a marca a Efacec e quer mantê-la assim como os centros de decisão no país”, diz Costa Silva. “Não vejo grande risco para o país”, acrescentou o ministro, sublinhando que o mecanismo de cascata e o facto de o Estado vir a receber dois terços na venda e 75% dos eventuais pagamentos de dividendos (ainda que o Estado tenha deixado de ser acionista da Efacec) são um excelente incentivo para a empresa criar valor”, disse o ministro.

O responsável revelou ainda que houve uma melhoria da Best and Final Offer (BAFO) da Mutares. “Face a julho a empresa acedeu mobilizar um montante maior de garantias, em vez de 40 milhões, foram 60 milhões” que permitiram operacionalizar o trade finance onde o acordo com um sindicado bancário assegura os restantes 94 milhões de euros,

Costa Silva precisou ainda que “não existe uma obrigatoriedade de vender a um privado”, mas “esta foi uma opção política do Executivo dado o cariz da Efacec, uma empresa tecnológica e que exige uma gestão que esteja sempre em cima dos acontecimentos. O ministro rejeitou que esta operação fosse “oferecer” a Efacec à Mutares. “É um contrato de partilha e de valor”, disse justificando que “há pessoas sérias no mundo. A Mutares está cotada em Frankfurt e estudámos a sua trajetória”, acrescentou.

Autópsias, comissão de inquérito e terrorismo

Num debate que deveria ser sobre a proposta do Orçamento do Estado para 2024, os trabalhos foram claramente dominados pela Efacec – apesar de já haver uma audição prevista para esse efeito na Comissão de Economia – tiveram vários momentos quentes, com especial destaque para as trocas de acusações entre Costa Silva e banca parlamentar do Chega.

Mas, foi o deputado comunista, Bruno Dias que fez o melhor resumo dos trabalhos: “Acabámos de assistir ao episódio piloto da temporada 1 da comissão de inquérito” à venda da Efacec, numa referência à intervenção de Carlos Guimarães Pinto, da Iniciativa libera que optou por colocar questões diretas e curtas numa tentativa de esclarecer algumas dúvidas. São vários os partidos que anunciaram que pretendiam pedir uma CPI e o Chega revelou que o pedido do partido deu entrada esta segunda-feira.

Mas, para Bruno Dias o importante não é fazer uma autópsia mas sim evitar um crime que está a ser cometido à frente dos olhos de todos. O PCP acusou o Estado de não fazer valer os interesses do Estado e recordou que, na Dinamarca, uma empresa congénere da Efacec é detida pelo Estado.

Carlos Guimarães Pinto começou por questionar o ministro se conhecia a empresa Odkas, uma empresa detida pela mulher de Mário Leite Silva, braço direito de Isabel dos Santos em Portugal, que assinou um contrato de consultoria com a Efacec e que foi paga num momento em que já não era pagava aos seus credores. Costa Silva respondeu negativamente.

O pagamento a credores não essenciais em detrimentos dos outros, denunciada numa carta de Rui Lopes enviada à Parpúbica, e que levou a empresa a debater-se com falta de matérias-primas; o pagamento de uma indemnização a José Manuel Sousa, quando este saiu da Efacec, próxima dos valores pagos a Alexandra Reis da TAP e que motivaram a comissão de inquérito à empresa de aviação; e a renovação da frota de carros de luxo foram outros episódios trazidos pela IL, mas que o ministro disse não ter conhecimento porque foram anteriores à sua chegada ao Governo. Uma justificação que mereceu resposta do partido: “Afinal não tem um conhecimento tão aprofundado da empresa apesar de lá ter injetado 400 milhões de euros”, atirou Carlos Guimarães Pinto.

O único momento em que Costa Silva se exaltou foi após a intervenção do Chega que convidou os portugueses a deslocarem-se ao Martim Moniz para “viajar” até à Índia e Paquistão sem sair do país. O ministro acusou o partido de xenofobismo que levou a um pedi de intervenção à mesa do Chega para afinar o ataque e acusar o Governo de fazer um “atentado terrorista às finanças públicas”, “brincar com o dinheiro público e e dos portugueses”, de “despesismo e clientelismo em duas empresas como TAP e a Efacec”.

O impacto da venda da Efacec nas contas públicas também foi sublinhado pelo PSD que acusou o Governo de enganar os portugueses já que fechou a proposta de Orçamento do Estado sem ter em conta o impacto da Efacec nas contas públicas, quando já estava ciente do acordo.

O deputado social-democrata, Jorge Salgueiro Mendes, elencou as várias circunstâncias nas quais considera que o Governo enganou os portugueses ao longo deste processo desde logo os graves problemas operacionais com que a Efacec já se debatia, quando o Governo diziam que eram apenas problemas de compliance. E o facto de uma reprivatização, que deveria ser rápida, ter demorado três anos, “com uma avassaladora destruição da empresa que fechou 2022 em falência técnica”.

(Notícia em atualização)

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