Joaquim Chaves Saúde despede 92 trabalhadores. “É uma decisão ponderada, mas inevitável”

Nos últimos anos, a empresa tinha aumentado as equipas, que agora se "revelam sobredimensionadas". Joaquim Chaves Saúde decidiu avançar com despedimentos para reduzir custos da operação.

A Joaquim Chaves Saúde decidiu despedir 92 trabalhadores de modo a reduzir os custos da operação e, assim, manter a sustentabilidade de negócio. A empresa fala numa “decisão muito ponderada”, mas “necessária e inevitável”, face ao atual contexto.

“Para garantir a sustentabilidade da empresa e a manutenção dos mais de 3.000 colaboradores, é fundamental uma racionalização dos processos produtivos, quer com base nos investimentos tecnológicos entretanto implementados, quer nos próprios procedimentos internos, que, de entre outras medidas, visam a redução de custos. A última [medida] a ser introduzida afetará cerca de 92 postos de trabalho. Foi uma decisão muito ponderada, tendo sido o último dos recursos, mas necessária e inevitável“, sublinha a Joaquim Chaves Saúde, numa nota enviada ao ECO.

A empresa garante que todos os trabalhadores já foram informados, cumprindo-se os “princípios de transparência e seriedade” e seguindo-se agora “os trâmites legais dentro da normalidade”.

“A Joaquim Chaves Saúde rege-se por um rigoroso código de conduta, onde a proteção dos colaboradores é um dos pilares fundamentais da gestão. Nesse sentido, durante este período difícil, todos os colaboradores abrangidos serão tratados com humanidade, respeito e justiça e a Joaquim Chaves Saúde está empenhada em apoiar o seu regresso ao mercado de trabalho”, assegura a empresa.

Na nota partilhada com o ECO, a Joaquim Chaves Saúde lembra ainda que, nos últimos anos, apostou “fortemente” nas equipas, infraestruturas e equipamentos, “numa perspetiva de crescimento de atividade que, dado o contexto atual do mercado, revelam-se sobredimensionadas, criando constrangimentos que agora se tornam indispensáveis resolver”.

Em concreto, o disparo da inflação, a escalada dos juros e o “aumento expressivo dos salários” tiveram um impacto significativo nos custos de operação da empresa familiar, fundada há 64 anos.

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António Terra da Motta integra equipa da PRA – Raposo, Sá Miranda & Associados

António Terra da Motta é o novo reforço da PRA. O advogado transita do Banco Santander Totta onde era diretor executivo.

A PRA – Raposo, Sá Miranda & Associados reforçou a sua equipa com a integração de António Terra da Motta. O advogado transita do Banco Santander Totta onde era diretor executivo.

Advogado em profissão liberal desde 1986, António Terra da Motta exerce vários cargos institucionais e corporativos de que se destaca o de administrador da Fundação Santander. No último ano foi o provedor do cliente do Banco Santander, onde exerceu desde 2000 diferentes funções, com destaque para secretário da sociedade e diretor coordenador de assessoria jurídica. Destacam-se também os cargos de diretor dos Serviços Jurídicos e do Contencioso na ANA Aeroportos e Navegação Aérea e de Consultor Jurídico na ANAM – Aeroportos e Navegação Aérea da Madeira e na ADA, LDA – Administração de Aeroportos. Foi ainda secretário-geral da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal.

Para o escritório de advogados, esta é uma contratação de “relevo”, destacando os “notórios valores, ética e visão” de António Terra da Motta que “vão ao encontro de tudo o que temos vindo a defender na nossa sociedade”, dizem.

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“Estamos a assistir ao partir da espinha das redações” da Global Media, denuncia Domingos de Andrade

“A destruição de valor tem sido tão grande, tão grave e tão gritante, que não consigo sequer vislumbrar o que pode acontecer”, sinaliza o até setembro administrador do GMG e diretor da TSF.

“O que está a acontecer com aquelas redações é de uma gravidade que nunca julguei possível assistir em democracia. Não estamos apenas a assistir ao fim de marcas. Estamos a assistir à destruição reputacional de marcas e redações. E estamos a assistir [a isso], partindo a espinha dessas redações. E partir a espinha pela fome. Não estou a exagerar.”

É desta forma que Domingos de Andrade, até setembro administrador do Global Media Group e diretor da TSF, descreve a situação que está a ser vivida no grupo em que só esta quinta-feira, segundo avançou, foram pagos os subsídios de alimentação do último mês. Os ordenados e subsídio de Natal, recorde-se, ainda não foram pagos.

Ouvido na manhã desta quinta-feira na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, no âmbito do requerimento do Bloco de Esquerda, Domingos de Andrade recordou a situação financeira do grupo nos últimos anos, a forma como o se deu a entrada do World Opportunity Fund (WOF) na Global Media e também a forma como foi afastado da administração e da direção da TSF.

Se esta administração tem condições para garantir a sustentabilidade do grupo? Está provada a capacidade que tem. Mas, se alguém tem que atuar, são os acionistas. Os acionistas não podem estar confortáveis com o que está a acontecer”, sintetiza Domingos de Andrade, que foi afastado logo em setembro, altura em que entrou em funções a nova comissão executiva.

A única reunião que tive foi com Paulo Lima de Carvalho e Felipe Nascimento, no dia 7 de setembro, na qual foi dito que me queriam afastar da TSF e encontrar uma solução de regresso a casa, ao JN”, conta, acrescentando que os motivos do afastamento não lhe foram avançados.

Com José Paulo Fafe, CEO do grupo, Domingos de Andrade afirma que só se cruzou duas vezes, na TSF Lisboa e na TSF Porto, e que não há relação. “Não sei se há um ‘ódio de estimação’”, diz, mas recua à altura do relançamento do Tal & Qual. “O conhecimento que tenho de José Paulo Fafe é que, quando quis ficar com o Tal & Qual, fui alertado pelos serviços jurídicos de que tinha uma dívida de 150 mil euros ao grupo, desde 2009. E entendi que não podíamos ceder gratuitamente uma marca a alguém que deve 150 mil euros ao grupo”.

Entretanto, segundo conta, houve um acordo entre advogados e a dívida terá sido perdoada em parte muito substancial, passando para 20 mil euros. José Paulo Fafe “ficou de pagar essa dívida e até junho teria liquidado cerca de 400 euros, pagando também cerca de 800 euros pela cedência do título”.

Da entrada do WOF no grupo, Domingos de Andrade explica ter tido conhecimento em maio, quando Marco Galinha, então CEO, lhe deu conta da entrada de um novo administrador, Paulo Lima de Carvalho, já indicado pelo fundo com o qual “as negociações estariam em bom andamento”.

O novo administrador, diz Domingos de Andrade, tinha ligações a Luís Bernardo – da WL Partners – e, citando a revista Sábado, o ex-diretor da TSF refere o cruzamento de interesses entre uma empresa do novo administrador e a agência de Luís Bernardo nos concursos de assessoria para as câmaras municipais. WL Partners que por sua vez, acrescentou perante os deputados, terá inclusivamente, no início em 2021, chegado a apresentar uma proposta para ficar com as parcerias – sobretudo conferências – entre o GMG e as câmaras municipais.

Paulo Lima de Carvalho terá acabado por assumir a gestão de praticamente todas as áreas, menos a editorial. “Se existiram pressões? Claro que sim”, diz, dando como exemplo um episódio em que o novo administrador tenta perceber quem aprovou a publicação de uma determinada notícia.

Hoje, a intromissão terá assumido outros contornos. “Há intromissão da administração no espaço de opinião da TSF. A maior parte da opinião na TSF não era remunerada, nem os programas, salvo raríssimas exceções”, acusa, remetendo para o fim dos espaços de opinião. “Se há intromissão clara da administração num órgão de comunicação social, é preciso que as autoridades competentes atuem a esse nível. E com maior celeridade do que têm demonstrado nos últimos meses”, salienta.

Quanto às contas do grupo, e em particular da TSF, o ex-diretor diz que 2021 foi o melhor ano da rádio, que apresentou pela primeira vez na sua história um EBITDA positivo e os resultados líquidos, embora negativos, foram pequenos.

“Tudo o que aconteceu entre 2020 e 2023 foi uma tentativa de corte de custos, que passava em primeiro lugar pelos custos que entendemos que eram gorduras, como por exemplo o número de diminuição no número de pisos nas Torres de Lisboa”, recorda.

No caso da TSF, os cortes foram ao nível da saída de pessoas – que Domingos de Andrade diz terem deixado o grupo por vontade própria -, nos custos com opinião e programas e com alterações nos custos de manutenção de rede de emissores, que permitiu a poupança de 1,2 milhões de euros. Os custos de estrutura, por seu turno, são imputados às diferentes marcas em função das suas receitas. “O grupo carrega muitas das marcas em termos do que aportam de receita para o grupo, e levam os custos de estrutura em função das receitas”, acrescenta.

De acordo com Domingos de Andrade o grupo fechou o primeiro semestre de 2023 com um EBITDA de 430 mil euros.

Quanto ao aumento de salários, cujo não cumprimento levou à greve da TSF em outubro, e que de acordo com José Paulo Fafe terão sido prometidos sem que existissem condições para os viabilizar, Domingos de Andrade garante que foram aprovados em reunião da comissão executiva, na altura presidida por Marco Galinha, em fevereiro. “Foram aprovados até por uma comissão executiva mais alargada, também por José Pedro Soeiro”, outro dos acionistas, concretiza.

Aprovou-se primeiro um aumento do subsídio de alimentação e estava previsto o aumento salarial escalonado, o que parou quando entrou o novo administrador, que pediu para aguentar os aumentos até setembro”, recorda. Ou seja, sabe-se agora “que era quando entraria a nova equipa de gestão”.

As pessoas sabiam das reais dificuldades do grupo. Por mim. E não era para os ameaçar ou amedrontar, como é prática nas comissões executivas“, frisa em resposta aos deputados.

Domingos de Andrade também diz ser difícil o fundo que controla a GMG não ter conhecimento “das reais condições” do grupo. “Ou não fizeram a due diligence bem feita ou não olharam para ela, o que é mais grave ainda”.

“Foram contratadas mais de três dezenas de pessoas que entraram agora, os custos foram carregados em 1,2 milhões por ano. O que se sabe é que o grupo perdeu nestes últimos meses 2,4 milhões em receitas comerciais, o que é muito exemplificativo dos danos reputacionais que as marcas estão a sofrer”, foi afirmando.

“A destruição de valor tem sido tão grande, tão grave e tão gritante, que não consigo sequer vislumbrar o que pode acontecer daqui para a frente”, sinaliza, frisando que em causa não está “a mercearia ali da esquina”, mas títulos como a TSF, o Jornal de Notícias, Diário de Notícias ou Açoriano Oriental. São “marcas fundamentais e estruturantes para a democracia”, diz, salientando que “há um cardápio de entidades e ferramentas para regular a atividade dos media” e que o que está a acontecer no grupo terá um impacto que o extravasa.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h54)

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Propinas, despedimentos e retenção de IRS. Ouça o podcast “Ao trabalho!”

O podcast "Ao trabalho!" leva até si, todas as quintas-feiras, tudo o que precisa saber sobre o que está a fazer mexer o mercado de trabalho nessa semana.

O que está a fazer mexer o mercado de trabalho? Todas as quintas-feiras, o podcast “Ao trabalho” conta-lhe tudo o que precisa saber. Esta semana falamos sobre o prémio salarial através do qual o Governo vai devolver as propinas, sobre a evolução do despedimentos coletivos, sobre o aumento das empresas que garantem formação contínua aos trabalhadores e ainda sobre as novas tabelas de retenção na fonte de IRS.

Ouça o episódio no leitor abaixo ou aqui.

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Começamos pelo chamado prémio salarial de valorização da qualificação. O Governo anunciou-o como forma de devolver propinas e fixar jovens. Mas os estrangeiros que trabalhem cá e não tenham estudado em Portugal também têm direito.

Quanto aos despedimentos coletivos, o total registado até novembro já ultrapassa o registado em todo o ano de 2022 e 2021. Nos 11 meses de 2023 analisados, outubro e novembro foram os que registaram maior número de processos, com 49 e 50, respetivamente.

Dos despedimentos para a formação, cerca de 17% das empresas deram ações aos seus trabalhadores. As atividades de formação foram asseguradas principalmente no horário laboral e com o empregador como formador. O custo médio subiu para 394 euros.

Por fim, os impostos. Os trabalhadores dependentes e os pensionistas com salários e reformas até 820 euros vão ficar isentos de retenção na fonte de IRS durante este ano. Isto porque as tabelas que vigoram a partir deste mês contemplam uma subida do patamar mínimo a partir do qual têm de ser feitos descontos mensais, de 762 euros para 820 euros.

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Portugal paga cerca de 3% por financiamento de quatro mil milhões a dez anos

República obteve um financiamento de quatro mil milhões de euros em Obrigações do Tesouro a dez anos, pelo qual pagará uma taxa de juro a rondar os 3%. Procura superou 5 vezes a oferta.

Portugal obteve esta quinta-feira quatro mil milhões de euros através da nova linha de referência de Obrigações do Tesouro a dez anos. Por este financiamento vai pagar uma taxa de juro a rondar os 3%, de acordo com o site de informação financeira IFR.

A procura nesta emissão de dívida sindicada atingiu os 19,4 mil milhões de euros, incluindo 1,25 mil milhões de euros dos bancos que organizaram a operação, ou seja, os livros da operação registaram ordens de compra quase cinco vezes acima do que o montante em oferta.

A emissão — a primeira operação de financiamento do ano — arrancou com um prémio de risco de 41 pontos base, mas baixou para 40 pontos base, à qual se soma a taxa de midswap do euro a dez anos (o mesmo prazo das obrigações a serem emitidas), que se encontra atualmente nos 2,55% (255 pontos base).

Assim sendo, a taxa de juro deverá rondar os 2,95%. A nova linha terá a maturidade em outubro de 2034. Todos os detalhes desta operação, incluindo da taxa de juro final e o perfil dos investidores, vão ser revelados ainda esta quinta-feira pelo IGCP.

“A descida das taxas de juro que assistimos nas últimas semanas permitiram que a emissão de fosse colocada com uma yield mais baixa”, refere Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa. No último leilão de obrigações a 9 anos, realizado em setembro, o IGCP pagou uma taxa de quase 3,4%.

Portugal costuma arrancar o plano de financiamento do Estado com uma emissão sindicada. Para organizar esta operação, o IGCP contratou os bancos BNP Paribas, Caixa BI, Citi, Credit Agricole CIB, JP Morgan e Santander.

De acordo com o plano de financiamento do Estado para 2024, a agência que gere a dívida pública conta emitir quase 14 mil milhões de euros em Obrigações do Tesouro ao longo deste ano.

Esta terça-feira o Ministério das Finanças deu autorização ao IGCP para ir ao mercado no sentido de começar a executar o plano para suprir as necessidades financiamento do Estado.

(Notícia atualizada às 14h55 com comentário de Filipe Silva, do Banco Carregosa)

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Marcelo promulga simplex do urbanismo e revisão do sistema de avaliação na Função Pública

Chefe de Estado promulgou diploma relativo à reforma e simplificação dos licenciamentos no âmbito do urbanismo, considerando que foram reduzidas "significativamente as questões mais controversas".

O Presidente da República promulgou esta quinta-feira o diploma relativo à reforma e simplificação dos licenciamentos no âmbito do urbanismo, que faz parte do pacote Mais Habitação e que aguardava “luz verde” há cerca de dois meses.

A decisão de Marcelo, anunciada numa nota publicada no site da Presidência, acontece depois de o Governo ter “[submetido] uma nova versão que reduz significativamente as questões mais controversas do diploma, que ficaram agora limitadas a simplificações com repercussão direta na promoção de Mais Habitação, matéria de grande prioridade”.

O diploma consta do Pacote Mais Habitação — que foi vetado pelo Chefe de Estado com duras críticas, mas que foi reconfirmado pela maioria socialista sem alterações –, e foi aprovado em Conselho de Ministros em outubro. O documento mereceu reparos de vários quadrantes, desde a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) que apontou que estava em causa “a autonomia constitucional dos municípios” a urbanistas, arquitetos e engenheiros que consideraram que havia excessos na proposta do Executivo.

Com este diploma, o Governo propõe eliminar licenças, autorizações, atos e procedimentos “dispensáveis ou redundantes” em matéria de urbanismo, ordenamento do território e indústria, deixando a porta aberta para futuramente adotar medidas também para os setores da agricultura e do comércio, serviços e turismo.

Marcelo dá “luz verde” à revisão do SIADAP, mas aponta “reservas”

Por outro lado, o Presidente da República promulgou ainda o diploma que procede à revisão do sistema integrado de gestão e avaliação do desempenho (SIADAP) na Administração Pública. Fê-lo, advertiu, “apesar de várias reservas de enquadramento sistemático, de conteúdo e de formulação, atendendo a alguns passos, mesmo se limitados, constantes do presente diploma”.

O acordo de valorização dos trabalhadores da Administração Pública sobre a revisão do sistema de avaliação foi assinado a 27 de novembro entre o Governo, a Federação dos Sindicatos da Administração Pública (Fesap) e o Sindicato dos Quadros técnicos do Estado (STE). A Frente Comum voltou a ficar de fora.

O Governo estima gastar 98 milhões de euros em 2025 com a revisão do sistema de avaliação (SIADAP) da Função Pública que vai permitir que mais trabalhadores (60% em vez de 25%) progridam na carreira e com menos pontos (oito em vez de 10).

A partir de 2026, quando o novo sistema integrado de gestão e avaliação do desempenho na Administração Pública (SIADAP) for totalmente implementado, abrangendo também os serviços e dirigentes e não apenas os trabalhadores, a despesa global irá ascender a 150 milhões de euros por ano, segundo as contas do Governo.

Num esforço de aproximação às reivindicações dos sindicatos, a tutela decidiu assim antecipar para 2025, ou seja, em um ano, a produção de efeitos da revisão do SIADAP, que, inicialmente, estava previsto ter impacto em 2026.

“Este processo foi muito dialogado e foi possível, nesta fase, chegarmos a uma proposta final em que o atual ciclo avaliativo 2023/2024 já terá os efeitos do novo regime de avaliação que vai permitir acelerar as progressões”, afirmou em novembro a secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires, em novembro, no fecho das negociações com os sindicatos.

As quotas de trabalhadores que podem ter notas mais altas vão ser alargadas no processo avaliativo em curso em vez de apenas serem aplicadas em 2025. Neste momento, apenas 25% dos trabalhadores podem ter ‘bom’ e ‘excelente’, ou seja, mais do que um ponto. Com o novo sistema, esse rácio aumenta para 60%.

Os 60% de funcionários públicos, abrangidos pelo SIADAP, o que corresponde a cerca de 286 mil que vão progredir mais rápido, incluem os 30% que podem ter ‘bom’, que dá 1,5 pontos, e 30% elegíveis para ‘muito bom’, que atribui dois pontos. A percentagem de funcionários elegíveis para ‘excelente’ (três pontos) passa de 5% para 10% do universo dos 30% que podem ter ‘muito bom’.

Como resultado destas alterações, a secretária de Estado antecipa que “muitos mais trabalhadores vão conseguir progredir na carreira”. “Por exemplo, com o atual SIADAP apenas 5% dos assistentes operacionais chegavam ao topo da carreira, com esta proposta 60% desses trabalhadores vão poder chegar à última posição. No caso dos assistentes técnicos, 5% conseguiam atingir a última posição e agora 31% destes trabalhadores vão conseguir chegar ao topo”, detalhou Inês Ramires.

Na carreira de técnico superior, a situação é mais dramática, porque nenhum trabalhador consegue chegar ao topo da carreira. Mas, com o novo SIADAP, “30% poderão atingir as últimas posições remuneratórias”, indicou a governante.

De salientar que o SIADAP não abrange professores, militares (incluindo GNR), magistrados e oficiais de justiça.

Trabalhadores dos serviços excelentes progridem mais rápido a partir de 2026

Relativamente à avaliação dos serviços e dirigentes, o novo SIADAP só avança em 2025, quando o ciclo avaliativo passar de bianual para anual, com produção de efeitos em 2026.
Assim, daqui por três anos, 20% dos serviços dos ministérios que podem ser considerados excelentes terão quotas mais alargadas para progressão dos seus trabalhadores. Deste modo, 50% vão poder receber a menção de ‘muito bom’, que dá dois pontos, enquanto no regime normal apenas 30% são elegíveis para essa nota.

E o rácio de ‘excelentes’ sobe de 10% para 15% dos ‘muito bons’. Já para a avaliação de ‘bom’, que atribui 1,5 pontos, e que está limitada a 30% de trabalhadores, deixa de haver quota assim como para a nota de regular, que dá um ponto, e que, no regime normal, tem um rácio de 40%.

Quanto à avaliação dos dirigentes, o Governo vai aumentar os prémios para os chefes de topo da Função Pública com nota máxima, que integrem 20% dos serviços considerados excelentes, em cerca de mil euros, de três mil para quatro mil euros.

(Notícia atualizada às 10h21)

 

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Alexandre Fonseca deixa Grupo Altice na sequência da Operação Picoas

Ex-líder da Altice Portugal e Grupo Altice firmaram um acordo para a saída definitiva do gestor dos quadros da empresa. "Seguir-se-á uma nova fase com novos desafios", escreveu nas redes sociais.

Alexandre Fonseca anunciou esta quinta-feira que chegou a “um acordo” com o Grupo Altice que concretiza a sua saída definitiva da empresa. O ex-CEO da Altice Portugal ocupou até meados do ano passado o cargo de co-CEO da multinacional, tendo suspendido o mandato em julho, na sequência da buscas da Operação Picoas.

“Venho comunicar que eu e o Grupo Altice concretizámos um acordo que põe termo a uma relação de mais de uma década, na qual coloquei toda a minha entrega e dedicação e a quem prestei profunda colaboração. Seguir-se-á uma nova fase com novos desafios”, escreveu o gestor nas redes sociais, numa publicação acompanhada de uma imagem com a inscrição “decida onde quer chegar e não pare até conseguir”.

A empresa também já confirmou a saída de Alexandre Fonseca dos respetivos quadros: “A Altice Portugal confirma que o Grupo Altice chegou a acordo com Alexandre Fonseca, cessando o vínculo laboral que mantinha, bem como todas as funções executivas e não executivas que desempenhava.”

Em julho, dias depois das buscas em Portugal a altas personalidades da empresa, que conduziram à detenção para interrogatório do cofundador da Altice Armando Pereira, Fonseca anunciou a suspensão das suas funções executivas e não-executivas na empresa, incluindo no mercado português. Segundo informou na altura a Altice Portugal, a decisão visava “proteger os interesses do grupo”.

Veio a público nessa altura que a casa de Alexandre Fonseca também tinha sido palco de diligências das autoridades. Mas o gestor não foi constituído arguido. Nem à data nem agora, segundo sabe o ECO.

A Operação Picoas investiga como uma teia de fornecedores da Altice terá lesado o grupo e o Estado em milhões de euros em vários negócios, incluindo imobiliários. Mas o despacho de indiciação do Ministério Público, a que o ECO teve acesso, também refere que Fonseca recebeu “vantagens indevidas” de Hernâni Vaz Antunes, parceiro de negócios de Armando Pereira e outro dos principais visados nesta investigação.

Ademais, o Ministério Público acredita que o Vaz Antunes, próximo da Altice, adquiriu, “em combinação” com Fonseca, em janeiro de 2019, uma moradia em Barcarena por um milhão de euros, vendendo-a a este último pelo “preço declarado” de 1,05 milhões. No entanto, Fonseca “pagou apenas uma parte” desse preço para ficar com o imóvel, segundo o referido despacho.

(Notícia atualizada pela última vez às 10h25)

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Contratos a termo incerto dispararam 165% em 12 anos

  • ECO
  • 4 Janeiro 2024

No espaço de 12 anos, os contratos a termo incerto mais do que duplicaram. Por outro lado, o peso dos contratos a termo certo recuou, enquanto subiu o peso dos contratos sem termo.

No espaço de 12 anos, os contratos a termo incerto mais do que duplicaram, tendo aumentado 165%, para 289 mil em 2022, de acordo com os dados do Quadros de Pessoal consultados pelo Jornal de Negócios (acesso pago).

Contas feitas, estes contratos representam quase um décimo do total (num universo de 3,1 milhões) e contribuíram para uma taxa de precariedade de 31% no setor privado. Por outro lado, recuou o peso dos contratos a termo certo, enquanto subiu o peso dos contratos sem termo.

Ainda segundo os mesmos dados, em 2022, os contratos não permanentes (a termo certo e incerto) abrangiam 976 mil pessoas, isto é, 31% do total. Estes dados ficam abaixo do máximo registado nos quatro anos anteriores — quando atingiram os 36%, mas acima dos 24% registados em 2010.

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Mais de 2,2 milhões de pessoas vacinadas contra a gripe até ao final de 2023

  • Lusa
  • 4 Janeiro 2024

Relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS) mostra que desde o início da campanha de vacinação, 2.287.820 pessoas receberam a vacina contra a gripe e 1.811.252 o reforço sazonal contra a Covid-19.

Mais de 2,2 milhões de pessoas foram vacinadas contra a gripe desde o arranque da campanha de vacinação até ao final do ano, segundo o último relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS).

O boletim da DGS, que se refere ao período entre 29 de setembro e 31 de dezembro de 2023, indica que, desde o início da campanha de vacinação, 2.287.820 pessoas receberam a vacina contra a gripe e 1.811.252 o reforço sazonal contra a Covid-19.

Das vacinas administradas contra a gripe, a maior parte (1.618.319) foi dada nas farmácias, enquanto em instalações do Serviço Nacional de Saúde foram dadas 669.068.

Já quanto ao reforço sazonal contra a Covid-19, a maior parte das vacinas (1.264.290) também foram administradas nas farmácias, que este ano participaram pela primeira vez nesta vacinação. Os serviços do SNS vacinaram 546.696 pessoas.

Quanto ao número de vacinas por grupo etário, o boletim publicado semanalmente pela DGS, em articulação com a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS), indicam que a maior cobertura vacinal (75,96%) surge na vacina da gripe nas pessoas com 80 anos ou mais. Nesta faixa etária, a cobertura para o reforço sazonal contra a Covid-19 é de 63,72%.

No total de pessoas com 60 anos ou mais, a cobertura vacinal contra a gripe não chega aos 63% e a relativa à covid-19 é de 52,77%.

O boletim indica ainda que, até final do ano, tinham sido vacinados contra a gripe 151.004 residentes em lares e na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) e 38.087 destas estruturas. Relativamente ao reforço sazonal contra a Covid-19, foi administrado a 136.088 residentes em lares e na RNCCI e 26.756 profissionais que ali trabalham.

Já quanto aos profissionais de saúde, foram vacinados até final do ano mais de 60 mil contra a gripe, enquanto 49.780 receberam o reforço sazonal contra a covid-19.

A campanha de vacinação da gripe decorre em simultâneo com a da Covid-19 e dirige-se a maiores de 60 anos, doentes crónicos, grávidas, profissionais de saúde e os profissionais que trabalhem em lares de idosos.

No final do ano, a propósito dos dados da mortalidade divulgados no site do Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO), os médicos de saúde pública admitiram que o frio e as infeções respiratórias podiam ter tido um papel importante no aumento da mortalidade registado na última semana de dezembro e chamaram a atenção para a cobertura vacinal da gripe, que consideram abaixo do desejável.

Na altura, em declarações à Lusa, o presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública (ANMSP), Gustavo Tato Borges, lembrou a fragilidade da saúde da população, “idosa e com várias morbilidades”, destacando a mortalidade em excesso acima dos 70 anos.

Sobre a cobertura vacinal da gripe, disse estar “abaixo do ideal”, podendo não ser suficiente para proteger a população. “Precisávamos que houvesse mais adesão à vacina da gripe”, considerou.

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Um mês depois, rede Unir continua sem convencer miúdos e graúdos na região do Porto

  • Lusa
  • 4 Janeiro 2024

Tanto estudantes como adultos e idosos, utilizadores diários do transporte público, não se mostram convencidos com o novo serviço. Autarcas nortenhos pedem empresa metropolitana para gerir rede Unir.

Um mês depois da entrada ao serviço da Unir, a nova rede de autocarros da Área Metropolitana do Porto (AMP), tanto estudantes como adultos e idosos, utilizadores diários do transporte público, não se mostram convencidos com o novo serviço.

No novíssimo e moderno Interface de Transportes de Lourosa/Fiães, em Santa Maria da Feira (distrito de Aveiro), junto à Estrada Nacional 1 (EN1), a jovem Maria Magalhães, de 15 anos, reconhece que, face a dezembro, “algumas coisas melhoraram, outras pioraram, porque a hora dos autocarros às vezes atrasa”.

“Isso aí é o que me chateia mais”, desabafa à agência Lusa a estudante de Lourosa, à espera do autocarro para a escola, em Fiães, também no concelho da Feira. Segundo a utilizadora dos autocarros da Unir, também à saída da escola “a hora era diferente, só que depois, com os horários da saída [das aulas], tiveram que adaptar” as carreiras.

A primeira semana de janeiro marca a entrada em vigor de novos horários da rede Unir, entretanto anunciados nos lotes 1 (Matosinhos, Maia e Trofa) e 4 (Gaia e Espinho), mais adaptados à realidade escolar dos estudantes da AMP.

Porém, ainda no mesmo interface, Gonçalo Reis, de 17 anos, residente em Lobão e à espera do autocarro para Argoncilhe, também na Feira, foi a prova viva de uma experiência falhada. “Primeiro, o meu autocarro devia chegar aqui às 07:27, para apanhar às 07:30, e atrasou-se, como sempre. Depois, tenho supostamente outro autocarro às 08:00, são 08:10 e ainda estou aqui à espera”, contou o estudante à Lusa.

Questionado sobre se notou algumas evoluções na rede, Gonçalo disse que as coisas “estão basicamente iguais” e, “a única coisa que mudou, foram os horários para sair da escola”, e para pior. “Antes o autocarro saía de lá [escola] às 16:00, e dava tempo para sair das aulas para apanhar o autocarro, e agora temos de perder um autocarro”, partilhou.

Enquanto outros colegas estudantes conseguiram apanhar o autocarro para as respetivas escolas, Gonçalo e dois amigos ficaram apeados no terminal mais algum tempo, altura em que a Lusa percorreu a EN1 até aos Carvalhos, em Vila Nova de Gaia (distrito do Porto).

Se há um mês, no mesmo local, a situação se demonstrou caótica, esta semana o trânsito continua igual e a contestação dos utentes também não diminuiu de tom, apesar de já se verem nas ruas mais autocarros com pinturas da rede Unir e com informação mais percetível.

“Para mim, está na mesma confuso. Há horários que não se cumprem. Num dia passa realmente o autocarro às 12:00, por exemplo, e eu vou para a paragem. No outro dia é capaz de não passar”, queixou-se à Lusa Maria José, de 67 anos, que queria ir para o centro de Gaia.

A utilizadora queixa-se que uma das principais promessas da nova rede, a afixação de horários nas paragens, continua por cumprir: “são essas indicações que nos permitem facilitar a deslocação”.

Quanto à frequência de passagem do transporte público, reconhece que têm passado mais, “mas é em determinadas zonas, há outras zonas em que não”. “Eu, por exemplo, na zona em que vivo, às vezes tenho necessidade, num fim de semana, de me deslocar. Não tenho transporte próprio, e não há um autocarro, um único autocarro. Nós continuamos, de certa forma, um bocadinho isolados”, lamentou.

Já José Oliveira Castro, de 65 anos, desloca-se diariamente dentro de Vila Nova de Gaia, entre Olival e a Rechousa, e precisa de apanhar dois autocarros, motivo pelo qual está nos Carvalhos, ponto de confluência das muitas linhas do concelho.

“Venho de Olival [no autocarro] que vai ali para o ponto de encontro, para os bombeiros [‘interface’ dos Carvalhos]. Agora não sei a que horas vem o outro. Vinha para a Rechousa, para trabalhar. Estou aqui há mais de uma hora”, queixa-se à Lusa. Questionado sobre se o seu patrão percebe os motivos da sua demora, José garante que “ele sabe, compreende e está a par disto”, mesmo que todos os dias tenha de “perder horas”.

Maria Manuela, também de 65 anos, lembra ainda que “à noite também é complicado para vir para os Carvalhos”, queixando-se ainda que o suposto interface na zona “não está a funcionar”. “Nós queremos carro e não temos. A fila está toda aqui. Está péssimo”, contestou.

A rede Unir começou a operar em toda a AMP no feriado de 1 de dezembro, tendo o seu primeiro ‘teste de fogo’ na segunda-feira seguinte, 04 de dezembro. A nova rede de 439 linhas e nova imagem substituiu os cerca de 30 antigos operadores privados rodoviários na AMP, e o primeiro mês de operação foi alvo de muitas críticas em toda a região.

O presidente da AMP, Eduardo Vítor Rodrigues, já admitiu à Lusa que o arranque “em pleno” da Unir deveria acontecer apenas no início deste ano, para depois “conseguir atingir patamares de excelência”.

Autarcas pedem empresa metropolitana para gerir rede Unir

Quatro autarcas da Área Metropolitana do Porto ouvidos pela Lusa assinalaram melhorias nos autocarros Unir após um mês de funcionamento do serviço, mas pediram avanços na constituição da empresa metropolitana de transportes, para gerir a rede.

“O que nós pretendemos é um serviço de topo, um serviço de grande qualidade, e isso ainda não está a acontecer. Mas vai acontecer muito brevemente, e as melhorias são muito claras. Sinceramente, acho que isso é evidente”, disse à Lusa o presidente da AMP e da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues.

Para o autarca, a rede Unir “é uma revolução muito significativa”, pelo que é necessário “apostar tudo nela” como um “grande momento do ponto de vista da mobilidade e do ponto de vista do ambiente” para a AMP, apesar das dificuldades.

Pretendemos um serviço de topo, um serviço de grande qualidade, e isso ainda não está a acontecer. Mas vai acontecer muito brevemente, e as melhorias são muito claras.

Eduardo Vítor Rodrigues

Presidente da AMP e da Câmara de Gaia

Eduardo Vítor Rodrigues assinalou ainda que as queixas diminuíram em Gaia, desde 200 diárias num momento inicial, até 20 no último dia de aulas e na quarta-feira, notando ainda que dezembro foi um mês “muito importante para afinar coisas” e que, hoje em dia, “a situação está estabilizada”.

O município de Gaia vai ainda fazer, em todas as freguesias, a partir da próxima semana, sessões de esclarecimento noturnas com os cidadãos, de forma a “aperfeiçoar o que tem de ser aperfeiçoado”.

Já o presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, salientou que “há diferenças muito substanciais” entre hoje e o arranque da rede. “A Área Metropolitana tem tido alguma dificuldade em dar resposta, e percebe-se, porque são 17 municípios com muitos problemas de identificação desta rede, com muitas alterações”, assinalou.

Segundo o autarca, cujo município está num lote com Vila do Conde, os “operadores têm sido sensíveis às alterações, porque identificam problemas com as paragens, com os sítios e horários onde se faziam as recolhas”, bem como “o acerto com os horários escolares”. Aires Pereira garante que o número de queixas “foi diminuindo muito desde os primeiros dias”, incluindo na linha que faz a ligação ao Hospital São João, no Porto, cujo ajuste já efetivado “resultou dos utentes, os principais interessados em que isto funcione bem”.

O presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, admite que “os primeiros dias foram muito maus, [mas] têm vindo a melhorar significativamente a operação”. “Eu diria que neste momento há uma quebra de cerca de 10% naquilo que são os horários publicados e aquilo que são os efetuados. Nós temos vindo a pressionar o operador para que melhorem”, refere o autarca do concelho inserido num lote com Valongo, Paredes e Santo Tirso.

Marco Martins disse ter a garantia que “as quebras vão deixar de existir”, bem como entrarão em operação novas linhas previstas, observando ainda que “as queixas reduziram muito, cerca de 90% face à primeira semana”.

Neste momento há uma quebra de cerca de 10% naquilo que são os horários publicados e aquilo que são os efetuados. Nós temos vindo a pressionar o operador para que melhorem.

Marco Martins

Presidente da Câmara de Gondomar

o presidente da Câmara de Santa Maria da Feira, Emídio Sousa, assinalou que “já foram mais de 90 as alterações” ao serviço pedidas à AMP, já que o trabalho inicial “não foi bem feito”, estimando que as correções no seu lote estarão corrigidas “até 15 de janeiro”. Quanto a queixas, “foram centenas delas”, mas disse ter conseguido “dar resposta a tudo”, faltando apenas implementar no terreno e compatibilizar com os municípios vizinhos.

Os autarcas manifestaram-se também a favor da criação da empresa Transportes Metropolitanos do Porto, para gerir a rede Unir. Aires Pereira salientou que “era muito importante que avançasse a criação da empresa”, até do ponto de vista da fiscalização do serviço prestado pelos operadores, nomeadamente quanto ao cumprimento dos horários.

Marco Martins considera que “hoje todos os autarcas percebem que é fundamental”, já que a AMP, “não obstante a boa vontade e a dedicação da sua equipa, tem seis pessoas” a tratar da rede Unir. Emídio Sousa pediu que “não metam lá boys de nenhum partido”, mas sim “gente competente que perceba do assunto”.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 4 de janeiro

  • ECO
  • 4 Janeiro 2024

Ao longo desta quinta-feira-feira, 4 de janeiro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Operação Influencer. MP considera Galamba o “mentor” dos esquemas e diz que Lacerda pode continuar “atividade criminosa”

  • ECO
  • 4 Janeiro 2024

No recurso às medidas de coação de Nuno Dias Costa, o MP diz que lhe parece "cristalino" que Galamba foi "na verdade o autor e verdadeiro mentor" do alegado esquema que daria vantagens ao data center.

O ex-ministro das Infraestruturas João Galamba é considerado pelos procuradores do Ministério Público (MP) o “verdadeiro mentor” do alegado esquema que daria vantagens ao data center da Start Campus, em Sines, e admite que Lacerda Machado pode continuar a “atividade criminosa”, avança o Expresso (acesso pago).

No recurso às medidas de coação de Nuno Dias Costa, o MP defende que lhe parece “cristalino” que o ex-governante “não só atuou conluiado com os arguidos Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, da Start Campus, como foi, na verdade, o autor e verdadeiro mentor dos factos ora em apreço”.

De acordo com os procuradores, “todos os atos foram praticados” por Galamba, enquanto membro do Executivo, “ou, pelo menos, seriam por si preparados e apresentados em Conselho de Ministros”. O MP admite ainda que há “perigo de continuação da atividade criminosa” de Lacerda Machado, dado que “nada exclui que (…) possa continuar a desenvolver a sua rede de contactos junto de diversas entidades e titulares de cargos políticos em prol da sociedade Start Campus”, aponta ainda o documento citado pelo semanário.

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