5 coisas que vão marcar o dia

A Jerónimo Martins apresenta resultados de 2023, no dia em que são divulgados dados sobre as vendas a retalho na Europa e a inflação na OCDE.

Continua a época de apresentação de resultados entre as cotadas do índice de referência nacional, com a Jerónimo Martins a prestar contas sobre o ano de 2023. O dia será também marcado pela divulgação de dados estatísticos como as vendas a retalho na Zona Euro e a inflação na OCDE. Nos EUA, a Fed publica o “Livro Bege”, que permite fazer um raio-X à economia norte-americana.

Jerónimo Martins apresenta resultados de 2023

A Jerónimo Martins apresenta esta quarta-feira os resultados para o ano de 2023, que já se pode antever que será um ano recorde. Até setembro do ano passado, a dona do Pingo Doce faturou 22,5 mil milhões de euros, o que representa um disparo de 22% face ao ano passado, enquanto os lucros neste período subiram 33,3% para 558 milhões.

Como evoluíram as vendas a retalho na Europa?

O Eurostat publica os dados sobre as vendas a retalho durante o mês de janeiro, permitindo perceber o ritmo da atividade económica nos países da União Europeia no arranque do ano. Além disso, o gabinete de estatísticas europeu vai também divulgar dados sobre os preços na produção industrial, bem como na importação industrial, em janeiro.

OCDE divulga inflação de janeiro

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) divulga os dados relativos à inflação em janeiro nos países que a integram. Estes dados permitem perceber as diferenças na evolução dos preços entre os vários países que integram a OCDE. Na Zona Euro, a inflação abrandou para 2,8% em janeiro e terá abrandado novamente em fevereiro, segundo a estimativa rápida.

Como estão as reservas de petróleo dos EUA?

É divulgado esta terça-feira o relatório da associação American Petroleum Institute (API) que mostra como estão os inventários de crude nos Estados Unidos, dados que normalmente fazem mexer os preços do petróleo negociado nos mercados internacionais. Nesta semana, os preços têm estado a cair mesmo com os cortes na produção determinados pela OPEP.

Fed dá sinais sobre a economia

Esta quarta-feira, a Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) divulga os dados mais recentes sobre a economia norte-americana, numa altura em que ainda é incerto quando é que o banco central poderá avançar para um corte nas taxas de juro. Publicado oito vezes por ano, o “Livro Bege” apresenta o resumo das condições e atividade económica do país, com base no reportado pelos diferentes bancos centrais federais. O presidente da Reserva Federal vai também depor em comissão da Câmara dos Representantes, dando mais pistas sobre a visão da Fed.

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Parque Escolar recusa revelar candidatos à construção de habitação pública em Oeiras

  • Ana Petronilho
  • 6 Março 2024

Terminou a 14 de fevereiro o prazo para a entrega de propostas no concurso que prevê a construção de 394 casas do Estado por 62,8 milhões. A empresa pública recusa revelar quantas propostas recebeu.

A antiga Parque Escolar – que desde junho se chama Construção Pública – recusa revelar quantos candidatos se apresentaram ao concurso público internacional para construir 394 casas do Estado, para arrendamento acessível, na antiga estação radionaval em Algés, por cerca de 62,8 milhões de euros. Este é o primeiro e único concurso lançado por esta entidade para construir habitação pública com rendas acessíveis e é um dos maiores projetos do Estado com recurso a verbas do PRR.

O prazo para a apresentação de propostas do concurso terminou a 14 de fevereiro. Desde então que o ECO questionou várias vezes a antiga Parque Escolar sobre quantas propostas foram submetidas e quantas são de empresas portuguesas. Mas a Construção Pública entende que apenas deve prestar esclarecimentos depois da adjudicação e com o contrato assinado.

Ou seja, o vencedor ou vencedores do concurso para a construção das casas do Estado serão decididos sem que a Construção Pública, empresa do Estado, preste qualquer esclarecimento enquanto decorrer o concurso público. “O concurso está ainda em curso, encontrando-se em fase de análise das propostas pelo júri do procedimento, pelo que todas as informações relativas ao mesmo serão prestadas logo que o mesmo for concluído, isto é, tomada a decisão de adjudicação, nomeadamente com a publicação, nos termos legais, no portal base.gov.”, disse ao ECO fonte oficial da Construção Pública.

Confrontada com a recusa de informação, a antiga Parque Escolar diz apenas que a “empresa pauta-se sempre pelo cumprimento da lei e, também neste caso, não está a recusar-se a dar a informação solicitada, mas apenas a diferir o momento da sua prestação, nos termos do disposto no n.º 3 do artigo 6.º da Lei de Acesso aos Documentos Administrativos”. Artigo que prevê que “o acesso aos documentos administrativos preparatórios de uma decisão ou constantes de processos não concluídos pode ser diferido até à tomada de decisão, ao arquivamento do processo ou ao decurso de um ano após a sua elaboração, consoante o evento que ocorra em primeiro lugar”.

Confrontadas pelo ECO com a recusa de esclarecimentos da Construção Pública, o Ministério da Habitação remete-se ao silêncio assim como o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU).

Concurso anulado e alterado em dezembro

O concurso público internacional para a construção de casas do Estado foi anunciado no Parlamento a 9 de novembro de 2023 pela ministra da Habitação, Marina Gonçalves, que é cabeça de lista pelo PS no círculo de Viana do Castelo às legislativas marcadas para 10 de março.

Nesse mesmo dia foi publicado em Diário da República o primeiro anúncio do concurso público internacional, que previa que um investimento de 59,3 milhões de euros para a construção dos 394 fogos que se dividiam em seis lotes. O prazo para este concurso terminava a 8 de dezembro de 2023. Entretanto, este concurso de empreitada sofreu alterações e acabou por ser cancelado para ser lançado um novo.

Dada a inclusão de mais um lote a contratar, foi comunicado, via plataforma eletrónica, a 06/12/2023, o cancelamento do referido concurso e o lançamento de um novo procedimento com a alteração das peças procedimentais. O novo concurso foi lançado a 21/12/2023, estando atualmente a decorrer o prazo para apresentação das propostas”, que terminou a 14 de fevereiro, explicou ao ECO fonte oficial da Construção Pública.

Ou seja, o concurso de empreitada que está a decorrer prevê a conceção e construção de, pelo menos, 394 casas do Estado que se dividem em sete lotes com um investimento de 62,8 milhões de euros, sendo que a construtora adjudicada terá um prazo de 21 meses para a construção das habitações, refere o aviso do concurso publicado em Diário da República.

Este concurso é apenas uma das fases do projeto anunciado durante a assinatura pública do protocolo para este empreendimento, que decorreu a 20 de dezembro de 2023, onde marcaram presença o primeiro ministro António Costa, o autarca de Oeiras, Isaltino Morais, e a ministra da Habitação, Marina Gonçalves. No total, na antiga estação radionaval “Comandante Nunes Ribeiro” em Algés, vão ser construídas 770 casas para arrendamento acessível, com um investimento total de 185 milhões de euros.

A Câmara de Oeiras prevê que as obras na antiga estação Radionaval de Algés – que conta com uma área total de 322.836,60 metros quadrados – arranquem ainda este ano e “estarão terminadas até março de 2026”.

Para a seleção do adjudicatário, a Construção Pública definiu quatro critérios na avaliação das propostas que passam pelo preço, que tem um peso de 30%, pelos prazos de licenciamento e de execução da obra que pesam 40%, pela percentagem de materiais reciclados, pesando 10%, e pela experiência da equipa a afetar à execução do contrato, com uma ponderação de 20%.

O aviso do concurso estipula que é exigida uma caução de 5% e, segundo o programa de concurso publicado, os concorrentes podem apresentar proposta para um, vários ou todos os lotes, sendo que no máximo só podem ser adjudicados dois lotes a cada candidato.

Imóvel cedido pela Defesa em 2021

A antiga estação radionaval de Algés é um dos oito imóveis devolutos cedidos pela Defesa, em 2021, ao antigo ministério das Infraestruturas para serem transformados em habitação acessível.

Neste pacote estão ainda incluídos imóveis nos concelhos de Lisboa, Porto e Oeiras. São eles, a Quinta da Alfarrobeira para onde estão previstos 365 fogos, a Cerca do Convento da Estrela – Ala Sul onde vão ser construídas 107 casas, Hospital Militar da Estrela, em Lisboa, com 84 fogos; as instalações utilizadas pela manutenção militar e a oficina geral de fardamento e equipamento, na Avenida da Boavista, com 67 fogos, o edifício na Avenida de França com 36 casas e o Trem do Ouro e Casa do Lordelo do Ouro, no Porto, com 90 fogos. No total, nos oito edifícios vão ser construídas um total de 1.379 casas para arrendamento acessível.

O protocolo para a cedência destes imóveis foi assinado a 30 de junho de 2021, e contou com a assinatura do antigo secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz, do ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e do ex-ministro da Defesa, João Gomes Cravinho. O acordo prevê que as Forças Armadas recebam 110 milhões de euros, pela concessão por 75 anos dos direitos de superfície, para investimento nas suas infraestruturas.

No entanto, em agosto de 2023, as Forças Armadas apenas receberam 15,4 milhões da verba prometida, escreveu o Diário de Notícias.

Além disso, Carlos Moedas, que tinha aceitado que a Câmara Municipal de Lisboa fosse parceira deste plano no mais importante e valioso imóvel, a Quinta da Alfarrobeira (em Benfica, Lisboa), desistiu da operação. “Avaliada a opção em concreto e as várias implicações da mesma, entre elas a nível de encargos para a CML, reforçado ainda por alternativas e disponibilidade de outros locais que já fazem parte do património municipal, a decisão foi de que estrategicamente não fazia sentido manter essa possibilidade”, escreveu, em comunicado, a Câmara Municipal de Lisboa.

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Gigante austríaca compra grupo de iluminação de Braga que fatura mais de 5 milhões

Américo Pedro Martins vende AM Experience à gigante austríaca MK Illumination. Conhecido pelas luzes de Natal e pelos musicais no gelo, emprega 50 pessoas e tem escritórios em Braga e no Porto.

Fundada em 2001 por Américo Pedro Martins, numa altura em que dividia o tempo entre as entregas da Telepizza e os truques de magia, enquanto estudava num seminário, a AM Experience acaba de ser comprada a 100% pela gigante austríaca MK Illumination, adiantou ao ECO fonte da empresa de Braga. Uma “decisão muito ponderada e emocionalmente difícil”, aponta o fundador.

O grupo minhoto é conhecido pelas iluminações de Natal para autarquias e centros comerciais, e nos últimos anos também pelos espetáculos de teatro musical no gelo. Era detido até agora por Américo Pedro Martins. Faturou cerca de 5,5 milhões de euros em 2023, com a divisão de Illumination & Arts a valer mais de metade do total. Tem escritórios em Braga e no Porto, e emprega atualmente perto de 50 pessoas.

Sem revelar o valor do acordo concluído nos últimos dias, a agora designada AM Experience by MK Illumination passa para as mãos da empresa sediada em Innsbruck. Reclama o estatuto de líder mundial no mercado da iluminação decorativa festiva e avança para esta aquisição com o objetivo de expandir a presença na Península Ibérica.

“Este é um momento decisivo que representa uma enorme oportunidade para o desenvolvimento e crescimento do AM Experience. Não só pela dimensão do novo acionista, mas também pelo acesso a uma rede internacional composta pelos melhores profissionais, pelas melhores práticas e por produtos altamente inovadores”, aponta o diretor-geral, Nuno Barbot.

Representa uma enorme oportunidade para o desenvolvimento e crescimento do grupo. Não só pela dimensão do novo acionista, mas também pelo acesso a uma rede internacional.

Nuno Barbot

Diretor-geral da AM Experience Group

A multinacional austríaca tem 44 escritórios, opera em mais de 120 países e emprega 1.070 pessoas em todo o mundo. Criada em 1996 por Marie, Klaus e Thomas Mark, é ainda hoje gerida pelos proprietários (Klaus Mark assume a presidência executiva) e fechou o exercício relativo a 2023 com um volume de negócios de 165 milhões de euros.

Fechada a aquisição, o grupo português será gerido por um board liderado por Nuno Barbot (managing director), João Amaral (Head of Business e também das unidades de negócio Festive Lighting e Travelling Exhibitions); Bruno Galvão (AM Live); Inês Lopes (Dreams, Fun & Ice); Fernando Curval (logística e operações); Tiago Gonçalves (marketing) e Daniel Sousa (área administrativa e financeira).

Quatro divisões e 20% do negócio em Espanha

Com este negócio, além da criação de uma plataforma de experiências de iluminação festiva na Península Ibérica – em conjunto, a AM Experience e a MK Illumination geraram vendas de seis milhões de euros em Portugal e Espanha no ano passado -, o grupo austríaco aposta na diversificação do negócio.

É que, embora seja a principal atividade, o grupo bracarense não integra apenas a divisão AM Festive Lighting, que no último Natal executou um total de 75 projetos de iluminação festiva. Tem também a AM Live (espetáculos de teatro musical e performativos), a AM Dreams, Fun & Ice (experiências em pista de gelo e parques de diversão temáticos); e a AM Travelling Exhibitions (exposições itinerantes e outros conteúdos de entretenimento), que é a mais recente unidade de negócio e está ainda em fase de arranque.

Decoração natalícia da AM Experience no NorteShopping

Também a MK Illumination, além de produzir e vender produtos de iluminação, assim como soluções de iluminação decorativa festiva para cidades e municípios, centros comerciais ou clientes da área do lazer e turismo, opera há três anos os seus próprios parques de iluminação temporários (23) em vários países, sob a marca Lumagica.

Nos próximos anos, os novos donos apontam à “continuação do crescimento sustentado no mercado ibérico” e ao “desenvolvimento de negócios no Brasil e em África”. A operar em Espanha desde 2011, os projetos realizados pela empresa portuguesa do outro lado da fronteira representaram 20% do total da faturação, contabiliza ao ECO. No Brasil está projetada a realização de um espetáculo de teatro musical no gelo em São Paulo, até ao final de 2024.

A AM Experience opera em Espanha desde 2011. No ano passado, os projetos realizados no país vizinho valerem um quinto da faturação, que totalizou 5,5 milhões de euros.

“Em África não temos, de momento, qualquer projeto planeado, mas já desenvolvemos algumas experiências no passado, como por exemplo pistas de gelo (África do Sul) ou exposições (Angola). A escolha do Brasil e África prende-se com algumas parcerias que temos ali estabelecidas e que estamos a desenvolver”, detalha a empresa minhota.

Em Portugal, a AM Experience tem na lista de clientes várias autarquias e alguns dos maiores operadores imobiliários, como a Klépierre, Mundicenter, CBRE, Merlin Properties, Cushman & Wakefield, Savills Aguirre Newman ou Sonae Sierra. No portefólio tem o projeto Óbidos Vila Natal, os espetáculos no gelo que organiza junto ao MarShopping (Matosinhos), a estrela que há vários anos é a imagem de marca do Amoreiras (Lisboa) ou a “Árvore dos Abraços” criada para os Armazéns do Chiado, também na capital.

Espetáculo “O Aladino no Gelo”, produzido pela AM Live em dezembro de 2023

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“Que o voto não sirva para tirar direitos”. Função Pública exige aumentos salariais, de olho nas urnas

Ganhe a direita ou a esquerda, sindicatos da Função Pública deixam claro que o salário deve ser prioridade. Também revisão das carreiras é destacada pelos sindicatos, que ameaçam com "verão quente".

A poucos dias da ida às urnas, os sindicatos da Administração Pública deixam claro que, ganhe quem ganhar, a valorização dos salários deve ser uma prioridade na próxima legislatura. E há mesmo quem defende que o acordo plurianual celebrado com o Governo de António Costa deve ser cumprido, ainda que a direita venha a conseguir a vitória, já que o entendimento foi feito com o Estado enquanto empregador.

“Está a discutir-se muito pouca política. O grande centro da campanha é qual é que vai ser o resultado, mais do que as propostas. É uma inversão absoluta“, começa por atirar Sebastião Santana, coordenador da Frente Comum, em conversa com o ECO.

O sindicalista entende que, para o Governo que resultar das eleições de 10 de março, a subida dos salários, bem como o reforço dos serviços públicos devem ser prioritários, apelando, por isso, a que os trabalhadores da Administração Pública usem o voto para defender o seu trabalho.

“Que o voto não sirva para lhes tirar direitos“, sublinha o sindicalista, que defende que é preciso “ter memória” isto é, não esquecer as políticas dos partidos que têm estado no poder nas últimas décadas (PSD, CDS e PS) e o seu impacto nas condições dos trabalhadores, nomeadamente as carreiras e os ordenados.

Também José Abraão, da Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP), frisa que a valorização salarial de todos os trabalhadores do Estado deve ser uma das prioridades do novo Governo. “O acordo [em 2022 com o Governo de António Costa] que celebramos garantia isso. É preciso continuar esta valorização. Não aceitamos retrocessos“, afirma o sindicalista.

O referido entendimento previa que, em todos os anos da legislatura — que acabou por ser interrompida –, os funcionários públicos teriam aumentos salariais de 52 euros.

Ora, José Abraão — que tem, importa notar, uma ligação histórica ao PS, e é o número seis na lista desse partido ao círculo eleitoral de Coimbra — destaca que só o PS garantiu até agora que cumprirá esse acordo celebrado com duas das três grandes estruturas sindicais (a Frente Comum ficou de fora).

Já os demais partidos, nomeadamente a Aliança Democrática (AD), “não se comprometeram” até agora, assinala o mesmo. Isto ainda que, segundo José Abraão, faça sentido que venham a cumprir o acordo, até porque este foi feito com o Estado enquanto empregador, e não com um partido em particular.

No seu programa eleitoral, a AD diz apenas que as despesas com pessoal devem crescer 4.5% por ano entre 2025 e 2028. Tal não quer isto dizer que a coligação de direita se compromete com aumentos de 4,5% para os funcionários públicos. Essas despesas incluem, além de aumentos, a revisão de carreiras e as naturais progressões e promoções. Ou seja, a AD não detalha o que quer aplicar aos salários da Função Pública, nem refere o acordo assinado em 2022.

Esse entendimento contou com o “sim” da FESAP, mas também do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE). Ao ECO, a dirigente Maria Helena Rodrigues diz agora que é preciso dignificar e valorizar aqueles que trabalham, tanto no público, como no privado.

E no que diz respeito especificamente ao emprego no Estado, a sindicalista sublinha que há “um conjunto de funções na Administração Públicas desenvolvidas por trabalhadores cada vez mais qualificados“, que devem ser remuneradas de forma condizente, declara.

“Ficou muito por fazer” nas carreiras

José Abraão, secretário-geral da Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP), em entrevista ao ECO - 13SET23

Outro tema prioritário para a próxima legislatura para os sindicatos que representam os trabalhadores da Administração Pública é a revisão das carreiras, tema sobre o qual “muito pouco se tem falado“, reconhece o líder da FESAP.

O acordo celebrado com o Governo de António Costa previa esse processo, mas a interrupção antecipada do mandato veio colocar esses compromissos sob ameaça. No entanto, para José Abraão, este deve ser um dos primeiros dossiers do próximo Governo, no que diz respeito à Função Pública.

Ficou muito por fazer” do acordo celebrado com o Governo de António Costa, assinala, na mesma linha, a dirigente do STE, referindo-se, nomeadamente, à falta de revisão de algumas das carreiras, o que está a afetar a motivação dos trabalhadores, alerta.

“Desejamos que os trabalhadores da Administração Pública tenham carreiras dignas. É com trabalhadores motivados e carreiras dignas que se presta o melhor serviço aos cidadãos“, realça Maria Helena Rodrigues, que salienta que a campanha eleitoral “tem sido rica em temas”.

“A carreira docente está desfeita”

Mário Nogueira, Secretário-geral da Fenprof, em entrevista ao ECO - 04SET23

A Função Pública como um todo não tem sido um dos temas mais marcantes da campanha eleitoral, mas o mesmo não pode ser dito da educação Tem sido um dos temas “quentes” desta campanha eleitoral, com os partidos a concordarem que o setor enfrenta uma grave falta de professores e peca na atratividade da carreira.

E já há um consenso generalizado sobre a recuperação integral do tempo de serviço dos professores — ao contrário do que sucedeu em 2019, cujo tema chegou a desencadear uma crise política –, ainda que os moldes para lá chegar divirjam.

“Temos um grave problema de falta e atratividade de professores”, resume o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), notando que esta circunstância “está a afastar cada vez mais os jovens que se candidatam ao ensino superior da profissão“, bem como aqueles que “são professores e que ao fim de algum tempo acabam por abandonar”.

Atualmente, o ensino público conta com cerca de 130 mil professores. No entanto, face ao crescente número de aposentações, que não “compensam” as novas entradas e que este ano poderão ficar “muito próximas das 5 mil”, é preciso contratar mais de 30 mil professores até 2030.

O défice tem levado a que milhares de alunos fiquem sem aulas a determinadas disciplinas. Por isso, os sindicatos defendem que é “urgente” uma revisão da carreira. “A carreira docente está desfeita porque não é contado o tempo de serviço e os professores são travados na sua progressão normal, mesmo quando têm uma ótima avaliação, quer pelas quotas, quer pelo acesso a determinados patamares da carreira”, alerta Mário Nogueira, em declarações ao ECO.

Para aumentar a atratividade da carreira é preciso aumentar os salários, nomeadamente nos “patamares de ingresso”, que “são extremamente baixos”, defende o líder da maior organização sindical dos professores, notando que como são normalmente os mais jovens que são colocados mais longe de casa “acabam, muitas vezes, por não ir porque o salário não é suficiente para pagar não só as deslocações como principalmente os custos da habitação”.

Por outro lado, o setor queixa-se também das condições laborais, nomeadamente da elevada carga burocrática, que conduz a que ultrapassem o horário laboral estabelecido de 35 horas semanais e que levam ao “desgaste dos profissionais e muitas a situações de stress e burnout“.

Além disso, ao ECO, Mário Nogueira diz ainda que é preciso que a escola pública se adapte às exigências atuais, nomeadamente ao facto de haver um número crescente de alunos estrangeiros. “As escolas têm que ter professores para a língua portuguesa não materna, mas não têm. Nem sequer há uma disciplina. São os outros professores de português que tentam ver como é que conseguem ajudar”, explica, defendendo ainda a contratação de assistentes operacionais, assistentes sociais, psicólogos e terapeutas para apoiarem os alunos com necessidades específicas.

Falta de médicos deixa SNS em crise

Com o SNS sob pressão, a saúde é também um dos temas que mais tem marcado esta campanha eleitoral. E se há consenso entre os partidos de que esta área enfrenta uma crise, esquerda e direita dividem-se nas soluções, com a presença dos privados o grande fator de separação.

Para os dois maiores sindicatos representantes dos médicos, os problemas já estão identificados e prendem-se, sobretudo, com a falta de médicos no SNS e a pouca capacidade que o sistema público tem de os reter, nomeadamente devido às grelhas salariais e às condições laborais.

“Há uma carência gritante de médicos no SNS. E, por isso, desde logo, a nossa principal reivindicação é a valorização salarial“, afirma o secretário geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), ao ECO.

Jorge Roque da Cunha lembra, que, apesar do orçamento do SNS ter aumentado 72% entre 2015 e 2024, este aumento não se refletiu numa subida dos salários destes profissionais, dando como exemplo que neste período “o aumento salarial do primeiro grau da carreira médica se quedou em 19,5%”.

Além disso, “a inflação acumulada aproximou-se dos 23%”, a que acresce “o aumento da carga fiscal que se verificou”, nota o responsável, lembrando que o acordo intercalar que entrou em vigor este ano e que estipulou aumentos de até cerca de 15% não é suficiente para recuperar o poder de compra perdido nos últimos anos.

Continuam a faltar médicos em todas as áreas“, corrobora a presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), ao ECO, sublinhando que isso reflete-se nos 1,7 milhões de cidadãos sem médicos de família, na “lista de espera monstra” para consultas e cirurgias e nos constrangimentos das urgências, onde a ginecologia-obstetrícia e a pediatria são das mais afetadas.

Para além da revisão das grelhas salariais, os sindicatos representantes dos médicos apontam que é “fundamental” melhorar as condições laborais. Em linhas gerais, defendem, por isso, a reposição das 35 horas de horário de trabalho semanal (equiparando-os à restante Função Pública), a reposição das 12 horas de serviço de urgência face às atuais 18 horas, a reposição dos médicos internos na carreira e apoios para a formação dos médicos.

Por outro lado, querem ainda que o próximo Governo invista em equipamentos e instalações e que essas verbas não fiquem no “papel”.

Enfermeiros também colocam foco nos salários

O número de enfermeiros tem aumentado desde a governação de António Costa, mas Portugal surge entre os dez países da OCDE com menos enfermeiros por habitantes, apresentando um rácio de 7,1 enfermeiros por mil habitantes. Por isso, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) quer que o próximo Governo reveja a carreira, com a “necessária valorização da grelha salarial” e “a compensação do risco e da penosidade através da aposentação mais cedo”.

Os sindicatos dos médicos e dos enfermeiros gostariam ainda de voltar a discutir com o próximo elenco governativo alguns diplomas que já foram publicados pelo atual Executivo. No que respeita à dedicação plena, o secretário-geral do SIM considera que são necessários “alguns ajustes”, nomeadamente quanto ao obrigatoriedade das 250 horas extraordinárias, à “obrigatoriedade dos médicos abandonarem o seu local de trabalho para as urgências metropolitanas” e à obrigatoriedade de os médicos trabalharem, pelo menos, uma vez por mês ao sábado.

Também a FNAM, que pediu ao Tribunal Constitucional uma fiscalização do diploma, partilha das mesmas reivindicações e diz que está ainda contra a jornada de trabalho de nove horas e a perda do direito compensatório para quem faz noite. Já o SEP, lamenta que este diploma não tenha sido negociado “negociado com nenhum dos sindicatos dos enfermeiros” e que não haja “qualquer mecanismo de compensação” para estes profissionais, mas insiste na dedicação exclusiva para todos os profissionais de saúde.

E se o SIM considerou como o ” ponto positivo” do atual Governo a generalização das USF modelo B –, em que os profissionais ganham mediante critérios de desempenho –, FNAM e SEP querem voltar a negociar o diploma. “Estes incentivos não valorizaram devidamente os enfermeiros e mantêm a discriminação” entre a classe, remata José Carlos Martins.

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Mais de 6.000 estudantes da UAX desenvolveram projetos reais em conjunto com empresas como Quirónsalud, B2Space, Fundação SM e Avanade

  • Servimedia
  • 6 Março 2024

Os projetos são realizados sob o modelo UAXmakers que promove o trabalho interdisciplinar em equipas formadas por estudantes de diferentes cursos para propor soluções reais para os desafios propostos.

Mais de 6.000 estudantes da Universidade Alfonso X el Sabio participaram do design e desenvolvimento de quase uma centena de projetos relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), juntamente com empresas líderes de diversas indústrias, como Quirónsalud, B2Space, Avanade, Fundação SM, Ecoalf e Microsoft, nos últimos três anos.

Realizados sob o modelo educativo UAXmakers, esses projetos permitiram aos estudantes da UAX terem contacto direto com profissionais com os quais trabalharam durante a sua formação, adquirindo ainda habilidades e competências procuradas pelo mercado de trabalho. Ao mesmo tempo, as empresas colaboradoras tiveram a oportunidade de descobrir novos talentos e transmitir-lhes a cultura e metodologias de trabalho próprias de cada empresa para uma incorporação ágil nas suas equipas.

“O nosso modelo UAXmaker procura criar profissionais capazes de aplicar a tecnologia nas suas áreas de especialidade, seja medicina, desporto, educação ou qualquer engenharia. Esses projetos também permitem que eles experimentem como é o trabalho em uma empresa, colaborando com profissionais de vários departamentos e aprendendo com grandes especialistas que estão construindo soluções para os desafios apresentados pela indústria e pela sociedade atual”, afirma Isabel Fernández, reitora da Universidade Alfonso X el Sabio.

O modelo UAXmakers é o framework de ensino desenvolvido pela Universidade Alfonso X el Sabio para facilitar a aprendizagem e a integração em sala de aula desses projetos, que requerem uma cooperação próxima e constante entre a universidade e as empresas colaboradoras. Um modelo que provou sua eficácia ao longo dos últimos três anos, adicionando novos projetos a cada ano e dobrando o número de empresas envolvidas na conceção e desenvolvimento dessas iniciativas.

“As empresas desempenham um papel muito ativo nos projetos UAXmakers, orientando os estudantes participantes, fazendo um acompanhamento próximo e trabalhando em conjunto, o que enriquece tanto a aprendizagem dos alunos como a dos profissionais que os acompanham”, afirma María Dolores Vivas, Diretora de Inovação Pedagógica na Universidade Alfonso X el Sabio.

IMPACTO SOCIAL POSITIVO

Entre os projetos desenvolvidos pelos alunos até agora, está o desenvolvimento de um Gémeo Digital do campus da UAX em Villanueva de la Cañada. A construção dessa réplica virtual do campus requer a colaboração de alunos de diferentes engenharias e arquitetura, que participaram de todas as etapas do projeto, com o objetivo de sensorizar o campus para a coleta de dados, projetar uma duplicata das instalações e construir a camada de gestão e inteligência de dados que deverá extrair as informações que ajudarão a melhorar a administração do campus.

Além desse projeto, os alunos da UAX participam anualmente da construção e lançamento de um microsatélite à estratosfera por algumas horas, com o objetivo de fotografar uma área específica da superfície terrestre e obter informações sobre o impacto do aquecimento global e da intervenção humana nas florestas e na natureza em geral.

Graças a esse modelo, os alunos também puderam criar o primeiro Observatório de Zona de Baixas Emissões da Espanha. Um estudo conduzido pelos alunos de Engenharia Civil sob supervisão de Ángel Sampedro, diretor da Área de Engenharia e Arquitetura da UAX, que concluiu que quase 85% das cidades espanholas afetadas pela lei de mudança climática ainda não adotaram planos de mobilidade urbana sustentável.

Para dar a conhecer o impacto social e a inovação desses projetos, a Universidade Alfonso X el Sabio apresentará, durante o fim de semana, o seu modelo educativo único aos visitantes da Aula. Uma oportunidade para descobrir como a instituição impulsiona a excelência académica através de experiências reais com empresas, para formar os seus alunos de acordo com as necessidades de um mercado de trabalho em constante evolução.

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“Programa apresentado pelo PS é uma enorme desilusão”, diz presidente da CAP

O perfil do próximo ministro da Agricultura deve ser uma pessoa que conheça o setor em profundidade, com apoio político do primeiro-ministro dentro do Governo e que possa ter posição assertiva na UE.

“O programa apresentado pelo Partido Socialista é uma enorme desilusão”, diz o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) em entrevista ao ECO. Álvaro Mendonça e Moura reconhece que Pedro Nuno Santos está numa “posição difícil”, porque “ninguém pode defender o legado agrícola do atual Governo” e defende a necessidade de o próximo titular da pasta da Agricultura ser alguém “forte com peso político no seio do Governo”.

“Tive muita pena que nos debates dos principais líderes, a agricultura não tenha tido o destaque que julgo que era importante para esclarecer os portugueses. Como aliás a indústria também não teve”, disse Mendonça e Moura. “Relembro um dos debates de Luís Montenegro, no qual foi muito claro no que pretende. Não recordo Pedro Nuno Santos ter tido nenhuma intervenção nos grandes debates, embora compreenda a posição difícil em que está, porque, obviamente, o legado agrícola do atual Governo ninguém o pode defender”, acrescentou o presidente da CAP.

“Em relação aos programas, o programa apresentado pelo Partido Socialista é uma enorme desilusão. Não escondo as palavras. É uma enorme desilusão”, admite o embaixador. No entanto, o responsável reconhece que “há uma medida interessante no programa do PS”: “Estudar formas de pagamento dos serviços do ecossistema. É uma questão importante que deve ser estudada, mas efetivamente, a única medida que ressaltaria”.

Já quanto ao programa da AD, considera que “é bastante mais detalhado, aponta claramente para um reforço do Ministério da Agricultura, de uma gestão a nível nacional da água, que é um problema central para a agricultura e para o conjunto do país”. “O programa da AD, nesse aspeto, vai muito mais longe, é muito mais profundo. Não posso deixar de o salientar aqui”, afirma o embaixador que sucedeu a Eduardo Oliveira e Sousa na liderança dos agricultores nacionais.

“Mas o que interessa é que o Governo faça. Promessas todos ouvimos muitas. Queremos é realidade concreta no terreno”, frisa e isso “começa por um Ministério da Agricultura forte com peso político no seio do Governo”.

Questionado sobre qual a primeira medida que gostaria de ver adotada pelo próximo Governo, Álvaro Mendonça e Moura não hesita: “A primeira medida era a nomeação de um ministro ou de uma ministra da Agricultura forte”, seria “um sinal de que o novo Governo, seja ele qual for, pretende que a agricultura seja um setor realmente estratégico para o país”.

O país precisa, e precisará no futuro previsível, de mão de obra, de mão, de obra estrangeira. Tem é de ser controlada.

Álvaro Mendonça e Moura

Presidente da CAP

O presidente da CAP recusa avançar quaisquer nomes para o cargo – essa será uma prerrogativa do próximo primeiro-ministro –, mas tem uma clara definição de como deverá ser o próximo titular da pasta. “Sei é exatamente o perfil de pessoa que é necessário: uma pessoa que conheça a agricultura em profundidade, que tenha o apoio político do primeiro-ministro dentro do Governo, porque a agricultura não se faz só do Ministério da Agricultura, mas da relação com o Ministério do Ambiente, da Economia, e até com o Ministério da Administração Interna, por causa das questões de segurança. Depois tem de ser alguém apoiado pelo primeiro-ministro que tenha possibilidade de ter uma posição assertiva forte nas discussões a nível europeu”, descreve, lamentando que tanto em Portugal como na Europa a agricultura tenha sido relegada para segundo plano.

Álvaro Mendonça e Moura, presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), em entrevista ao ECO - 04MAR24
“Em Portugal, como na Europa, colocamos a agricultura em segundo lugar. Digo em segundo porque não está em primeiro. Infelizmente é em décimo ou vigésimo. Daí resulta o descontentamento geral que vemos, quer em Portugal, quer na Europa”, diz Álvaro Mendonça e Moura, presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), em entrevista ao ECO.Hugo Amaral/ECO

A CAP enquanto parceiro social sublinha a importância de se discutir a sustentabilidade da Segurança Social, um tema que não teve o destaque devido nos debates dada a sua “importância estratégica”. Álvaro Mendonça e Moura gostaria de ver reaberta a discussão da redução da Taxa Social Única (TSU), “mas tem de ser visto de uma forma equilibrada”. “Julgo que é tempo de os governos, em sede de Concertação Social, discutirem com os parceiros sociais sem medo. Como é que podemos baixar a TSU sem pôr em causa a Segurança Social. Esse é um diálogo que espero que o Governo futuro, seja qual for, traga para a mesa da concertação social, com ambição, com coragem. Mas tem de ser discutida em sede de Concertação Social”, diz Mendonça e Moura.

O responsável considera que “o país não pode continuar com a ambição que tem tido nos últimos anos”. “Estamos progressivamente a aproximar-nos da cauda da Europa. Já só há sete países atrás de nós”, de acordo com o relatório recentemente publicado pela Comissão Europeia sobre Coesão. “Isto é inaceitável”, diz. “Temos de ter ambição de nos aproximarmos do pelotão da frente da União Europeia e, neste momento, estamos num mau percurso.”

E só com mais crescimento será possível progredir para um salário mínimo de mil euros como defende PS e AD, sublinha.

Questionado se Portugal precisa de um choque salarial e não fiscal, como sugeriu Alexandra Leitão, Álvaro Mendonça e Moura responde: “Ou estamos a brincar ou isso é uma tautologia, porque só pode haver choque salarial se houver crescimento. E para haver crescimento é preciso, desde logo, a ambição de que de que falava”. “E uma das medidas é aliviar a carga fiscal sobre as empresas e sobre os empresários. Repito, com ponderação, porque não podemos pôr em causa o equilíbrio e a sustentabilidade da Segurança Social”, conclui.

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Inflação foi responsável por até 81% da redução do rácio da dívida em 2023

A redução do rácio da dívida pública face ao PIB para o valor histórico de 98,7% em 2023 deveu-se, em grande medida, ao efeito da taxa de inflação no crescimento do PIB.

Em 2023, pela primeira vez em 14 anos, a República apresentou um rácio de dívida pública abaixo dos 100% do Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, no ano passado, pela segunda vez em 49 anos de Democracia, o país registou uma queda absoluta da dívida do Estado.

No decorrer da apresentação destes resultados, Fernando Medina explicou que tudo isto foi apenas possível devido a “muitas circunstâncias”, com destaque para o “crescimento da economia e emprego”. No entanto, os números recentemente divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que a redução da dívida pública de 112,4% do PIB em 2022 para 98,7% do PIB em 2023 deveu-se sobretudo ao efeito da inflação nas contas nacionais.

Segundo contas do ECO, a inflação foi responsável por até 81% da redução da queda do nível de endividamento do Estado no ano passado. Da redução de 13,7 pontos base do rácio de dívida face ao PIB registada em 2023, 11,7 pontos base foram gerados somente pelo efeito individual da taxa de inflação.

Isto significa que mesmo que a economia nacional tivesse registado um crescimento nulo em vez de ter crescido 2,3% no ano passado, o rácio da dívida pública face ao PIB cairia para 101,25%, apenas pelo efeito da inflação.

“Estes números mostram que a inflação pode ser muito amiga dos devedores e inimiga dos credores”, refere João Duque, presidente e professor catedrático do ISEG, notando ainda que “se os preços continuassem a subir a este ritmo, na hipótese de crescimentos reais fracos, ainda se acabava a ter quase 100% da redução do peso da dívida feito à custa da inflação.”

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Além do efeito individual da inflação, o rácio da dívida face ao PIB é influenciado pelo crescimento do PIB e pelo efeito agregado do PIB e da inflação. No entanto, mesmo considerado que o efeito agregado das duas variáveis tivesse sido gerado unicamente pela inflação, significaria que a inflação explicaria pelo menos 54% da redução do rácio da dívida em 2023, segundo cálculos do ECO.

“Pode-se dizer que, na perspetiva do ministro das Finanças e do peso da dívida no PIB, o ano de 2023 foi o ano ideal“, refere José Cardoso Moreira, professor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEUP).

Historicamente, a redução da dívida por via da inflação sempre foi uma das formas mais fáceis e rápidas dos governos ‘baixarem’ a sua dívida.

Carlos Santos

Professor no ISEG

De acordo com dados compilados pelo ECO, nunca a inflação teve um peso tão grande na redução do rácio da dívida face ao PIB como em 2023, desde pelo menos 1995. Nos seis anos anteriores a 2023, por exemplo, que ficaram também marcados por uma queda do rácio da dívida face ao PIB de 131,5% em 2016 para 112,4% em 2022, a inflação foi responsável por menos de um terço da baixa do nível de endividamento da República.

Estes números não retiram força ao feito alcançado por Fernando Medina no controlo da despesa e na redução do rácio da dívida nos últimos anos, mas João Duque sublinha que “o Governo é um dos que sofre com esta ‘descoberta’, mostrando que a inflação de que falam mal é muito amiga do ministro das Finanças que até trabalha por ele quando ele está a dormir.”

Poder demolidor da inflação no rácio da dívida

A taxa de inflação tem um impacto significativo na diminuição da proporção da dívida pública face ao PIB porque gera um aumento automático do PIB nominal (o denominador na relação dívida/PIB), que aumenta unicamente em resposta ao incremento da generalidade dos preços.

À medida que a inflação escala, as receitas fiscais do Estado aumentam sem necessidade de o Governo promover qualquer mudança da sua política fiscal. Este fenómeno eleva a riqueza produzida no país (PIB) de forma natural pelo aumento do consumo que segue imediatamente a ascensão dos preços.

A redução do rácio da dívida face ao PIB para baixo do limiar dos 100% conseguida pelo atual Governo em 2023 é o colidir de uma estratégia que decorre desde 2017, em grande medida pela contenção da despesa pública.

Por outro lado, a dívida pública mantém-se praticamente inalterada, dado que a sua estimativa já incorpora as expectativas de inflação delineadas no Orçamento de Estado para esse ano, que é elaborado pelo Governo no término do ano anterior.

E é por isso que, “historicamente, a redução da dívida por via da inflação sempre foi uma das formas mais fáceis e rápidas dos governos ‘baixarem’ a sua dívida”, refere Carlos Santos, professor de Economia do ISEG.

Foi isso que aconteceu em 2022 e voltou a suceder em 2023, com o Governo a inscrever uma inflação, medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), de 1,7% no Orçamento de Estado para 2023, quando esta fechou nos 5,3% em 2023.

Desta forma, como resultado do disparo da inflação em 2023 face às projeções iniciais do ministério das Finanças, observou-se uma subida imediata do denominador (PIB) e uma estabilização do numerador (dívida pública), que fez com que o rácio de endividamento do Estado baixasse consideravelmente.

Pressão sobre as contas públicas

A redução do rácio da dívida face ao PIB para baixo do limiar dos 100% conseguida pelo atual Governo em 2023 é o colidir de uma estratégia que decorre desde 2017, em grande medida pela contenção da despesa pública, como mostram repetidamente as várias execuções orçamentais da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAD).

“Numa situação de inflação seria tentador para um governo mais populista aumentar despesa, pelo que só se consegue ‘beneficiar’ do aumento da inflação com contenção salarial nos salários da função pública”, refere Carlos Santos, sublinhando que foi isso que o Governo conseguiu fazer “com perdas reais para os funcionários públicos com salários acima dos 1.500 euros.” Mas não só.

A contenção da despesa pública é também visível pela pressão sobre os serviços públicos nos últimos anos. É disso exemplo o aumento das listas de espera no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e do crescimento de 30% do número de utentes sem médico de família, segundo contas feitas pelo Conselho das Finanças Públicas, num relatório publicado em meados do ano passado.

O mesmo é visível na Justiça, com a Provedoria da Justiça a denunciar recentemente que os serviços públicos são pouco acessíveis e demorados, e com a execução do investimento público a apresentar recorrentemente níveis abaixo dos valores orçamentados, como voltou a acontecer em 2023, com particular destaque para a Saúde e a Educação, que apenas executaram 43% e 28% do investimento previsto, respetivamente.

“Os investimentos do Estado continuam muito baixos e as despesas de funcionamento que já eram insuficientes antes da crise tornaram-se mais insuficientes”, salienta o economista António Nogueira Leite, que vislumbra uma forte pressão sobre o rácio da dívida nos próximos anos.

Para o ex-Secretário de Estado do Tesouro e Finanças “de duas uma: as pessoas ajustam-se e aceitam menos qualidade dos serviços públicos e continua-se a não investir nas despesas de funcionamento – e com isso gera-se uma maior degradação dos serviços públicos –, ou para os resolver terá de se investir numa altura em que a macroeconomia deixa de ajudar“, dado que a inflação deverá manter-se nos próximos anos em níveis bem abaixo dos registados em 2022 e 2023.

No entanto, António Nogueira Leite não antevê uma subida do rácio da dívida face ao PIB nos próximos anos. Mas sublinha que para isso não acontecer “é preciso que a economia cresça bastante”.

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Pavimentação vai condicionar trânsito na Calçada da Carriche a partir desta quarta-feira

  • Lusa
  • 5 Março 2024

A empreitada, num investimento total de 4,7 milhões de euros, visa reforçar "a fiabilidade do sistema de abastecimento de água", indica a empresa do grupo Águas de Portugal.

Trabalhos de pavimentação definitiva da faixa de rodagem na Calçada de Carriche e Avenida Padre Cruz vão condicionar, a partir de quarta-feira, o trânsito no sentido Odivelas-Lisboa, entre o Senhor Roubado e Avenida Rainha Dona Amélia, informou a EPAL.

Em comunicado, a Empresa Portuguesa de Águas Livres (EPAL) adiantou que na quarta-feira “terão início os trabalhos de pavimentação definitiva da faixa de rodagem na Calçada de Carriche e Avenida Padre Cruz, o que causará condicionamentos no trânsito no sentido Odivelas-Lisboa, entre o Senhor Roubado e a Avenida Rainha Dona Amélia”.

Os trabalhos de pavimentação “estão relacionados com a empreitada de ‘Reabilitação da Conduta Telheiras-Calçada de Carriche’, que compreende a total substituição de uma das principais condutas no abastecimento de água à cidade de Lisboa”, é referido na nota. A empreitada, num investimento total de 4,7 milhões de euros, visa reforçar “a fiabilidade do sistema de abastecimento de água”, acrescentou a empresa do grupo Águas de Portugal.

A empresa, além de pedir “desculpa pelos incómodos”, recomendou que, “sempre que possível, sejam utilizadas vias alternativas no acesso à cidade de Lisboa, como a CRIL [Circular Regional Interior de Lisboa] ou através do túnel do Grilo em direção ao Eixo Norte-Sul”, para os automobilistas que se deslocam da Autoestrada 8.

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“A democracia tem sempre respostas” e o futuro “pode ser bom”, diz Ramalho Eanes

  • Lusa
  • 5 Março 2024

"A democracia tem sempre respostas, a democracia – que é naturalmente uma responsabilidade permanente de todos os cidadãos, de todos – exige que todos os cidadãos participem", disse antigo Presidente.

O antigo Presidente da República António Ramalho Eanes considerou esta terça-feira que a “democracia tem sempre respostas” e que o futuro, após as eleições do próximo domingo, “pode ser bom”, esperando que quem está indeciso se decida e vote.

A democracia tem sempre respostas, a democracia – que é naturalmente uma responsabilidade permanente de todos os cidadãos, de todos – exige que todos os cidadãos participem, que todos os cidadãos votem e, se porventura for assim, as saídas existem, as estratégias definem-se e o futuro pode ser um bom futuro”, afirmou aos jornalistas o antigo Chefe de Estado, quando questionado sobre que país pensa que “acordará” no dia seguinte ao das eleições.

Ramalho Eanes falava aos jornalistas à margem da cerimónia de entrega da primeira edição do prémio Álvaro Batista Gonçalves, atribuído ao professor de matemática Fernando Pena, na Fundação Champalimaud, em Lisboa, onde participou na qualidade de presidente do júri. O general que foi Presidente da República entre julho de 1976 e março de 1986 recusou-se a responder a perguntas sobre a campanha eleitoral que está a decorrer.

“Eu decidi não ter nesta campanha qualquer participação e resolvi não ter qualquer participação porque entendi que a minha participação neste caso não seria importante e poderia até causar alguma perturbação”, explicou. O primeiro Presidente eleito em democracia manifestou-se, porém, “preocupado” com a quantidade de indecisos apontados pelas sondagens.

Não sei se temos uma abstenção grande em Portugal ainda, [mas], por acaso, estou preocupado, porque dizem os jornalistas – e eu acredito – que nesta altura haja muitos portugueses indecisos e eu espero que não fiquem indecisos e se abstenham, mas que decidam e votem”, vincou. Relativamente ao prémio, Ramalho Eanes considerou-o a prova de que “a matemática não é um ‘papão'”, mas uma disciplina onde é possível obter sucessos, desde que os professores se empenhem e que “tenham, naturalmente, condições para se empenharem”.

“Para eles, professores, os alunos são sempre o mais importante e é para eles que os professores trabalham. Obviamente, para que haja uma disponibilidade completa, tem de haver uma situação psicológica estável e é isso que não tem acontecido em Portugal e que eu espero que aconteça agora a seguir”, apontou. Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar no domingo para eleger 230 deputados à Assembleia da República.

A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.

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Joe Biden leva ligeira vantagem sobre Trump em sondagem em 15 estados

  • Lusa
  • 5 Março 2024

Nos 15 estados que votam esta terça, a "Super Terça-Feira" das primárias republicanas e democratas, Biden tem uma intenção de voto de 46%, contra 44% de Trump.

O presidente dos EUA, o democrata Joe Biden, supera o republicano Donald Trump por apenas dois pontos percentuais nas sondagens para as presidenciais de novembro nos 15 estados que votam esta terça-feira nas primárias. De acordo com um estudo da Florida Atlantic University (FAU) e da Mainstreet Research, nos 15 estados que votam esta terça, a “Super Terça-Feira” das primárias republicanas e democratas, Biden tem uma intenção de voto de 46%, contra 44% de Trump.

Estes valores representam uma queda nos resultados do atual inquilino da Casa Branca em comparação com as eleições de 2020, onde venceu nesses 15 estados com uma vantagem de oito pontos percentuais (53% contra 45%). A sondagem – com uma margem de erro de 1,7%, o que significa que a antevisão está dentro dos limites do empate técnico – mostra que Trump tem um desempenho mais fraco entre mulheres e pessoas brancas com ensino superior em comparação com Biden.

Por outro lado, o candidato republicano tem melhores resultados entre os eleitores hispânicos, de acordo com esta sondagem. “Quase 30% dos eleitores que não votam em Trump apontam o seu desempenho no cargo e para os acontecimentos de 6 de janeiro (de 2021, quando uma multidão dos seus apoiantes invadiu o Capitólio) como o motivo principal para não votar nele”, comentou Robert E. Gutsche, Jr., professor da Faculdade de Estudos de Comunicação e Multimédia da FAU.

A sondagem – realizada entre 29 de fevereiro e 3 de março, entre 3.502 adultos com mais de 18 anos que residem nos 15 estados da “Super Terça-Feira” – revela ainda que no Utah a vantagem de Trump sobre Biden (que em 2020 foi de 21%) foi reduzida para 9%.

Nesta “Super Terça-Feira”, as eleições – em 15 estados e um território – poderão ser decisivas para os dois partidos, especialmente para o Partido Republicano, que tem em jogo nesta “Super Terça-Feira” (como é designado este dia grande eleitoral) 874 delegados (36%) dos 2.429 que na Convenção de julho vão escolher o candidato para as eleições presidenciais de novembro.

Esta terça votam os eleitores de 15 estados – Alabama, Alaska, Arkansas, Califórnia, Colorado, Maine, Massachusetts, Minnesota, Carolina do Norte, Oklahoma, Tennessee, Texas, Utah, Vermont, Virgínia – e ainda o território de Samoa Americana.

No Partido Democrata, o atual presidente, Joe Biden, não tem concorrência significativa para esta Super Terça-Feira, esperando-se que volte a vencer com facilidade Dean Phillips e Marianne Williamson, depois de quatro eleições primárias onde já arrecadou 449 delegados, contra nenhum dos outros dois.

No Partido Republicano, o ex-presidente Donald Trump chega à Super Terça-Feira com uma vantagem de 122 delegados (77,2%) contra 24 delegados (15,2%) de Nikki Haley, a ex-embaixadora que persiste em manter-se em campanha, apesar de uma desvantagem que se deve tornar inultrapassável na próxima semana.

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Veja aqui a chave do Euromilhões. Prémio de 49 milhões em jogo

  • ECO
  • 5 Março 2024

O jackpot desta terça-feira atinge os 49 milhões de euros, depois de na última ronda não terem sido registados vencedores no primeiro prémio.

Com um primeiro prémio no valor de 49 milhões de euros, decorreu esta terça-feira um novo sorteio do Euromilhões. O prémio voltou a jackpot depois do último sorteio, na passada sexta-feira, ter ficado sem vencedores no primeiro prémio.

Veja a chave vencedora do sorteio desta terça-feira, 5 de março:

Números: 2, 15, 17, 23, 36

Estrelas: 3, 8

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Apenas um em cinco veículos em Angola tem seguro obrigatório

  • Lusa
  • 5 Março 2024

A Associação de Seguradoras de Angola alerta que o seguro automóvel de responsabilidade civil é obrigatório mas a sua contratação não está a ser estimulada nem fiscalizada.

A taxa de penetração do seguro automóvel obrigatório em Angola é de 18%, num mercado com uma estimativa de 2 milhões de veículos em que apenas 365.944 estão seguros, anunciou hoje uma associação do setor, considerando o “cenário dramático”.

A informação foi transmitida esta terça-feira por membros de direção da Associação de Seguradoras de Angola (ASAN) admitindo que o número estimado de veículos que circulam no país esteja abaixo do quadro real, face à falta de dados oficiais sobre o parque automóvel do país.

“Há um dado que é fidedigno e que é certo, que é o número de viaturas seguradas, porque este faz parte da base de dados da ASAN”, disse hoje João Sena, membro da associação e diretor de uma seguradora que opera em Angola.

João Sena salientou que a estimativa do número de veículos que estarão a circular no país foi fruto de uma consulta aos principais vendedores de automóveis, admitindo, no entanto, que o valor “é por baixo”.

“Existirão mais, mas como não há dados oficiais, nem da Direção de Viação e Trânsito e nem de outras entidades é difícil fazer a estimativa, por isso entendemos ser prudentes”, justificou.

O responsável falava no âmbito de uma ação alargada de sensibilização dos automobilistas e da sociedade em geral para a importância do seguro automóvel e a utilização da declaração amigável de acidente automóvel (DAAA).

Alertou, na ocasião, para o “cenário dramático” em consequência da fraca adesão ao seguro automóvel, observando que a esmagadora maioria dos automobilistas em Angola circula sem seguro de responsabilidade civil.

José Araújo, diretor executivo da ASAN, apontou a necessidade de maior sensibilização dos cidadãos e maior fiscalização da polícia como fatores para o aumento da taxa de penetração do seguro automóvel, recordando que este protege as pessoas e o património.

O preço médio anual do seguro obrigatório de responsabilidade civil automóvel está no valor de 30.000 kwanzas (33 euros), como disseram hoje os membros da ASAN, manifestando-se preocupados pela “sensação de impunidade” associada ao incumprimento da lei.

“Esta dura realidade afeta a segurança dos automobilistas e de quem está na estrada”, lamentou João Sena, com 25 anos na atividade seguradora, sobretudo ligada à sinistralidade e seguro automóvel.

O responsável assegurou igualmente que a utilização da DAAA é um “mecanismo fácil” e pode ajudar os automobilistas segurados, em caso de acidente na via pública, a ultrapassar dificuldades, sobretudo em relação à identificação das partes, descrição, encaminhamento e aceitação do sinistro por parte das seguradoras.

O mercado de seguros em Angola, regulado pela Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG), conta com 21 operadoras e apenas 15 são membros da ASAN, compondo uma quota de mercado de 97%.

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