Sonae “liberta” três áreas de negócio da esfera do Continente

Processo de cisão-fusão, que envolve património de 23,3 milhões de euros, reestrutura negócios do grupo para focar MC no retalho alimentar e reforçar especialização na papelaria, pet care e marketing.

A Sonae decidiu avançar com um processo de cisão-fusão, envolvendo quatro empresas do grupo retalhista, para autonomizar as unidades de negócio ligadas aos setores da papelaria, do cuidado animal (PetCare) e do marketing. Vão ser retiradas da esfera da Modelo Continente estes “ramos de atividade que não se apresentam como sendo, atualmente e no futuro, o foco da sua atividade comercial”.

Na prática, esta operação envolve a cisão de parte do património da sociedade Modelo Continente Hipermercados SA – num total de 24,32 milhões de euros em termos líquidos, de acordo com o projeto consultado pelo ECO – e a sua fusão em três empresas (Mundo Note – Papelaria, Livraria e Serviços, SA; ZU, Produtos e Serviços para Animais SA; e Mcmkt Brands, Lda.).

No projeto de cisão-fusão, depositado junto dos serviços de Registo Comercial, o grupo justifica que esta reestruturação vai permitir à Modelo Continente “focalizar” a atividade essencialmente no comércio retalhista geral, de predominância alimentar (hipermercados e supermercados), deixando assim de exercer “algumas atividades de cariz mais residual” e que não se apresentam como “core” do seu negócio.

Por esta via, lê-se no documento, com data de 14 de abril, “potencia-se a centralização de recursos materiais, humanos e financeiros, o que por certo conduzirá a um aumento da sua performance e crescimento, permitindo-se igualmente uma redução de custos e a eliminação de eventuais redundâncias nas estruturas existentes, melhorando-se a eficiência operacional e aumentando-se igualmente a eficácia da relação com os seus fornecedores e/ou prestadores de serviços, pela identificação inequívoca das entidades com as quais interagem”.

Contactada pelo ECO, fonte oficial da empresa retalhista sublinhou que este processo societário “permitirá o destaque de determinados negócios” de uma das sociedades para outras do mesmo grupo, visando a “reestruturação de negócios, com vista à sua especialização e melhor performance de cada um” deles. É o caso daquelas em que opera com as marcas Note! (papelaria) e ZU (PetCare), e também da prestação de serviços de gestão de marcas, publicidade e marketing.

Trata-se de um processo societário de cisão-fusão, que permitirá o destaque de determinados negócios de uma das sociedades do Grupo MC para outras sociedades desse mesmo grupo, com objetivo de reestruturação de negócios, com vista à sua especialização e melhor performance de cada um dos negócios.

Fonte oficial da Sonae MC

As quatro sociedades intervenientes nesta cisão-fusão são detidas, direta ou indiretamente, pela holding MCretail, pelo que “não foi definida qualquer relação especial de troca”. O formato jurídico adotado, defende o grupo nortenho, “é aquele que apresenta maior eficiência e neutralidade, salvaguardando o benefício equitativo de todos os acionistas e os direitos de credores e de quaisquer terceiros titulares de direitos sobre as sociedades intervenientes”.

“As sociedades incorporantes são responsáveis, na medida do património incorporado, pelas dívidas da sociedade cindida, anteriores a 1 de janeiro de 2023 e até à inscrição da cisão-fusão no registo comercial e, ainda, as sociedades incorporantes respondem solidariamente com a sociedade cindida, pelas dívidas que por força da cisão, Ihe tenham sido transmitidas”, esclarece ainda o grupo retalhista liderado por Cláudia Azevedo.

Note! foca 83 lojas no “eixo escolar”

Foi em 2007, englobada na MC e ainda com a designação de BooklT, que a Sonae lançou uma cadeia de lojas especializada em produtos de papelaria, livros, presentes e serviços de conveniência. Com o rebranding operado em 2014, assume a marca Note! e uma identidade própria, orientando nessa altura a aposta para um cliente complementar ao dos hipermercados Continente.

Conta atualmente com 83 lojas físicas, uma loja online e uma estrutura central que assegura as atividades de planeamento comercial, operações de loja, marketing e comunicação, desenvolvimento de negócio, digital e expansão de lojas, que passam agora para a nova sociedade. Promete “uma reorganização interna dos recursos e focar-se estrategicamente no eixo escolar”, entrando com esta mudança em “segmentos e marcas mais direcionados, que não atuam no mercado da grande distribuição” e a iniciativas que exigem ter o comércio a retalho de livros e papelaria como atividade económica principal.

Com esta autonomização do negócio da Note!, que “permitirá em termos operacionais uma maior eficiência do processo comercial, o aproveitamento de sinergias negociais com fornecedores e maior visibilidade e transparência”, o capital social da sociedade que incorpora este negócio é aumentado em 671.530 euros, passando para 721.530 euros, com a emissão de 134.306 novas ações e a assunção de uma reserva de cisão-fusão, no montante de quase 13 milhões de euros.

Com 44 espaços, ZU “foge” aos hipermercados

No caso da ZU, a insígnia de retalho especializado que opera no setor de PetCare, o “crescimento sustentado” das vendas e a “crescente diferenciação” dos seus produtos e serviços, face à oferta disponibilizada nos supermercados e hipermercados Continente, são as explicações apresentadas para a autonomização deste ramo de negócio numa outra entidade jurídica, com gestão e recursos autónomos.

O primeiro espaço foi inaugurado em 2014 e tem atualmente um total de 44 lojas espalhadas pelo território português. E no âmbito desta mudança para “aproveitar sinergias de organização, de gestão e de expansão”, assim como permitir “promover a excelência do serviço prestado ao cliente final”, será aumentado o capital social da incorporante para 234,4 mil euros, assumindo uma reserva de cisão-fusão num valor superior a 3,5 milhões de euros.

Nos três casos envolvidos nesta operação da Sonae, as ações e a quota representativas do aumento de capital das sociedades incorporantes serão entregues à acionista da Modelo Continente, após o registo definitivo da operação, concedendo-lhe o “direito a participar” nos lucros do exercício de 2023 e nos anos seguintes, esclarece a empresa no projeto de fusão-cisão.

Brand marketing e retail media em concorrência

Na área da publicidade, gestão e promoção das marcas, a Modelo Continente, que nos últimos anos tem apostado na criação de diversas marcas – incluindo algumas próprias na distribuição alimentar –, desenvolveu uma estrutura larga de meios humanos e materiais, além de uma rede de parceiros, com estas equipas dedicadas ao brand marketing e ao retail media a moverem recursos e a envolverem-se em estratégias de comunicação “cada vez mais complexas e completas, prestando um serviço integrado ao seu cliente interno”.

No caso do retail media, por exemplo, inclui a comercialização de espaço publicitário em canais digitais e canais offline, utilizando dados agregados e anonimizados de consumo e de navegação, para personalizar e medir esta comunicação e a intermediação da compra de espaço publicitário em nome dos fornecedores, parceiros ou anunciantes. No caso desta unidade de negócio, a nova detentora assume uma reserva de cisão-fusão de quase 6,7 milhões de euros, aumentando o capital em cerca de 346 mil euros.

“A atividade destas equipas compete diretamente com os serviços normalmente prestados por outros operadores no mercado nacional e internacional ao nível da gestão das funções de marketing e publicidade, quer na perspetiva mais criativa e institucional, quer na vertente mais operacional e de aquisição, gestão e comercialização de espaços e meios publicitários”, sustenta a empresa na peça jurídica em que é detalhado este projeto de fusão-cisão.

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Remunerações dos gestores da banca aumentam 20% em 2022

Quem foi o CEO mais bem pago na banca portuguesa? Prémios atribuídos aos conselhos de administração dos bancos quase duplicaram no ano passado após proibição na pandemia.

Num ano marcado por resultados históricos, as remunerações dos gestores das principais instituições financeiras em Portugal atingiram os 27,7 milhões de euros. Trata-se de um aumento de quase 20% em relação ao ano anterior, e que se deveu sobretudo à subida dos prémios atribuídos aos conselhos de administração dos bancos, que quase duplicaram, depois da proibição durante a pandemia.

Os administradores da Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Santander, BPI e Novobanco receberam 19,3 milhões em salários fixos, o que corresponde a uma subida de 1,7% em comparação com 2021, de acordo com os dados compilados pelo ECO com base nos relatórios e contas dos bancos.

Enquanto isso, os bónus (atribuídos) dispararam 93% para cerca de 8,4 milhões de euros, correspondendo a cerca de 30% do total das remunerações que os gestores da banca tiveram direito no ano passado.

O aumento dos bónus surge depois de quase dois anos em que a remuneração variável esteve suspensa pelos reguladores, que recomendaram prudência aos bancos devido à crise da pandemia de Covid-19. A proibição do Banco Central Europeu (BCE) – que se estendeu aos dividendos – só foi levantada em outubro de 2021.

Entre os cinco principais bancos em Portugal, o BCP foi quem teve mais encargos com as remunerações do conselho de administração no ano passado: totalizaram os 7,5 milhões de euros entre componente fixa e variável, um aumento de 30% devido ao incremento dos prémios atribuídos em numerário e ações – num ano em que a remuneração média anual dos trabalhadores teve um aumento de 5,7%, de acordo com o banco liderado por Miguel Maya.

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Seguem-se os “espanhóis” Santander Totta e BPI, onde as remunerações fixas e variáveis dos administradores atingiram 5,7 milhões (+10,2%) e 5,6 milhões (+22%), respetivamente, também à boleia dos prémios. A título de comparação, no Totta, por exemplo, o aumento da massa salarial foi de 3%.

No Novobanco, o aumento das remunerações da comissão executiva e conselho geral e supervisão foi de 1% para 4,8 milhões – 2,8 milhões em remuneração fixa e 1,9 milhões em remuneração variável que continuou congelada devido ao processo de reestruturação.

Já os administradores da Caixa tiveram remunerações de 4,2 milhões de euros, mais 36,8% – a componente fixa aumentou 12,5% e a componente variável também pois o banco não revelou valores de 2021. A massa salarial do conjunto dos trabalhadores do banco público aumentou 2,42% no ano passado, com a remuneração média a situar-se nos 2.501 euros.

De fora desta análise ficaram os montantes atribuídos em forma de complemento de reforma e ainda outras remunerações como subsídio de expatriação (no Novobanco, Mark Bourke recebeu 102 mil euros), prémios de assinatura ou indemnizações (António Ramalho e outro gestor do Novobanco tiveram uma compensação de 460 mil euros pela rescisão antecipada do contrato).

Qual o CEO mais bem pago?

Do total das remunerações fixas e variáveis atribuídas às administrações no ano passado, cerca de 15% serviram para remunerar os presidentes executivos dos bancos, num total de 4,18 milhões de euros – um aumento de 20% em relação a 2021.

Os CEO do BCP e do Santander foram os mais bem pagos. Miguel Maya teve uma remuneração de 1,2 milhões de euros, dividida entre a componente fixa de 650 mil euros e a variável de 556 mil euros. Já Pedro Castro e Almeida auferiu um salário anual fixo de 850 mil euros, não sendo discriminado o prémio atribuído em 2022 – no ano anterior atingiu os 540 mil euros.

João Pedro Oliveira e Costa, presidente executivo do BPI, atingiu quase o milhão de euros de remunerações: 725 mil euros de salário fixo e um bónus de 240 mil.

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Quanto a Paulo Macedo, o quarto mais bem pago, obteve remunerações de 666 mil euros na Caixa, com o salário fixo a manter-se nos 423 mil euros, enquanto o prémio atribuído (e a pagar nos próximos anos) atingiu os 243,4 mil euros.

Dos banqueiros dos cinco principais bancos, o irlandês Mark Bourke teve a remuneração mais baixa, quase meio milhão de euros. A componente fixa foi de 387 mil euros e a variável de 107,8 mil. Bourke apenas assumiu a liderança do Novobanco em agosto, substituindo António Ramalho, pelo que a remuneração do irlandês no ano passado diz respeito a sete meses enquanto administrador financeiro e cinco meses enquanto CEO.

Os cinco bancos tiveram lucros de 2,5 mil milhões de euros em 2022, um aumento de 70% face a 2021.

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IRB Brasil Re vai indemnizar acionistas por declarações falsas

  • ECO Seguros
  • 7 Maio 2023

A resseguradora brasileira vai pagar 5 milhões de dólares ao Departamento de Justiça dos E.U.A. por divulgação de informações falsas. Afirmou que a Berkshire Hathaway havia investido na resseguradora.

A empresa brasileira de resseguros IRB Brasil RE celebrou um acordo de não acusação com o Departamento de Justiça dos E.U.A., e prometeu pagar 5 milhões de dólares em indemnização às vítimas para resolver a investigação do governo sobre um esquema de fraude de títulos.

O Departamento de Justiça norte-americano alega que o esquema tinha como objetivo aumentar de forma fraudulenta o preço das ações do IRB, ao divulgar informações falsas de que a empresa de investimentos Berkshire Hathaway tinha investido na resseguradora brasileira.

O incidente, que ocorreu há mais de três anos, fez com que o preço das ações do IRB declinasse e resultou nas demissões do então presidente José Carlos Cardoso e do diretor financeiro Fernando Passos.

De acordo com o Departamento de Justiça norte-americano, o IRB acabou por admitir ter executado o esquema de fraude, na supervisão de Fernando Passos, desde fevereiro de 2020, depois de uma empresa de investimento ter publicado um relatório que questionava a exatidão das demonstrações financeiras do IRB e posicionava-se contra as ações do IRB, o que provocou a queda dos preços.

“Em resposta, Fernando Passos desenvolveu e executou um esquema que enganava acionistas e o público investidor, divulgando e fazendo com que fossem partilhadas informações materialmente falsas, de que a Berkshire Hathaway havia investido no IRB, apesar de saber que a empresa não havia feito tal investimento”, relata o Departamento de Justiça.

“Fernando Passos distribuiu, e fez com que funcionários subordinados do departamento de relações com investidores do IRB partilhassem, materiais falsos a membros da imprensa, analistas e elementos do conselho de administração do IRB, para divulgar informações falsas sobre o suposto investimento da Berkshire Hathaway”.

É de salientar que Fernando Passos foi alvo de uma acusação, e presume-se inocente até que seja provada a sua culpa em tribunal.

Após ter admitido os pormenores, o IRB concordou em continuar a colaborar com o Departamento de Justiça e comprometeu-se a pagar uma indemnização de 5 milhões de dólares aos acionistas que venderam ações do IRB em 4 de março de 2020.

O montante total das perdas para os acionistas foi, de facto, muito superior a 5 milhões de dólares, mas o IRB alega a “incapacidade de pagar uma sanção pecuniária penal e de cobrir a totalidade das perdas para os acionistas”. Uma análise independente confirmou que qualquer pagamento mais elevado ameaçaria a viabilidade contínua do IRB, o que, por sua vez, pode expor os acionistas da empresa a um risco adicional de perda”.

O IRB registou um prejuízo líquido de 630,3 milhões de reais nos seus resultados anuais de 2022, após um prejuízo de 682,7 milhões no ano anterior.

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Fundação Ageas avança com Investimentos de Impacto

  • ECO Seguros
  • 7 Maio 2023

A Fundação Ageas tem vindo a implementar um "novo eixo", denominado “Investimento de Impacto”, que, além de apoio financeiro personalizado, promove apoio não-financeiro, à medida de cada projeto.

A Fundação Ageas anuncia o apoio às organizações ‘Pedalar Sem idade’ e ‘Dioscope’, o segundo e terceiro investimentos de impacto realizados pela instituição, ambos via acordos de partilha de receitas.

João Machado, Presidente do Conselho de Administração da Fundação Ageas, sublinha: “o investimento nestes dois parceiros tem o mesmo pressuposto – permitir que projetos de inovação social muito bons possam beneficiar mais pessoas que deles necessitem”.

‘Pedalar Sem Idade’ é uma iniciativa cuja missão visa combater o isolamento social e sedentarismo na população sénior ou com mobilidade reduzida. Inspirando-se no movimento nórdico ‘Cycling Without Age’ são utilizadas bicicletas adaptadas (trishaws), conduzidas por voluntários, em passeios regulares de 45 a 60 minutos.

O investimento da Fundação Ageas irá permitir que o projeto chegue a mais de 10 cidades nos próximos dois anos, aumentando o número de beneficiários e alcançando, mais rapidamente, a sustentabilidade financeira. A Fundação Ageas destaca, em comunicado, que segundo dados da OCDE, Portugal é o 5º país mais envelhecido do mundo, com 23% da população acima dos 65 anos. Estima-se que, pelo menos 15% da população sénior em Portugal enfrente problemas de solidão extrema, mas o número real deverá ser superior.

A Dioscope é uma ferramenta de apoio à decisão clínica que declara otimizar a jornada dos doentes nos centros de saúde e nos serviços hospitalares. O projeto, distinguido como ‘Melhor Ideia em Saúde do Ano de 2022’ pela Ordem dos Médicos, faz parte da empresa Wellpartners, que com uma plataforma de conhecimento médico digital, apoia médicos através da administração de cursos de educação médica. Com o Investimento de Impacto, a Fundação Ageas contribui para a expansão da equipa Dioscope, e acelera a sua implementação nos sistemas de mais de 80 hospitais e centros de saúde que aderiram à solução.

Para João Machado, Presidente do Conselho de Administração da Fundação Ageas, “o investimento nestes dois parceiros tem o mesmo pressuposto – permitir que projetos de inovação social muito bons possam beneficiar mais pessoas que deles necessitem. Tanto a ‘Pedalar sem Idade’ como a ‘Dioscope’ são exemplos de qualidade, de soluções com potencial para melhorar a qualidade de vida da população, merecendo a nossa confiança e compromisso em prol do seu crescimento e bom funcionamento”.

O responsável avança ainda que a Fundação Ageas “está comprometida em apostar em projetos de inovação social que se alinham com objetivos específicos e que possam escalar, isto é, que se tornem soluções eficazes e acessíveis a muitas pessoas em Portugal”.

A Fundação Ageas tem vindo a implementar um “novo eixo“, denominado “Investimento de Impacto”, que para além do apoio financeiro personalizado, promove também apoio não financeiro à medida, de acordo com as necessidades de cada projeto.

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Linhas de comboio portuguesas estiveram 23 dias sem seguro válido

  • ECO Seguros
  • 7 Maio 2023

A Infraestruturas de Portugal deixou caducar Autorização de Segurança e a Fidelidade podia declinar uma responsabilidade até 3,3 milhões de euros em caso de acidente.

A Infraestruturas de Portugal (IP), deixou caducar a Autorização de Segurança e, entre 31 de agosto e 23 de setembro de 2022, afirma o jornal Público, esteve a operar a estrutura ferroviária portuguesa sem essa autorização arriscando – segundo o jornal – “uma coima entre 10 mil e 44.891,81 euros, e sujeitando-se, em caso de acidente, a ver recusada qualquer indemnização por parte da companhia de seguros Fidelidade com quem tem um contrato de seguro de responsabilidade civil no valor de 3,3 milhões de euros”.

Esta situação gerada na gestão das infraestruturas ferroviárias do país e do controlo do tráfego de comboios levou a que a Autoridade de Segurança Ferroviária, que funciona sob a égide do IMT, “lhe atribuísse uma Autorização de Segurança de apenas oito meses, ao invés dos cinco anos que estão previstos na lei”.

A IP, cujo único acionista é o Estado Português e está sujeita à tutela do Ministério das Infraestruturas e do Ministério das Finanças, é responsável pela gestão de infraestruturas rodoviárias, nos termos do Contrato de Concessão Geral da rede rodoviária nacional celebrado com o Estado, e exerce a prestação de serviço público de gestão da infraestrutura integrante da Rede Ferroviária Nacional (RFN), em regime de delegação de competências do Estado Português. Nessas competências, a empresa gere uma via férrea com 2.527 km de extensão, 2.000 pontes e túneis e 563 Estações em exploração.

O IMT, ainda segundo o Público, afirma que uma auditoria realizada em junho de 2021 à IP “levou à identificação de não-conformidades graves cuja não resolução impossibilitaria a emissão da futura Autorização de Segurança”, acrescentando que “várias destas não-conformidades ainda careciam de resolução” na data de 31 de agosto de 2022.

Por esse motivo, 23 dias depois, o IMT decidiu emitir a Autorização de Segurança por um prazo estritamente necessário oito meses para a IP poder apresentar toda a documentação que demonstra que pratica uma funcional e eficaz gestão dos riscos inerentes à sua atividade.

A IP a operar sem aquele documento válido não é inédito, refere o jornal. “Já anteriormente a empresa havia estado quase dois anos sem a Autorização de Segurança, entre setembro de 2017 e agosto de 2019, mas nesse caso o IMT decidiu revalidá-la com efeitos retroativos, com a obrigação de a empresa resolver diversos aspetos pendentes”.

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Conheça os 3 seguros do ramo Vida que estão a ser as estrelas do mercado

  • ECO Seguros
  • 7 Maio 2023

Duas seguradoras, dois bancos e três produtos foram contra um mercado em contínua descida de vendas dos seguros de Vida. Saiba o que têm de especial os produtos estrela da BPI e da GamaLife.

O Super PPR 55 Mais e o Vida Segura da GamaLife e o BPI Rendimento da seguradora BPI Vida e Pensões foram os produtos que melhor contrariaram um mercado de seguros do ramo Vida em declínio iniciado desde que as taxas de juro se tornaram baixas. Gradualmente este movimento causou grandes problemas às seguradoras obrigando-as a cativar capitais próprios para fazer face às responsabilidades em produtos de rendimento garantido. Tudo retirou competitividade aos seguros financeiros face a alternativas de poupança e investimento oferecidos pela banca, pelos fundos de investimento e pelo Estado na sua necessidade absoluta de colocar dívida no mercado interno.

A venda no canal bancassurance permite sucessos no Ramo Vida. O Novobanco com os seguros GamaLife, o BPI com a BPI Vida e Pensões.

A subida das taxas de juro que ocorreu desde 2022 voltou a conferir atratividade aos seguros de capitalização de médio e longo prazo que tenham uma componente de taxa e de capital garantido”, comentou fonte da BPI Vida e Pensões a ECOseguros.

Outra fonte do mercado refere que “foi preciso ver os primeiros a voltar a garantir rendimentos em produtos financeiros”, disse a ECOseguros. O primeiro trimestre confirmou novidades com duas seguradoras a contrariar um movimento geral de quebra de 28,5% do ramo Vida face ao T1 2022, vendendo apenas 1.294 milhões de euros. A BPI Vida e Pensões cresceu quase 40% e tornou-se líder de mercado em seguros unit-linked com 44% de quota de mercado neste segmento. Já a GamaLife apostou nos seguros poupança e cresceu 8 vezes no segmento, tendo vendido 167 milhões de euros no trimestre e triplicando a sua quota de mercado no ramo Vida para 13% e entrando no 3º lugar vindo do 13º em 2022.

O que têm em comum os produtos foi o regresso aos rendimentos garantidos aos segurados e serem exclusivamente comercializados com as parcerias de bancassurance com o banco BPI e Novobanco.

O BPI Rendimento foi o impulso que a BPI VeP encontrou. A última série foi vendida aos clientes do banco entre 20 fevereiro a 3 de março deste ano oferecendo uma taxa bruta garantida de 2,2% e garantia integral de capital no final do prazo de 5 anos e 1 dia. Segundo a BPI Vida e Pensões é um produto destinado a investidores “que procurem a preservação do seu investimento, com garantia e proteção do seu capital, que estejam dispostos a manter o seu investimento durante o prazo do produto”.

No lado da GamaLife a estrela está a ser a 1ª série do Super PPR 55 Mais, um Plano Poupança Reforma que, segundo a seguradora “constitui uma aplicação financeira a longo prazo com garantia de capital, visando a constituição de um Complemento de Reforma e usufruindo de Benefícios Fiscais”. Estando em comercialização até ao final de maio, o produto garante rendimento de 1,3% e foi dirigido aos maiores de 55 anos. Os investimentos estão associados ao Fundo PPR Super Investimento, não tem comissão de gestão nem de subscrição.

A GamaLife também destacou o Vida Segura, um produto com valor mensal reduzido que assegura o rendimento correspondente ao salário da pessoa segura em caso de morte ou invalidez durante um período pré-determinado. Segundo a GamaLife “permite antecipar os imprevistos da vida, assegurando ao mesmo tempo a continuidade de projetos familiares, em caso de morte, doença grave, invalidez absoluta ou definitiva”

A fonte da BPI Vida e Pensões explicou ainda a ECOseguros: “o crescimento da produção contou com a capacidade de colocação de recursos da Rede Comercial do Banco BPI, mediador único da Companhia. Para o futuro, a BPI Vida e Pensões pretende continuar a crescer nos seguros de vida tanto na vertente de proteção como de poupança de longo prazo”, concluiu.

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Sociedades multidisciplinares chegam à advocacia. E lá fora, o que já é feito?

A introdução das sociedades multidisciplinares, através da alteração da LAPP, não agrada às Ordens Profissionais, principalmente a do setor da advocacia. Mas há países em que isto já é uma realidade.

A porta de entrada a outras profissões, no setor da advocacia, já está a ser aberta em Portugal, mas os moldes em que essa integração vai ser feita ainda não está definida. Isto porque, apesar da nova Lei das Ordens Públicas Profissionais (LAPP) estar prestes a entrar e vigor, cabe agora a cada ordem regular a forma como esta vai ser implementada.

Foi em março que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou a Lei das Ordens Profissionais, que alterou o regime jurídico das associações públicas profissionais, após o Tribunal Constitucional se ter pronunciado pela constitucionalidade da mesma. Esta decisão foi tomada por unanimidade e por o TC “não considerar desrespeitados” quaisquer princípios ou normas constitucionais. O pedido de fiscalização preventiva tinha sido feito por Marcelo Rebelo de Sousa no dia 1 de fevereiro.

Esta lei, para além da introdução das sociedades multidisciplinares, veio alterar diversas questões das Ordens Profissionais como as condições de acesso às respetivas profissões, introduzir estágios profissionais remunerados e criar uma entidade externa para fiscalizar os profissionais, as taxas cobradas durante o estágio e a possibilidade de serem reduzidas. A duração dos estágios fixou-se em 12 meses, podendo ser maior em casos excecionais. Outra das alterações foi a aprovação da existência de um órgão disciplinar, que não estava previsto na anterior lei-quadro, que prevê a fiscalização sobre a atuação dos membros das ordens profissionais, composto por elementos externos às profissões respetivas.

Quase todas as Ordens Profissionais se mostraram contra esta proposta que nasceu do PS e do PAN. Segundo dados do Conselho Nacional das Ordens Profissionais, existem atualmente em Portugal 20 ordens profissionais, tendo as duas últimas sido criadas em 2019, a Ordem dos Fisioterapeutas e a Ordem das Assistentes Sociais. Estas ordens regulam a atividade de mais de 430 mil profissionais.

Mas afinal o que é isto de sociedades multidisciplinares?

Foi a Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, que veio por fim à tradicional proibição das sociedades multidisciplinares com o regime jurídico das associações públicas profissionais através do artigo n.º 27. Esta norma, que foi transposta do artigo 25º da Diretiva 2006/123 do Parlamento Europeu, ditou que podem ser constituídas sociedades de profissionais que tenham por objeto principal o exercício de profissões organizadas numa única associação pública profissional, em conjunto ou separado com exercício de outras profissões ou atividades, desde que seja respeitado o regime de incompatibilidades. Ainda assim, o atual Estatuto da Ordem dos Advogados (EOA) proíbe este tipo de sociedades.

No fundo as sociedades multidisciplinares são uma associação de várias profissões na mesma empresa/estrutura societária. Em termos práticos, e no caso concreto da advocacia, permite que advogados e, por exemplo, consultores, auditores ou até notários e solicitadores coexistam na mesma firma.

A introdução das sociedades multidisciplinares não tem agradado as Ordens Profissionais, principalmente a do setor da advocacia. Grande parte dos advogados considera prejudicial a liberalização da profissão e que pode colocar em causa regras deontológicas básicas dos advogados, como a independência, respeito pelo segredo profissional e conflito de interesses.

Em entrevista à Advocatus em fevereiro, a bastonária da Ordem dos Advogados, Fernanda de Almeida Pinheiro, mostrou-se contra a medida. “Entendo que realmente colocam-se questões muito pertinentes, quer do ponto vista do sigilo profissional, quer do ponto vista até da tal situação disciplinar. Uma sociedade de advogados está sujeita à tutela disciplinar da Ordem dos Advogados. Se tem uma sociedade multidisciplinar quem é que vai tutelar…?”, sublinhou. Ainda assim, entende que esta situação pode resolver-se por via da regulamentação, uma vez que existem em outros países.

Abertura do ano judicial 2023 - 10JAN23
Fernanda de Almeida PinheiroHugo Amaral/ECO

Por outro lado, existe um fração da classe que considera possível a convivência de várias especialidades sem colocar em causa deveres específicos.

Num recente artigo de opinião, João André Antunes, sócio da Pinto Ribeiro Advogados, defendeu que a multidisciplinariedade e sublinhou que “as posições que sustentam a inadmissibilidade das sociedades multidisciplinares – indiscutivelmente legítimas, sublinho – concentram-se de forma quase obsessiva na idiossincrasia da profissão de advogado e não naquilo que é o objeto do trabalho do advogado: a defesa dos interesses dos seus clientes”.

“Já não vivemos num mundo meramente global, pois ele derivou para um mundo uberizado – longe do que é desejado, mas a realidade é assim. Negar que a concorrência é a melhor forma de promover a qualidade é querer fechar os olhos. Por isso, opiniões eloquentes e retumbantemente defensoras sobre o atual protecionismo corporativo garantido aos advogados e às sociedades de advogados no que às sociedades multidisciplinares diz respeito terá o mesmo destino que todas as outras tentativas protecionistas contestadas pelo mercado: será disputado e recusado por quem procura esses serviços”, disse o sócio.

A Advocatus tentou saber junto das principais sociedades de advogados o que iria mudar nos seus escritórios, em concreto, com a aprovação do novo regime das ordens profissionais, mas sem sucesso. Apenas duas firmas decidiram partilhar a sua posição e sublinharam que não preveem grandes mudanças nos escritórios.

De forma a dar serguimento à introdução das sociedades multidisciplinares, a Ordem dos Advogados constituiu uma Comissão de Estudo e Revisão do Estatuto da Ordem dos Advogados com a incumbência de apresentar uma proposta de revisão dos EOA. A comissão tomou posse no dia 17 de março, sendo os trabalhos presididos pelo ex-bastonário Guilherme de Figueiredo. A comissão é ainda composta pelos advogados Brício Martins de Araújo, Gonçalo Gama Lobo, Joana M Abreu, Maria José Valente, Paulo Linhares Dias, Pedro Ataíde Hilário e Rita Maltez.

Fernanda de Almeida Pinheiro e Guilherme Figueiredo

“Como é sabido, a proposta de lei que esteve na origem das alterações aprovadas foi rejeitada pela Ordem dos Advogados, desde logo e, acima de tudo, por entender que as mesmas permitem estabelecer a tutela pelo poder político das associações públicas profissionais, numa estatização e instrumentalização que nunca sucedeu na nossa história quase centenária”, explicou na altura Guilherme de Figueiredo. “A questão central é de natureza política e não tanto de natureza jurídica, embora também possa ser encarada nesse sentido. Trata-se de tentar fazer das ordens profissionais uma longa manus do Estado, com o argumento e fundamento de que estas são um resíduo ideológico do ordenamento jurídico do Estado Novo”, acrescentou.

A multidisciplinaridade “lá fora”

“Lá fora”, principalmente nos Estados-membro da União Europeia, as sociedades multidisciplinares já são uma realidade e nos últimos anos esta tendência tem ganho cada vez mais adeptos. Em países europeus como Alemanha, Espanha, Bélgica e Suíça, as sociedades multidisciplinares são admitidas sem restrições. No caso da Finlândia, Dinamarca ou Suécia, existe apenas uma condicionante: não pode envolver partilha de lucros.

Outro exemplo em como a multidisciplinariedade em escritórios de advogados é uma realidade é em Itália. Na “bota europeia” as sociedades multidisciplinares tem de se inscrever num registo especial e dois terços do capital social e dos direitos de votos têm de pertencer a advogados. Mas não ficam por aqui. Também o órgão de gestão tem de ser composto por sócios e a maioria advogados.

Mas vamos analisar o nosso país vizinho em que esta questão é permitida desde 2001. Em Espanha, o Estatuto da Ordem dos Advogados permite que advogados se associem num regime de colaboração interdisciplinar com outras profissões liberais, desde que não sejam incompatíveis entre si. Assim, possuem um conjunto de requisitos tipificados no artigo 29.º do Decreto Real 658/2011, de 22 de junho. Vejamos o que diz este artigo:

Artigo 29.º

“1. Os advogados podes constituir sociedades multidisciplinares com outros profissionais liberais não incompatíveis, sem limitação de número e sem que tal afete a sua plena capacidade de exercício da profissão perante qualquer jurisdição e tribunal, sob qualquer forma lícita, incluindo sociedades comerciais, desde que estejam preenchidas as seguintes condições:

a) O objetivo da sociedade deve ser a prestação de serviços comuns específicos, incluindo serviços jurídicos específicos complementares dos das outras profissões.

b) Que a atividade a desenvolver não afete o exercício regular da advocacia pelos advogados membros.

c) Que se encontrem preenchidas as condições previstas no artigo anterior, no que respeita ao exercício da advocacia, com exceção do expresso no seu n.º 2, que não é aplicável, ou do n.º 4, em que apenas é aplicável a obrigação de fazer constar a condição de membro do agrupamento multiprofissional nos atos praticados e nas atas emitidas no seu âmbito.

2. Nas Ordens de Advogados será criado um Registo Especial onde serão inscritos os grupos em regime de multidisciplinariedade.

3. Os membros advogados devem ser separados sempre que algum dos seus membros não cumpra as regras sobre proibições, incompatibilidades ou deontologia da advocacia.”

A existência de sociedades multidisciplinares é ainda uma realidade fora da UE, como em países como Austrália e Inglaterra. Por exemplo, na Austrália as sociedades apenas precisam de informar a entidade competente. Já em Inglaterra, precisam de preencher um candidatura e pagar a respetiva taxa.

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Equipa do FMI considera “construtivas e frutíferas” conversações com autoridades moçambicanas

  • Lusa
  • 7 Maio 2023

A equipa do FMI que visitou Moçambique teve conversações com as autoridades para aprovar a segunda revisão do programa financeiro com o país.

A equipa do Fundo Monetário Internacional (FMI) que visitou Moçambique classificou hoje como “construtivas e frutíferas” as conversações com as autoridades para aprovar a segunda revisão do programa financeiro com o país.

“A equipa do FMI tem mantido conversações construtivas e frutíferas com as autoridades moçambicanas sobre as políticas económicas e financeiras para apoiar a aprovação da segunda revisão do programa ao abrigo do acordo ECF (Extended Credit Facility)”, anunciou em comunicado.

Uma equipa do fundo liderada por Pablo Lopez Murphy terminou na sexta-feira uma visita ao país, que decorreu desde 24 de abril, e as discussões no contexto da segunda revisão vão continuar em formato virtual e através do gabinete do representante residente do FMI em Maputo.

No comunicado de hoje, o corpo técnico do FMI referiu que “a recuperação económica de Moçambique ganhou ímpeto” depois da covid-19, com um crescimento de 4,1% em 2022 e uma previsão de 5% este ano, em parte graças ao gás natural. “O desempenho fiscal em 2022 foi mais baixo do que o previsto, com o défice primário (após doações) de cerca de 0,5% do PIB acima da meta”, indicou.

Neste âmbito, a equipa do fundo “encoraja o Governo a prosseguir com medidas adicionais para reduzir a massa salarial anual ao seu nível do orçamento aprovado”, ponto que considera “fundamental para salvaguardar a sustentabilidade fiscal e macro”.

O Governo fez um progresso relativamente contínuo nas reformas estruturais” que integram o programa financiado pelo FMI, mas considera haver “espaço para eliminação de mais isenções de IVA que não afetam as camadas mais vulneráveis”.

Durante a visita a Moçambique, a equipa do FMI reuniu-se com o primeiro-ministro, Adriano Maleiane, com o ministro da Economia e Finanças, Max Tonela, com o governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, entre outros.

A missão reuniu-se igualmente com representantes da sociedade civil, parceiros de desenvolvimento e setor privado. O FMI concedeu há um ano um financiamento de 470 milhões de dólares (445 milhões de euros), a aplicar até 2025.

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Secretária de Tesouro dos EUA avisa que incumprimento da dívida provocará o caos

  • Lusa
  • 7 Maio 2023

Um teto da dívida dos EUA está legalmente estabelecido e só pode ser aumentado por uma maioria de votos no Congresso.

A secretária de Tesouro dos EUA, Janet Yellen, avisou hoje que o incumprimento da dívida dos Estados Unidos, que pode acontecer já a partir de junho, provocaria o “caos financeiro e económico”.

Na sexta-feira, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que não aceitará negociar com os Republicanos o aumento do teto da dívida norte-americana, acusando a oposição de estar a ameaçar a suspensão de pagamentos por parte do Estado, já a partir de 01 de junho.

“Podemos debater onde cortar, quanto gastar, onde mexer no sistema tributário para que todos paguem uma parcela justa (…), mas não sob a ameaça de suspensão de pagamentos”, disse Biden, durante um discurso na Câmara de Representantes, controlada pelos Republicanos.

Hoje, numa entrevista televisiva, a secretária de Defesa norte-americana alertou para os riscos de um incumprimento da dívida, garantindo que se trataria de “um desastre económico e financeiro”. Um teto da dívida dos EUA está legalmente estabelecido e só pode ser aumentado por uma maioria de votos no Congresso.

A Câmara de Representantes — onde os Republicanos têm uma maioria – aprovou no final de abril um projeto de lei que determina que o aumento do teto da dívida apenas seria concedido em troca de cortes nos gastos públicos.

Contudo, esta proposta deverá ser recusada no Senado — onde os Democratas gozam de uma maioria – e Joe Biden deixou claro que não negociará concessões, apesar de se mostrar disponível para conversar sobre o tema com os líderes dos dois partidos no Congresso, já nos próximos dias.

“Eu sei que ele [Joe Biden] quer implementar um processo que permita discussões sobre prioridades e níveis de gastos, mas essas negociações não devem ser conduzidas com uma arma apontada para a cabeça do povo americano”, defendeu hoje Janet. “Não devemos chegar ao ponto de questionar se o Presidente pode ou não emitir dívida. Isso criaria uma crise constitucional”, explicou a secretária de Tesouro.

Vários analistas já avisaram que o não pagamento da dívida pode levar os Estados Unidos a uma recessão imediata. Desde a década de 1970, o Congresso dos Estados Unidos aprovou o aumento ou suspensão do teto da dívida pelo menos 78 vezes.

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Recolha de lixo em Lisboa pode ser afetada esta semana devido a greve

  • Lusa
  • 7 Maio 2023

O normal funcionamento do sistema de recolha de resíduos na cidade de Lisboa poderá ser afetado entre segunda e sexta-feira devido à greve dos trabalhadores da Valorsul.

O normal funcionamento do sistema de recolha de resíduos na cidade de Lisboa poderá ser afetado entre segunda e sexta-feira devido à greve dos trabalhadores da Valorsul, avançou este domingo a Câmara Municipal de Lisboa (CML).

Em comunicado, a CML informa que, por motivos de marcação de greve do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e ctividades do Ambiente (SITE), que representa os trabalhadores da Valorsul, o “normal funcionamento do sistema de recolha de resíduos poderá ser afetado entre os dias 8 e 12 de maio”.

A autarquia explicou ainda que vai “desenvolver os esforços possíveis para minimizar eventuais constrangimentos” e após a greve “proceder à normalização do sistema de remoção de resíduos e atividades complementares”.

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Presidente do Eurogrupo quer avançar com união bancária antes de maio de 2024

Paschal Donohoe defende que há uma "oportunidade de agir rápido" dentro da atual legislatura do Executivo comunitário para avançar na união bancária.

O presidente do Eurogrupo quer avançar com a união bancária antes de maio de 2024, segundo indica em entrevista ao el Economista (conteúdo em espanhol). O irlandês Paschal Donohoe defende que há uma “oportunidade de agir rápido” dentro da atual legislatura da Comissão e do Parlamento Europeu.

O responsável europeu considera que os “esforços para aprofundar a união bancária na última década fizeram uma grande diferença na situação da Europa”, nomeadamente ao exigir que os “bancos retivessem mais capital”, bem como com a revisão e fortalecimento da forma como se regulam os bancos.

Agora, já avançaram algumas novas propostas sobre a forma como se deveria tratar “os bancos de pequena e média dimensão em dificuldades financeiras excecionais”, e também sobre “o funcionamento dos sistemas nacionais de garantia de depósitos”. Para Pascal Donohoe, “a abertura desses projetos mostra que podemos avançar nas etapas restantes”.

“Os ministros e a União Europeia vão focar a sua energia nisso nos próximos meses”, assegura assim o presidente do Eurogrupo, mostrando-se confiante de que existe um “impulso que se pode aproveitar para avançar no fortalecimento da união bancária”, ainda que exista relutância por parte de alguns Estados-membros.

Donohoe defende ainda que é “importante avançar na união dos mercados de capitais, que podem ajudar a direcionar parte das poupanças para investimentos que podem fazer a diferença no futuro”.

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+M

Coroação de Carlos III atingiu máximo de audiência de 20 milhões

  • Lusa
  • 7 Maio 2023

A coroação dos reis Carlos III e Camila registou uma audiência média de 18,8 milhões de pessoas nas televisões do Reino Unido, com um ponto máximo de 20,4 milhões.

A coroação dos reis Carlos III e Camila registou uma audiência média de 18,8 milhões de pessoas nas televisões do Reino Unido, com um ponto máximo de 20,4 milhões, na imposição da coroa, estimou hoje o Bard.

Dados do Broadcasters’ Audience Research Board (Bard), entidade responsável pela medida das audiências televisivas no Reino Unido, divulgados hoje, um dia depois da emissão, indicam que o número de espetadores da cerimónia de sábado ficou abaixo da audiência média de 26,5 milhões de pessoas que registou no passado mês de setembro, no Reino Unido, durante o funeral de Isabel II de Inglaterra.

A coroação da anterior monarca, em 1953, é considerada um dos eventos que marcou o início da televisão, como meio de comunicação de massa no país.

O canal público BBC estima que cerca de 20 milhões de pessoas viram em direto a cerimónia há 70 anos, embora naquela época não houvesse sistemas sustentados para medir com precisão o número de espectadores. A procissão e coroação de Carlos III está entre os acontecimentos mais vistos no país nos últimos anos.

A cerimónia de inauguração dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, foi vista por uma média de 24,2 milhões de pessoas, enquanto a final do Euro 2021 atraiu uma média de 22,5 milhões.

O Broadcasters’ Audience Research Board (conselho de estudos de audiência das emissoras, em tradução livre) é comparticipado pelos diferentes canais a operar no Reino Unido, como BBC, ITV, Sky News e Channel 5, entre outros.

Carlos III herdou o trono de sua mãe, Isabel II, falecida em 08 de setembro de 2022, data em que assumiu imediatamente funções e plenos poderes para promulgar leis.

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