Salomon 1965 estreia a marca ‘Casa Teva’ com a abertura de um novo hotel em Barcelona no mês de junho

  • Servimedia
  • 5 Março 2024

Salomon 1965, um grupo financeiro liderado por Harry e Toni Serra, está a finalizar a abertura de um novo hotel em Barcelona e o fará com uma nova marca, 'Casa Teva'.

Através da divisão hoteleira By Salomon Hospitality, o hotel de quatro estrelas abrirá em junho e pretende ser um projeto que une hospitalidade e proximidade com conforto sem exageros, para que o hóspede se sinta em casa, conforme informou o grupo em um comunicado.

‘Casa Teva’ Barcelona, de quatro estrelas, será gerido pelo Majestic Hotel Group, com quem Salomon já possui acordos de exploração em outros hotéis. O investimento de Salomon 1965 nesse novo hotel, o antigo Hotel Bárbara, é de quatro milhões de euros, após ter assinado um contrato de arrendamento de 30 anos com a propriedade, de origem familiar, e após ter realizado um processo de reabilitação e adequação do edifício no último ano. Localizado no Raval, terá 54 quartos e espaços para refeições para cem pessoas, sob o comando do chef Tomás Abellán.

“Vimos que isso representava uma grande oportunidade porque nos permitiu recuperar o valor deste imóvel, respeitando a sua tradição e conexões com o ambiente do bairro e oferecer uma proposta diferenciada”, afirma Harry Serra, CEO e co-fundador da family office Salomon 1965.

Para os irmãos Serra, fortalecer uma nova marca hoteleira significa ir além e está estreitamente ligado a um compromisso decidido em criar valor agregado nos projetos impulsionados, além dos objetivos financeiros estabelecidos.

A carteira de hotéis do grupo catalão atualmente tem 15 estabelecimentos, com um investimento acumulado de 60 milhões de euros. Entre os ativos que possuem, em regime de propriedade ou copropriedade com outras marcas, encontram-se Chic & Basic, Pulitzer, Isabella’s Llafranc – com o Grupo Isabella’s – e dois hotéis de luxo que também estão localizados na Costa Brava, mais especificamente em Begur e Tamariu, em parceria com o grupo Casa Bonay.

Salomon 1965 também é referência em investimentos no setor de restaurantes – em conhecidos restaurantes do Grupo Isabella’s, Crep Nova ou Good News -, além de ser acionista em outros projetos empresariais em ascensão.

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Chega pode receber 3,7 milhões em subvenção se conseguir 20% dos votos

Partidos recebem subvenções públicas para o funcionamento corrente bem como para financiar despesas da campanha eleitoral, que varia consoante número de votos. Valor atribuído ao Chega deverá subir.

A escolha dos portugueses em quem votar determina a composição da Assembleia da República e a formação do Governo, mas também influencia o financiamento público dos partidos. Há subvenções para a campanha eleitoral e também montantes anuais para o funcionamento corrente dos partidos, que vão variando consoante os resultados eleitorais. Nestas eleições, o Chega é um dos partidos que deverá crescer mais face às últimas eleições, o que fará aumentar a subvenção a que tem direito. Se atingir os 20%, a subvenção anual pode chegar aos três milhões de euros.

Existem dois tipos de subvenções públicas para os partidos que obtêm um certo número de votos. Há o financiamento das campanhas eleitorais, uma medida que foi introduzida para evitar financiamentos encapotados, bem como uma subvenção pública anual, para o funcionamento corrente dos partidos.

A subvenção para as campanhas, que é atribuída aos partidos que concorram, no mínimo, a 51% dos lugares sujeitos a sufrágio para a Assembleia da República e que obtenham representação, equivale no seu conjunto a 20 mil vezes o Indexante dos Apoios Sociais (IAS). O valor total das subvenções para as campanhas este ano será de 8,1 milhões de euros.

Esse valor vai ser distribuído entre os partidos políticos que têm direito à subvenção, sendo que 20% são distribuídos em partes iguais e os restantes 80% são distribuídos na “proporção dos resultados eleitorais obtidos”. Se continuarem a ter representação oito partidos, cada um recebe cerca de 200 mil euros — do bolo que é repartido igualmente. Já o montante que há para distribuir consoante as votações é de 6,5 milhões.

As últimas sondagens têm colocado o Chega a obter entre 15% a 20% dos votos, pelo que pode obter uma fatia considerável das subvenções. Considerando o valor mais alto apontado, teoricamente a subvenção poderia chegar aos 1,3 milhões de euros, mas esta não pode ser superior às despesas dos partidos, ou seja, recebem consoante o que gastam, tendo este teto.

A lei determina também o limite máximo admissível de despesas, que depende igualmente do IAS e que este ano é de 24.444,48 por cada candidato.

O partido prevê gastar 700 mil euros e, deste montante, conta que a subvenção estatal vai cobrir 300 mil euros, segundo o orçamento da campanha eleitoral entregue no Tribunal Constitucional, com 400 mil a virem da contribuição do partido. Essa subvenção deverá, no entanto, ser mais elevada, se se confirmarem as sondagens.

O PS, por exemplo, espera uma subvenção estatal de 2,55 milhões de euros, o que cobre toda a campanha. A Aliança Democrática conta com uma subvenção de 2,15 milhões, que não é suficiente para todas as despesas previstas pela coligação composta pelo PSD, CDS e PPM (2,5 milhões) mas corresponde à maior fatia.

É de salientar ainda que este tema do financiamento fez surgir uma polémica nesta campanha eleitoral, depois de Mariana Mortágua acusar o Chega de não ter entregue à Entidade das Contas “os dados que devia ter entregado, obrigatórios por lei para todos os partidos”. Segundo uma investigação da TVI/CNNPortugal, a Entidade das Contas e Financiamentos Políticos, que funciona junto do Tribunal Constitucional, encontrou indícios de “incumprimento da lei dos donativos” e “eventuais financiamentos proibidos” nas contas do Chega de 2019, ano da fundação do partido que deixou de entregar listas de donativos nos anos mais recentes (2021 e 2022).

Já a subvenção anual, para financiamento dos partidos, “consiste numa quantia em dinheiro equivalente à fração 1/135 do valor do IAS, por cada voto obtido na mais recente eleição de deputados à Assembleia da República“, aplicando-se sobre isto um desconto de 10%. Ora o valor do IAS é, atualmente, de IAS 509,26 euros, pelo que a subvenção prevista é de 3,40 euros por voto.

Se o Chega atingir os 20%, tendo por base o número de votantes totais nas últimas legislativas, a subvenção poderia atingir os 3,7 milhões de euros, de acordo com os cálculos do ECO. Mas tudo dependerá de quantos votos conseguem realmente obter, já que as sondagens dos últimos dias têm variado bastante e apresentam um número atipicamente elevado de indecisos.

Em 2022, o Chega recebeu 1,1 milhões de euros, depois de ter obtido 385 mil votos, enquanto o PS ficou com uma subvenção anual de 6,6 milhões de euros e o PSD com 4,6 milhões.

Existe ainda um montante para “cada grupo parlamentar, ao deputado único representante de um partido e ao deputado não inscrito em grupo parlamentar da Assembleia da República, destinado a “encargos de assessoria aos deputados, para a atividade política e partidária em que participem e para outras despesas de funcionamento, correspondente a quatro vezes o IAS anual, mais metade do valor do mesmo, por deputado, a ser paga mensalmente”.

É de salientar que a subvenção anual também é concedida aos partidos que, “tendo concorrido à eleição para a Assembleia da República e não tendo conseguido representação parlamentar, obtenham um número de votos superior a 50.000, desde que a requeiram ao Presidente da Assembleia da República”.

Este foi o caso do CDS, por exemplo, nas eleições legislativas de 2022. O partido não elegeu nenhum deputado mas obteve 89.113 votos, o que permitiu que ficasse elegível para as subvenções, no montante de 255 mil euros.

Mas como estes montantes dependem das votações, são sempre imprevisíveis. Um dos exemplos em que as estimativas acabaram por correr mal foi o de Maria de Belém, que quando se candidatou à presidência da República não superou os 5% de votos (os limites variam consoante o tipo de eleição) e assim ficou sem acesso à subvenção estatal. A sua campanha previa gastar 650 mil euros e, mesmo tendo gasto menos (cerca de 500 mil euros), a militante do PS não teve direito à subvenção, o que lhe teria permitido pagar a dívida.

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Formação presencial recupera terreno. “Nas soft skills, é visto como formato mais rico”

Diretora-geral da empresa de formação Galileu afirma que nas competências tecnológicas a formação à distância veio para ficar, mas garante que noutras áreas o formato presencial não vai morrer.

Os últimos anos têm sido de transformação (também) na forma como os trabalhadores fazem formação, mas desengane-se quem ache que o formato presencial irá desaparecer. A Galileu, empresa portuguesa de formação do grupo Rumos, viu as horas ministradas em formato presencial dispararem mais de 18% em 2023, tendo a área dos soft skills sido a principal impulsionadora deste crescimento, segundo avançou ao ECO a diretora-geral.

“Na área das tecnologias, sentimos que não há muito interesse em ir fisicamente aos centros de formação. Mas na área dos soft skills e comportamental, as pessoas sentem que lhes é mais rico ter uma ação de formação em formato presencial“, sublinha Cláudia Vicente.

De acordo com os resultados da Galileu de 2023, a que o ECO teve acesso em primeira mão, o número de formandos cresceu 10,7% e o número de horas ministradas aumentou 8% face ao ano anterior.

E ainda que o formato híbrido tenha sido o mais popular, o presencial registou “o maior crescimento”. Em causa está um salto de 18,4%, o que sugere, defende a Galileu, que “as organizações reconhecem o valor de interações presenciais para determinados objetivos de desenvolvimento de competências”.

A propósito, a diretora-geral sublinha que, “por mais dinâmicas que se inventem no formato à distância”, no que diz respeito às soft skills, o formato presencial “tem um património grande“, que explica a referida evolução.

Aliás, de olhos no futuro, Cláudia Vicente antecipa que esse é um formato que não irá desaparecer, mas adaptar-se. “Claramente, vamos viver da combinação de vários formatos“, afirma, prevendo também que as ações serão tendencialmente mais curtas, personalizadas e em áreas inovadoras. Por exemplo, a Galileu está a preparar uma oferta formativa na área da inteligência artificial. “Sai em breve”, aponta.

Quanto aos resultados do último ano da Galileu, importa ainda notar que as áreas mais procuradas foram as de “office e produtividade” e “power BI“. Por outras palavras, a área das ferramentas de colaboração e a área da interpretação de dados.

“Este crescimento pode ser explicado pela procura das organizações em melhorar a eficiência das suas equipas, especialmente num mundo onde a produtividade é um diferencial competitivo crucial, bem como a importância da análise de dados em tempo real para suportar a tomada de decisão em tempos de constante mudança”, detalha a diretora-geral.

Cheque do IEFP já tem impacto

Em setembro do ano passado, o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) abriu as candidaturas para o cheque de formação digital, medida que permite aos trabalhadores (independentemente do seu vínculo) receberem um apoio até 750 euros para fazerem formação em áreas como cibersegurança ou marketing digital.

Ao ECO, a diretora-geral da Galileu explica que os primeiros momentos da aplicação dessa medida foram desafiantes, mas assegura que o cheque de formação digital já está, entretanto, a ter um impacto positivo na atividade, trazendo aos centros pessoas que, de outro modo, não viriam, bem como ex-formandos que regressam para somarem competências às já adquiridas.

“Grande parte da oferta formativa da Galileu é elegível para o cheque de formação. É uma medida que tem tido impacto na nossa atividade. Temos já candidaturas a serem aprovadas, muitas ligadas a novas tecnologias“, assinala Cláudia Vicente.

Segundo a responsável, “as candidaturas iniciais foram de pessoas que não eram clientes”. “Mas hoje já temos um número significativo de ex-formandos que recorrem a essa medida para dar o passo seguinte na sua formação“, observa.

Por outro lado, convém realçar que, ainda que obrigatória, a formação disponibilizada pelos empregadores aos trabalhadores é ainda relativamente baixa em Portugal. “Nem sempre a formação é prioritária nas organizações“, reconhece a diretora-geral, frisando que esse cenário é agravado em períodos de maior dificuldade.

Para mudar esse paradigma, Cláudia Vicente confessa que estava à espera que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) trouxesse “incentivos mais robustos ao investimento em formação por parte das empresas“. Por isso, deixa claro que é agora preciso uma medida semelhante ao referido cheque de formação digital (que se dirige diretamente aos indivíduos) que apoie as empresas que queiram fazer essa aposta nas qualificações.

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5 coisas que vão marcar o dia

Prossegue a campanha eleitoral. Nos EUA, é Super Terça-Feira. Nos e Mota-Engil apresentam resultados anuais. E credores da Oi reúnem para votar um novo plano desfavorável aos obrigacionistas da PT.

Em Portugal, as legislativas aproximam-se. No Brasil, vota-se um plano que pode lesar ainda mais os antigos obrigacionistas da PT. Nos mercados, os investidores estarão atentos aos resultados anuais da Nos e da Mota-Engil.

Prossegue a campanha eleitoral

Faltam cinco dias para as eleições legislativas de 10 de março e a segunda semana de campanha eleitoral prossegue, com os partidos a tentarem convencer a grande percentagem de indecisos. Na agenda de Pedro Nuno Santos (PS) está uma arruada em Setúbal e um comício na Aula Magna, em Lisboa. Na de Luís Montenegro (Aliança Democrática) está o “contacto com a população” em Aveiro e Águeda, rumando depois a Alcobaça e Caldas da Rainha.

Nos apresenta resultados anuais…

A Nos publica hoje os resultados do ano completo de 2023. Até setembro, o resultado líquido da operadora foi de 126,4 milhões de euros, cerca de um terço dos alcançados nos mesmos nove meses de 2022, apesar de as receitas terem crescido 5,3% nesse período. Foi um ano em que a Nos continuou a expandir a sua rede 5G: dados da Anacom conhecidos esta semana mostram que era a operadora com mais antenas de quinta geração instaladas, num total de 4.235 no final de dezembro.

…e a Mota-Engil também

A Mota-Engil também presta contas aos investidores esta terça-feira. A construtora só apresenta resultados semestralmente, mas em novembro avançou alguns dados operacionais e financeiros dos nove meses até setembro, incluindo uma subida de 66% do volume de negócios, superando os quatro mil milhões de euros. O ano de 2023 foi particularmente bom para as ações da Mota, que mais do que triplicaram de valor em bolsa, o melhor desempenho de todo o PSI.

Credores da Oi votam novo plano de recuperação

Realiza-se esta terça-feira uma assembleia geral de credores da Oi no Rio de Janeiro, Brasil, para discutir e votar o plano de recuperação judicial que foi revisto em fevereiro. As novas condições estão a ser bastante criticadas em Portugal, por deixarem muitos lesados da Portugal Telecom mais duas décadas à espera de recuperarem o seu dinheiro. Com este plano, a operadora brasileira tenta manter-se à tona, resistindo à pressão de uma avultada dívida equivalente a mais de oito mil milhões de euros.

É Super Tuesday nos EUA

Hoje é Super Terça-Feira nos EUA, o dia em que o maior número de estados realizam eleições primárias, a caminho das eleições Presidenciais marcadas para 5 de novembro. Joe Biden não tem um adversário substancial do lado do Partido Democrata, mas, pelos Republicanos, Donald Trump e Nikki Haley lutam pela nomeação. No Colorado e no Maine, dois estados em que há primárias esta terça-feira, Trump foi excluído por insurreição, no caso relacionado com os acontecimentos posteriores às eleições de 2020, mas o seu nome mantém-se no boletim de voto depois do Supremo Tribunal ter decidido que um estado não pode retirar um candidato da votação.

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Da redução de taxas à regulamentação do lobby, o que defendem os partidos para a justiça?

Vários são os pontos de consenso entre os partidos: o combate aos megaprocessos e à lentidão do sistema de justiça, o reforço dos meios da PJ e MP, ou até a valorização das carreiras.

É já no próximo domingo que o país vai a votos para eleger os deputados da Assembleia da República e Governo. Da esquerda à direita, o setor da justiça foi dos menos abordados nos debates entre os partidos, mas é um dos temas centrais nos programas consultados pelo ECO. Afinal o que defendem as principais forças políticas nos seus programas eleitorais?

Vários são os pontos de consenso entre os partidos com assento parlamentar: o combate aos megaprocessos e à lentidão do sistema de justiça, o reforço dos meios da Polícia Judiciária (PJ), bem como do Ministério Público (MP), ou até a valorização das carreiras, principalmente as dos Funcionários Judiciais.

Uma reforma da Justiça é também uma posição partilhada entre os principais partidos. Por exemplo, o Partido Socialista (PS) quer “clarificar as formas de coordenação e os poderes hierárquicos da Procuradoria-Geral da República (PGR) no âmbito dos inquéritos”, reforçar os meios do MP e da Entidade para a Transparência e para o Mecanismo Nacional Anticorrupção. De forma a evitar os megaprocessos, o PS quer alargar a suspensão provisória de processos a mais crimes.

Já a Aliança Democrática (AD) pretende criar uma comissão permanente para reformar a justiça e uma revisão constitucional que assegure a celeridade e que clarifique a posição do MP. O partido liderado por Montenegro defende ainda a fixação do limite de 72 horas para a detenção até haver decisão de um juiz.

A regulamentação do lobbying é também um dos temas que tem mais “defensores”. Tanto o PS, como a AD, Chega, PAN e Livre defendem esta medida nos seus programas. Já o CDU mostra-se contra, uma vez que considera que “constitui mais uma forma de legitimação da influência dos interesses económicos e financeiros junto do poder político, contribuindo para a subordinação deste e a degradação do regime democrático”.

Conforme a tabela acima, todos os partidos estão de acordo sobre a utilização de meios alternativos de resolução de litígios, como a arbitragem ou julgados de paz, uma vez que contribui para a celeridade na justiça. Também relativamente à redução das taxas de justiça todos estão de acordo. Já sobre o regime de previdência relativo a advogados e solicitadores, apenas quatro partidos expressam as suas posições, defendendo o Chega e o PAN a opção para escolher ente o regime geral e o autónomo , o BE a integração da CPAS na Segurança Social e o CDU a criação de um regime de proteção social dos advogados mas integrado na Segurança Social.

Entre as linhas mestres da Iniciativa Liberal está a redução dos tempos as decisões na Justiça Administrativa e Fiscal, acompanhamento “correto” a nível social e processual das vítimas de violência doméstica e ainda uma reflexão sobre a fase de instrução para não atrasar os processos.

Já o CDU pretende reformular a fase de instrução, regular as relações de trabalho subordinado no exercício da advocacia e travar as arbitragens. Por outro lado, o Bloco de Esquerda pretende punir o recurso a offshores e elaborar uma Lei de Bases da Justiça que consagre um Serviço Nacional de Justiça.

No seu programa eleitoral o PAN revela que quer que o enriquecimento ilícito passe a ser crime e implementar uma taxa de 15% sobre qualquer transferência para um paraíso fiscal. O partido pretende ainda revisitar a alteração dos Estatutos da Ordem dos Advogados de forma a proteger a independência e segredo profissional da classe.

Já o Chega quer também reverter as alterações impostas às Ordens Profissionais e ainda a introdução da prisão perpétua como possibilidade e da sanção acessória de castração química. Por fim, entre as principais medidas do Livre está o acompanhamento psicológico não só das vítimas, como também dos arguidos e condenados e ainda o fim do crime de Ofensa à Honra do Presidente da República.

O tão esperado Pacto para a Justiça volta a ser falado pela AD e PS

Dias antes da campanha ter arrancado, Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro manifestaram disponibilidade para um pacto para a reforma da Justiça, no debate promovido pelas rádios, em que estiveram todos os partidos com assento parlamentar, à exceção do Chega. O líder do PSD disse ainda fazer uma “avaliação mais negativa do que positiva” do mandato de Lucília Gago enquanto Procuradora-Geral da República (PGR).

Questionado sobre a disponibilidade para um pacto para a Justiça com a Aliança Democrática (AD), Pedro Nuno Santos começou por sinalizar que de Montenegro “normalmente vem um ‘nim’, não uma resposta”. Mas assumiu: “Precisamos de discutir a Justiça em Portugal e de fazer essa reforma, que será muito mais sólida consistente e duradoura se tivermos um amplo consenso que deve ser procurado pelo PSD”.

Já Montenegro sinalizou que o PSD, que encabeça a coligação AD, esteve “sempre disponível para consenso em matérias chave que têm de projetar durabilidade e estabilidade”. Assim, o “PSD e agora a AD estão disponíveis para consensualizar”, apontou, com a ressalva de que “o importante é garantir que a Justiça é mais rápida e eficaz“, tendo também um “fluxo processual que não prejudique a atividade económica”.

Rui Rocha, por sua vez, também expressou “disponibilidade para um pacto na Justiça, se não for para prolongar como está”. “Temos disponibilidade para discutir aceleração de justiça administrativa, mas tranquilidade na avaliação do caminho de Justiça”, apontou o presidente da Iniciativa Liberal.

À esquerda, os partidos defenderam que é necessária uma Justiça “mais acessível”. Paulo Raimundo argumentou que, “se não resolvermos o problema de fundo, as custas judiciais e dos cidadãos poderem resolver os seus problemas, não resolvemos nada”.

Já do lado do PAN, Inês Sousa Real salientou que, além do reforço do DCIAP, “é preciso ir mais longe”, nomeadamente para “garantir a acessibilidade à justiça”.

Mariana Mortágua, do BE, também defendeu que existe “uma Justiça demasiado cara e demorada”, que são “preocupações estruturais sobre as quais nos devemos debruçar”.

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PHC Software afasta-se da crise nas tecnológicas. “Temos uma situação financeira sólida”

Ricardo Parreira distancia-se dos despedimentos no setor tecnológico, que “até ajudam a ter mais pessoas no mercado para contratar”. PHC Software sobe vendas em 18% e fecha escritório no Peru.

Nos últimos meses têm-se sucedido os anúncios de cortes no investimento e no emprego por parte de várias empresas tecnológicas, mas o presidente executivo da multinacional portuguesa PHC Software, Ricardo Parreira, garante ao ECO que não está preocupado com a crise no setor, confiando que “a evolução tecnológica vai ser tão importante no futuro, que a tecnologia vai ter sempre um lugar de crescimento”.

“O que aconteceu com muitas dessas empresas tecnológicas é que no meio da Covid e pós-Covid recrutaram mais pessoas do que aquelas de que precisavam. E agora que a economia já está num caminho normal, verificaram que não têm vendas para aquelas pessoas todas, então cortaram. Não se aplica à PHC, que continua a crescer e tem uma situação financeira muito sólida. Nunca tivemos prejuízo na nossa história e temos um controlo financeiro total”, assegura.

Pelo contrário, assinala o empresário, “o facto de estas empresas [tecnológicas] estarem a despedir até nos ajuda a ter mais pessoas no mercado para contratarmos”. Fundada em 1989, a PHC Software recrutou 70 nos últimos dois anos e emprega atualmente 262 pessoas. Em 2024 pretende contratar mais 30 para diversas funções, que vão desde o desenvolvimento de software, às áreas de suporte, vendas e marketing.

Na altura da pandemia fizemos a expansão que achávamos coerente e sustentável, acima de tudo. Não contratámos baseados na esperança de que o mundo ia ser assim tão diferente.

Ricardo Parreira

CEO da PHC Software

“Na altura da pandemia fizemos a expansão que achávamos coerente e sustentável, acima de tudo. Não contratámos baseados na esperança de que o mundo ia ser assim tão diferente. Vamos crescendo gradualmente. É esse o objetivo: nem ter um crescimento demasiado acelerado nem estagnação. Queremos crescer sustentavelmente”, aponta Ricardo Parreira.

Com escritórios em Lisboa, Porto, Maputo (Moçambique), Luanda (Angola) e Madrid (Espanha), é nas duas maiores cidades portuguesas que concentra a maioria dos trabalhadores. A empresa tecnológica, que calcula ter investido três milhões de euros em Investigação e Desenvolvimento (I&D) em 2023, chegou a ter também instalações e uma equipa de cinco pessoas em Lima (Peru), que acabou por fechar.

“No pós-Covid foi um país [Peru] que sofreu bastante e optámos por mudar a estratégia. Em vez de estarmos fisicamente, estamos através de parceiros e distribuidores, tal como em Cabo Verde”, explica o presidente executivo da PHC Sofware. Este ano, pelo menos, não tem prevista a abertura de escritórios em novas localizações.

Negócio internacional vale 10%

A PHC Software fechou o exercício de 2023 com uma faturação de 17,7 milhões de euros, um crescimento de 18% em termos homólogos e que valeu o nono recorde consecutivo neste indicador. Com um total de 170 mil utilizadores e 37 mil clientes empresariais em mais de 25 países, após terem aumentado 54% nos últimos dois anos, as vendas internacionais representam agora 10% do volume de negócios global.

“É um daqueles casos em que o próprio mercado está muito necessitado de tecnologia para ser mais produtivo. Vendemos software para as empresas terem mais produtividade e no pós-pandemia estão muito mais atentas ao impacto da tecnologia e da transição digital para serem competitivas. Vemos agora as empresas terem uma consciência total de que ou investem em tecnologia ou ficam para trás”, justifica Ricardo Parreira.

Ricardo Parreira, fundador e CEO da PHC Software

E o ano de 2024 “voltou a arrancar muito bem”, descreve o líder da PHC. Em particular, diz ter sida a primeira tecnológica em Portugal a lançar Inteligência Artificial generativa dentro do próprio software de gestão. Destaca ainda as soluções de Human Capital Management – “há uma tendência concreta de investimento das empresas em tecnologia para gerir melhor as pessoas” – e de gestão na cloud, que “está a ter uma aceitação brutal”.

Questionado sobre o impacto que a instabilidade política está a ter nas decisões de investimento e na atividade da empresa, Ricardo Parreira sente que “a economia continua no seu ritmo normal, independentemente da queda do Governo”. “Estamos a sentir as vendas a crescer na mesma e os empresários a quererem continuar a comprar software. Não sentimos, no nosso negócio, apreensão vinda da política para a economia”, acrescenta.

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“Quando Governo não é correto na sua conduta, belisca a imagem de Portugal”, diz Manuel Tarré

"O que aconteceu nos últimos meses deu uma visibilidade pouca digna de Portugal no estrangeiro", lamenta líder da Gelpeixe. "Algumas empresas não vão conseguir suportar" salário mínimo de 1.000 euros.

Quando o Governo não é correto na sua conduta belisca a imagem de Portugal“, diz o presidente da Gelpeixe. Em entrevista ao ECO, Manuel Tarré defende que os governos devem cumprir o que prometeram em campanha eleitoral, ser penalizados quando não o fazem, e acredita que muitas empresas não vão conseguir sobreviver se o salário mínimo aumentar para mil euros.

Tudo aquilo que aconteceu nestes últimos meses deu uma visibilidade de Portugal no estrangeiro pouco digna”, defende o empresário. “Tive situações desagradáveis de comentários de clientes meus, para onde exporto, a dizer que em Portugal aconteceu o que aconteceu no gabinete ao lado do primeiro-ministro”, conta Manuel Tarré numa alusão aos 75 mil euros em numerário que foram apreendidos no gabinete de Vítor Escária, o chefe de gabinete do primeiro-ministro, no âmbito da Operação Influencer que levou à demissão de António Costa.

“São imagens que ficam quando se tenta levar Portugal para uma imagem na exportação digna e de primeiro mundo, em pé de igualdade com todas as grandes empresas europeias ou mundiais. Temos unidades em Portugal capazes de o fazer E depois acontece no Governo aquilo que aconteceu. É, realmente, um desespero grande, uma nódoa negra muito grande na imagem que Portugal tem nas exportações”, desabafa o empresário, que se orgulha de trabalhar num dos “setores que tem mais crescido na exportação”, “o único que importa matéria-prima, transforma-a e exporta, como made in Portugal com valor acrescentado”.

Quando vimos todos a fazer um esforço e depois o Governo não é correto na sua forma de conduta, levanta muitas dúvidas em relação a algumas posturas, de seriedade, isso belisca a imagem de Portugal“, defende.

A sucessão de “casos e casinhos” faria prever que a Aliança Democrática (AD) tivesse conquistado uma distância mais confortável face ao PS, admite Manuel Tarré, mas o empresário desvaloriza as sondagens recordando que nas últimas eleições “não se perspetivava que o PS tivesse maioria e teve”. Uma maioria que entende ter sido uma oportunidade desperdiçada para fazer uma reforma do Estado.

Manuel Tarré considera que as empresas estão em stand by, à espera da definição política para tomar as decisões de investimento. “Claro, sem dúvida nenhuma”, diz –, mas sublinha que o mais relevante são as empresas estrangeiras que planeavam investir em Portugal.

O ano passado decidimos fazer um investimento na fábrica e já estava em curso. Mas outros investimentos que tínhamos em mente fazer ficam em stand by para ver o que é que vai acontecer”, admite, desdramatizando o facto de as empresas nacionais fazerem esta opção, porque “os investimentos podem ficar em stand by um pouco”.

As empresas que precisamos que venham fazer grandes investimentos em Portugal, são as empresas internacionais. Mas, ao olharem para todo o quadro que se tem passado ultimamente, provavelmente põe on hold os seus investimentos. Isso é que é realmente preocupante“, alerta o responsável da Gelpeixe, uma empresa familiar que já vai na terceira geração.

Igualmente preocupante é a perspetiva de aumento do salário mínimo para os 1.000 euros, como sugerem PS e PSD. “Algumas empresas não vão conseguir suportar”, afirma de modo perentório. “Já não suportam hoje e não vão suportar. Não se pode alinhar o salário mínimo só porque se quer fazê-lo. Toda a contingência global tem de ser avaliada”, defende, e a “rentabilidade da mão-de-obra tem também de ser revista”.

Muitas vezes não libertamos margens suficientes nos negócios para poder satisfazer esses requisitos que são ambiciosos, mas, por outro lado, também são dignos. Contudo, a produtividade das empresas não os pode comportar”, lamenta.

“Só espero que, seja qual for a cor política que venha a governar Portugal, haja um respeito pelos princípios de seriedade e tentar reduzir os custos públicos ao máximo para conseguirmos dar melhor qualidade de vida aos pessoas e serem bons exemplos como gestores”, defende Manuel Tarré.

Para o empresário, a primeira medida que gostaria de ver implementada pelo próximo Executivo era “cumprir a palavra que dada na campanha eleitoral, uma opção que coloca à frente de uma bandeira que o move há anos: que o IVA dos produtos alimentares baixe para a taxa mínima para que quem compra um bife do lombo não pague IVA a 6% e quem compra uma lata de salsichas pague IVA a 23%. Uma disparidade que acaba por penalizar quem mais precisa, recorda.

Manuel Tarré, presidente do conselho de administração da Gelpeixe, em entrevista ao ECO - 04MAR24
“Tenho de ser muito honesto. Oiço muitas campanhas e não me identifico com aquelas verdades. Agora que vai haver eleições, estamos perante uma situação delicada: em quem acreditar ou quem é que mente menos? Não deveria ser assim”, diz Manuel Tarré, presidente do conselho de administração da Gelpeixe, em entrevista ao ECO.Hugo Amaral/ECO

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Sonae Sierra investe 40 milhões para transformar o antigo centro comercial S. João de Deus

  • Ana Petronilho
  • 5 Março 2024

O Pulse Lisboa vai nascer onde funcionava o centro comercial S. João de Deus, junto ao Instituto Superior Técnico, que está encerrado há vários anos. O imóvel foi comprado pela Sierra em maio de 2023.

A Sonae Sierra vai transformar o antigo edifício de escritórios e onde funcionava o centro comercial São João de Deus, em Lisboa, em apartamentos de luxo. As obras no imóvel que é da propriedade da Sierra desde maio de 2023 já arrancaram e totalizam um investimento de 40 milhões de euros, revelou ao ECO a empresa.

O novo empreendimento vai ter o nome Pulse Lisboa e será composto por um total de 39 unidades residenciais, entre as quais apartamentos de luxo com tipologias que flutuam entre T0 e T4, duas penthouses a que se somam moradias tipo townhouses, anuncia em comunicado a Sonae Sierra.

O projeto, localizado junto ao Instituto Superior Técnico, numa das zonas centrais da capital, vai contar ainda com um conjunto de serviços e equipamentos exclusivos, como piscina interior, spa, ginásio, espaço de co-working, terraços privados com jardim, serviço de concierge e um jardim privativo comum a todo o empreendimento.

O antigo centro comercial São João de Deus está encerrado há vários anos. Foi um dos primeiros centros comerciais a entrar em funcionamento no país, tendo sido inaugurado em 1985, com dois pisos e uma área comercial de 2.992 m2 distribuída por 77 lojas e 20 restaurantes.

A Sonae Sierra é uma empresa multinacional que opera no imobiliário e conta com projetos em mais de 35 países que estão avaliados em cerca de 6,6 mil milhões de euros.

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Cristóbal Colón cede o comando de La Fageda e será o presidente honorário

  • Servimedia
  • 5 Março 2024

O fundador de La Fageda, Cristóbal Colón, de 75 anos, está a deixar a presidência e a direção geral do projeto que liderou desde a sua criação em 1982 e passará a ser presidente honorário.

Com a sua decisão, Colón conclui o processo estratégico que iniciou em 2013 para garantir a durabilidade e sustentabilidade do projeto.

O processo contemplava a execução de uma série de ações, dentre as quais se destacam, por um lado, um plano de investimentos que permitiu a renovação e melhoria tanto das infraestruturas industriais quanto dos serviços prestados às pessoas atendidas pela organização, e por outro lado, a preparação da sucessão geracional na governança e direção de La Fageda.

Desta forma, por um lado, o economista Josep Maria Bonmatí, até então vice-presidente do conselho e membro há cerca de quinze anos, assume a presidência do órgão máximo de governança da entidade. Por outro lado, a garrotxina (moradora da Garrotxa) Sílvia Domènech passa a ser diretora geral, após ter sido nomeada diretora adjunta por Colombo em 2019 e ter-se incorporado ao projeto como diretora comercial em 2012.

Cristóbal Colón expressa sua confiança no futuro da organização que criou aos 33 anos: “Está em boas mãos, sinto-me muito tranquilo com o compromisso e a solvência profissional dos patronos e diretores”. O fundador de La Fageda deixa o comando da organização satisfeito e convencido de que “durante esses 42 anos, nosso trabalho deu sentido à vida de muitas pessoas. A soma do tempo e dos esforços dedicados ao projeto valeu a pena imensamente”. Colón agradece “a confiança e o esforço de todas as pessoas, famílias e instituições que, ao longo da história de La Fageda, nos apoiaram. Sem todos eles, La Fageda não seria o que é”.

PROJETO SOCIAL

Em abril de 1982, acompanhado pelo psiquiatra Josep Torrell, bateu à porta do então presidente do município de Olot, o empresário Joan Sala, para pedir um local onde montar uma empresa que empregaria cerca de quinze pessoas afetadas por doenças mentais.

Profundamente impactado pelas vivências em hospitais psiquiátricos em Zaragoza, Martorell e Salt, e convencido do poder transformador do trabalho e de sua capacidade de dar sentido à vida das pessoas que perdiam sua dignidade nesses ambientes, concebeu o sonho de impulsionar uma empresa social com a clara missão de melhorar a vida dessas pessoas.

O presidente do município transmitiu a sua confiança para realizar aquela “loucura”, e o que começou num pequeno local do antigo convento do Carme de Olot hoje é uma organização que reúne mais de 500 pessoas, que posicionou no mercado uma marca de qualidade muito querida, e que mantém inalterada a sua missão e natureza não lucrativa.

A trajetória que La Fageda percorreu sob a sua liderança, juntamente com a sua esposa, a terapeuta Carme Jordà, transformou-o num projeto destacado da economia social que compete no mercado com grandes multinacionais. O modelo socioempresarial de La Fageda é um exemplo de integração social e laboral de pessoas com deficiência intelectual e transtornos mentais.

Cristóbal Colón recebeu vários reconhecimentos pelo impacto social e económico do projeto que criou. No próximo sábado, 9 de março, o município de Olot entregará a ele a medalha da cidade.

A diretora geral de La Fageda, Sílvia Domènech, valoriza o reconhecimento como “um elogio ao esforço, à coragem, à perseverança e à luta diante das adversidades, que foram muitas ao longo desses 42 anos. Cristóbal tem a capacidade de transformar o improvável em possível”.

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Lucros da Mota-Engil mais do que duplicam para recorde de 113 milhões

Grupo de infraestruturas terminou o ano passado com um disparo de 120% nos lucros, enquanto as receitas ultrapassaram pela primeira vez o patamar dos cinco mil milhões.

A Mota-Engil fechou 2023 com resultados que considera ser “os melhores da sua história”. A empresa liderada por Carlos Mota dos Santos viu os lucros mais do que duplicarem para 113 milhões de euros, traduzindo-se num disparo de 120% quando comparado com o período homólogo.

No ano passado, o volume de negócios da empresa cresceu 46% para 5.552 milhões de euros, patamar que alcança “pela primeira vez na história do grupo” depois de em 2022 ter registado um recorde de 3,8 milhões de euros.

De acordo com o comunicado divulgado esta terça-feira no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a construtora portuguesa considera 2023 um ano de “forte desempenho operacional”, tendo alcançado “níveis recorde de produção na área de engenharia e construção (E&C)“.

Neste segmento, a gigante de construção civil cresceu 54% com destaque para o mercado na América Latina, região onde a Mota-Engil é hoje “uma das cinco maiores construtoras” depois de o negócio ter crescido 81% em 2023.

Destaque ainda para África e Europa, continentes nos quais o grupo cresceu 28% e 31%, respetivamente.

Em 2023, a gigante portuguesa teve também o seu “segundo melhor [ano] de sempre” em encomendas, registando 13 mil milhões de euros, com seis mil milhões de euros a representarem novos contratos.

O comunicado dá ainda nota de um crescimento de 55% para 837 milhões de euros dos lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) e dos resultados operacionais (EBIT) que duplicaram para 516 milhões de euros (margem de 9% face aos 6% registados em 2022).

Relativamente ao desempenho financeiro, a Mota-Engil aumentou a sua capacidade de investimento (CAPEX) para 513 milhões de euros, direcionado sobretudo para contratos de médio e longo prazo, investimentos em “mercados-chave como Portugal, México, Angola e Nigéria” e “em áreas de negócio de reconhecido potencial de crescimento e valorização patrimonial no futuro”.

Além de um “forte desempenho operacional e de geração de caixa”, a Mota-Engil destaca ter alcançado “o melhor rácio de dívida líquida/EBITDA dos últimos 10 anos (com 1,4x face aos 1,7x em 2022) e dívida bruta/EBITDA para 3,3x (4,5x de 2022). Esta variação permitiu à empresa “superar os objetivos estabelecidos no Plano Estratégico (2022-2026)”, informa a empresa.

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Montenegro diz a Pedro Nuno que é preciso “estabilidade emocional” para governar

  • Lusa
  • 4 Março 2024

"Para se governar um país também é preciso ter estabilidade emocional. É preciso ter estabilidade para compreender os outros", diz Luís Montenegro.

O presidente do PSD disse esta segunda-feira que “para se governar um país também é preciso ter estabilidade emocional”, dirigindo-se ao secretário-geral do PS, a quem acusou de fazer um discurso do medo e divisionista contra a AD.

“Se a campanha do PS e do meu principal adversário é andar a meter medo às pessoas, é querer vir com estas coisas de que vai cortar, vai fazer e acontecer, era importante que ele pudesse parar, pensar naquilo que diz. Sinceramente, pensar naquilo que diz”, aconselhou Luís Montenegro, num comício da Aliança Democrática (AD) no auditório do Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança. “Para se governar um país também é preciso ter estabilidade emocional. É preciso ter estabilidade para compreender os outros, é preciso ter estabilidade para nos sabermos colocar no lugar dos outros”, acrescentou.

O presidente do PSD, que tem acusado o PS de “confundir o partido com o Estado”, sugerindo que quer o Estado a “mandar nas pessoas”, considerou que há uma diferença entre as suas críticas e as de Pedro Nuno Santos: “Aqui não há o nós e o eles, aqui há o Portugal, todos nós. É que esta postura também faz diferença”.

Aquilo que também está em cima da mesa no domingo são duas formas de estar diferentes, são duas formas diferentes de ver o país, são duas formas diferentes de ver a condição humana individualizada de cada um na sociedade, são duas formas diferentes de conceber o país e de conceber a vida de cada um”, sustentou.

Segundo Luís Montenegro, “se por acaso as pessoas acreditam mais numa conceção em que o Estado, o Governo, o PS diz às pessoas o que é que elas devem ser, diz que umas são boas e as outras são más, diz que os seus adversários estão a pensar em trazer cortes, em trazer malfeitorias às pessoas, se as pessoas mesmo acreditam nisso têm mesmo de votar no PS”.

Porque se votarem na AD o que vão ter é uma resposta diferente: vão ter a valorização do indivíduo, da criança que está a crescer, do jovem que está na escola, da pessoa que está no emprego, daqueles que estão hoje no ativo e daqueles que estiveram aqui antes de nós e que merecem o nosso respeito”, contrapôs.

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SEDES assinala “surto de propostas” com aumentos significativos da despesa pública

  • Lusa
  • 4 Março 2024

Se atendermos à natural subida do peso dos juros na despesa pública, os riscos para as contas públicas – que nem sempre estão suficientemente quantificados – resultam evidentes", afirma a associação.

A SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social assinalou esta segunda-feira o “elevado número de propostas” de partidos que concorrem às eleições legislativas que implicam aumentos de despesa pública e que acarretam riscos de originar desequilíbrios orçamentais. O alerta é deixado num documento no qual a SEDES faz uma análise à componente económica dos programas eleitorais dos partidos com assento parlamentar na presente legislatura, não incluindo o Livre e o PAN.

Para a SEDES, um dos aspetos que mais tem caracterizado o debate pré-eleitoral “é o surto de propostas de aumentos significativos de despesa pública, dirigidos ao rendimento das famílias”, como as medidas sobre revisões de carreiras, pensões, abono de família ou apoios à habitação, “a par de grandes projetos de investimento” como do aeroporto de Lisboa ou a ferrovia “como se a restrição financeira tivesse subitamente desaparecido”.

“Se atendermos à natural subida do peso dos juros na despesa pública, os riscos para as contas públicas – que nem sempre estão suficientemente quantificados – resultam evidentes”, afirma a associação. As políticas apresentadas pelos partidos, segundo a SEDES parecem orientadas “para o aumento da procura, em vez de, preferencialmente, dirigidas à expansão da oferta e ao incremento da produtividade”.

A associação refere que alguns grandes projetos, nomeadamente o aeroporto de Lisboa e o TGV “têm alternativas com custos muito diferenciados que justificam a necessidade de uma análise de impacto económico profunda, assente em pressupostos realistas e com consideração de todos os custos diretos e indiretos”.

Segundo a SEDES, no caso do aeroporto de Lisboa, “numa época de grande incerteza sobre o futuro do mercado do transporte aéreo, parece prudente que a opção que venha a ser assumida tenha a flexibilidade necessária para permitir a gradual adaptação da sua dimensão às reais necessidades que venham a ser justificadas pelo aumento do tráfego aéreo”.

Na questão salarial, a associação diz que vários programas eleitorais definem compromissos quantificados para a evolução do salário mínimo e do salário médio, com um horizonte de médio prazo “aparentemente sem condicionamento pela evolução da produtividade e da inflação” o que “representa um risco para a competitividade das empresas”.

Quanto aos impostos, a SEDES considera que existem algumas medidas positivas como as “dirigidas ao alívio do peso da tributação dos rendimentos do trabalho e das empresas, bem como da burocracia fiscal”. No entanto, estas medidas “fiscais não aparecem enquadradas numa reforma global e coerente dos impostos sobre o rendimento, como seria desejável”, defende a SEDES.

Por sua vez, “a questão da sustentabilidade da Segurança Social não é objeto de discussão generalizada” nos programas eleitorais, afirma a associação, considerando no entanto positiva a existência de propostas “que fomentam a criação” ou reforço “de sistemas (públicos e privados) de poupança que poderão complementar a capacidade do sistema público existente”.

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