Fundo Ambiental “salva” Alagoas Brancas com 3,7 milhões de euros

A criação do futuro Parque Natural da Cidade de Lagoa representa um investimento de 4,4 milhões de euros, dos quais 3,7 milhões de euros são diretamente financiados pelo Fundo Ambiental.

O Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente e da Ação Climática assinou um protocolo com o Município de Lagoa para a aquisição de terrenos nas Alagoas Brancas. A verba de 3,7 milhões de euros já foi transferida pelo Fundo Ambiental e o Município de Lagoa pode avançar para a aquisição dos terrenos para a criação do futuro Parque Natural da Cidade de Lagoa.

O investimento total deste projeto é de 4.4 milhões de euros, dos quais 3,7 milhões de euros são diretamente financiados pelo Fundo Ambiental, sendo que este valor corresponde à parcela destinada à aquisição dos terrenos com cerca de nove hectares.

Em comunicado, o Ministério detalha que o “projeto técnico, da responsabilidade do município de Lagoa, consistirá num projeto de renaturalização, de forma a criar uma área de valor natural que permita a visitação e a fruição deste espaço, e será alvo de parecer do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF)”. Está prevista para o final de 2025 a conclusão do Parque Natural da Cidade de Lagoa.

O sítio das Alagoas Brancas é uma zona húmida de cerca de seis hectares no concelho de Lagoa e conta com diversidade de espécies de aves. A zona húmida no concelho de Lagoa esteve em risco de ser destruída para transformar-se num parque comercial.

Após o projeto de arquitetura ter sido aprovado em reunião de câmara, a 25 de julho de 2013, e o alvará ter sido aprovado em outubro de 2020, a Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve (Almargem) apresentou em 2021 uma providência cautelar para impedir o início das obras. Após várias contestações por parte de ambientalistas e do PAN, o Fundo Ambiental vai salvar os terrenos nas Alagoas Brancas onde será construído o futuro Parque Natural da Cidade de Lagoa.

O Ministério do Ambiente e da Ação Climática afirma na mesma nota que se “empenhou em encontrar a melhor solução para, em articulação com o município de Lagoa, proceder à salvaguarda e gestão adequada desta zona húmida, bem como dos valores naturais aí presentes, face ao previsto na lei”.

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Quadrante compra consultora de sustentabilidade 3Drivers

A empresa de engenharia quer duplicar a dimensão da 3Drivers nos próximos três anos e vai investir um milhão de euros.

A Quadrante concluiu a aquisição de uma posição maioritária de 60% no capital da 3Drivers, apresentada como a maior consultora de sustentabilidade portuguesa. A companhia de engenharia e arquitetura vai manter os fundadores da empresa na gestão, tendo como objetivo duplicar a dimensão no prazo de três anos.

Criada em 2003 por um grupo de elementos do Centro de Estudos em Inovação, Tecnologia e Políticas de Desenvolvimento do Instituto Superior Técnico de Lisboa, a 3Drivers tem atualmente uma faturação de dois milhões de euros e conta com uma equipa de 20 pessoas. Com esta aquisição, a Quadrante prevê tornar-se uma “referência europeia” na sustentabilidade.

“A visão estratégica do Grupo Quadrante passa por focar a sua atividade numa contribuição significativa para a descarbonização e transição energética das sociedades, pretendendo ser uma referência europeia na área da sustentabilidade”, explica a empresa, em comunicado.

A Quadrante adianta que a integração da 3Drivers no grupo permitirá, “por um lado, o crescimento da 3Drivers junto dos mercados e clientes do grupo, e, por outro, um aumento de capacidade pela Quadrante de servir melhor os seus clientes na transição e implementação de estratégias de sustentabilidade”.

Investimento de um milhão em três anos

Para os próximos três anos, a Quadrante tem previsto um investimento de um milhão de euros na 3Drivers, para melhorar todo o parque informático e sistemas de IT, nomeadamente com aumento da cibersegurança e resiliência de dados, modernização das instalações e qualificação das pessoas, segundo apurou o ECO junto da empresa.

“Esta aquisição marca um momento importante nesta nova fase da Quadrante, confirmando o seu posicionamento e compromisso com a sustentabilidade e, ainda, reforçando a estratégia de crescimento definida para o seu futuro”, refere Nuno Costa, CEO do Grupo Quadrante, no mesmo comunicado.

Já António Lorena, acionista e gestor da 3Drivers, realça que “a integração no Grupo Quadrante permitirá à 3Drivers continuar a sua trajetória de crescimento, passando a oferecer a nível internacional os serviços de elevada qualidade que nos caracterizam, além de permitir ao nosso talento a integração numa organização multidisciplinar que promove imensas oportunidades de crescimento profissional”.

“Essencialmente focado em Consultoria e Projetos de Energia, Mobilidade e Cidades Sustentáveis, com uma faturação de cerca de 47 milhões de euros em 2023, metade dos quais fora de Portugal, o Grupo está hoje no top 5 dos consultores de engenharia ibéricos, consolidando a sua liderança no mercado português”, remata Nuno Costa.

Os valores da aquisição não foram revelados.

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Outlook 2024, ECO magazine já está nas bancas

  • ECO
  • 4 Janeiro 2024

O ECO é agora também uma edição mensal, premium, em papel, com a assinatura “A ECOnomia nas suas mãos” e o mesmo compromisso com os leitores. A segunda edição já está nas bancas.

2024 é ano de eleições antecipadas, mas, além das legislativas, o que mais podemos antecipar? É a resposta a estas questões o que propomos nesta segunda edição do ECO magazine, num Outlook para 2024 já nas bancas.

Uma análise da economia e nos mercados financeiros a nível nacional e internacional, uma reportagem sobre as perspetivas do mercado imobiliário de luxo e uma entrevista com Armindo Monteiro, o presidente da CIP, são alguns dos temas que pode encontrar neste novo número.

Nas suas mãos terá ainda as opiniões de Miguel Maya (CEO do Millennium bcp), Isabel Vaz (CEO da Luz Saúde), Fernando Alexandre (economista) e Francisco Seixas da Costa (embaixador), contributos para a reflexão sobre o momento económico, político e de governação das empresas num ano pleno de desafios.

Onde investir, num ano ano de incerteza, como os fundos de capital de risco e o ecossistema de empreendedorismo antecipam 2024 depois de um ano de apertar de torneiras do investimento são outros dos assuntos que pode encontrar no ECO magazine, onde também ‘descodificamos’ o Start Campus, projeto referido na “Operação Influencer” que ditou a queda do Executivo. Mas não só.

O ECO magazine traz ainda os contributos das diversas marcas que fazem parte do universo ECO que, nas suas áreas antecipam os temas que vão marcar a agenda na área do trabalho (Trabalho by ECO), sustentabilidade e governança (Capital Verde), da execução da ‘bazuca’ (Fundos Europeus), na administração local (Local Online), na justiça (Advocatus), seguros (ECO Seguros) e comunicação e media (+M).

E depois dos negócios, ficam as sugestões de business & leisure da Time Out, parceira editorial do ECO.

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Editorial

Um ano dividido em dois (ou mais)

O que vai ser o ano de 2024 é uma absoluta incógnita, por razões internas e externas, será dos anos mais imprevisíveis de que há memória, mas será neste quadro que os agentes económicos vão ter de viver. Se o ambiente económico internacional é de enorme risco, e pode vir por aí uma recessão global, do ponto de vista político, as incertezas não são menores: Em Portugal, há eleições legislativas a 10 de março, nos EUA há eleições presidenciais a 5 de novembro, razões suficientes para nos apetecer passar diretamente para 2025. Mas não será, por isso mesmo, uma oportunidade única um novo ciclo?

Nesta edição especial do ECO magazine, antecipamos 2024, sinalizamos caminhos possíveis, e os riscos que se apresentam. Portugal dependerá obviamente do que vier da frente externa, que não está ao seu alcance. Mas há coisas que se podem e devem fazer. Como escreve o economista e professor da Faculdade de Economia da Universidade do Minho, Fernando Alexandre, “a nível interno vivemos um período de grande incerteza relativamente à estabilidade política. Os riscos de nos perdermos na espuma dos dias, de continuarmos à deriva, sem prepararmos o futuro são muito elevados. As eleições legislativas serão uma oportunidade para os partidos apresentarem as suas propostas para o futuro de Portugal. É o mínimo que se lhes pode exigir”.

No dia 11 de março, perceberemos se vamos ter governo ou, acima de tudo, desgoverno e um caminho para novas eleições ainda durante a presidência de Marcelo Rebelo de Sousa. Seria trágica a instabilidade, mas também a ideia de que o Governo que aí vem não perceba que o país vive numa economia global, tem de atrair capital e investimento e isso só se fará com os incentivos certos, aqueles que não assustem os investidores, aqueles que não pretendam fazer do Estado um ator na economia.

Se o ano de 2024, em Portugal, começa verdadeiramente depois das eleições – no entretanto estaremos numa espécie de limbo –, o mundo já está mesmo a olhar para o que vai suceder nos EUA. Como avisa o embaixador Seixas da Costa, também nesta edição, “2024 é o ano da América. Das suas escolhas, das suas decisões, dependerá o futuro do mundo, o espaço de manobra dos seus aliados e tradicionais amigos – os mais importantes reunidos num G7 que se converteu num passivo clube de prosélitos de Washington, com Macron, às vezes, a querer dar-se ares de diferente. Mas não é De Gaulle quem quer”.

O ano de 2024 será, assim, um daqueles momentos definitivos.

António Costa

Diretor do ECO

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Portos dos Açores têm “melhor ano de sempre” com receitas de 25,3 milhões de euros

Empresa que gere os portos dos Açores destaca “o maior volume de negócios de sempre, atingindo a marca histórica" de 25,3 milhões. Até novembro desembarcaram 540.111 passageiros por via marítima.

Os Portos dos Açores fecharam 2023 com “o maior volume de negócios de sempre”, a rondar os 25,3 milhões de euros, o que compara com 25,1 milhões de euros no ano anterior. No ano passado, passaram pelos Portos dos Açores 6.340 navios.

A empresa que gere os portos dos Açores destaca “o maior volume de negócios de sempre, atingindo a marca histórica de 25.289 milhões de euros, com tendência positiva”, a par dos “melhores três anos consecutivos, em termos de resultados operacionais e EBITDA”.

De acordo com as contas relativas ao exercício de 2023, os resultados operacionais caíram de 2.619 milhões de euros registados em 2022 para 2.366 milhões em 2023. Já o EBITDA caiu de 7.729 milhões de euros em 2022 para 7.560 milhões no ano transato.

Em comunicado, a empresa portuária Portos dos Açores, cuja atual administração soma três anos no cargo, detalha que “o resultado líquido do exercício foi negativo em 668 milhões de euros, quando em 2022 era de 956 milhões”.

A empresa portuária aponta ainda o “maior número de contratos dominiais assegurados, com tendência positiva, projetando-se “os melhores três anos consecutivos, em termos de resultados líquidos”.

De acordo com dados divulgados pelo Serviço Regional de Estatística (SREA), o número de passageiros desembarcados nos portos dos Açores entre janeiro e novembro superou o valor total de 2022, mas continuou abaixo dos números de 2019.

Nos primeiros onze meses de 2023, desembarcaram na região 540.111 passageiros por via marítima, número que superou o valor total de 2022 (506.143) em 6,7%, segundo dados divulgados pelo SREA.

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Rio Maior e Tondela aceitaram competências na saúde. Faltam seis municípios para cumprir meta do PRR

Rio Maior e Tondela aceitaram competências na área da saúde. Faltam 16 assinar autos de transferência, mas, dada a flexibilidade da Comissão, bastam mais seis municípios para cumprir a meta do PRR.

Rio Maior e Tondela são as duas câmaras que mais recentemente aceitaram a transferência de competências na área da Saúde. Desceu assim para 16 o número de municípios que ainda não assinaram autos de transferência, de acordo com o mais recente balanço enviado ao ECO pelo Ministério da Saúde. A maioria continua a estar na região de Lisboa e Vale do Tejo. Mas, para cumprir a meta definida no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), basta que seis assinem o auto de transferência de competências.

Portugal viu retidos 710 milhões de euros do seu terceiro cheque do PRR, que foi desembolsado em simultâneo com o quarto. Bruxelas pagou a Portugal 2,46 mil milhões de euros na semana passada, mas reteve uma parte, dado o incumprimento de três das 47 metas e marcos que Portugal tinha de cumprir.

Uma das falhas foi, precisamente a incapacidade de concluir o processo de descentralização de competências da saúde para os municípios. Esta quarta-feira, o primeiro-ministro demissionário mostrou-se convicto de que vai alcançar o objetivo, assinalando até que “já não é uma ambição muito grande”. É que há 16 câmaras em falta, mas para “o cumprimento da meta estabelecida faltam aderir à transferência de competências seis municípios”, explicou ao ECO fonte oficial do Ministério da Saúde.

“A informação mais recente indica um total de 185 municípios a aceitarem a transferência de competências na área da Saúde, 91% do universo”, atualizou a mesma fonte. Desde novembro, aceitaram as competências Azambuja (PS), Benavente (CDU), Cadaval (PSD), Cantanhede (PDS), Góis (PSD), Oeiras e Peniche (ambos com presidentes independentes) e, mais recentemente, Rio Maior (PSD/CDS) e Tondela (PSD).

O que está estabelecido com Bruxelas é que 201 câmaras que não estavam integradas em unidades locais de saúde aceitassem as competências na área da saúde. Mas, como explicou ao ECO o presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR, Pedro Dominguinhos, basta que 191 aceitem, já que Bruxelas deu uma margem de 5% de flexibilização no cumprimento de todas as metas.

Veja os 16 municípios que ainda não aceitaram a descentralização de competências:

Norte

  • Vila Real

Centro

  • Ovar
  • Viseu
  • Estarreja
  • Murtosa
  • Nelas

Lisboa e Vale do Tejo

  • Sesimbra
  • Lisboa
  • Sobral de Monte Agraço
  • Setúbal
  • Seixal
  • Sintra
  • Óbidos
  • Caldas da Rainha

Alentejo

  • Arraiolos

Algarve

  • Silves

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Rendibilidade das empresas portuguesas recua pela primeira vez desde a pandemia

Rendibilidade das empresas registou contração no terceiro trimestre de 2023, após dez trimestres consecutivos a subir. Custo dos financiamentos obtidos aumentou de 2,8% para 3,7% no mesmo período.

Após dez trimestres consecutivos de melhoria, a rendibilidade das empresas portuguesas registou uma contração no terceiro trimestre de 2023, segundo dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal.

A rendibilidade das empresas, medida pelo rácio entre os resultados antes de amortizações, depreciações, juros e impostos (EBITDA) e o total do ativo, foi de 9,3%, no terceiro trimestre de 2023, face aos 9,5% registados no segundo trimestre de 2023 e 8,8% no período homólogo.

Esta quebra marca uma inversão na rendibilidade das empresas portuguesas, que vinha a aumentar desde o final de 2020, período marcado pela pandemia de Covid-19, num ano em que as crescentes tensões geopolíticas e a subida das taxas de juro têm vindo a pressionar a economia.

Os setores de atividade do comércio, transportes e armazenagem e outros serviços apresentaram uma redução da rendibilidade do ativo, quer em relação ao período homólogo, quer face ao período anterior. No comércio, a rendibilidade recuou 1,1 pontos percentuais para 8,8%, enquanto nos transportes baixou um ponto para 12,6%.

Em sentido oposto, nas empresas privadas, apenas o setor da eletricidade apresentou um aumento da rendibilidade do ativo relativamente ao segundo trimestre de 2023, com a rendibilidade a aumentar para 11,8%, mais 4,8 pontos percentuais que no mesmo trimestre de 2023.

A rendibilidade das empresas públicas foi positiva, fixando-se em 7,2% (-0,4% no período homólogo e 6,6% no período anterior).

Maior autonomia financeira, custos de financiamento mais elevados

A autonomia financeira das empresas, medida pelo peso do capital próprio no total do ativo, foi de 43,2% no terceiro trimestre de 2023, acima dos 40,9% fixados no período homólogo, mas idêntico ao do período anterior.

Face ao período homólogo, a autonomia financeira das empresas privadas aumentou em todos os setores. No que diz respeito às PME (pequenas e médias empresas), a autonomia financeira reforçou-se de 41,6% para 44,4%, e a das grandes empresas aumentou de 34,5% para 36,2%.

Esta maior robustez financeira das empresas coincide com um período de custos de financiamento mais elevados. O custo dos financiamentos obtidos aumentou de 2,8% para 3,7%, em comparação com o terceiro trimestre de 2022, de acordo com a mesma fonte.

Já a cobertura dos gastos de financiamento das empresas (que quantifica o número de vezes que o EBITDA gerado pelas empresas é superior aos seus gastos de financiamento) reduziu-se de 10,1 para 8,9. Esta redução foi transversal a todos os setores de atividade, à exceção do setor da eletricidade, gás e água, indica ainda o Banco de Portugal.

 

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Preços do correio regulado nos CTT sobem 9,49% em fevereiro

Aumento médio de 9,49% dos preços do correio regulado resulta da aplicação da fórmula combinada entre os Correios, a Anacom e a Direção-Geral do Consumidor.

Preços no serviço postal universal vão aumentar quase 9,5% em fevereiroHugo Amaral/ECO

Os preços do correio regulado vão subir, em média, 9,49% em fevereiro, por aplicação da fórmula convencionada em 2022 entre os CTT CTT 2,31% , a Anacom e a Direção-Geral do Consumidor. O aumento foi revelado ao ECO por fonte familiarizada com a informação e, horas depois da publicação desta notícia, confirmado oficialmente pelos CTT.

O selo do correio normal, até 20 gramas, vai custar mais quatro cêntimos, subindo 61 para 65 cêntimos, enquanto no correio azul passa de 80 para 90 cêntimos, confirmou o ECO. Os aumentos propostos pelos CTT foram aprovados pela Anacom e homologados pelo Governo.

Outra fonte disse que, ao abrigo do convénio, os CTT poderiam aumentar os preços em 2024, em média, até 14,83%, mas a empresa terá optado por um agravamento inferior devido à conjuntura inflacionista que se viveu no país. Isso mesmo avançou a empresa postal ao final da tarde desta quinta-feira, depois de o aumento ter sido revelado pelo ECO.

Num comunicado intitulado “CTT minimizam impactos para os clientes e atualizam preços abaixo do máximo permitido”, o grupo salienta que decidiu “absorver uma parte substancial do aumento que resultaria da aplicação da fórmula prevista […], aplicando ao cabaz do serviço universal um aumento médio de 9,49%, que corresponde a um valor global médio de 8,91%, se incluirmos os preços especiais em quantidade”.

Apesar do alívio da inflação no ano que agora terminou, o aumento já aprovado para entrar em vigor em fevereiro de 2024 é superior ao de 6,58% que os CTT aplicaram a 1 de março de 2023.

Este fenómeno pode ser explicado pelo facto de a fórmula ponderar a variação média do Índice de Preços no Consumidor nos 12 meses até junho do ano anterior. Ou seja, ponderam nas contas dos CTT a evolução da inflação na segunda metade de 2022, que atingiu o pico em outubro, e não entra para o cálculo o alívio na subida dos preços que se verificou de forma mais expressiva ao longo do segundo semestre de 2023.

O convénio de preços pondera ainda a queda do tráfego do correio nos 12 meses até junho de 2023, uma parcela de custos variáveis, um fator de eficiência e uma variável que se aplica “caso ocorram alterações significativas de contexto”.

(Notícia atualizada às 22h10 com mais informação)

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Preço da água é mais elevado no Norte e Centro do país. Diferença entre concelhos supera os 376 euros anuais

Amarante e Fundão são os concelhos onde os consumos anuais de 120 m3 e 180 m3, respetivamente, são mais elevados do país. Entre o concelho mais alto e o mais baixo a diferença é superior a 376 euros.

Numa altura em que já se antecipa um aumento médio de 8,5% do preço da água em 2024, a Deco Proteste analisou todos os tarifários de abastecimento, saneamento e de resíduos sólidos a nível nacional. Na análise, a organização concluiu que entre o concelho mais com preço mais elevado e mais baixo, quando o consumo anual é de 120 metros cúbicos (m3), há uma diferença de 376 euros no preço da água. Já nos casos em que o consumo anual de uma família é 180 m3, esta disparidade entre concelhos aumenta para 625,73 euros.

Relativamente ao consumo anual de 120 m3 – ou 120 mil litros por ano – surge em primeiro lugar, como o mais alto, o concelho de Amarante, com uma fatura média anual de 470,13 euros, seguindo-se Oliveira de Azeméis com 468,68 euros e Trofa com uma fatura anual de 467,25 euros. A compor o resto do top 5, surge Baião e Celorico de Basto com um preço médio anual no consumo da água de 453,32 euros e 451,10 euros, respetivamente.

Quanto ao consumo anual de 180 m3, é no Fundão que está localizada a fatura mais cara perfazendo, em média, os 751,64 euros. Em Oliveira de Azeméis e Santa Maria da Feira o preço médio anual é 684,10 euros e 682,82 euros, pela mesma ordem, ao passo que em Celorico de Basto a fatura média anual da água para estes consumos é de 451,10 euros, e na Covilhã o preço médio é de 666 euros.

A organização de defesa do consumidor conclui, desta forma, que se “mantém o fosso entre estruturas tarifárias com escalões distintos e diferentes custos unitários nos vários concelhos do país”, realidade que resulta em “valores muito díspares” e contribuem “para a falta de equidade das famílias portuguesas“.

Além do preço médio do consumo, também existem disparidades entre concelhos quando se analisa o preço de abastecimento de água. A título de exemplo, a organização detalha que nesta matéria a diferença entre dois concelhos atinge 205,55 euros para o mesmo consumo de 120 m3 anuais, e 341,04 euros para o consumo anual de 180 m3. “O intervalo de variação dos custos é cerca de 6 vezes entre concelhos com tarifário mais alto e mais baixo”, vinca a Deco Proteste.

No que toca ao serviço de saneamento, as diferenças, embora existentes, são comparativamente menos expressivas. Segundo a análise da Deco Proteste, o serviço de saneamento apresenta diferenças de 172 euros a 332,40 euros entre os concelhos com tarifários mais baixo e mais alto, respetivamente para consumos de 120 m3 e 180 m3. “Estes correspondem, respetivamente, a 14 vezes mais (para cenário de consumo de 120 m3) e 23 vezes mais (para consumo de 180 m3)“, detalha a organização de defesa do consumidor.

À Entidade Reguladora para o Setor da Água e Resíduos (ERSAR), a Deco Proteste pede “urgência no regulamento tarifário por via legislativa, assim como o urgente investimento na reabilitação de infraestruturas, que, caso não aconteça, agravará o já atual desperdício de 180 milhões de metros cúbicos de água por ano em Portugal”.

A defesa do consumidor considera ainda decisivo que a aplicação da tarifa social seja extensível e automática para as três componentes da fatura: abastecimento, saneamento e resíduos sólidos urbanos.

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Troca de acusações entre previdência e Ordem dos Advogados gera impasse na decisão da contribuição a pagar

Bastonária acusa a CPAS de não ser "uma alternativa para o futuro próximo da previdência da advocacia e da solicitadoria". Decisão sobre fator de correção das contribuições a pagar está num impasse.

A decisão relativamente ao fator de correção na contribuição à Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS) – que estabelece o valor mensal que um advogado tem de pagar a este sistema de previdência – está em banho maria depois da troca de acusações entre a presidência da CPAS e a bastonária da Ordem dos Advogados (OA), Fernanda de Almeida Pinheiro.

Em causa os comunicados emitidos por ambos – o da CPAS divulgado a 28 de dezembro e o da OA a 29 de dezembro – que revela a falta de entendimento relativamente à proposta deste fator de correção que tem de ser apresentado ao Governo, de forma a que fique estabelecido o valor a pagar por mês por parte dos beneficiários.

“Por iniciativa” da bastonária da Ordem dos Advogados “foi convocada uma reunião para o passado dia 14 de Dezembro” e “contra as normas legais estabelecidas, sem legitimidade para o efeito e sem a existência de qualquer estudo atuarial de suporte, os conselheiros indicados pela Ordem dos Advogados apresentaram na referida reunião do Conselho Geral da CPAS uma proposta de Factor de Correcção (FC), que foi aprovada com 10 votos a favor e 10 votos contra e o voto de qualidade da Presidente do Conselho”, começa por dizer um comunicado da direção da Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS).

A proposta em causa, diz ainda a nota, “não respeita o previsto na Lei, o que coloca em risco a possibilidade, para o ano de 2024, de existência de um fator de correção o que, como previamente alertámos, poderá ter um impacto significativo na subida do valor das contribuições dos Beneficiários para a sua Caixa. Dando um exemplo: sem Factor de Correcção, a contribuição do 5º escalão passará para 308,63 €.”.

Assim, “a Direcção da CPAS apresentou uma nova proposta ao Conselho Geral, que a Presidente recusou colocar à consideração e votação do Conselho”.

Victor Alves Coelho

A CPAS diz ainda que, com “este impasse”, não fica “claro” que o Governo possa fixar um Factor de Correcção o que, sendo o caso, “terá como consequência a subida generalizada da contribuição de cada Beneficiário – Advogado, Solicitador, Agente de Execução ou Beneficiário Extraordinário”.

No passado mês de dezembro, a Ordem dos Advogados (OA) aprovou uma proposta que estabelece o fator de correção de -13,5% anulando “praticamente qualquer aumento da contribuição prevista para o ano de 2024”. A proposta foi aprovada com 10 votos a favor e 10 votos contra, com voto de qualidade da bastonária da OA, Fernanda de Almeida Pinheiro, que desempatou.
“Caberá agora à direção da CPAS apresentar este fator de correção aos membros do Governo responsáveis pelas áreas da justiça e da segurança social, nos termos previstos no n.º 2 do Artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 116/2018, de 21 de dezembro”, referem.

No final do mês de novembro, a direção da CPAS apresentou uma proposta de fator de correção de -5%, o que implicaria um aumento da contribuição do quinto escalão (o que menos paga) em cerca de 25 euros. Ou seja, os advogados arriscam ter de pagar mais de 300 euros por mês.

Caso a vontade da CPAS fosse para a frente, significaria que o valor mínimo que um advogado vai pagar mensalmente à CPAS passa de 267,94 euros para 308 euros. A última atualização – feita em janeiro do ano passado – aumentou de 255,18 euros para quase 270 euros. Uma atualização resultante apenas da inflação e que foi ainda realizada no anterior mandato de Luís Menezes Leitão como bastonário dos advogados.

A resposta da Ordem dos Advogados

Em resposta ao comunicado do CPAS, a Ordem afirma que “em momento algum ‘a Presidente recusou colocar à consideração e votação do Conselho a votação’”, e explica: “Simplesmente, a proposta de -13,50% foi aprovada por maioria do CGCPAS, prejudicando, naturalmente, a votação da proposta seguinte, uma vez que ambas eram incompatíveis (facto que, de resto, foi reconhecido e aceite pelo próprio Presidente da Direção da CPAS, no final da reunião do Conselho Geral)”.

“É com enorme estupefação que recebemos o comunicado da Direcção da CPAS, informando que não irá propor ao Governo o FC de -13,5%, legitimamente aprovado no CGCPAS”, diz ainda a nota.

“Por fim, importa referir que, como é de conhecimento público, se encontra constituída uma comissão para avaliar e redefinir, a curto prazo, a previdência da Advocacia e Solicitadoria. Esta comissão representa o reconhecimento, por parte do poder político, de que os direitos sociais daquelas classes profissionais não podem continuar a ser negligenciados e precisam de uma solução urgente. Existem várias soluções em apreço, designadamente a própria integração da CPAS na Segurança Social”, pode ler-se na nota.

A Ordem dos Advogados (OA) diz ainda ser importante que a CPAS “pudesse dar um sinal de vitalidade e assumir-se como alternativa para o futuro próximo da previdência da Advocacia e da Solicitadoria. Esses sinais poderiam passar, designadamente, pela aplicação de um FC que anulasse a subida de contribuições pelo menos durante um ano, pela criação de novos benefícios para os seus contribuintes, ou até pela revisão da forma de cálculo das contribuições, aproximando-a do regime geral dos trabalhadores independentes”.

Fernanda de Almeida Pinheiro, bastonária da Ordem dos Advogados, em entrevista ao ECO/Advocatus - 17JAN23
Fernanda de Almeida Pinheiro, bastonária da Ordem dos Advogados, em entrevista ao ECO/AdvocatusHugo Amaral/ECO

“O próprio CGOA, em maio” recorda a OA, “apresentou à Direcção da CPAS uma proposta de alterações ao Regulamento daquela Caixa, no sentido de introduzir estas e outras medidas – proposta que até agora não mereceu nenhuma expressão de vontade em ser debatida, ou sequer um comentário por parte daquela Direção”.

Por outro lado, diz ainda a Ordem, “ a única solução que a Direcção da CPAS parece ter para o futuro da instituição e da previdência da Advocacia e da Solicitadoria é, todos os anos, aumentar brutalmente as contribuições, sem qualquer consideração pela capacidade contributiva dos seus contribuintes e sem qualquer vontade de criar reais benefícios previdenciais (não dependentes da avaliação de seguradoras que apenas têm fito comercial e não previdencial, como é óbvio)”.

“Perante este cenário, e com a recusa de apresentação do FC legitimamente aprovado, parece-nos que a CPAS assume definitivamente que não é uma alternativa para o futuro próximo da previdência da Advocacia e da Solicitadoria, e que os direitos sociais dos/as Advogados, Solicitadores/as e Agentes de Execução terão necessariamente de passar por outras soluções”, conclui.

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Validade do atestado multiuso para doentes oncológicos alargado para cinco anos a partir de amanhã

Objetivo é mitigar atrasos na obtenção de juntas médicas. Emissão fica a cargo do hospital onde o diagnóstico foi feito e é passado por um "médico especialista diferente" do que segue o doente.

É a partir desta sexta-feira que entra em vigor o regime transitório para a emissão dos atestados médicos de incapacidade multiuso para doentes oncológicos, que passa a ter uma validade de cinco anos, segundo consta no diploma publicado esta quinta-feira em Diário da República.

O diploma resulta de um projeto de lei do Livre e foi aprovado por unanimidade em outubro na Assembleia da República. De acordo com a lei n.º 1/2024, os doentes oncológicos recém-diagnosticados vão beneficiar “de um procedimento especial de emissão de atestado médico de incapacidade multiúso, com a atribuição automática de um grau de incapacidade mínimo de 60%, por um período de cinco anos, a contar da data do diagnóstico”.

A medida visa mitigar as dificuldades na obtenção de juntas médicas, que chegam a ultrapassar os dois anos. A emissão deste atestado passa ficar a cargo “do hospital onde o diagnóstico foi realizado”, sendo que tem de ser passada “um médico especialista diferente do médico que segue o doente”.

A nova lei, que entra em vigor na sexta-feira, estabelece ainda que caso tenha sido ultrapassado o período de cinco anos e em caso de necessidade de reavaliação, os doentes oncológicos “continuam a beneficiar do grau de incapacidade de 60% até à realização de nova avaliação”.

Este atestado pode ser usado como prova de incapacidade para efeito de benefícios sociais, económicos e fiscais, permitindo, por exemplo, a isenção de taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde (SNS) ou benefício em sede de IRS, imposto único de circulação, despesas de deslocação, comparticipação de próteses e outras ajudas técnicas, segundo consta no site da Entidade Reguladora da Saúde.

Por outro lado, o diploma estabelece ainda que para as pessoas com deficiência é prorrogada a validade dos atestados de incapacidade multiúso até à realização de uma nova avaliação, “desde que acompanhados de comprovativo de requerimento de junta médica de avaliação de incapacidade ou, quando aplicável, de junta médica de recurso para a correspondente reavaliação, com data anterior à data de validade”.

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Menezes Cordeiro cria rubrica. Primeiro tema escolhido foi o de mercados financeiros

Em “Notas a Direito”, o professor A. Barreto Menezes Cordeiro analisa o regime dos intermediários financeiros ao longo do mês de janeiro no site da Menezes Cordeiro.

Em “Notas a Direito”, António Barreto Menezes Cordeiro analisa o regime dos intermediários financeiros ao longo do mês de janeiro no site da Menezes Cordeiro.

O professor e jurisconsulto António Barreto Menezes Cordeiro analisa, durante este mês de janeiro, o regime jurídico dos intermediários financeiros numa rubrica criada no site da sociedade Menezes Cordeiro – que vai contar todos os meses com a análise de um dos seus jurisconsultos a temas jurídicos relevantes na área jurídica.

Menezes Cordeiro em entrevista ao ECO/Advocatus - 18SET23
Menezes Cordeiro em entrevista ao ECO/AdvocatusHugo Amaral/ECO

 

“Os escândalos bancários que abalaram o setor financeiro nacional entre 2008 e 2014 – BPN, BPP e BES – e, por arrasto, a sociedade portuguesa, tornaram evidente que os fracassos dos intermediários financeiros no cumprimento dos seus deveres dificilmente podem ser sustidos sem perdas económicas coletivas substanciais”, explica Menezes Cordeiro. “Os intermediários financeiros assumem-se como efetivos guardiões – em sentido não técnico – do correto funcionamento dos mercados financeiros”, acrescenta.

Todos os meses esta nova rubrica “Notas a Direito” será assumida por um dos jurisconsultos da Menezes Cordeiro. Além de A. Barreto Menezes Cordeiro, integram a sociedade António Menezes Cordeiro, Nuno Andrade Pissarra e Carlos Lacerda Barata.

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Taxas Euribor regressam às quedas e continuam abaixo de 4% em todos os prazos

  • Lusa
  • 4 Janeiro 2024

As taxas que servem de indexante ao crédito à habitação continuam a negociar abaixo da fasquia de 4%.

As taxas Euribor, o principal indexante dos créditos à habitação em Portugal, regressaram às quedas a três, seis e 12 meses, depois das subidas na última sessão, permanecendo abaixo de 4% em todas as maturidades.

  • A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 28 de novembro, desceu para 3,545%, menos 0,001 pontos do que na quarta-feira, depois de ter subido em 29 de setembro para 4,228%, um novo máximo desde novembro de 2008.
  • No prazo de seis meses, a taxa Euribor também recuou para 3,873%, menos 0,009 pontos que na sessão anterior e contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,143%, registado em 18 de outubro.
  • A Euribor a três meses recuou para 3,922%, face aos 3,929% registados na véspera e depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um novo máximo desde novembro de 2008. Este indexante ficou acima da taxa a seis meses (3,873%).

Segundo dados do BdP referentes a outubro de 2023, a Euribor a 12 meses representava 37,8% do ‘stock’ de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 35,9% e 23,6%, respetivamente.

A média da Euribor em dezembro desceu 0,037 pontos para 3,935% a três meses (contra 3,972% em novembro), 0,138 pontos para 3,927% a seis meses (contra 4,065%) e 0,343 pontos para 3,679% a 12 meses (contra 4,022%).

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o BCE ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, em 14 de dezembro, o BCE manteve as taxas de juro de referência pela segunda vez (consecutiva) desde 21 de julho de 2022.

A próxima reunião de política monetária do BCE, que será a primeira deste ano, realiza-se em 25 de janeiro.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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