PS diz que “não é aceitável” que propinas não sejam devolvidas aos jovens que entreguem IRS com pais

Conforme avançou o ECO, Fisco está a entender que jovens que entreguem IRS com os pais estão excluídos da devolução das propinas. Deputados socialistas já questionaram Governo e deixam críticas.

O grupo parlamentar do PS questionou esta quinta-feira o ministro das Finanças sobre o entendimento do Fisco de que, conforme o ECO avançou, os jovens que entreguem o IRS com os pais estão excluídos do prémio salarial, medida que, na prática, corresponde à devolução das propinas. Os socialistas consideram que “não é aceitável” limitar o direito dos jovens portugueses desta forma.

“O grupo parlamentar do Partido Socialista questionou hoje o Ministro de Estado e das Finanças sobre a interpretação restritiva pela Autoridade Tributária da portaria que estabelece o prémio de valorização dos rendimentos dos jovens qualificados no mercado de trabalho, impedindo a devolução integral das propinas aos jovens que entregam IRS com os pais”, informaram os socialistas esta tarde, numa nota enviada às redações.

O prémio salarial foi uma medida ainda desenhada pelo Governo de António Costa, sendo que se destina aos jovens até aos 35 anos (inclusive) que tenham terminado a licenciatura ou mestrado a partir de 2023 (inclusive), e declarem rendimentos de trabalho dependente ou de trabalho independente em sede de IRS.

Conforme escreveu o ECO logo na manhã de terça-feira, num conjunto de esclarecimentos sobre esta medida, a Autoridade Tributária afirmou que só são elegíveis os jovens que entreguem o IRS de forma autónoma, excluindo-se aqueles que o façam com os pais, enquanto dependentes.

Para o Grupo Parlamentar do PS, “esta interpretação da Autoridade Tributária é mais restritiva do que prevê a portaria, que apenas exige aos jovens que querem beneficiar deste prémio salarial que tenham auferido rendimento de trabalho dependente ou independente e que tenham apresentado, no prazo legal, a respetiva declaração de rendimentos”.

Os deputados socialistas querem, portanto, saber “onde entende” o Ministério das Finanças que a legislação limita a elegibilidade ao prémio salarial, avisando que “não é aceitável que a Autoridade Tributária, através de uma interpretação administrativa, limite os direitos que os jovens portugueses conquistaram”.

O PS questionou ainda que diligências vai o Governo de Luís Montenegro tomar para proteger o direito dos jovens em receber o prémio salarial, mesmo que tenham entregado a declaração de IRS em conjunto com os seus pais.

Em reação a este entendimento do Fisco, também o PAN já reagiu: entregou um projeto de resolução no qual recomenda que o Governo elimine esta exclusão.

É de destacar que, no caso das pessoas que terminaram os estudos em 2023, o requerimento para esta medida deve ser feito até ao final de maio.

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Temido propõe complemento europeu ao subsídio de desemprego

A cabeça de lista do PS às Europeias defende ainda a criação de um plano comunitário para habitação acessível e um mecanismo permanente de resposta a futuras crises.

Complemento europeu ao subsídio de desemprego, plano para habitação acessível e mecanismo permanente de resposta a futuras crises são algumas das medidas que constam do programa eleitoral com que o PS concorre às eleições europeias de 9 de junho, elencou esta quinta-feira, a cabeça de lista, Marta Temido.

“No âmbito do reforço do pilar dos direitos sociais, propomos um fundo europeu de apoio à reconversão e requalificação profissional dos trabalhadores e um complemento ao subsídio de desemprego”, anunciou Temido, no pavilhão de Portugal, no Parque das Nações, em Lisboa.

No programa eleitoral, os socialistas destacam que este complemento aos subsídio de desemprego visa reforçar “a proteção dos trabalhadores em situação de desemprego”, funcionando como um “estabilizador automático em caso de crises assimétricas”.

Na área da habitação, Temido indica que o PS ambiciona “um plano europeu de habitação acessível”. Reconhecendo que “esta competência não é atribuída à União Europeia” (UE), a candidata a eurodeputada defende, ainda assim, que esta medida vai permitir “concretizar o direito à habitação em condições dignas não só para os mais necessitados, mas também para a classe média”.

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos (C-E), acompanhado pela cabeça de lista do Partido Socialista (PS) às eleições europeias, Marta Temido (C-D), no fim da apresentação do manifesto eleitoral com que se apresenta às eleições para o Parlamento Europeu, no Parque das Nações, em Lisboa, 09 de maio de 2024.FILIPE AMORIM/LUSA

Neste sentido, o manifesto eleitoral dos socialistas promete “defender um instrumento de investimento permanente em habitação pública por parte dos estados da UE, a partir de uma recomendação ao Conselho Europeu”.

Na área da Habitação, Marta Temido afirmou mesmo que a UE tem tido “tradicionalmente uma visão recuada das suas competências”, mas tem de ser “chamada a ser mais determinada”.

No “combate à fuga de cérebros”, a antiga ministra da Saúde defende a criação de “instrumentos europeus que contrariem este fenómeno e que permitam assegurar o direito de todos os europeus a permanecer no seu território de origem, se esse for o seu desejo”.

O programa eleitoral refere ainda o objetivo de “lançar uma agenda europeia para o trabalho digno, que garanta maior segurança no emprego, combata a precariedade, sobretudo, entre os mais jovens, promova empregos de qualidade e adequadamente remunerados, e assegure a conciliação entre a vida profissional, pessoal e familiar”. Ainda neste âmbito, o PS quer “garantir a abolição dos estágios não remunerados em todo o espaço europeu”.

A ex-ministra da Saúde que esteve na linha da frente no combate à pandemia do covid-19 lembrou como todos os estados-membros “foram testados por vírus desconhecido”, afirmando que “a UE mostrou estar à altura do desafio para proteger os cidadãos e as empresas, para proteger empregos e empresas e criou condições para uma retoma económica mais rápida”. “Estes resultados foram fruto de uma ação ágil oposta à resposta à crise financeira de 2008. Em vez de austeridade, escolhemos solidariedade”, destacou, sinalizando que “tal só foi possível pela atuação e determinação de primeiros-ministros, comissários e eurodeputados socialistas”.

Com base na resposta da UE à pandemia e no princípio da solidariedade, Marta Temido defende a criação de “um mecanismo permanente de resposta a futuras crises para que a UE possa estar melhor preparada”.

Este mecanismo “de natureza contra cíclica”, visa aumentar “a resiliência económica da UE e o arsenal de instrumentos de que dispõe para lidar com os diferentes ciclos económicos, garantindo que, no futuro, a UE estará mais bem preparada para ultrapassar uma recessão económica do que aconteceu no passado”, lê-se no manifesto eleitoral.

Baterias e chips, alargamento a Leste e penalização de Estados como a Hungria

A “redução da dependência externa da UE, nomeadamente no que diz respeito a baterias e chips é outra das preocupações dos socialistas, com vista a uma Europa mais autónoma, assinala Marta Temido. Neste sentido, defende “uma política industrial europeia mais ambiciosa, que promova a reindustrialização do continente europeu, especialmente em setores de vanguarda tecnologicamente avançados e neutros em carbono, que garanta um adequado aprovisionamento europeu de matérias-primas críticas e que evite uma excessiva dependência externa no que diz respeito a produtos e equipamentos vitais à dupla transição ambiental e digital”, de acordo com o programa eleitoral.

Relativamente à entrada de novos Estados-membros no bloco comunitário, Temido garantiu que o PS irá apoiar “o alargamento a leste”, nomeadamente à Ucrânia e à Moldova, e aos Balcãs” e a adesão de novos candidatos, “explorando a flexibilidade que existe no Tratado de Lisboa”.

Contudo, estes esforços “não podem ser feitos em prejuízo dos atuais níveis de financiamento das políticas estruturais – como a Política de Coesão ou a PAC – e dos vários programas europeus”, lê-se no manifesto eleitoral. Por isso, o PS defende “o fortalecimento de novos fundos, como o Fundo para a Transição Justa e o Fundo Social para a Ação Climática”, de acordo com o mesmo documento.

No âmbito dos direitos, liberdades e garantias do espaço europeu, que devem ser preservados, a cabeça de lista dos PS às europeias assegurou que os eurodeputados socialistas “não deixarão de trabalhar com a Comissão Europeia e com as restantes instância europeias para o desembolso condicionado de fundos sempre que esteja em causa o cumprimento do estado de direito como aconteceu na Hungria”.

Ao longo de todo o discurso, Marta Temido referiu por diversas vezes que a Europa é um “projeto de paz”. Assim, reafirmou o “apoio militar, financeiro e humanitário à Ucrânia” e apelou a um cessar-fogo em Gaza e à criação do estado da Palestina.

Leia aqui o manifesto eleitoral do PS:

(Artigo atualizado às 20h42)

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Selecionador nacional Roberto Martínez alinha como embaixador da Carclasse

  • + M
  • 9 Maio 2024

Roberto Martínez vai também participar numa campanha nas redes sociais da Carclasse que arranca esta quinta-feira e que "tornará visível a entrega, foco e disciplina que os caracterizam".

O selecionador da equipa portuguesa, Roberto Martínez, alinha agora enquanto embaixador da Carclasse. A parceria estabelecida pela concessionária automóvel foi motivada pela sua “paixão pela excelência e a liderança, de mãos dadas com a integridade e o compromisso”.

Roberto Martínez vai também participar numa campanha nas redes sociais da Carclasse que “tornará visível a entrega, foco e disciplina que os caracterizam”, refere-se em nota de imprensa.

A campanha arranca esta quinta-feira e vai mostrar o momento da assinatura do contrato que formalizou Roberto Martinez enquanto embaixador, uma conversa motivacional com a equipa e clientes da marca e ainda “dicas do mister”.

Esta campanha é mais do que uma simples parceria. É uma oportunidade única feita de pessoas para pessoas. O carisma do nosso novo embaixador, a sua atitude de excelência, integridade, compromisso e liderança, inspiram os valores de crescimento da nossa equipa para que possamos dar o melhor de nós aos nossos clientes”, diz Miguel Borges, diretor geral da Carclasse, citado em comunicado.

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“Tens faro para a diversão?”, pergunta a Solverde.pt em campanha

  • + M
  • 9 Maio 2024

A campanha, assinada pela Legendary, marca presença em televisão, digital, outdoor e todos os canais da marca e parceiros.

Tens faro para a diversão? Então joga na Solverde.pt”, diz a marca na sua nova campanha assinada pela Legendary. A produção é da Snowberry e o planeamento de meios da Media DuYes.

No spot, um jogador “fareja” a diversão pela casa e pela rua, até que encontra uma colmeia, naquele que é entendido como um sinal que deve jogar o Honey Gems, uma slot machine disponível na Solverde.pt. A campanha informa também sobre a possibilidade de ganhar 25 “free spins” com o registo na plataforma e ganhar um bónus de 100% até 100 euros. O vídeo termina com o lema da marca portuguesa, “Solverde.pt – São muitos anos”.

“Nesta segunda campanha com a Legendary, colocamos a diversão em primeiro lugar: o mesmo que os jogadores fazem quando decidem abrir uma slot ou outro jogo de casino”, explica Telma Marques, head of marketing da Solverde.pt, citada em comunicado.

“Com o convite ‘Tens faro para diversão?’, que brinca com uma expressão bem portuguesa e dá o mote para o tom bem-humorado da campanha, estamos, ao mesmo tempo a homenagear aqueles sentimentos que todos reconhecemos de procurar sinais e seguir a nossa intuição“, acrescenta.

A campanha marca presença em televisão, digital, outdoor e todos os canais da marca e parceiros.

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Governo convida Carmona Rodrigues para presidente da Águas de Portugal

  • ECO
  • 9 Maio 2024

O antigo ministro social-democrata é o escolhido do Governo para liderar a empresa pública. Anúncio é feito no dia em que José Furtado, atual presidente da AdP, renunciou ao cargo.

António Carmona Rodrigues será o próximo presidente do grupo Águas de Portugal, indica o ministério do Ambiente, em comunicado, enviado às redações esta quinta-feira. O convite ao antigo presidente da Câmara de Lisboa e ex-ministro do PSD surge no dia em que foi conhecida a renúncia de José Furtado ao cargo.

“Na sequência da renúncia do presidente do Grupo Águas de Portugal, o Governo vai diligenciar ações conducentes à sua substituição, tendo sido convidado o professor António Carmona Rodrigues”, anuncia, na mesma nota, o Executivo.

O ministério justifica a decisão com o “vasto currículo nas áreas de recursos hídricos, hidráulica e ambiente do professor Carmona Rodrigues”. Já desempenhou funções como ministro das Obras Públicas, Transportes e Habitação, e como presidente da Câmara Municipal de Lisboa em substituição de Pedro Santana Lopes que foi indigitado como primeiro-ministro, em 2004. O mandato na autarquia terminou em 2007, na sequência da polémica relacionada com a troca de terrenos da antiga Feira Popular em Entrecampos, por terrenos no Parque Mayer da empresa Bragaparques.

O Executivo de Carmona no município também ficou marcado pela investigação da atribuição de prémios de produtividade aos administradores da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL).

O antigo autarca da câmara de Lisboa frequentou o Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa, transferindo-se depois para a Academia Militar. Licenciado em Engenharia Civil, em 1978, Carmona Rodrigues especializou-se, em 1982, em Engenharia Hidráulica, em Delft, Países Baixos Doutorou-se depois, em 1992, na Universidade Nova de Lisboa em Engenharia do Ambiente. Chegou a dar aulas, na Faculdade de Ciências e Tecnologia desta Faculdade, nas áreas da Hidrologia e Hidráulica, nas licenciaturas em Engenharia do Ambiente e Engenharia Civil.

Esta tarde, o Ministério do Ambiente confirmou a renúncia de José Furtado à presidência do grupo AdP justificando que o visado, que ocupava o cargo há quatro anos, demonstrou vontade de “abraçar novos desafios profissionais”. Nos últimos dias, o presidente da Águas de Portugal ganhou protagonismo por se ter oposto ao pagamento de um dividendo extraordinário de 100 milhões de euros ao Estado realizado no dia 29 de dezembro, que Fernando Medina usou para melhor as contas públicas.

 

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Candidato chamado a pronunciar-se sobre cancelamento da privatização da Azores Airlines

O único candidato admitido para a privatização da Azores Airlines já recebeu documentos do concurso público. Vai contestar cancelamento da venda.

O consórcio Newstour/MS Aviation interpôs uma intimação em tribunal para conseguir o acesso aos documentos do concurso público para a privatização da Azores Airlines, cancelado a semana passada pelo Governo Regional. A informação foi, no entanto, disponibilizada voluntariamente pela SATA, conforme prevê o caderno de encargos. Na documentação, a Newtour é convidada a pronunciar-se sobre a intenção de pôr fim ao processo de privatização, no prazo de 10 dias, apurou o ECO.

Entre a documentação enviada está a ata do conselho de administração da SATA que recomenda que o processo de venda de entre 51% e 85% do capital nas mãos do estado seja anulado e confirma a exclusão do outro candidato, a Atlantic Consortium, que integrava a Vesuvius Wings, a White Airways, a EuroAtlantic Airways, a Old North Ventures (da ilha de São Miguel) e a Consolidador.

Os documentos indicam ainda que a Newtour/MSAviation tem dez dias para se pronunciar sobre a intenção da SATA de cancelar o concurso, apurou o ECO junto de fonte ligada ao processo.

A informação foi disponibilizada pela SATA na plataforma criada para o concurso público, após uma reunião do conselho de administração.

Contactado, o consórcio “confirma que recebeu, finalmente, a documentação relativa ao processo de privatização da Azores Airlines e vai analisar em detalhe os fundamentos e os factos apresentados”. “Nenhuma opção está, neste momento, descartada, incluindo o recurso às instituições europeias“, acrescenta.

O Governo Regional dos Açores deliberou no dia 2 de abril “não dar seguimento ao processo de privatização da Azores Airlines, devido à alteração significativa das condições económicas e financeiras tidas em conta na avaliação inicial da companhia aérea”.

Segundo Artur Lima, vice-presidente do Governo Regional, a decisão de cancelar o concurso foi tomada tendo em conta uma avaliação da companhia aérea do grupo SATA, feito por um consultor, que a coloca agora a valer “mais de 20 milhões de euros”, quando no início do processo estava avaliada em seis milhões.

O júri constituído para avaliar o processo de privatização da Azores Airlines entregou, no início de abril, o relatório final, mantendo a proposta de venda ao consórcio Newtour/MS Aviation. O presidente, o economista Augusto Mateus, admitiu, citado pela Lusa, que o júri tem reservas quanto à capacidade da Newtour/MS Aviation para assegurar a viabilidade futura da companhia, salientando a necessidade de existir “força financeira” para cumprir as exigências do caderno de encargos da venda.

A proposta do consórcio recebeu uma notação de 46,69 pontos em 100 do júri, uma avaliação de “suficiente”, tendo em conta que a nota positiva começa em 25 e o “bom” em 50.

A venda da Azores Airlines à Newtour/MS Aviation teve também a oposição dos principais sindicatos.

(Notícia corrigida a 25 de maio com indicação de que a documentação do concurso público foi disponibilizada pela SATA, conforme prevê o concurso público e não por decisão do tribunal, como inicialmente indicado no artigo)

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ERC aprova instauração de processo contraordenacional pela venda da TSF

A decisão do regulador surge cerca de 10 meses após a entrada do World Opportunity Fund na Global Media, e numa altura em que a TSF está prestes a mudar de mãos, para a Notícias Ilimitadas.

A Entidade Reguladora para a Comunicação social (ERC) aprovou esta quarta-feira um projeto de deliberação que prevê a instauração de um processo contraordenacional pela alteração de domínio, sem prévia autorização da ERC, da TSF, com a entrada do World Opportunity Fund, Ltd no capital social (51%) da Páginas Civilizadas, Lda.

“O Conselho Regulador concluiu que a alteração da estrutura societária da Páginas Civilizadas, Lda., consubstanciou uma alteração da influência dominante pré-existente sobre os respetivos operadores de rádio detidos pela sua subsidiária Global Notícias – Media Group, S.A., o que exigia prévia autorização da ERC, dando-se por violado o disposto no n.º 6, do artigo 4.º da Lei da Rádio”, lê-se no comunicado enviado esta quinta-feira pelo regulador, que notificou a Palavras de Prestígio, Lda., Grupo Bel S.A., Norma Erudita, Lda., World Opportunity Fund, Ltd., Páginas Civilizadas, Lda., e Global Notícias – Media Group, S.A, empresas envolvidas no processo e que têm agora 10 dias para se pronunciar.

A decisão do regulador surge cerca de 10 meses após a entrada do World Opportunity Fund na Global Media, e numa altura em que a TSF está prestes a mudar de mãos, para a Notícias Ilimitadas, empresa formada para comprar também, entre outros, o Jornal de Notícias e O Jogo.

A Autoridade da Concorrência (AdC) já foi notificada em Abril da operação, que necessita também de parecer prévio da ERC.

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Direito à habitação, Plus65 e Agência Europeia do Turismo. Conheça o programa da AD para as europeias

Habitação, turismo e a população mais idosa são três das prioridades da Aliança Democrática para as eleições europeias. Conheça aqui as 111 medidas do programa da AD.

A Aliança Democrática (coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM) colocou a habitação como uma das linhas prioritárias do seu programa eleitoral às eleições europeias, defendendo que esse direito deve ficar inscrito na carta dos direitos fundamentais da União Europeia. A medida foi apresentada esta quinta-feira durante a apresentação do programa eleitoral da AD às eleições europeias, em Lisboa.

Sabemos que a habitação é uma competência nacional dos Estados. Mas também sabemos quem é que falhou a execução do PRR para dar resposta a um problema do nosso país”, afirmou Sebastião Bugalho, durante a apresentação da candidatura da AD às eleições, atirando farpas ao Governo de António Costa. “É um direito que já integra a carta social da União Europeia, para as pessoas mais desfavorecidas. Mas sabemos que merece uma atenção própria e dignidade. Vamos dá-lo“, prometeu.

Essa é apenas uma das 111 medidas que constam do programa eleitoral da Aliança Democrática, coordenado pela eurodeputada e vice-presidente do PPE, Lídia Pereira, e que passam desde a economia à defesa, da segurança e defesa ao investimento, passando ainda pelo ambiente e a imigração.

O cabeça de lista da Aliança Democrática (AD) às eleições Europeias, Sebastião Bugalho, intervém durante a apresentação programa eleitoral da AD, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, 9 de maio de 2024.CARLOS M. ALMEIDA/LUSA

Olhando para a defesa, face ao agravamento da guerra na Ucrânia como resultado da invasão da Rússia, a AD defende a criação de um Conselho de Defesa e Segurança Europeu, composto pelos líderes dos Estados-membros da UE e de outros países europeus. Entre eles, o Reino Unido, a Noruega e Islândia.

No seu programa, a coligação encabeçada por Sebastião Bugalho propõe ainda um mercado único para a Defesa, com projetos conjuntos europeus de contratação pú­blica, e mecanismo de compras conjuntas de material militar.

Com olhos postos no turismo, a coligação que escolheu Sebastião Bugalho como cabeça de lista às europeias propõe a criação de uma Agência para o Turismo, “uma ideia da delegação portuguesa do Partido Popular Europeu”.

Quanto aos agricultores – setor que tem levado a cabo protestos e concentrações em Bruxelas, em frente às principais instituições europeias, denunciado faltas de apoio –, a AD entende ser necessária a “criação de fontes adicionais de receitas” para estes profissionais. A título de exemplo, defendem a criação e comercialização de créditos de remoção de CO2.

A pensar nos mais velhos, a AD propõe a criação de um cartão 65plus “que dará acesso rápido a privilegiado” aos cidadãos com mais de 65 anos. O acesso inclui acesso a serviços públicos, aeroportos, infraestruturas de transporte, museus, espetáculos e eventos desportivos.

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Quase 35.000 acidentes de viação e 468 mortos em 2023 num aumento face 2022

  • Lusa
  • 9 Maio 2024

No continente observaram-se aumentos em todos os indicadores, exceto no índice de gravidade. Registaram-se mais 2.186 acidentes (+6,7%), mais cinco vítimas mortais (+1,1%), mais 194 feridos graves.

Quase 35.000 acidentes de viação registaram-se no ano passado e provocaram 468 mortos, 2.437 feridos graves e 41.058 feridos ligeiros, um aumento em todos os indicadores em relação a 2022, indicou esta quinta-feira a Segurança Rodoviária.

“Comparativamente com o ano de 2022, no continente observaram-se aumentos em todos os indicadores, exceto no índice de gravidade. Registaram-se mais 2.186 acidentes (+6,7%), mais cinco vítimas mortais (+1,1%), mais 194 feridos graves (+8,6%) e mais 2.602 feridos leves (+6,8%)”, escreve a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) no relatório de 2023, destacando o aumento na circulação rodoviária, o que corresponde a um acréscimo no risco de acidentes.

Por sua vez e em relação a 2019, ano de referência para monitorização das metas de redução do número de mortos e de feridos graves até 2030 fixadas pela Comissão Europeia e por Portugal, registou-se uma diminuição nos acidentes, nas vítimas mortais e nos feridos leves, com menos 730 acidentes (-2,0%), menos sete vítimas mortais (-1,5%) e menos 2.144 feridos ligeiros (-5,0%), mas, em, contrapartida, houve mais 136 feridos graves (+5,9%).

A ANSR indica também que, em comparação com a média da última década (2010-2019), observou-se uma tendência crescente nos feridos graves (+9,1%), nos acidentes (+6,8%) e feridos ligeiros (+3,2%). No entanto, refere o relatório, registou-se uma diminuição nas vítimas mortais (-13,7%) e no índice de gravidade (-19,4%).

Segundo o documento, a colisão representou a natureza de acidente mais frequente em 2023, correspondendo a 52,7% dos desastres, 40,9% das vítimas mortais e 45,9% dos feridos graves, enquanto os despistes, que representaram 33,9% do total de acidentes, foram responsáveis pela maior proporção de mortos, 47,3%.

No ano passado, o número de vítimas mortais fora das localidades (244) foi ligeiramente superior ao verificado dentro das localidades (223), mas, em comparação com 2022, foi dentro das localidades que aumentaram (+3,2%) os mortos. Quanto ao tipo de via, a ANSR dá conta que quase 63% dos acidentes ocorreram em arruamentos, representando 29,6% das vítimas mortais e 45,9% dos feridos graves, e 20% foram nas estradas nacionais.

O relatório refere igualmente que 72,4% do total dos mortos no ano passado corresponderam a condutores, enquanto 15,4% eram passageiros e 12,2% peões. Em termos de variações homólogas, nas vítimas mortais, verificaram-se diminuições nos passageiros face a 2022 (15,3%) e nos peões (18,6%). Por outro lado, no grupo dos condutores, registou-se um aumento nas vítimas mortais de 10,1% em comparação com 2022 e nos feridos graves.

A ANSR indica igualmente que metade das vítimas mortais registadas no ano passado ocorreu na rede rodoviária sob a responsabilidade das Infraestruturas de Portugal (45,2%) e Brisa (5,4%).

O relatório indica ainda que, no ano passado, se verificou um aumento no número de acidentes em 16 dos 18 distritos, com maior expressão em Portalegre (+16,5%), Leiria (+10,8%), Braga e Setúbal (+9,9% em cada), enquanto as vítimas mortais ocorreram em maior número em nove distritos, com os maiores incrementos em Castelo Branco e Porto, e os feridos graves cresceram em 11 distritos, especialmente em Braga e Leiria.

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Ex-gestor da Santa Casa Global diz que a sua destituição foi feita de “forma rude, sobranceira e ilegal”

Francisco Pessoa e Costa garantiu, no Parlamento, que houve "análises prévias" antes de avançar com internacionalização dos jogos e admite que a "instabilidade política no Peru e Brasil dificultaram".

Francisco Pessoa e Costa, ex-gestor da Santa Casa Global, empresa criada para levar a cabo o processo de internacionalização da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), diz que a sua destituição foi feita de “forma rude, sobranceira e ilegal” e que o despacho da então ministra Ana Mendes Godinho previa que o projeto só “daria fruto” no espaço de dois anos.

“No dia 29 de novembro de 2023 tomei conhecimento da destituição” que “foi feita de forma rude, sobranceira e no meu caso ilegal”, afirmou Francisco Pessoa e Costa, notando que no que concerne à alegada ilegalidade já entrepôs as “devidas” ações. O antigo administrador da Santa Casa Global, que está a ser ouvido esta quarta-feira na Comissão de Trabalho, Solidariedade e Inclusão do Parlamento, na sequência de um requerimento da Iniciativa e Liberal (IL).

“Foi desta mesa que matou o projeto de internacionalização”, defendeu, acusando ainda a atual administração da Santa Casa, agora exonerada, de ser “a autora” de parte dos prejuízos da Santa Casa, ao ter “afundado mais de 30 milhões de euros”, nomeadamente ao cancelar a parceria no Brasil. “O que fundamentou esta decisão por parte da mesa”, questionou.

Francisco Pessoa e Costa rejeitou ainda que o projeto de internacionalização tenha gerado “prejuízo” de, pelo menos, 50 milhões para as contas da Santa Casa e garantiu que “houve análises prévias” antes de avançarem e que todas as “empresas adquiridas ou criadas” tiveram o apoio de escritório de advogados “de renome”, dando alguns exemplos. Além disso, garante que o despacho assinado pela então ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, aquando da constituição da constituição da Santa Casa Global, previa que o projeto só “daria fruto” no espaço de dois anos.

O ex-gestor admitiu ainda que a “a “instabilidade política no Peru e Brasil dificultaram”, o processo, mas que a Santa Casa Global procuraram “sempre soluções”. “Apresentámos à anterior mesa [da SCML] duas propostas concretas de entrada de novos parceiros, se nunca obter resposta”, exemplificou.

“A parceria com o Banco do Brasil foi uma oportunidade”, afiançou, considerando que “era um ótimo investimento” e que “todo o processo foi explicado por carta da administração do banco”. Iria permitir “a criação de cerca de 15 mil postos de trabalho”, acrescentou Pessoa e Costa. As suspeitas em volta ao processo de internacionalização levaram a provedora (agora exonerada) Ana Jorge a cancelar, em outubro do ano passado, a parceria para explorar os jogos no Brasil. Mas, agora, o organismo responsável pela gestão das lotarias no Rio de Janeiro exige que a Santa Casa pague mais de 6 milhões por não ter cumprido as obrigações.

Durante a audição, Francisco Pessoa e Costa adiantou ainda que após a destituição “pediu a reintegração na Santa Casa”, que lhe foi “atribuída passado algum tempo”, ainda que sem que pudesse exercer cargos de direção. No entanto, atualmente foi suspenso “com vista ao despedimento”.

O Governo decidiu, na semana passada, exonerar toda a mesa da SCML, incluindo a provedora Ana Jorge, acusando a administração de ser “incapaz de enfrentar os graves problemas financeiros e operacionais da instituição” e de “atuações gravemente negligentes”, que poderão comprometer a “curto prazo” a “fundamental tarefa de ação social que lhe compete”. Ainda assim, a provedora vai-se manter em gestão corrente até ser nomeada nova equipa. Posteriormente, numa carta enviada aos trabalhadores, Ana Jorge, que tinha assumido funções há cerca de um ano, denunciou a forma “rude e caluniosa” com que foi justificada a sua exoneração.

(Notícia atualizada pela última vez às 19h30)

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“PS já não tem sonho europeu”, acusa Carlos Moedas

O mandatário da Aliança Democrática considera que o "sonho" do PS na Europa ficou diluído, acusando os socialistas de se "deixarem comprar pela extrema esquerda" no Parlamento Europeu.

Carlos Moedas afirmou que o PS “já não tem sonho europeu”, acusando os socialistas de se terem deixado comprar “pela extrema esquerda” na União Europa. Durante a apresentação do programa eleitoral da AD às eleições europeias, esta quinta-feira, em Lisboa, o Presidente da Câmara de Lisboa, e mandatário da Aliança Democrática (AD) às eleições europeias, considerou que os socialistas “são mais do mesmo na Europa” e acusou os partidos de “extremos” – como o Chega, Bloco de Esquerda e PCP – de quererem “destruir o sistema”.

“O PS já não tem sonho europeu. É mais do mesmo na Europa. Deixou-se comprar pela extrema-esquerda que diluiu o sonho do PS. Esse sonho já não existe”, afirmou Carlos Moedas durante a sua intervenção. Presentes no CCB, estiveram os restantes candidatos da AD às eleições, mas também o primeiro-ministro e líder do PSD, Luís Montenegro, Nuno Melo, ministro da Defesa e líder do CDS, e Gonçalo da Câmara Pereira, líder do PPM.

Considerando que a defesa e as políticas de imigração são, também, prioridades na Europa, Carlos Moedas acusou ainda o partido liderado por Pedro Nuno Santos de “criar um país sem políticas dignas de imigração”, recordando que o Partido Popular Europeu (família política do PSD no Parlamento Europeu) foi “quem deu os primeiros passos nessas políticas”.

Mas a intervenção de Carlos Moedas não se resumiu a atirar farpas ao PS. “A missão de hoje é não deixar a Europa morreu“, apelou durante o seu discurso.

“Mandatário com experiência”, o autarca recordou ter vestido o mesmo fato, em 2019, altura em que Paulo Rangel (agora ministro dos Negócios Estrangeiros) foi cabeça de lista do PSD naquelas eleições eleições. Este ano, Moedas regressa ao fato de mandatário, mas em apoio de Sebastião Bugalho, alguém que o presidente da Câmara de Lisboa ser “jovem de mais”. “Também achavam que eu era novo de mais para ser comissário”, respondeu.

Ao invés disso, defende o autarca, Bugalho representa o “sonho europeu”, “a sociedade civil, abertura e a capacidade de um partido ir buscar alguém à sociedade civil” para encabeçar a lista do partido às eleições. “Foi uma grande escolha ter aqui o Sebastião”, afirmou Carlos Moedas.

“Nem mais pobre, nem mais isolada”. Bugalho quer Europa do futuro

O cabeça de lista da AD às eleições europeias assume-se como a “voz” do partido que quer fazer parte de uma mudança na União Europeia.

Durante o seu discurso na apresentação do programa eleitoral, Sebastião Bugalho, que encabeça a candidatura da coligação que junta o PSD, CDS e PPM às eleições europeias de 9 de junho, comprometeu-se “com as transições para o futuro”, como a digital e a climática, mas diz que assume a missão focado em proteger a União Europeia, primeiro.

A nossa candidatura compromete-se com transições para o futuro mas não deixará a Europa desprotegida, nem mais pobre, nem mais isolada em nome de nenhum ideal“, afirmou o representante da coligação durante o seu discurso, esta quinta-feira. “Queremos fazer a transição verde em Portugal e proteger a atividade económica e os portugueses ao lado da transição, apesar da transição e não contra a transição”, argumentou.

Num discurso que se prolongou durante 30 minutos, Sebastião Bugalho abordou quatro pontos essenciais, começando pela imigração. Embora tenha aplaudido a aprovação do pacto europeu de Migração e Asilo – que aconteceu após anos de impasse no Parlamento Europeu –, o jovem candidato promete ser mais ambicioso.

“Queremos mais”, disse, referindo a título de exemplo um reforço dos mecanismos de imigração legal “na certeza de que é essa a única forma de garantir que a imigração que é ilegal ‒ e as suas redes de tráfico ‒ não triunfam”.

Depois, partindo para a defesa, o cabeça de lista prometeu lutar por uma Europa promotora de paz “num mundo em guerra”, defendendo um “aumento das capacidades de financiamento do Orçamento Europeu” e um “alargamento da força operacional rápida europeia” para um “mecanismo” que passe a incluir médicos e enfermeiros militares.

Quanto à habitação, Bugalho promete que a AD olhará para a questão com “realismo, bom senso e vontade” a pensar não só nos jovens, mas em todas as classes que estão a ser penalizadas pela crise, embora reconheça que o tema “é uma competência nacional dos Estados”.

Ainda assim, promete que a AD, juntamente com o PPE no Parlamento Europeu, irão defender a inclusão da habitação na carta de direitos fundamentais da União Europeia. “Vamos universalizar este direito”, afirmou durante o seu discurso, defendendo a necessidade de projetos-piloto ou mecanismos para “animar o mercado”.

Por fim, e focando-se nos mais velhos, Bugalho defende a criação de um cartão único europeu, o Plus 65, um cartão que permitirá um “acesso rápido e privilegiado a serviços públicos”. “Connosco, aqueles que cuidaram de nós estarão sempre em primeiro lugar”, sublinhou.

A fechar o discurso, Sebastião Bugalho diz que hoje a Europa “vai da apanha da azeitona a alguém que quer agarrar a oportunidade e que vai de nunca desistir a querer sempre mais”, e que se for eleito nas eleições a 9 de junho, irá defender um “sonho entre regiões, idades e história de vida”.

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Acordo militar entre São Tomé e Príncipe e Rússia sem “dramas”, afirma CPLP

  • Lusa
  • 9 Maio 2024

"Nós respeitamos as decisões soberanas de cada Governo, naturalmente temos de respeitar as decisões soberanas das autoridades de São Tomé e Príncipe", sublinha o secretário-geral da CPLP.

O secretário executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) afirmou esta quinta-feira que não há dramas quanto ao acordo militar entre São Tomé e Príncipe e a Rússia, sublinhando que é preciso respeitar a soberania dos Estados. Zacarias da Costa falava na capital de São Tomé e Príncipe após um encontro com o primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada, e depois de uma reunião alargada com membros do Governo na sede do executivo.

“A CPLP não sou eu, a CPLP são os nove países que formam essa comunidade, tendo em conta que nós respeitamos as decisões soberanas de cada Governo, naturalmente temos de respeitar as decisões soberanas das autoridades de São Tomé e Príncipe”, sublinhou Zacarias da Costa. Questionado sobre a sua visão sobre o acordo, o secretário executivo da CPLP considerou que “não há dramas”.

“Há questões que são transversais a todos os países, a questão do terrorismo, da droga, temos que encontrar soluções para poder lidar com esses desafios que são comuns, portanto eu não vejo nenhum problema”, vincou o secretário executivo da CPLP. Zacarias da Costa, que iniciou esta quinta uma visita oficial de dois dias a São Tomé, defendeu que se deve “olhar mais para o futuro dentro da CPLP do que olhar sempre para o passado e algumas situações que são mal interpretadas por um ou por outro lado”.

São Tomé e Príncipe assinou com a Rússia um acordo técnico militar, “por tempo indeterminado”, que prevê formação, utilização de armas e equipamentos militar e visitas de aviões, navios de guerra e embarcações russas ao arquipélago, disse à Lusa fonte governamental. Segundo a agência de notícias oficial russa Sputnik, o acordo foi assinado em São Petersburgo em 24 de abril e começou a ser aplicado em 5 de maio.

A também russa TASS tinha noticiado uma reunião, nesse dia, em Moscovo, do responsável do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolay Patrushev, com o ministro da Defesa de São Tomé e Príncipe, Jorge Amado, para discutir “questões de interesse mútuo”.

Segundo a imprensa russa, as duas partes acordaram cooperar nos domínios da formação conjunta de tropas, recrutamento de forças armadas, utilização de armas e equipamento militar, logística, intercâmbio de experiências e informações no quadro da luta contra a ideologia do extremismo e do terrorismo internacional, educação e formação de pessoal.

Além disso, o acordo entre os dois países prevê a participação em exercícios militares. A Sputnik cita o acordo referindo que a cooperação militar entre os países “contribui para fortalecer a paz e a estabilidade internacional”.

Na quarta-feira, o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD), líder da oposição são-tomense, criticou “o secretismo” com que o Governo assinou o acordo militar com a Rússia, vaticinando consequências na relação com a União Europeia e os Estados Unidos.

“Trata-se de um acordo que em momento nenhum ouvimos qualquer comunicado do Conselho de Ministros a fazer alusão. Um acordo desta envergadura, numa área bastante sensível e atendendo ao contexto mundial neste momento, penso que exige interação entre os vários órgãos de soberania, portanto Governo, Presidência da República e conhecimento da Assembleia Nacional para a aprovação e a sua ratificação pelo Presidente da República”, defendeu o líder da oposição são-tomense, Jorge Bom Jesus.

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