BCP aprova pagamento de dividendo de três cêntimos por ação e recompra de ações de 150 milhões

BCP vai reduzir capital... para aumentar capital. Acionistas aprovaram distribuição de dividendos de três cêntimos por ação mas também atualizar a política de remuneração da administração.

O BCP realizou na quinta-feira uma assembleia geral de acionistas onde tomou várias decisões, desde logo a aprovação do pagamento de dividendos de 453,4 milhões de euros relativos ao exercício de 2024, mas também uma redução e aumento de capital, que passa por um programa de recompra de ações próprias e sem a emissão de novas ações.

O banco liderado por Miguel Maya, tal como avançado em abril em vário comunicados enviados ao mercado, propunha a aplicação de resultados, de modo a serem distribuídos 453,4 milhões de euros em dividendos, o que corresponde a um dividendo unitário por ação de 0,03 euros. Uma deliberação que foi aprovada esta quinta-feira em AG, de acordo com o comunicado publicado esta sexta-feira na CMVM.

Em cima da mesa dos acionistas estavam ainda mais duas deliberações “a redução do capital social do Banco em até 150 milhões de euros, com a finalidade especial de execução de programa de recompra de ações próprias e de extinção de ações próprias já adquiridas ou que venham a ser adquiridas no âmbito do referido programa, envolvendo a extinção de até 755.699.497 ações próprias representativas de até 5% da totalidade de ações representativas do capital social, bem como sobre as reservas conexas”. Para depois o aumentar novamente para três mil milhões de euros, “por incorporação da reserva especial” que venha a ser constituída no âmbito da redução de capital, “pelo valor correspondente ao da redução do capital social daí resultante e sem emissão de novas ações”.

O BCP anunciou, a 8 de abril, o lançamento de um programa de recompra de ações, que se iniciou a 14 de abril e com data prevista de finalização a 14 de outubro.

Os acionistas aprovaram ainda uma deliberação sobre a aquisição e alienação de ações e de obrigações próprias, mas o comunicado ao mercado não dá mais detalhes.

Sem detalhes está também a decisão de atualização da política de remuneração dos membros dos órgãos de administração e de fiscalização. Na reunião magna foi também aprovada a atualização da política interna de seleção e avaliação de adequação dos membros dos órgãos de administração e fiscalização e dos titulares de funções essenciais.

Os acionistas foram ainda chamados a aprovar a ratificação da cooptação de um administrador para o mandato 2022-2025. Em causa estava a nomeação de Esmeralda Dourado como administradora não executiva independente, que foi aprovada em janeiro pela administração do BCP, mas que tinha de ser ratificada na assembleia-geral do banco. A cooptação da empresária e gestora já tinha sido autorizada pelo BCE, o que permitiu preencher a vaga existente no conselho de administração para o mandato que termina ainda este ano.

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Falta 1 mês para o fim das inscrições na 6.ª edição do Prémio Autarquia do Ano – Grupo Mosqueteiros

  • Conteúdo Patrocinado
  • 23 Maio 2025

Faltam menos de 30 dias para o fecho das candidaturas ao Prémio Autarquia do Ano – Grupo Mosqueteiros.

A 6.ª edição deste prémio, que distingue as boas práticas da sua autarquia, termina as inscrições no próximo dia 20 de junho. Para municípios e freguesias de todo o país, esta é a oportunidade para dar visibilidade ao trabalho que fazem diariamente em prol das suas comunidades.

Um prémio que valoriza o poder local

Criado para reconhecer iniciativas locais de excelência, o Prémio Autarquia do Ano tem vindo a destacar projetos que marcam a diferença nas áreas da inovação, inclusão, sustentabilidade e proximidade. Ao longo das edições anteriores, centenas de autarquias apresentaram projetos que refletem um país mais coeso, mais atento e mais justo.

Este ano, a diversidade volta a ser palavra de ordem: são 12 categorias e mais de 100 subcategorias, que vão desde a saúde mental ao desporto inclusivo, passando pela cultura, digitalização ou ação social.

As candidaturas são feitas por e-mail: [email protected]

Porquê concorrer?

Concorrer a este prémio é mais do que uma formalidade. É uma forma de afirmar o valor do trabalho desenvolvido no terreno, todos os dias. As principais razões pela qual a sua autarquia deve inscrever é o Reconhecimento nacional, a motivação interna das equipas, a partilha de boas práticas e o impacto direto que terá nas comunidades.

Se a sua autarquia tem um projeto que merece ser partilhado com o país, este é o momento certo. O Prémio Autarquia do Ano – Grupo Mosqueteiros é mais do que uma distinção — é uma montra de tudo o que de bom se faz no poder local.

As inscrições encerram a 20 de junho de 2025. O futuro das autarquias começa aqui.

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Médicos nucleares e oncologistas destacam o potencial da terapia radioligante como novo paradigma no tratamento do cancro

  • Servimedia
  • 23 Maio 2025

A terapia com radioligantes (LRT) está a ganhar destaque como uma das inovações mais relevantes na medicina de precisão, especialmente na abordagem do cancro.

Durante o 41º Congresso Nacional de Medicina Nuclear, promovido pela Sociedade Espanhola de Medicina Nuclear e Imagem Molecular (Semnim), especialistas em medicina nuclear e oncologia médica destacaram o impacto desta opção terapêutica no cancro da próstata em fase avançada, num simpósio organizado pela Novartis.

O cancro da próstata é uma das principais causas de morte por cancro nos homens. Na sua forma mais agressiva, o cancro da próstata metastático resistente à castração (mCRPC), tem uma sobrevida estimada de cerca de 15% aos cinco anos, o que evidencia a necessidade de novas opções de tratamento, orientadas e eficazes.

A Dra. Virginia Pubul, presidente da Semnin e chefe do Departamento de Medicina Nuclear do Complexo Hospitalar Universitário de Santiago, salienta que “a terapia com radioligantes representa uma revolução na abordagem do cancro da próstata avançado. Até há poucos anos, as opções terapêuticas para estes doentes eram limitadas e, em muitos casos, pouco específicas. Esta modalidade permite direcionar os radiofármacos diretamente para as células tumorais que expressam PSMA, destruindo-as seletivamente. Representa também a consolidação da medicina nuclear como uma ferramenta terapêutica altamente específica, permitindo o direcionamento preciso da radiação, minimizando os danos nos tecidos saudáveis”.

A LRT representa uma abordagem inovadora da medicina de precisão, baseada na medicina nuclear, que funde o diagnóstico e o tratamento, introduzindo um novo paradigma na abordagem do cancro. Combina um composto de precisão (ligando) com uma partícula radioactiva (radioisótopo). Após administração intravenosa, o ligando direciona o radioisótopo para as células tumorais, visando seletivamente o cancro de forma direta, melhorando a eficácia do tratamento e reduzindo os efeitos secundários.

Para além do benefício clínico, esta terapia proporciona um valor acrescentado ao aliviar a carga de cuidados e ao melhorar a qualidade de vida dos doentes. O Dr. Adolfo Gómez, médico nuclear do Hospital Universitário 12 de Octubre, afirma que a LRT está a abrir uma nova via para transformar a abordagem dos diferentes tipos de cancro: “A teragnose é uma abordagem global, não só no cancro da próstata, na verdade, há muitos ensaios já em curso em muitos tumores.

A Espanha é um país-chave no desenvolvimento e na produção de LRT, sendo o país europeu que contribuiu com o maior número de doentes para os programas de desenvolvimento clínico e albergando em Saragoça uma das quatro fábricas da Novartis a nível mundial para a produção destas terapias oncológicas de medicina nuclear.

O Diretor Médico da Novartis Espanha, Lupe Martinez, afirma: “Na Novartis estamos empenhados em plataformas pioneiras capazes de mudar a história do cancro, e a terapia com radioligantes é uma das mais promissoras. Estamos a trabalhar arduamente para que esta inovação esteja disponível o mais rapidamente possível para os doentes que dela necessitam, convencidos de que marcará um ponto de viragem na abordagem de doenças de grande impacto como o cancro da próstata avançado.

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Fluidra reforça a sua aposta nos desportos náuticos com quatro projetos internacionais no valor de 10 milhões de euros

  • Servimedia
  • 23 Maio 2025

A empresa está a construir piscinas para futuros eventos desportivos no Paraguai, Itália, Roménia e Índia.

A Fluidra informou que continua a promover a sua aposta nos desportos aquáticos ao ganhar quatro novos projetos no Paraguai, Itália, Roménia e Índia, num valor superior a 10 milhões de euros.

O projeto chave-na-mão no Paraguai faz parte do futuro Centro Aquático Olímpico que acolherá os próximos Jogos Pan-Americanos Júnior de Assunção, que se realizarão de 9 a 23 de agosto deste ano. A Fluidra tem a seu cargo a construção de uma piscina olímpica para pólo aquático e natação artística com painéis Skypool, uma solução construtiva que permite adaptar facilmente as piscinas a infra-estruturas existentes ou novas; e o sistema Bulkhead, uma plataforma móvel que confere uma grande versatilidade à piscina, dividindo-a em zonas independentes.

Está também a construir uma piscina de mergulho equipada com a tecnologia Sparger, que proporciona segurança através de um sistema que liberta ar a alta pressão do fundo para gerar bolhas que amortecem os saltos dos atletas.

Para ambos os empreendimentos, estão contemplados o projeto, a instalação, a supervisão e a colocação em funcionamento dos sistemas de tratamento e aquecimento da água e dos acessórios de competição, tanto para a natação como para o mergulho. Além disso, a empresa assegurará a manutenção durante a competição, garantindo assim o máximo desempenho das instalações.

Está a ser construído um novo estádio de natação para os Jogos do Mediterrâneo que se realizarão em Taranto (Itália) em 2026. A Fluidra está a construir duas piscinas de competição, uma piscina interior com oito pistas e uma piscina exterior com dez pistas, ambas equipadas com a tecnologia Skypoll e Bulkhead. O futuro complexo desportivo, concebido pelo atelier MDU Architetti, combinará sustentabilidade e regeneração urbana, respeitando a paisagem costeira da cidade.

A Fluidra foi também selecionada para a conceção e construção de sete piscinas no âmbito do complexo aquático de Târgu Secuiesc (Roménia), o maior investimento público na cidade na sua história moderna. O centro, que visa promover o desporto, o bem-estar dos cidadãos e dinamizar o turismo, será inaugurado no final de 2025 e incluirá uma piscina de competição, uma piscina de treino, uma piscina de lazer e uma piscina para crianças, bem como três spas circulares.

O contrato “chave na mão” inclui a instalação dos sistemas mecânicos, elétricos e de canalização, bem como o equipamento de competição para garantir uma instalação de alta qualidade tanto para o setor do desporto como para o do bem-estar.

Através da sua filial Fluidra India, está a liderar a conceção de uma piscina de competição com tecnologia Skypool perto da cidade de Jowai, no âmbito do plano de renovação do Estádio Wahiajer. O contrato “chave na mão” inclui uma solução global que otimiza a eficácia na construção e manutenção de infra-estruturas aquáticas.

“Estamos muito orgulhosos por estarmos envolvidos na construção das instalações de última geração que irão acolher algumas das competições mais importantes do desporto aquático mundial, através das nossas soluções tecnológicas sustentáveis e inovadoras que garantem uma experiência ótima para os atletas e um aumento do desempenho. Além disso, os acordos demonstram o nosso firme compromisso com o desporto e as nossas intenções de continuar a desempenhar um papel de liderança nos grandes eventos aquáticos”, afirmou Thorsten Muck, diretor-geral da Divisão Comercial de Piscinas da Fluidra.

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Arábia Saudita e Espanha reforçam a sua cooperação económica, com destaque para o investimento, a energia e as infra-estruturas

  • Servimedia
  • 23 Maio 2025

Carlos Cuerpo, Ministro da Economia, Comércio e Empresas de Espanha, sublinha o interesse do país em participar nos grandes projetos da Arábia Saudita no âmbito da Visão 2030.

A Arábia Saudita e a Espanha deram um novo impulso às suas relações económicas com o objetivo de expandir a cooperação em áreas estratégicas. O Ministro espanhol da Economia, Comércio e Empresas, Carlos Cuerpo, descreveu a Arábia Saudita como “um parceiro importante” e manifestou a vontade do Governo espanhol de reforçar os laços bilaterais no domínio do investimento, durante uma entrevista aos meios de comunicação social Al Arabiya, no âmbito da sua visita oficial a Riade.

Cuerpo disse que espera “cooperar com a Arábia Saudita nos setores da energia e das infra-estruturas”, sublinhando o interesse da comunidade empresarial espanhola em participar nos projetos de desenvolvimento promovidos pelo país, de acordo com a sua estratégia Visão 2030. De acordo com o ministro, a presença de empresas espanholas na Arábia Saudita tem vindo a aumentar nos últimos anos, apoiada pela assinatura de novos acordos destinados a promover oportunidades de negócio em setores de elevado valor acrescentado.

Para além de destacar a força dos laços comerciais, o Sr. Corps salientou a existência de uma visão partilhada de cooperação internacional, especialmente em iniciativas destinadas ao desenvolvimento global. Durante a sua estadia, agradeceu igualmente o acolhimento recebido pelas autoridades sauditas e sublinhou o clima de entendimento que caracteriza as relações bilaterais entre os dois países.

O programa Visão 2030 está a redefinir o modelo económico da Arábia Saudita com o objetivo de diversificar o crescimento e reduzir a dependência do petróleo. As suas prioridades incluem o aumento das energias renováveis, com um objetivo de 130 gigawatts de capacidade instalada até 2030, e o desenvolvimento de novas infra-estruturas de transportes e de conectividade.

Projetos como a central solar de Sudair, o complexo de hidrogénio verde NEOM e o corredor ferroviário Saudi Landbridge estão a posicionar o país como um ponto focal regional para a inovação e a sustentabilidade. Estes desenvolvimentos criam oportunidades e fomentam a colaboração com empresas internacionais, especialmente as que possuem competências em tecnologia, engenharia e planeamento urbano.

A Espanha, com um tecido empresarial competitivo em mobilidade, energias limpas e engenharia civil, pretende consolidar a sua presença nestes setores estratégicos, oferecendo soluções tecnológicas e modelos de colaboração público-privada. A visita de Carlos Cuerpo reforça esta vontade de colaboração e consolida a aposta de ambos os países numa cooperação baseada em interesses comuns, na inovação e no desenvolvimento sustentável.

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TAP agrava prejuízos para 108 milhões no primeiro trimestre. Páscoa em abril e greve de pilotos penalizaram contas

O primeiro trimestre é sempre o mais difícil para a aviação e o da TAP foi este ano ainda mais negativo, com uma quebra de 4,5% nas receitas e o prejuízo a aumentar 18 milhões.

A TAP fechou o primeiro trimestre com um prejuízo de 108,2 milhões, mais 18,1 milhões do que no mesmo período do ano passado. O resultado foi penalizado por uma queda das receitas de passagens aéreas, que a companhia atribui ao facto de a Páscoa este ano ter sido em abril e não em março, e pela greve dos pilotos da Portugália. O mercado americano resistiu, mas o brasileiro caiu com o aumento da concorrência.

“2025 começou com um trimestre desafiante, marcado pela greve dos pilotos da Portugália e pela deslocação da Páscoa. A par disso, o aumento da concorrência nos principais mercados e as disrupções operacionais, como eventos meteorológicos adversos, greves e constrangimentos nos aeroportos e no espaço aéreo europeu, impactaram de forma significativa a performance financeira e operacional do trimestre”, afirma o presidente executivo, Luís Rodrigues, em comunicado.

A TAP somou receitas operacionais de 823,4 milhões entre janeiro e março, menos 4,5% do que no mesmo período de 2024. Além dos fatores referidos, a companhia aponta a estabilização da capacidade (a TAP está impedida pelo plano de reestruturação de aumentar o número de aeronaves) e o aumento da concorrência nos principais mercados, nomeadamente no Brasil, que pressionaram o preço das passagens.

Receitas caem 6% no Brasil

Apesar dos receios sobre o arrefecimento das viagens de e para os EUA devido à deterioração do contexto económico, a transportadora afirma que o mercado norte-americano teve um “desempenho positivo”, “sustentado pelo aumento da receita unitária [+5%] e do load factor [taxa de ocupação]”.

Já na América do Sul, a receita por passageiro teve uma evolução negativa (-6%), com a companhia a sublinhar um aumento de 18% na capacidade oferecida pelos concorrentes. Também na Europa a descida foi de 6%, enquanto em África a receita por passageiros cresceu 3%.

O número de passageiros transportados, 3,51 milhões, ficou praticamente inalterado face aos primeiros três meses de 2024, com a taxa de ocupação a recuar muito ligeiramente para 78,8%.

O negócio de Manutenção, que vem tendo um bom desempenho, também não cresceu este trimestre, com as receitas a recuarem 0,8% para 44,3 milhões. “Esta variação reflete uma ligeira redução da atividade devido a constrangimentos na cadeia de fornecimento que afetaram os prazos de execução dos trabalhos, tendo sido compensada parcialmente por melhores condições comerciais”, justifica a TAP. Já as receitas de carga e correio tiveram um incremento de 6%, mas pesam pouco no resultado global (2,2 milhões de euros).

Do lado dos custos, a transportadora aérea reporta um aumento de 2% para 955 milhões de euros, impulsionado pelo acréscimo de 19 milhões de euros nas despesas com pessoal, na sequência de “aumentos salariais e de remunerações acordados nos acordos coletivos de trabalho”. Os custos operacionais de tráfego aumentaram 4,7%, enquanto os gastos com combustível recuaram 7,7%.

Os gastos foram ainda penalizados pelo aumento de 140,5% na rubrica das imparidades de contas a receber e provisões, para 16,5 milhões, que é “maioritariamente explicado pelo reforço de provisões para compensações a clientes decorrentes da greve dos pilotos da PGA”.

Entre receitas e custos, o resultado operacional foi negativo em 131,6 milhões, mais 57,3 milhões do que no período homólogo. A TAP estima que a deslocação da Páscoa para o segundo trimestre e a greve dos pilotos da Portugália tenham tido um impacto financeiro nos resultados operacionais entre 30 e 40 milhões.

O resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA), que tinha sido positivo no primeiro trimestre de 2024, caiu 52,5 milhões e foi negativo em 9,5 milhões. O recorrente cifrou-se em 2,9 milhões positivos.

Dívida financeira líquida cai quase para metade

Apesar do aumento da dívida financeira bruta, para 1.601,2, o endividamento líquido da TAP caiu quase para metade, cifrando-se em 398 milhões, com o forte aumento do valor em caixa, para 1.203 milhões, para o qual contribuíram a entrada em janeiro da terceira tranche de capital do Estado, no valor de 343 milhões, e a emissão adicional de dívida sénior no valor de 200 milhões, realizada no início de março.

Sobre as perspetivas futuras, a companhia aérea assinala que “as reservas encontram-se, à data, em linha com o ano anterior, mostrando uma recuperação assinalável desde o início do ano, devendo compensar a pressão sobre as receitas unitárias face ao aumento estimado da capacidade”.

A TAP espera um aumento da concorrência nos principais mercados, embora com intensidades distintas. “No Brasil, o foco está na otimização da qualidade das receitas, mantendo os load factors estáveis com yields de qualidade, tirando partido da rede alargada da TAP, apesar da pressão sobre receitas unitárias”, refere o comunicado.

A transportadora irá prosseguir com a modernização da frota, estando prevista a entrega de um avião A320 NEO e dois A321 NEO.

(notícia com última atualização às 8h45)

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Grupo Albia abre o concurso para a segunda edição dos seus Prémios de Sustentabilidade

  • Servimedia
  • 23 Maio 2025

As candidaturas podem ser apresentadas até 3 de julho de 2025 através de um formulário online disponível em “premiosalbiasostenibilidad.com”, onde também podem ser consultadas todas as informações.

O Grupo Albia, empresa de gestão de serviços funerários, abriu esta quinta-feira o concurso para a segunda edição dos Prémios Albia de Sustentabilidade, uma iniciativa pioneira no setor que visa promover e destacar projetos transformadores com impacto positivo no âmbito social e ambiental.

A iniciativa destina-se a pessoas singulares, profissionais liberais, empresas, organizações sociais e entidades públicas ligadas, direta ou indiretamente, à cadeia de valor do setor funerário.

Carlos Gallego, diretor de sustentabilidade, comunicação e marketing do Grupo Albia, afirma que “os resultados da primeira edição superaram as nossas expectativas, tanto em termos de participação como de qualidade das propostas. Esta nova convocatória é uma oportunidade para continuar a promover a mudança e destacar ideias que transformam a forma como acompanhamos, recordamos e nos despedimos”.

Os Prémios Albia Sustentabilidade distinguem propostas relacionadas com a sustentabilidade ambiental, a inovação tecnológica aplicada ao setor funerário e ações centradas no apoio emocional, na equidade e no impacto social. Os vencedores serão escolhidos por um júri especializado, que anunciará os resultados num evento de gala agendado para novembro.

Esta iniciativa insere-se no Plano de Sustentabilidade do Grupo Albia, que inclui objetivos como a neutralidade climática até 2050 e o reforço da liderança da empresa em matéria de igualdade, acessibilidade e bem-estar.

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OHLA e Cox lideram a vaga de investimentos espanhóis no Panamá com novos projetos de infra-estruturas e energia

  • Servimedia
  • 23 Maio 2025

O Panamá está a consolidar a sua posição como destino estratégico para o investimento espanhol na América Latina, apoiado pelo compromisso das suas autoridades em atrair capital estrangeiro.

A economia panamiana é uma das que mais cresceu na região durante a última década e mais de uma centena de empresas espanholas operam em setores como a construção, as energias renováveis, a banca e a tecnologia. O país foi distinguido há algumas semanas com a distinção “Trusted Country for FDI 2025”, atribuída pela Country Brand Foundation, que destaca a sua atratividade como destino de investimento estrangeiro.

Neste contexto, empresas como a OHLA e a Cox anunciaram recentemente operações importantes no país. À OHLA foi adjudicado um contrato para a reabilitação e melhoria da Autoestrada Panamericana Este, um projeto com um investimento estimado de 260 milhões de dólares (cerca de 230 milhões de euros) e que visa melhorar a conectividade e o desenvolvimento da região. A infraestrutura, segundo a própria empresa, desempenha um papel crucial no acesso aos serviços básicos, na integração territorial e na promoção socioeconómica das comunidades ao longo do seu traçado.

A Cox adquiriu uma central solar de 24 MW no Panamá ao abrigo de um CAE (contrato de aquisição de energia) a longo prazo. Durante a próxima década, o projeto fornecerá energia limpa a cerca de 10 000 casas e poupará cerca de 24 500 toneladas de CO₂ por ano. Estrategicamente localizado na região ocidental do país, na fronteira com a Costa Rica, responde à crescente procura de energia nesta área. O investimento ascende a 20 milhões de dólares.

A empresa de construção andaluza Azvi, que entrou no concurso para o projeto de construção e exploração do teleférico do Panamá através da Cointer, a sua filial de infra-estruturas, também se juntou a eles. O projeto ligará a capital panamiana ao distrito de San Miguelito e deverá custar cerca de 200 milhões de euros. O teleférico fará parte da rede do metro do Panamá.

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Incumprimento das linhas do Banco de Fomento desceu 20%

Foi de 2021 para 2022 que a execução das garantias deu um salto mais significativo de 30,5 milhões de euros para 106 milhões em 2022. Em 2024, o Estado foi chamado a pagar 97 milhões.

O nível de incumprimento das linhas de crédito do Banco de Fomento desceu 20% em 2024, de acordo com a Conta Geral do Estado. Apesar dos 97 milhões de euros pagos na sequência da execução das garantias dadas no âmbito do Fundo de Contragarantia Mútuo ainda estarem longe dos 30,5 milhões registados em 2021, representa uma melhoria face a 2023.

Face a 2023, a carteira total de garantias do Fundo de Contragarantia Mútuo registou uma diminuição de cerca de 1.836,9 milhões de euros, explicada pelas reduções em 1.970,6 milhões de euros das garantias Covid-19 e em 275,6 milhões de euros das garantias não Covid-19”, lê-se na Conta Geral do Estado, divulgada a semana passada. Ou seja, uma descida de 19,9%.

As responsabilidades das garantias concedidas pelo FCGM ascendiam, no final do ano passado, a cerca de 3.167 milhões de euros, das quais 1.217 milhões de euros são contragarantidas pelo Estado através da Entidade do Tesouro e Finanças (ETF). Este montante compara com cerca de 5 mil milhões de 2023.

As garantias concedidas pelo Estado, neste âmbito, têm uma natureza distinta das restantes operações, porque visam assegurar a solvabilidade do Sistema Nacional de Garantia Mútua, salvaguardando a cobertura parcial dada pelo Fundo de Contragarantia Mútuo, gerido pelo Banco de Fomento, à sinistralidade da atividade das Sociedades de Garantia Mútua (SGM).

Foi de 2021 para 2022 que a execução das garantias deu um salto mais significativo de 30,5 milhões de euros para 106 milhões em 2022, ano em que as responsabilidades vivas do FCGM ascendiam a 7,24 mil milhões de euros.

Em termos gerais, a 31 de dezembro o stock da dívida garantida pelo Estado ascendia a 9,25 mil milhões de euros (responsabilidades efetivas), estando o maior volume de operações concentrado na região Autónoma da Madeira (2,87 mil milhões de euros, correspondentes a 13 operações). Grande parte destas operações inserem-se no “refinanciamento e consolidação da dívida da Região Autónoma e das entidades públicas regionais, num contexto de ajustamento e sustentabilidade das finanças públicas da Região”, mas também “da construção do Novo Hospital Central e Universitário da Madeira, projeto aprovado de interesse comum ao abrigo da Lei das Finanças das Regiões Autónomas”, lê-se na Conta Geral do Estado.

Já no capítulo das empresas públicas não reclassificadas, cujas responsabilidades efetivas ascendem a 9% do total, o destaque vai para o Grupo Águas de Portugal, empresa totalmente detida pelo Estado, que tem uma dívida 315,3 milhões a vencer este ano que “corresponde a financiamentos contraídos junto do Banco Europeu de Investimento”. “Até à data, não se verificou qualquer execução de garantia”, detalha o documento.

Em relação aos restantes beneficiários, que têm um peso reduzido, o Governo não prevê “riscos significativos de incumprimento quer face ao historial das execuções de garantias do Estado quer à natureza das operações e entidades envolvidas”.

Com a economia a crescer 1,9% em 2024, o cenário positivo repete-se também para as linhas concessionais, “enquadradas nos programas de cooperação para o desenvolvimento, na vertente da política externa e, simultaneamente, no apoio à exportação de bens e serviços portugueses, no contexto da política de internacionalização das empresas portuguesas”. Neste caso, as garantias concedidas ascendiam a 1.002,2 milhões de euros, ou seja 10% do total, mas apesar do valor ser elevado nestas linhas, os juros são bonificados e por isso os encargos para os países “são bastante reduzidos em comparação com os restantes apoios aos créditos à exportação”.

“As operações enquadram-se nas prioridades definidas pelos países beneficiários, não se registando histórico de incumprimentos, podendo ainda vir a ser equacionados pedidos de renegociação da dívida, que se traduzirão em eventuais incrementos das maturidades associadas a esta tipologia de apoios, sem que tal se consubstancie em risco de incumprimento”, explica a conta Geral do Estado.

No Orçamento o Estado para 2025, o Governo antecipava uma redução na ordem dos 20 milhões de euros dos montantes enquadrados nestas linhas “em virtude das amortizações realizadas pelos diversos países, em cumprimento dos planos de pagamento acordados”. Uma redução que afinal foi de 36,8 milhões. Para este ano, o Governo espera uma nova redução de 43 milhões.

A este montante soma-se ainda 385,6 milhões de euros (responsabilidades efetivas) das garantias concedidas no âmbito da Convenção Portugal-Angola, acompanhadas pelo Banco de Fomento, como agência de créditos à exportação. A Convenção Portugal-Angola foi objeto de um aumento de 500 milhões de euros, em 2023, e este ano terá um novo um aumento de mais 500 milhões do plafond para que possam vir a ser garantidos pelo Estado português novos financiamentos para investimentos promovidos pela República de Angola, a executar por empresas portuguesas.

Este é “o principal instrumento de apoio oficial às exportações neste mercado, não se registando qualquer histórico de incumprimento desde a sua assinatura no ano de 2004”, lê-se no documento.

As responsabilidades garantidas decorrentes de operações de seguro à exportação, de créditos financeiros, de caução e de investimento, assumidas pelo BPF e pela Cosec levam a que “o stock da dívida garantida pelo Estado, em matéria de seguros de apoio à exportação e ao investimento”, ascendesse a de 724 milhões de euros.

“Atento ao histórico das indemnizações de sinistros” o Governo sublinha que “o risco de incumprimento das operações de seguro é reduzido e concentra-se nas operações de curto prazo, cuja sinistralidade, com base nas responsabilidades assumidas anualmente neste âmbito, tem registado valores, nos últimos anos, de cerca de 1%”.

O Executivo, no Orçamento do Estado para 2025, não espera que um aumento da sinistralidade este ano, tendo em conta o “enquadramento internacional destas iniciativas e o historial de execuções de garantia desta natureza” e, por isso, sublinha que “é previsível que os instrumentos de garantias à exportação e ao investimento venham a sofrer um acréscimo”, no âmbito por exemplo da estratégia europeia para desenvolver novas infraestruturas e apoiar investimentos com impacto transformador (Global Gateway).

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Neerlandesa Conclusion volta às aquisições em Portugal e Espanha para faturar 250 milhões

Grupo internacional que comprou o negócio de recrutamento tecnológico à Novabase está a trabalhar com assessores para fazer novas aquisições no país e avançar no plano de crescimento ibérico.

O grupo neerlandês Conclusion, que comprou o negócio de recrutamento da Novabase por 51 milhões de euros, vai voltar às aquisições em Portugal. A empresa de prestação de serviços empresariais, detida pela sociedade de private equity NPM Capital, está a trabalhar com assessores para procurar alvos que encaixem nas suas prioridades: cloud, dados e Inteligência Artificial (IA).

A estratégia de crescimento internacional passa pela Península Ibérica, através da filial Conclusion Ibéria, e tem por detrás um refinanciamento de 410 milhões de euros, concluído ainda em 2023. Após utilizar parte da verba para adquirir a alemã Diva-e logo no ano seguinte, o foco em 2025 está nos mercados português e espanhol.

A Conclusion conta com uma rede de advisors externos, quer em Portugal quer em Espanha, que a estão a auxiliar na agenda de fusões e aquisições (M&A). Embora não revele ao ECO quais são as entidades neste novo processo de busca, a multinacional tem trabalhado com o Banco Invest ou o CFI – Corporate Finance International.

“Com o apoio de entidades especializadas, estamos ativamente à procura de empresas de referência em cada uma das áreas para conseguirmos ter uma oferta que cubra a totalidade das necessidades (full stack aproach). Queremos desenvolver todas as áreas, mas estamos bastante interessados em cloud, dados e IA. São as prioridades”, afirmou ao ECO a diretora-geral da Conclusion Ibéria, Célia Vieira.

Para mostrar convicção no negócio nacional, a Conclusion promoveu recentemente Célia Vieira, até então apenas CEO da Neotalent Conclusion, e incumbiu-a de desenhar a estratégia lusa e do país vizinho. O objetivo é que o M&A lhes permita superar os 250 milhões de euros em receitas só na Península Ibérica até 2030.

A previsão financeira do grupo é que as receitas globais cheguem aos dois mil milhões de euros até 2030. Para 2025 não existem estimativas, uma vez que dependerá das compras que a Conclusion vai fazer. “Esse valor será fortemente influenciado”, assinalou Célia Vieira.

“O envelope financeiro [disponível para esta ronda de compras] não está fechado. Vai depender das oportunidades que apareçam nas diferentes regiões, da avaliação que for feita do potencial que as várias entidades considerem que faça sentido. Em Espanha já está estimado um crescimento maior e é lá que faremos a maior parte dos investimentos”, acrescentou a CEO.

A Conclusion é uma holding com sede em Utrecht, mais de 30 empresas e cerca de 4.500 trabalhadores. Quando o mercado dos Países Baixos se esgotou nas suas fronteiras, a empresa iniciou um plano de expansão europeu e dividiu o mapa do Velho Continente em três regiões de atuação: Benelux – Holanda, Bélgica e Luxemburgo -, DACH – Alemanha, Áustria e Suíça – e Ibéria, composta por Portugal e Espanha.

A região ibérica é a que nós queremos agora desenvolver. Já não é pequena, porque neste momento somos mais de mil pessoas divididas entre duas empresas, a Neotalent Conclusion e a Score Conclusion, que faturam cerca de 60 milhões de euros [2024]”, esclareceu Célia Vieira.

A estratégia para a ibéria será replicar a dos Países Baixos, que está assente numa estrutura composta por cinco áreas tecnológicas (“domínios”): experiência digital (digital experience), dados e inteligência artificial (data & AI), armazenamento na nuvem (cloud & mission critical), aplicações empresariais (enterprise applications) e consultoria de negócio (business consultancy). “São os cinco da Holanda e os cinco que vamos criar aqui em Portugal”, disse a diretora-geral da Conclusion Ibéria.

Questionada sobre o impacto do contexto macroeconómico e geopolítico no setor tecnológico, Célia Vieira admite que não é imune, apesar de ser resiliente. Aliás, a gestora diz que os empresários estão a demorar mais tempo a decidir e a assinar contratos ligados a serviços digitais. “A incerteza é grande e reflete-se também no nosso negócio. As oportunidades estão aí e continuam a existir, mas sentimos que os clientes têm um ciclo de decisão mais longo, tomam decisões muito refletidas e avançam com os projetos que são realmente necessários”, conta.

A diretora-geral da Conclusion Ibéria compara os ciclos económicos dos últimos anos, desde a pandemia, para concluir que “as coisas estabilizaram” e a “dinâmica está mais calma e consolidada”. “Penso que o momento que vivemos é diferente do pós-Covid. Há dois ou três anos, era francamente positivo e foi o mais ativo nas TI [Tecnologias de Informação] que vivi em toda a minha carreira profissional”, recorda, visivelmente saudosista do boom tecnológico causado pelos confinamentos.

No primeiro trimestre deste ano, as subsidiárias Neotalent Conclusion – especializada em recrutamento – e a Score Conclusion – que faz consultoria e trabalha com SAP – decidiram investir num escritório partilhado no Parque das Nações, em Lisboa, de forma a tentar criar mais sinergias dentro do grupo. A próxima etapa deverá ser mudar a gestão da Neotalent Conclusion, tendo em conta que Célia Vieira está a acumular os dois cargos. Ao ECO, confirma apenas que delegou “grande parte” das funções e que a sucessão será um processo “natural, dado o foco e a exigência inerentes ao desafio”.

Talento permitiu assinar negócio em Portugal

O talento tecnológico foi o elemento-chave para a Conclusion escolher Portugal para investir e comprar e negócio de recrutamento para TI à Novabase por 51,1 milhões de euros em 2023, segundo a responsável do grupo neerlandês na ibéria.

Após colocar em cima da mesa critérios como proximidade cultural, diferença horária, estabilidade política, qualidade da educação e preços, a Conclusion conclui que “o investimento faria sentido em Portugal”. “Penso que o principal fator foi o talento”, referiu Célia Vieira.

Inicialmente, estava previsto a Conclusion adquirir a empresa por 49,4 milhões de euros, mas o valor acabou por aumentar dois milhões de euros.

“O interesse da Neotalent surgiu da aposta em nearshore. Para a expansão da Conclusion e do próprio negócio na Holanda, a escassez de talento era um impedimento e tinha de encontrar uma empresa com selo de garantia em disponibilizar capacidade e o melhor talento. Foram consideradas várias geografias na Europa, pela legislação de privacidade de dados”, lembra a CEO.

Por outro lado, as contas da Novabase foram penalizadas no ano passado pela venda. Os lucros de 2024 afundaram 86,4% para 6,4 milhões de euros devido a acertos na mais-valia na sequência do apuramento final das cláusulas de preço definidas no contrato (38,4 milhões de euros).

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 23 Maio 2025

Os trabalhadores do Metro de Lisboa vão estar em greve durante 30 dias. Em dia de aniversário, a AEMinho reflete sobre a reindustrialização da Europa e as oportunidades para Portugal”.

Arranca esta sexta-feira e por 30 dias a greve dos trabalhadores do Metro de Lisboa, podendo causar impacto nas festividades dos Santos Populares. Já mais a Norte do país, o antigo ministro socialista Pedro Siza Vieira participa nas comemorações da AEMinho com a “reindustrialização da Europa e as oportunidades para Portugal” na ordem do dia. Destaque ainda para a fileira do azeite reunida em torno dos desafios do setor.

Trabalhadores do Metro de Lisboa em greve

Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa estão em greve até dia 23 de junho ao trabalho extraordinário e a eventos especiais, o que poderá ter impacto nas festividades dos Santos Populares. Reivindicam o aumento do subsídio de almoço e redução para as 35 horas de jornada de trabalho semanal.

Pedro Siza Vieira nas comemorações da AEMinho

O antigo ministro Pedro Siza Vieira é um dos oradores da cerimónia comemorativa do quarto aniversário da Associação Empresarial do Minho (AEMinho) esta sexta-feira, em Ponte de Lima. A entidade dedica o dia à região, às empresas e ao futuro da indústria. Em análise estará a “a reindustrialização da Europa e as oportunidades para Portugal”.

INE divulga dados económicos

Esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga os índices de preços das propriedades comerciais relativos a 2024.

Congresso Nacional do Azeite

Termina esta sexta-feira o Congresso Nacional do Azeite, numa iniciativa do Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo (CEPAAL) em parceria com a Câmara Municipal de Campo Maior, no âmbito da Feira Nacional de Olivicultura. O evento reúne os principais agentes do setor para refletir sobre os desafios da fileira do azeite.

Eleição da Cidade Europeia do Vinho

Açores, Baixo Alentejo e Algarve Golden Terroir. Uma destas candidaturas será eleita, esta sexta-feira, a Cidade Europeia do Vinho 2026, durante uma assembleia extraordinária da Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV), que acontece no Alandroal.

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“Drill, baby, drill”? Visão de Trump deverá sair ‘furada’ com preços baixos do petróleo

Os preços do petróleo não estão a suportar a intenção de expansão da produção norte-americana.

O presidente norte-americano, Donald Trump, reavivou como um objetivo da sua administração a máxima “Drill, baby, drill“, que se refere à expansão da produção de combustíveis fósseis nos Estados Unidos. No entanto, esta intenção aparece como “uma espécie de miragem”, já que os preços mais baixos do petróleo — consequência, também, das guerras comerciais promovidas por Trump — não são favoráveis a um aumento da produção do ‘ouro negro’ no território.

Há uma contradição inerente à estratégia de política energética da administração Trump”, escreve Ben McWilliams, investigador do think tank Bruegel. Isto, tendo em conta que possui dois objetivos antagónicos: por um lado, pretende aumentar a produção de petróleo e gás. Em segundo lugar, quer reduzir preços ‘na bomba’ para os consumidores. “Ambos não são possíveis”, já que os produtores de petróleo precisam de preços elevados para aumentar a produção, o que ditaria preços mais elevados para os consumidores, explica o mesmo. “O ‘drill, baby drill’ tem sido sempre uma espécie de miragem”, ilustra, por seu lado, Romain Mouquet, analista Sénior na Allianz Global Investors (AllianzGI).

A Oddo BHF espera que a produção de petróleo nos Estados Unidos desacelere, sobretudo em 2026. O analista Ahmed Ben Salem aponta um crescimento de 440 mil barris por dia em 2025, reduzido a 180 mil barris diários em 2026. O Banco Carregosa concorda: o atual nível de preços não é suficientemente alto para justificar uma nova vaga de perfuração intensiva”, conclui o economista sénior do Banco Carregosa, Paulo Rosa, que não espera um aumento da produção de petróleo nos EUA até ao final de 2025, e considera possível um ligeiro abrandamento. Mouquet prevê uma produção dos EUA “praticamente estável” este ano, já que a menor atividade de perfuração é compensada pelos ganhos de produtividade dos poços e pelo crescimento da produção offshore dos EUA.

Para um crescimento sustentado da produção, seria necessário um preço consistentemente acima dos 80 a 85 dólares por barril — patamar considerado rentável para a expansão do xisto, segundo fontes como a Reserva Federal de Dallas e a Rystad Energy, citadas pelo Banco Carregosa. A extração em áreas de areias betuminosas ou no Ártico, com maiores exigências técnicas e ambientais, pode necessitar de preços superiores a 80 ou mesmo 100 dólares por barril, enquanto no caso da perfuração offshore, os custos operacionais são mais elevados, exigindo normalmente preços entre os 60 e os 80 dólares. Apenas em regiões “altamente produtivas”, como a bacia do Permiano no Texas, esse valor pode descer até aos 40 dólares.

Os preços do barril cotado em Nova Iorque, o West Texas Intermediate, seguiam esta quinta-feira a cair 1,71% para os 60,52 dólares. A cotação já perdeu mais de 15% do valor desde o início do ano.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Em paralelo, o economista do Banco Carregosa realça que os produtores norte-americanos têm adotado uma postura de maior disciplina financeira, privilegiando retornos para os acionistas em vez de expansão da produção. Também o analista sénior da AllianzGI vê uma mudança de postura das empresas de exploração e produção dos EUA, de “uma fase de crescimento agressivo” para um maior foco na rentabilidade e retorno. Aliás, estas empresas já começaram a reduzir a sua atividade para este ano, com várias delas a cortarem os planos de capital para 2025 devido à economia mais desafiante, assinala Mouquet.

Além da dificuldade de conciliar o objetivo de elevada produção com o de preços baixos para o consumidor, “é difícil que a política dos Estados Unidos influencie a produção doméstica”, que está dependente da decisão dos privados, ao contrário do que acontece em Estados como a Arábia Saudita, indica o Bruegel. A Allianz entende que, embora a Casa Branca possa aliviar parte da carga regulamentar, “a sua capacidade para influenciar diretamente as empresas americanas a aumentarem as suas atividades é limitada”.

Preços deverão continuar pressionados

A ActivTrades entende que o preço do petróleo deverá continuar sob pressão, podendo mesmo recuar abaixo dos 60 dólares por barril. Para a AllianzGi, o West Texas Intermediate (WTI), o barril negociado em Nova Iorque, deverá rondar os 61 dólares por barril, em média, até ao final de 2025. Já no próximo ano, a Oddo BHF conta que o preço do barril se coloque nos 65 dólares.

Do lado da oferta a nível global, “o mercado espera que a produção de petróleo aumente o ritmo, ultrapassando até os níveis do consumo”, indica Vítor Madeira, analista na XTB. A AllianzGI espera um “crescimento saudável” da oferta por parte de regiões não pertencentes à Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) e não produtoras de xisto. A mesma casa de investimento prevê um forte crescimento da produção em projetos de águas profundas e offshore, em regiões como o Brasil, a Guiana, o Golfo dos EUA e o Cazaquistão.

Ao mesmo tempo, a AllianzGI espera o aumento da produção da OPEP, criando uma situação de excesso de oferta. Já na perspetiva da Oddo BHF, a Organização de Países Exportadores de Petróleo não deverá aumentar a respetiva produção, uma vez que apenas a Arábia Saudita terá a capacidade de o fazer. No entanto, a ActivTrades ressalva que uma eventual normalização das relações com o Irão — caso se confirme a expectativa de um acordo nuclear — poderá introduzir ainda mais oferta no mercado global.

Depois dos aumentos previstos para maio e junho, os países membros da OPEP+ estão a estudar um terceiro aumento consecutivo da produção de petróleo em julho, avançou esta quinta-feira a Bloomberg. A decisão será tomada na reunião da organização agendada para o dia 1 de junho.

Do lado da procura, “a palavra-chave continua a ser incerteza”, afirma a ActivTrades. O mesmo analista, Ricardo Evangelista, toma a pausa no conflito comercial entre a China e os Estados Unidos como “temporária”, sendo que o clima de tensão entre as duas maiores economias do mundo “continua a ensombrar as perspetivas de crescimento global, afetando negativamente as projeções de consumo de petróleo”.

Um abrandamento mais acentuado ou uma eventual recessão, sobretudo nas principais economias consumidoras, poderá reduzir significativamente a procura por petróleo, pressionando os preços em baixa”, reforça Paulo Rosa. Já num cenário em que a economia global evita uma recessão e mantém um crescimento, ainda que moderado, os preços poderão estabilizar num intervalo entre os 60 e os 75 dólares barril ou até recuperar ligeiramente, dependendo da gestão da oferta, avalia Rosa.

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