Cerca de 62% dos influencers não verificam conteúdo antes de partilhar, segundo a Unesco

  • Lusa
  • 27 Novembro 2024

A Unesco conclui que existe uma necessidade premente de formação e apoio aos criadores de conteúdos digitais, uma vez que a maioria não pertence a associações profissionais e precisa de orientação.

Cerca de 62% dos criadores de conteúdos digitais não verificam sistematicamente a informação antes de a partilharem com o seu público, segundo um estudo divulgado pela Unesco que se centra nas práticas, desafios e deontologia dos influenciadores.

“A ausência de uma avaliação crítica rigorosa sublinha a necessidade urgente de reforçar as competências dos criadores para a literacia dos media e de informação, o que inclui a identificação e utilização de fontes fiáveis”, destacam os autores do relatório “Behind the screens”, elaborado com a universidade norte-americana Bowling Green State.

Para elaborar este relatório, foram analisadas as ações de 500 criadores de conteúdos de 45 países e oito regiões linguísticas diferentes através de um inquérito realizado entre agosto e setembro de 2024. Estes dados foram depois completados com vinte entrevistas mais detalhadas, noticiou na terça-feira a agência Efe.

A maioria tem menos de 35 anos e tem contas com entre mil e dez mil seguidores nas redes, que é o limite para ser considerado um nanoinfluencer, uma categoria que representa 68% do setor.

A grande maioria (62% dos inquiridos) admitiu “não verificar a veracidade” da informação de forma sistemática e rigorosa “antes de a partilhar com os seus públicos”, apesar da sua importância como principal fonte de análise e a atualidade para os seus seguidores estar a crescer exponencialmente.

Entre os fatores que utilizam para medir a credibilidade das mensagens, 41,6% confiam no conteúdo com base no número de ‘gostos’ ou reproduções. Cerca de um terço (33,5%) publicam mensagens provenientes de uma fonte ou criador em quem confiam, sem verificação extra.

A reputação na área de quem publica é o terceiro fator mais referido (19,4%) e a documentação e evidência utilizadas para suportar a informação é apenas o quarto (17%).

Relativamente às motivações dos influencers, partilhar o seu conhecimento com outras pessoas é a principal razão da sua atividade (26%), à frente de ganhar dinheiro (23,8%), entreter (23,4%) ou expressar as suas opiniões e emoções (13,8%).

O estudo centrou-se também no desconhecimento da regulamentação sobre o direito à informação e à liberdade de expressão, uma vez que “a maioria dos criadores de conteúdos digitais (59%) inquiridos desconhecia ou apenas tinha ouvido falar de quadros regulamentares e normas internacionais relativos à comunicação digital“.

Os influenciadores têm também desafios importantes, como enfrentar o discurso de ódio – do qual 32% dos inquiridos se declararam vítimas – e dilemas éticos sobre temas diversos como os direitos de autor, os conteúdos patrocinados ou o abuso do sensacionalismo para favorecer a sua visibilidade, uma vez que a sua a atividade profissional depende dos algoritmos das plataformas.

A grande conclusão do estudo é que existe uma necessidade premente de formação e apoio aos criadores de conteúdos digitais, uma vez que a maioria não pertence a associações profissionais e carece de orientação.

“Os criadores de conteúdos digitais alcançaram uma posição importante no ecossistema da informação, envolvendo milhões de pessoas com notícias culturais, sociais ou políticas. Mas muitos enfrentam a desinformação e o discurso de ódio online e apelam a mais formação”, referiu a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, citada no comunicado.

Como parte do mandato para a literacia mediática e informacional, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) lançou o primeiro curso global para formar estes novos comunicadores, juntamente com o Centro Knight.

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Regularização do rio Arunca custa mais 1,7 milhões e só termina em 2025

A Associação Portuguesa do Ambiente está agora autorizada a realizar uma despesa adicional de 1,7 milhões de euros. Regularização do rio Arunca em Soure reprogramada até 2025.

A empreitada de regularização do rio Arunca ficou mais cara e só ficará pronta em 2025. Aos seis milhões de euros iniciais, somam-se agora mais 1,7 milhões de euros destinados a trabalhos adicionais e à revisão de preço.

“Foi verificada a necessidade de se proceder à realização de trabalhos complementares adicionais a realizar em 2024, no montante de cem mil euros e à revisão de preços provisória em 2024, no valor de 1,5 milhões de euros respeitante quer a trabalhos contratualizados, quer a trabalhos complementares, e a uma revisão de preços definitiva em 2025, no valor estimado de cem mil euros”, lê-se na resolução publicada esta quarta-feira em Diário da República.

Assim, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) foi autorizada a realizar a despesa e a reprogramar os encargos plurianuais anteriormente autorizados no aproveitamento hidráulico do Mondego.

A resolução indica que do valor total, cinco milhões correspondem ao financiamento nacional e 2,7 milhões são de financiamento europeu. E acrescenta que, “caso seja atribuído financiamento adicional a este investimento com origem em fundos europeus, o financiamento nacional é reduzido na respetiva proporção”.

Em setembro de 2019, o Conselho de Ministros tinha autorizado a Agência Portuguesa do Ambiente a realizar uma despesa de seis milhões de euros acrescidos de IVA (cerca de 7,3 milhões de euros), pelo período de três anos, até 2021, determinando a distribuição plurianual desses encargos da obra.

No entanto, a Agência Portuguesa do Ambiente não conseguiu celebrar o contrato no prazo inicialmente previsto, por atrasos procedimentais, correção de erros e omissões e reclamações, quer dos candidatos, quer dos concorrentes e tornou-se necessário proceder à reprogramação dos encargos plurianuais autorizados em setembro de 2021.

Uma vez mais, em virtude de diversas circunstâncias, entre as quais a realização de trabalhos complementares, os quais motivaram a prorrogação de prazo do contrato, bem como a verificação de condições atmosféricas desfavoráveis, a empreitada não ficou concluída em 2023. Como tal, foi necessário reprogramar os encargos plurianuais anteriormente autorizados.

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Segunda Comissão de von der Leyen recebe luz verde no Parlamento Europeu

A segunda equipa executiva da presidente da Comissão Europeia já recebeu luz verde do Parlamento Europeu, estando agora em condições para iniciar funções a 1 de dezembro.

A nova Comissão Europeia já está em condições plenas para assumir funções a 1 de dezembro. Depois de os 26 comissários terem sido aprovados, individualmente, pelos eurodeputados, esta quarta-feira o Parlamento Europeu deu ‘luz verde’ o novo executivo em bloco. A nova Comissão, que ficará em funções até 2029, recebeu 370 votos a favor, 282 contra e 36 abstenções, a mais baixa da história e inferior à maioria que recebeu (401) quando von der Leyen foi aprovada para um segundo mandato, em julho.

O colégio foi aprovado pelos eurodeputados do PSD, CDS, IL e todos os deputados do PS, com exceção de Bruno Gonçalves que se absteve. PCP, Bloco e Chega votaram contra.

Como esperado, a aprovação foi garantida na sequência de um acordo político alcançado há uma semana entre os grupos políticos do Partido Popular Europeu (PPE), Socialistas e Democratas (S&D) e os liberais do Renovar a Europa. Em causa estavam as linhas vermelhas impostas pelas três famílias políticas e que condicionavam o futuro de dois vice-presidentes-executivos (a socialista Teresa Ribera e o nacionalista Raffaelle Fitto).

“O centro [político] está seguro. Estou grata pela confiança dada pelo Parlamento ao novo Colégio. Este voto permite-nos começar a trabalhar e é crítico por causa dos desafios políticos, dentro e fora das nossas fronteiras, precisamos de acelerar a competitividade e dar uma resposta à crise climática”, anunciou von der Leyen, durante uma conferência de imprensa conjunta, com Roberta Metsola, presidente do Parlamento Europeu.

Após críticas ao seu colégio de comissários – nomeadamente por ter um vice-presidente dos Reformistas e Conservadores Europeus, nomeado por Itália –, Ursula von der Leyen fez questão de destacar a sua “equipa forte e experiente”, na qual tem “plena confiança na sua capacidade de entrega, não só como indivíduos, mas também como equipa”.

“A estrutura do novo colégio permitirá um trabalho de equipa eficiente e soluções transversais”, adiantou.

A aprovação surge depois de Ursula von der Leyen ter apresentado a nova Comissão e plano de ação para os próximos cinco anos, esta manhã durante a sessão plenária, em Estrasburgo. “Estamos prontos para começar a trabalhar imediatamente“, afirmou von der Leyen, sublinhando que a sua Comissão se lutará sempre pela liberdade, soberania, segurança e prosperidade.

Na sua intervenção, a presidente, que dá inicio o seu segundo mandato, anunciou que a primeira iniciativa da Comissão será uma bússola para a competitividade, para colmatar o défice de inovação da Europa em relação aos EUA e à China, aumentar a segurança e a independência e concretizar a descarbonização.

No que respeita ao Pacto Ecológico Europeu, von der Leyen comprometeu-se com a manutenção do rumo para alcançar os objetivos, apresentar um plano industrial ecológico, lançar um diálogo estratégico sobre o futuro da indústria automóvel europeia, a continuar a trabalhar para uma economia circular competitiva e a trabalhar no sentido de uma União Europeia da Poupança e do Investimento — pasta que estará nas mãos de Maria Luís Albuquerque, comissária para os Serviços Financeiros.

A nova Comissão conta com seis vice-presidentes executivos: quatro mulheres — Kaja Kallas, Alta Representante para os Assuntos Externos; Teresa Ribera, vice-presidente executiva para uma Transição Limpa, Justa e Competitiva; Henna Virkkunen, vice-presidente executiva para a Soberania Tecnológica, Segurança e Democracia; e Roxana Mînzatu, vice-presidente executivo para as Pessoas, Competências e Preparação — e dois homens: Raffaelle Fitto, vice-presidente executivo para a Coesão e Reformas e Stéphane Séjourné, vice-presidente executivo para a Prosperidade e Estratégia Industrial.

Notícia atualizada pela última vez às 12h11

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Susana Silva substitui Bruno Almeida como managing director da EssenceMediacom

Desde o último ano responsável pela área de media operations no GroupM, Susana Silva assume a liderança da EssenceMediacom. Galp, Ikea, Auchan, Danone e CTT alguns dos principais clientes da agência.

Susana Silva é a nova managing director da EssenceMediacom, agência de meios do grupo WPP que era liderada por Bruno Almeida desde janeiro de 2022.

Com 23 anos de experiência na indústria da media, a profissional integrou a EssenceMediacom em 2013 como diretora de contas, tendo sido responsável pela gestão de marcas como a Danone, a Ikea e a Auchan. Em 2018, passou a head of client leadership, posição que ocupou até 2023, quando assumiu a liderança da área de media operations no GroupM, como head of media amplification, descreve o grupo na informação avançada ao +M.

O seu percurso, conhecimento de mercado e relacionamento com clientes e parceiros foram determinantes para a nomeação, enquadra o grupo liderado por Francisco Teixeira. “Este fatores, aliados à sua dedicação, espírito colaborativo, capacidade de organização e visão estratégica, são atributos essenciais para liderar a agência na sua missão de melhorar o valor e a relevância da publicidade em benefício das marcas e dos consumidores”, aponta o GroupM.

Com clientes como a Galp, a Ikea, a Auchan, a Danone e os CTT, a EssenceMediacom é, no acumulado dos primeiros dez meses do ano e de acordo com dados MediaMonitor, a nona maior agência de meios do país e a terceira do GroupM.

Trabalhar com a talentosa equipa da EssenceMediacom é um privilégio. Juntos vamos construir sobre a sólida fundação existente, colocando as marcas no centro de tudo o que fazemos e aproveitando o talento especializado do GroupM e da WPP e as inúmeras sinergias que nos fortalecem”, comenta a nova responsável.

O grupo WPP, recorde-se, é liderado por Francisco Teixeira desde setembro e o GroupM desde abril de 2023.

Já em setembro, o braço de media da WPP foi reforçado com a contratação de Rodrigo Albuquerque, que ingressou no grupo com a função de chief growth officer, trabalhando transversalmente com a Wavemaker, Mindshare e Essence MediaCom, as principais agências de meios da WPP.

Também transversal é a função de Maria João Oliveira, até fevereiro desde ano CEO da Wavemaker, que assumiu então as funções de COO do braço de media do grupo WPP. Frederico Correia passou a liderar a Wavemaker, a maior agência do grupo.

Já no final de abril de 2023, Teresa Oliveira, até então head of business development da Mindshare, passou a diretora-geral da agência.

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Volkswagen anuncia venda das operações em Xinjiang no noroeste da China

  • Lusa
  • 27 Novembro 2024

Esta decisão da Volkswagen surge depois de Pequim ser acusada de violações maciças dos Direitos Humanos, incluindo trabalho forçado.

O construtor automóvel alemão Volkswagen anunciou esta quarta-feira a venda das suas operações na região chinesa de Xinjiang, onde Pequim é acusada de violações maciças dos Direitos Humanos, incluindo trabalho forçado.

A empresa vai vender a sua fábrica na capital de Xinjiang, Urumqi, bem como uma pista de testes em Turpan, a uma empresa chinesa, informou um porta-voz do grupo, em comunicado.

A empresa invocou “razões económicas” e um “realinhamento estratégico” para justificar a sua decisão.

Desde há vários anos, governos ocidentais e organizações de defesa dos Direitos Humanos acusam Pequim de exercer uma campanha repressiva contra os uigures e outras minorias étnicas de origem muçulmana em Xinjiang, incluindo trabalhos forçados e detenção em campos de doutrinação.

A região do noroeste da China alberga uma série de fornecedores de empresas multinacionais, incluindo grandes marcas europeias e norte-americanas.

Há muito que a Volkswagen está no centro das atenções por causa da sua fábrica de Urumqi, inaugurada em 2013, na qual a empresa tem uma participação através do seu parceiro local SAIC.

No início deste ano, o diário financeiro alemão Handelsblatt afirmou que a construção da pista de testes da VW em Turpan, em 2019, poderia ter envolvido trabalho forçado.

A Volkswagen respondeu que não tinha encontrado provas de violações dos Direitos Humanos relacionadas com o projeto, mas prometeu investigar o assunto.

No seu comunicado de imprensa, o fabricante alemão declarou que todas as suas operações na região seriam transferidas para a empresa chinesa Shanghai Motor Vehicle Inspection Center (SMVIC).

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Cinco dicas para o marketing digital em 2025, segundo a Incubeta

Dar prioridade à unificação de dados, apostar em estratégias de dados first-party ou colocar o foco nas aplicações práticas da inteligência artificial são algumas das dicas da Incubeta.

Tendo 2025 no horizonte e perante uma contínua inovação tecnológica e digital, a Incubeta avança com cinco sugestões de atuação no marketing digital para o próximo ano.

Numa altura em que se levanta uma miríade de desafios — que vão desde o incremento da implementação generalizada da inteligência artificial à constante necessidade de integração de dados — a Incubeta destaca assim cinco dicas para lidar com o marketing digital em 2025. Estas sugestões estão relacionadas sobretudo com a unificação de dados, a first-party data, a inteligência artificial e machine learning, a medição e atribuição e a dicotomia entre privacidade e personalização.

“Em 2025, as empresas enfrentarão desafios sem precedentes, desde a unificação de dados até à implementação eficaz da IA. A chave para superar essas barreiras será a capacidade de adotar soluções tecnológicas que não apenas aumentem a eficiência, mas também respeitem a privacidade e as expectativas dos consumidores. Quem conseguir equilibrar esses elementos estará preparado para se destacar no mercado”, salienta Guilherme Coelho, country manager da Incubeta em Portugal, citado em comunicado.

1 – Priorizar a unificação de dados

A unificação de dados é um elemento crucial para o próximo ano, segundo a Incubeta, tendo em conta a atual fragmentação que “impede as empresas de aproveitarem totalmente as capacidades da IA e da análise preditiva”. “As organizações que derem prioridade à unificação de dados serão as líderes na inovação e nas novas formas de medir e prever o desempenho do mercado“, refere a empresa internacional de marketing digital.

2 – Apostar em estratégias de first-party data

Apesar da possível reinstalação de cookies de terceiros poder trazer um “alívio temporário” para algumas empresas, as estratégias de first-party data “serão essenciais para o sucesso a longo prazo”. Sendo bem desenvolvidas, estas estratégias são importantes para protegerem a privacidade dos consumidores, mas também para proporcionarem insights mais profundos e personalizados, “resultando num crescimento de receitas até duas vezes”.

3 – Focar na aplicação prática da IA

Que ultrapassem o “ruído” em torno da IA e se foquem nas suas aplicações práticas que podem aumentar a rentabilidade é outra das dicas avançadas pela Incubeta. Segundo a empresa, tudo aponta para que a IA venha a ser uma “parte fundamental” da publicidade, podendo desempenhar um papel em diversas tarefas, desde a otimização criativa até à automação de processos internos, o que permite uma redução de custos e uma maior eficiência. Como exemplo, a Incubeta destaca a utilização da IA na “produção de conteúdos criativos em larga escala”, o que permite às marcas “desenvolverem campanhas sofisticadas com mais rapidez e menos recursos“.

4 – Medir com precisão para investir com eficácia

Segundo a Incubeta é também importante que seja feito um investimento em “modelos de atribuição eficazes”, como o marketing mix modeling (MMM), que permitem às empresas a “medição com precisão” do impacto dos seus investimentos. “Atribuir corretamente o desempenho a cada canal de marketing será essencial para identificar onde investir e onde reduzir gastos, garantindo a otimização da estratégia global“, acrescenta.

5 – Equilibrar a privacidade e a personalização

Encontrar o equilíbrio entre privacidade e personalização é outro grande desafio para as marcas no próximo ano, avança ainda a empresa. “Com uma maior consciencialização dos consumidores sobre os seus dados, as empresas terão de se concentrar em oferecer experiências personalizadas que respeitem as preferências e expectativas de privacidade dos utilizadores“, refere a Incubeta, acrescentando que essa será uma das bases para um “crescimento sustentável” e para a fidelização do consumidor.

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PSD e CDS mudam sentido de voto e viabilizam estudo para alargar as licenças parentais. Acompanhe aqui

No 3.º dia de votações, caiu uma das bandeiras do PS para reforçar investimento em habitação para a classe média. Medida do BE para forçar ao escrutínio do Parlamento a venda da TAP foi rejeitada.

No terceiro dia de votações, na especialidade, de propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), foram aprovadas várias iniciativas como o aumento do subsídio para alojamento de estudantes universitários deslocados, a antecipação da decisão sobre a atribuição de bolsas de estudo ou o compromisso reforçado para que o Governo realize um estudo de impacte ambiental à localização do novo aeroporto Luís de Camões no Campo de Tiro de Alcochete e à expansão do aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.

Pelo caminho ficou uma das bandeiras do PS: o reforço do investimento em habitação para jovens, estudantes e classe média. Esta foi uma das três medidas que o líder dos socialistas, Pedro Nuno Santos, levou para a mesa negocial do OE com o primeiro-ministro, Luís Montenegro. O Parlamento também chumbou uma proposta do BE que obrigava o Governo a submeter a venda da TAP ao escrutínio do Parlamento.

As votações desta quinta-feira vão ficar marcadas com medidas para aumentos extraordinários das pensões, com a proposta de redução do IVA das touradas ou com iniciativas para acabar ou baixar as comissões bancárias que são pagas na amortização antecipada dos créditos à habitação.

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TELLES integra quatro novos associados

Francisca Cordeiro da Silva, Maria Teresa Magalhães, Eduardo Almeida Rocha e Sara Pessoa Briote são os novos associados da TELLES.

A TELLES integrou quatro associados, após terem concluído com sucesso o estágio de agregação à Ordem dos Advogados.

Francisca Cordeiro da Silva, integra a equipa de Trabalho e Segurança Social, Maria Teresa Magalhães, integra a equipa de Ambiente & Alterações Climáticas, Energia e Recursos Naturais, e Eduardo Almeida Rocha e Sara Pessoa Briote, reforçam a equipa de Fiscal.

“Esta integração enquadra-se na estratégia da TELLES centrada nas pessoas, reconhecendo as qualidades humanas e técnicas, bem como o mérito profissional de cada advogado e o seu compromisso com a cultura da TELLES”, referem em comunicado.

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Von der Leyen quer Comissão de Investimento com Albuquerque a mobilizar capital na UE

  • Lusa
  • 27 Novembro 2024

"Maria Albuquerque ajudará a garantir que as empresas europeias possam encontrar o capital de que necessitam aqui na Europa", pela sua experiência no público e privado, disse Ursula von der Leyen.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu esta quarta-feira uma “Comissão de Investimento”, no seu segundo mandato à frente da instituição, com a comissária europeia indigitada por Portugal, Maria Luís Albuquerque, a mobilizar capital na União Europeia.

“Esta terá de ser uma Comissão de investimento para desbloquear o financiamento necessário para a transição ecológica, digital e social e é claro que o investimento público será crucial […], mas os orçamentos públicos só podem ir até um certo ponto, [pelo que] precisamos urgentemente de mais investimento privado”, disse Ursula von der Leyen.

Intervindo perante os eurodeputados na sessão plenária do Parlamento Europeu na cidade francesa de Estrasburgo, antes do derradeiro voto ao seu proposto colégio de comissários, Ursula von der Leyen recordou ter atribuído a Maria Luís Albuquerque a pasta dos Serviços Financeiros e União da Poupança e dos Investimentos, confiando que a antiga governante portuguesa seja “a pessoa certa para este trabalho”.

“[Maria Luís Albuquerque] ajudará a garantir que as empresas europeias possam encontrar o capital de que necessitam aqui na Europa”, pela sua experiência no público e privado, vincou.

Dados apresentados na ocasião revelam que as despesas empresariais com investigação e desenvolvimento na Europa representam cerca de 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB), o que compara com 1,9% do PIB na China e 2,4% do PIB nos Estados Unidos.

“Portanto, esta lacuna de capital privado é a principal razão pela qual estamos atrasados nas despesas globais em investigação e desenvolvimento e, portanto, na inovação”, sublinhou Ursula von der Leyen.

Esta lacuna de capital privado é a principal razão pela qual estamos atrasados nas despesas globais em investigação e desenvolvimento e, portanto, na inovação.

Ursula von der Leyen

Presidente da Comissão Europeia

Vincando ter como prioridades, no seu segundo mandato à frente da instituição que começa a 01 de dezembro por cinco anos, a inovação, descarbonização e segurança, a responsável admitiu que “todos necessitarão de um grande impulso de investimento, de simplificação e de competências”.

O voto em plenário à sua equipa está previsto para cerca do meio-dia (menos uma hora em Lisboa).

Ursula von der Leyen foi reeleita em julho no cargo de presidente da Comissão Europeia.

O seu próximo executivo comunitário, agora sujeito a aval parlamentar, é composto por 11 mulheres entre 27 nomes (uma quota de 40% de mulheres e de 60% de homens), uma das quais a comissária indigitada por Portugal e antiga ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que vai ocupar a pasta dos Serviços Financeiros e União da Poupança e dos Investimentos.

Na sua carta de missão dirigida a Maria Luís Albuquerque, a líder do executivo comunitário pediu que a comissária use a sua experiência no público (depois de ter sido ministra das Finanças e secretária de Estado do Tesouro) e no privado (após ter passado por empresas como a gestora de fundos europeia Arrow Global e o banco mundial Morgan Stanley) para “desbloquear montante substancial de investimento” na União Europeia (UE).

Num contexto de tensões geopolíticas (devido à guerra da Ucrânia causa pela invasão russa e de conflitos no Médio Oriente), de concorrência face aos Estados Unidos e China e de transição política norte-americana, Von der Leyen quer, nos próximos cinco anos, apostar na competitividade económica comunitária.

Estima-se que a UE tenha de investir 800 mil milhões de euros por ano, o equivalente a 4% do PIB, para colmatar falhas no investimento e atrasos em termos industriais, tecnológicos e de defesa em comparação a Washington e Pequim.

Só a aposta em defesa, impulsionada pela guerra da Ucrânia causada pela invasão russa e pelas recentes tensões geopolíticas, vai ter de ser suportada por necessidades de investimento na ordem dos 500 mil milhões de euros na próxima década.

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Conselho Superior da Magistratura cria grupo de trabalho para acelerar Operação Marquês

  • ECO
  • 27 Novembro 2024

Conselho Superior da Magistratura e Procuradoria-Geral da República estão preocupados com o impacto social que a demora do julgamento da Operação Marquês tem na imagem da Justiça portuguesa.

O Conselho Superior da Magistratura (CSM) vai criar um grupo de trabalho, composto por três elementos, para acompanhar de perto todos os trâmites legais da Operação Marquês, revela o Observador (acesso pago). Em paralelo, também a Procuradoria-Geral da República (PGR), liderada por Amadeu Guerra, “tem vindo a inteirar-se do estado do processo e dos seus incidentes, quer junto do Ministério Público da Relação [de Lisboa], quer junto do Ministério Público do Supremo [Tribunal de Justiça]”, segundo fonte da PGR citada pelo jornal.

Segundo fonte oficial do CSM, a decisão de criar um grupo de trabalho deve-se aos sucessivos recursos e incidentes processuais levados a cabo por José Sócrates — em particular contra as duas decisões do Tribunal da Relação de Lisboa tomadas em janeiro e em março — e à demora na tomada de decisões por parte dos desembargadores da Relação de Lisboa.

o procurador-geral da República ordenou recentemente a atualização da informação relativa aos recursos e incidentes processuais interpostos pelo ex-primeiro-ministro e por outros arguidos, depois de os autos da Operação Marquês deixarem de ter “natureza urgente”. A fonte da PGR, questionada sobre se o Ministério Público ponderava requerer junto da Relação de Lisboa a “restauração” da urgência na tramitação dos autos do processo, disse apenas que, “ao longo das diferentes fases do processo, a atuação do Ministério Público tem tido, e continuará a ter, sempre em vista imprimir-lhe celeridade, ponderando, a cada momento, os mecanismos legais mais adequados a garantirem esse objetivo”.

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1 ano de Clube Produtores Florestais Navigator: O que mudou?

  • Conteúdo Patrocinado
  • 27 Novembro 2024

No dia em que comemorou 1 ano da sua criação, o Clube Produtores Florestais Navigator reuniu membros para debaterem sobre a gestão ativa da floresta e a problemática dos incêndios.

O Clube Produtores Florestais Navigator celebrou o 1º aniversário no dia 21 de novembro, na Agrovouga, no Parque de Feiras e Exposições de Aveiro. Produtores florestais, especialistas, autoridades locais e nacionais e stakeholders de toda a cadeia de valor reuniram-se neste evento para debater e refletir sobre temas tão importantes como a prevenção de incêndios e o futuro da floresta.

Paulo Santos, coordenador do Clube Produtores Florestais Navigator, abriu a sessão relembrando os cinco objetivos que foram mencionados, há um ano atrás, quando apresentaram o Clube: “Quando começamos, dissemos que tínhamos cinco objetivos fundamentais – atuar em escala, custos eficientes, capacitar parceiros, maior produtividade, dinamizar relações. Todos eles assentes em três pilares – mais proximidade, mais investimento e mais compromisso. Conseguimos e mantivemos isto, o que nos permitiu ter uma representatividade de norte a sul do país“.

Atualmente com 344 membros inscritos, 481 milhões de euros de volume de negócios e 2447 colaboradores, o Clube Produtores Florestais Navigator tem trabalhado, de acordo com Paulo Santos, “numa lógica de escala muito focada em levar benefícios, valor, custos eficientes e, ao mesmo tempo, pensando muito no tema da modernização e na capacitação de membros”. Ao longo do último ano, o Clube conseguiu, inclusivamente, apresentar mais de 15 benefícios para todos os seus membros, entre os quais se destacam: o protocolo com a Galp, o protocolo com o Crédito Agrícola, o apoio ao investimento, o protocolo Interprev, e a parceria com corretoras de seguros.

O impacto dos apoios nos membros do Clube

Os benefícios disponíveis já têm sido utilizados por vários membros do Clube, que deram o seu testemunho durante o evento. Um deles foi Armindo Pais, da empresa Armindo Pereira e Pais, que usou o protocolo do Crédito Agrícola, disponibilizado pela Navigator, para recorrer à ajuda deste banco numa altura em que teve de fazer um pagamento inesperado de um investimento em apenas dois dias.

“Surgiu um investimento com alguma dimensão e tratava-se de algo que, por ser inesperado, tinha de ser resolvido em dois dias. Cheguei ao Crédito Agrícola e expus a situação. Nem sequer tinha uma conta bancária no Crédito Agrícola, mas receberam-me de braços abertos e passados dois dias consegui fazer os pagamentos, tudo atempadamente“, revelou.

Por sua vez, José Gomes, da Adão Ferreira Gomes, também membro do Clube Produtores Florestais Navigator, partilhou que recorreu ao apoio da Navigator para conseguir fazer aquisição de equipamento para a sua empresa e destacou o compromisso dos parceiros em assumirem as necessidades da sua empresa: “Conseguiram vestir a camisola da nossa empresa, acompanhar-nos e ajudar-nos com a banca, a fim de que tivéssemos umas condições melhores que, num processo normal, não seria tão vantajoso”.

A parceria com a Navigator também se mostrou muito benéfica para Jorge Sousa, da Organização Florestal Atlantis (OFA), que partilhou o projeto de Unidade de Gestão Conjunta (UGC) que lançaram com o objetivo de apresentar resultados aos desafios e dificuldades apresentados pelos proprietários florestais. “No fundo, é um projeto que pretende gerir a floresta como um todo e aumentar a escala. Na parte da gestão do eucalipto, o nosso parceiro sempre foi a Navigator, que desde cedo abraçou o projeto e tem contribuído muito para o mesmo“, disse.

O impacto dos incêndios florestais

Os incêndios são, sem dúvida, um dos maiores obstáculos à proteção da floresta e, nesse sentido, João Melo Bandeira, da Navigator, apresentou, durante o evento, o trabalho da AFOCELCA, um projeto que resulta da colaboração entre a Navigator e a Altri e que pretende combater incêndios rurais, com implementação ao nível nacional. Para isso, apresentou dados dos incêndios deste ano: “Nós tivemos um risco de incêndio muito elevado de 15 a 19 de setembro. Nesta altura, a severidade do incêndio foi das mais elevadas do século pela dificuldade dos meios de combate, o risco meteorológico bastante complicado devido aos ventos fortes e secos, e a grande quantidade de ocorrências“.

Entre as formas de redução das taxas de incidência, João Melo Bandeira referiu a gestão do eucalipto, a gestão da oportunidade e, principalmente, a possibilidade de que os meios de combate entrassem dentro das áreas florestais. “Tudo isto são soluções que permitem trazer segurança e não deixam que o fogo ande sozinho a ganhar dimensão. Por isso, temos de ter esperança de que é possível fazer melhor”, explicou.

Ainda sobre a temática dos incêndios florestais, houve espaço para uma mesa redonda que fez uma análise e visão técnica da situação em Portugal. Nesse ponto, António Loureiro e Santos, presidente da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, referiu os incêndios que afetaram a região de Albergaria, que causaram um prejuízo superior a 40 milhões de euros: “Este incêndio, independentemente dos meios, seria muito difícil de ser combatido. Quanto mais os bombeiros estão retidos na proteção das pessoas e bens, claro que o fogo vai alastrando, ganhando novas projeções e alargando frentes. E um dos grandes desafios é resolver este interface entre a floresta, estruturas industriais e as habitações. Não havia bombeiros nem viaturas suficientes para este tipo de incêndios. E aqui eu sou defensor da criação de unidades locais de proteção civil. Além de que tem que haver compensação do Estado para quem faz esta gestão“, sugeriu.

Esta questão de priorizar as pessoas durante os incêndios também foi mencionada por Sérgio Gomes, da AFOCELCA: “A própria legislação diz que a prioridade dos combates são as pessoas e os seus bens. Hoje o foco são sempre as pessoas e a floresta fica para segundo plano, mas é aí que nós entramos e verificamos as nossas dificuldades no combate porque muitas vezes encontramo-nos sozinhos nesse papel“.

Ao todo, a AFOCELCA tem como objeto de proteção mais de 200 mil hectares de património e faz o planeamento e a gestão do dispositivo de proteção, que abrange mais de 400 pessoas. Tem, ainda, uma sala de operações, “que basicamente é o cérebro de todo o dispositivo”, já que é por lá que passam todas as ocorrências e onde se decide a gestão de ocorrências. “Depois, operacionalizamos três meios aéreos, cerca de 50 meios terrestres, temos representação nos 24 comandos regionais da proteção civil, o que nos permite perceber como estão as dinâmicas em termos de incêndios e o que se passa”, explicou.

“Eu nunca acreditei que fosse possível haver um incêndio desta dimensão em Aveiro porque sentia que tínhamos um nível de gestão de floresta superior ao de outras regiões, mas afinal é tudo bastante frágil e isto leva-me a uma conclusão: a gestão do minifúndio é inviável e nós todos temos de encontrar formas de passar um sinal diferente para os proprietários e para a propriedade. Temos de encontrar novos modelos de gestão que nos permitam ter investimentos com perspetivas de rentabilidade, que respondam ao cumprimento legal e à observação que a sociedade faz de nós“, acrescentou, ainda, Luís Sarabando, da Associação Florestal do Baixo Vouga.

Por sua vez, Paulo Fernandes, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, fez questão de salientar que estes incêndios eram muito previsíveis: “Hoje em dia, nós temos ferramentas. A Agência de Gestão Integrada de Fogos Rurais preparou a informação que identificava exatamente onde veio a arder e distribuiu-a às entidades. Apenas o Vale do Tejo não estava identificado porque esta região, historicamente, neste tipo de condições ou similares, não tem estas ocorrências. Podemos, por isso, melhorar a nossa capacidade de antevisão”.

Como garantir o futuro da floresta?

Depois de olhar para o passado, a importância de garantir que o futuro da floresta fica salvaguardado torna-se crucial e, por essa razão, a segunda mesa redonda do evento foi dedicada a essa temática. Carlos Lobo, da Lobo, Carmona & Associados, começou por dizer que, “em termos jurídicos, há uma falha regulatória”. E justificou: “Nós somos o único país da União Europeia que não conhece o seu território, ou seja, continuamos a não ter cadastro. Se nós não tivermos cadastro, o Estado não conhece o território. Por isso é que sempre que tentamos impor sistemas de tributação excessiva, de multas, de penalizações, pela falta de limpeza da floresta, nunca somos capazes porque, na prática e na realidade, só seria multado aquele que é suscetível de ser identificado e isso é injusto“.

“O Estado falhou no cadastro, falhou em toda a metodologia relacionada com políticas de solução económica e de quase promoção de abandono de território”, continuou, referindo-se à carta de perigosidade de incêndio que, na sua perspetiva, faz com que Portugal seja o único país do mundo onde, quando há um risco, em vez de o eliminar, apenas há uma preocupação com proteger-se do mesmo.

Também Francisco Gomes da Silva, da Agroges, apontou uma diferente atuação do Estado como solucionador de vários problemas: “A floresta em Portugal está num ponto em que aquilo que normalmente ajustaria as ocupações do território e as formas de exploração, nomeadamente o mercado e as políticas públicas, não estão em condições de funcionar porque o sistema atingiu um desequilíbrio tal que precisa de uma intervenção de emergência. E, de facto, a única entidade que pode e deve fazer alguma coisa é o Estado“.

“Eu acho que chegamos a um ponto em que as lógicas colaborativas espontâneas e de livre vontade não vão resolver nada e tem de haver uma intervenção que passe por identificar os agentes que estão no território com capacidade de intervenção, fazer um contrato programa, com objetivos bem definidos, apoiá-los na sua capacitação e fazer. Tudo isto com os apoios das autarquias porque são quem está mais próximo dos proprietários”, disse.

Ao contrário dos colegas de painel, Jorge Loureiro, da Unimadeiras, considera que o Estado tem de sair desta equação para que as coisas funcionem e deu o exemplo da Unimadeiras para demonstrar o seu ponto de vista: “A Unimadeiras nasceu há 50 anos, fomos crescendo e hoje temos 617 acionistas e cerca de 2 mil produtores florestais. Em 2008, criamos o grupo de gestão florestal, com cerca de 53 membros e com 778 hectares, e acho que passa por aí o sucesso da floresta portuguesa. Hoje somos 2200 produtores florestais no grupo e temos uma área de 40 mil hectares. E o que está a acelerar isto é a Navigator e outros. Por isso, nós queremos é que o Estado não faça mais nada, não faça mais nenhuma lei, porque só vem complicar o que está a correr bem“.

A fechar a sessão, João Lé, administrador The Navigator Company, relembrou que a ideia de trazer o tema dos incêndios para este evento não foi para torná-lo “uma cerimónia fúnebre”, mas sim para se perceber “as aprendizagens que temos de retirar do que aconteceu” e a forma como “todos se devem preparar para este tipo de situações, com quem têm de falar e envolver para que isto não volte a acontecer”.

O papel da gestão é de facto decisivo. Ainda temos aqui uma margem de progressão grande até aprofundarmos tudo isto e conseguirmos que os benefícios disponibilizados possam ser maximizados e que os parceiros que trouxermos para aqui sejam contribuintes líquidos desses ganhos de eficiência para todos nós. Para 2025, o nosso objetivo principal não é estar a desenvolver muitos mais benefícios, mas sim consolidar aqueles que temos para que vocês possam tirar verdadeiro proveito desses benefícios nas vossas atividades”, concluiu.

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Banco Alimentar começa este sábado nova campanha de recolha de alimentos

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  • 27 Novembro 2024

“Para mais de 380 mil portugueses, o melhor presente é a sua ajuda”. Este é o mote da campanha de recolha de alimentos, do Banco Alimentar, que decorre de 30 de novembro a 1 de dezembro.

De 30 de novembro e 1 de dezembro, os Bancos Alimentares Contra a Fome promovem mais uma campanha de recolha de alimentos a nível nacional. Sob o mote “Para mais de 380 mil portugueses, o melhor presente é a sua ajuda”, a ação vai decorrer em mais de 2.000 supermercados, com o apoio de 40.000 voluntários, apelando à solidariedade de todos os portugueses.

Os alimentos recolhidos serão distribuídos por 2.400 instituições de solidariedade social, que apoiam cerca de 380 mil pessoas em situação de carência alimentar. A Presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, Isabel Jonet, reforça a importância da iniciativa: “É importante não nos esquecermos de que há, infelizmente, pessoas que precisam de ajuda para comer, principalmente numa altura como o Natal, em que a mesa da consoada faz parte de uma ideia de felicidade que gostamos de ver concretizada. Para muitas famílias o dia a dia é muito difícil e o apoio alimentar que recebem permite minorar carências”.

A campanha aposta em bens alimentares não perecíveis, como leite, arroz, massas, azeite, conservas ou açúcar, e desafia os portugueses a doarem diretamente nas lojas.

Para além da campanha de recolha de alimentos com voluntários, decorre também a campanha Ajuda Vale em supermercados e no site, que permite a qualquer pessoa apoiar esta causa a partir de casa ou mesmo estando fora do país.

Em 2023, os Bancos Alimentares recolheram 25.759 toneladas de alimentos, mas, segundo a instituição, a necessidade continua a superar os recursos disponíveis. Através desta campanha, os produtos doados serão encaminhados para os armazéns de 21 Bancos Alimentares espalhados pelo país, sendo posteriormente distribuídos localmente às famílias mais necessitadas.

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