Como vai funcionar a compensação aos senhorios com rendas antigas

  • ECO
  • 27 Dezembro 2023

Mecanismo de compensação aos senhorios com rendas antigas entra em vigor em julho do próximo ano. Como posso pedir o apoio? Que documentos tenho de apresentar? Veja como vai funcionar.

Os senhorios com contratos de arrendamento antigos vão poder pedir uma compensação pelo congelamento das rendas a partir de julho do próximo ano, de acordo com o decreto-lei publicado esta quarta-feira em Diário da República.

O apoio está limitado a 1/15 do Valor Patrimonial Tributário (VPT) do locado, dividido em 12 meses, e abrange os contratos de arrendamento para habitação celebrados antes de 18 de novembro de 1990.

Poderão beneficiar desta compensação cerca de 124.083 contratos de arrendamento com proprietários privados, com a medida a ter um custo de 26,6 milhões de euros anuais, de acordo com as contas do Governo.

Como e quando posso pedir?

A medida entra em vigor a partir de 1 de julho de 2024. O senhorio terá de apresentar ao Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) o pedido de atribuição da compensação, a que terá de remeter a informação relevante para a tomada de decisão final do pedido.

Os documentos necessários são os seguintes:

a) A data de celebração do contrato de arrendamento, apresentando o comprovativo do registo do contrato de arrendamento junto da Autoridade Tributária e Aduaneira;

b) O enquadramento do contrato de arrendamento numa das situações previstas nos artigos 35.º e 36.º do NRAU, apresentando o comprovativo do pedido de isenção de imposto municipal sobre imóveis (IMI) para as situações aí referidas;

c) O valor da renda mensal, apresentando o recibo de renda mensal, modelo 44 ou fatura emitida pelo senhorio ao inquilino;

d) O Valor Patrimonial Tributário (VPT) do locado, apresentando uma cópia da caderneta predial urbana que ateste o VPT do locado à data da entrada em vigor do presente decreto-lei.

IHRU decide em 30 dias

Assim que receber o pedido e a informação relevante, o IHRU decide sobre a atribuição da compensação ao senhorio no prazo de 30 dias. O deferimento do pedido de compensação a atribuir ao senhorio produz efeitos desde a data da sua submissão.

Caso o pedido de isenção do IMI venha a ser posteriormente indeferido, o senhorio comunica esse facto ao IHRU no prazo de 30 dias para efeitos de restituição da compensação recebida.

Compensação dura 12 meses e está isenta de IRS e Segurança Social

Esta compensação é atribuída aos senhorios por um período de 12 meses, sendo renovável por períodos iguais e sucessivos, desde que, antes do termo desse período, o senhorio demonstre, junto do IHRU, que se mantêm os requisitos da atribuição da compensação.

O montante do apoio será alterado se houver uma atualização anual do valor da renda. O senhorio terá de comunicar ao IHRU se no prazo de 30 dias a partir do momento em que comunica a atualização da renda ao arrendatário.

Se daí resultar uma alteração do montante da compensação, o IHRU procede ao recálculo da mesma e comunica-o ao senhorio, para posterior pagamento com efeitos retroativos ao momento a partir do qual se verifique a atualização, com a correspondente dedução em prestações futuras.

Os montantes da compensação estão isentos de imposto sobre o rendimento de pessoas singulares e contribuições para a segurança social.

Compensação termina quando…

A compensação termina quando termina o contrato de arrendamento cujo valor da renda é objeto de compensação ou quando se verifique a caducidade do direito à compensação por morte do senhorio sem que lhe suceda pessoa com direito à manutenção da compensação.

Neste último caso, a morte do senhorio a quem foi atribuída a compensação não prejudica a manutenção do direito a essa compensação por parte da pessoa a quem o locado se transmita nos termos legalmente previstos. Para tal, o novo senhorio deve requerer a manutenção da compensação no prazo máximo de 60 dias após a morte do senhorio.

Por outro lado, a compensação termina quando o senhorio não cumpre as obrigações relativas ao acesso e manutenção dessa compensação, nomeadamente com a não entrega de elementos probatórios legalmente exigíveis, solicitados pelo IHRU, no prazo que lhe for fixado para o efeito.

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“A tecnologia abre portas incríveis, poderosas e positivas para a sociedade”

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  • 27 Dezembro 2023

Mário Campolargo, Secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, é o quinto convidado do podcast Vale da Inquietação.

Mário Campolargo, Secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, é o convidado do quinto episódio do podcast Vale da Inquietação, que teve como mote “A Inteligência Artificial e o Serviço Público”. Nesta conversa, moderado por Pedro Duarte, vice-presidente da CIP, foi debatida a forma como a Inteligência Artificial pode ser uma mais-valia na relação dos cidadãos com o serviço público.

De acordo com o secretário de Estado, a importância do digital ficou clara durante o período de pandemia “para garantir não só a coesão social, mas também a coesão das próprias entidades e das próprias empresas“. Nessa altura, Mário Campolargo estava a trabalhar na Comissão Europeia, na área da Administração Pública, e considerou que “a coesão de uma Comissão Europeia, com mais de 40 mil funcionários, foi uma preparação atempada para o que é trabalhar hoje com o digital”.

Nos dias de hoje, o secretário de Estado admite uma evolução muito rápida das ferramentas tecnológicas, mas considera “um momento excecional e particularmente interessante”, principalmente depois do aparecimento do ChatGPT enquanto estereótipo de Inteligência Artificial generativa: “Primeiro apareceu muito rapidamente, depois teve uma adesão incrível, e isso levantou questões até ao nível do quadro regulamentar que se preparava na Europa. Já tínhamos algum trabalho para garantir que um ato de Inteligência Artificial fosse consolidado e o aparecimento da Inteligência Artificial generativa criou alguma vibração em alguns temas“.

A tecnologia abre portas incríveis, poderosas e positivas para a sociedade. O que nós temos é de garantir que a utilização dessas tecnologias seja feita para o bem da sociedade. Não é por acaso que Portugal, durante a sua presidência, chamou a atenção para o digital com propósito, ou seja, subjugamos a utilização das tecnologias ao bem comum, e também não é por acaso que estes primeiros princípios são adotados, por exemplo, no ato da Inteligência Artificial”, explicou.

No entanto, Mário Campolargo alertou para a necessidade de se limitar o uso da tecnologia em determinadas áreas e, ainda, assegurar a supervisão humana noutras: “É importante olhar para os campos de utilização da tecnologia e dizer que há determinadas áreas em que não queremos que essa tecnologia seja utilizada. É aquilo que dizemos ao nível europeu, quando pensamos na manipulação cognitiva e comportamental das pessoas, em esquemas de pontuação social ou em sistemas de identificação biométrica em tempo real. A esses temos de dizer “não” porque são pilares fundamentais das democracias ocidentais, dos nossos valores, dos valores da ética, dos valores humanos. Mas, por exemplo, na área médica, a IA pode ajudar imenso, então aí temos de ter a supervisão humana“.

Neste sentido é, também, fundamental que os cidadãos disponibilizem os seus dados para uma utilização mais eficaz desta ferramenta. Ainda assim, o secretário de Estado deixou claro que tem de haver consentimento para que esses dados sejam trabalhados. “Nós, enquanto defensores dos valores humanistas e europeus, temos de ter esta máxima muito clara na nossa cabeça: os dados têm de ser utilizados com consentimento. Se assim não for, estamos a fazer ´tábua rasa´ de alguns princípios que são fundamentais. Por isso, tem que haver supervisão, se não os fundamentos da própria democracia, os fundamentos das áreas em que nós entendemos que a IA e os dados podem ser importantes, caem por terra“, disse.

Dentro dos espaços de serviços aos cidadãos em que a IA já foi aplicada, Mário Campolargo destacou a Chave Móvel Digital: “Verificamos que existiam muitas pessoas que usavam a Chave Móvel Digital nos seus telemóveis, mas usavam só uma vez ou duas e depois deixavam de usar porque perdiam algures os dados. E, então, dissemos ser interessante criar um assistente virtual, que permita às pessoas que nunca utilizaram a Chave Móvel Digital ou às que a utilizaram durante algum tempo, mas abandonaram a sua utilização, poderem ser ´captadas´ de novo para utilizar a Chave Móvel Digital. E isto é um exemplo concreto de como tecnologias disruptivas podem ajudar nesta interação com o cidadão”.

“Nós já tivemos exemplos de utilização de IA na geração de nomes para as empresas na hora, na deteção de incoerências na utilização de alguns dos benefícios que a Segurança Social dá, e a própria biometria que nós temos hoje para nos identificar fortemente também é baseada em algoritmos de IA. Mas eu posso estender… No nosso serviço nacional de saúde, utiliza-se a IA para a identificação precoce de doenças e há todo um conjunto de outras utilizações que, ao mesmo tempo que confirmam a importância da tecnologia disruptiva ao serviço concreto do bem do cidadão, nos permitem ganhar confiança na tecnologia”, continuou.

Mas como se consegue ganhar a confiança dos cidadãos na utilização de tecnologia? Segundo o secretário de Estado, é necessário “mostrar exemplos ao cidadão em que há um benefício direto para eles e esses exemplos têm de estar numa lógica estratégica”. Nesse sentido, Portugal já tinha uma estratégia e resolveu atualizá-la na área de IA, de dados e de Web 3.0: “Estamos neste momento a trabalhar numa nova estratégia de cibersegurança, que tem a ver com as diretivas NIS 2 e que, de alguma maneira, têm de ser transpostas para o quadro regulamentar europeu. Estamos a trabalhar numa estratégia de computação de alta capacidade e aprovamos, em Conselho de Ministros, a estratégia de territórios inteligentes“.

Vamos ter, no início do próximo ano, um conjunto de mini-estratégias que confluem naquilo a que eu chamo a Estratégia Digital 2030, que é olharmos a 2030 e vermos como Portugal vai atingir os objetivos que estão inscritos na década digital e para a qual nós concorremos, quer na sua definição e na obrigação que temos de as satisfazer. E aí fico particularmente contente porque estamos a falar de IA e de verificar que já hoje, no nosso indicador europeu, as empresas que utilizam IA em Portugal são na ordem de 17% quando, ao nível europeu, são 8%. Termos indicadores e olharmos para as áreas em que precisamos de acelerar o passo é sempre o dia-a-dia de um cidadão empenhado e é sempre o dia-a-dia de um governante, como eu, desta área digital”, concluiu.

Os dilemas éticos, as oportunidades de transformação e as implicações sociais da revolução tecnológica, mais concretamente da Inteligência Artificial, serão os temas abordados ao longo da primeira temporada do podcast “Vale da Inquietação”, uma iniciativa da CIP – Confederação Empresarial de Portugal e da Microsoft.

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Função Pública tem tolerância de ponto a 2 de janeiro, incluindo trabalhadores da Saúde

Sem comprometer, no caso dos que prestam cuidados de saúde, "o normal funcionamento dos serviços", os trabalhadores sob a tutela do Ministério da Saúde também terão tolerância de ponto a 2 de janeiro.

À semelhança do passado dia 26 de dezembro, os trabalhadores sob tutela do Ministério da Saúde terão tolerância de ponto no dia 2 janeiro de 2024. A decisão surge esta quarta-feira em Diário da República.

No diploma, lê-se que “aos trabalhadores que exercem funções públicas nos serviços da administração direta do Estado, sejam eles centrais ou desconcentrados, e nos institutos públicos” será concedida tolerância de ponto no dia 2 de janeiro de 2024, tal como aconteceu no dia 26 de dezembro de 2023.

Este dia, adianta a publicação, é alargado aos “trabalhadores dos órgãos, serviços e demais entidades, incluindo o setor empresarial do Estado, dependentes ou sob tutela do Ministério da Saúde“, independentemente da natureza do vínculo de emprego e da natureza jurídica dos serviços e estabelecimentos, sem, todavia, se poder comprometer, no caso dos que prestam cuidados de saúde, “o normal e regular funcionamento dos serviços”.

Pata tal, compete aos órgãos dirigentes máximos dos respetivos serviços e estabelecimentos de saúde identificar os trabalhadores necessários e nos casos em que não seja possível gozar da tolerância de ponto, os dirigentes máximos dos serviços devem “promover a equivalente dispensa do dever de assiduidade dos trabalhadores, em dia(s) a fixar oportunamente”, informa o diploma.

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Bruxelas prepara “plano B” de 20 mil milhões para contornar Orbán e apoiar a Ucrânia

Para contornar o veto da Hungria, os 27 Estados-membros estarão em conversações para recorrer a um modelo de dívida para financiar uma ajuda de 20 mil milhões à Ucrânia.

A União Europeia (UE) está a preparar um apoio no valor de 20 mil milhões de euros para a Ucrânia, recorrendo a um modelo de dívida que contorna as objeções do húngaro Viktor Orbán quanto ao financiamento daquele país devastado pela guerra há quase três anos.

De acordo com a notícia avançada pelo Financial Times(acesso pago, conteúdo em inglês), esta quarta-feira, os responsáveis envolvidos nas negociações garantem que um modelo financiado pela dívida destacou-se como a forma mais prática de ajudar a Ucrânia, caso Orbán se recuse a deixar cair o seu veto no próximo Conselho Europeu extraordinário em Bruxelas, a 1 de fevereiro. Este modelo implicaria que os Estados-membros emitissem garantias para o orçamento da UE, permitindo que a Comissão Europeia contraísse empréstimos até 20 mil milhões de euros nos mercados de capitais para Kiev no próximo ano.

Fontes próximas do processo garantem ao jornal britânico que os termos exatos deste modelo e o montante final ainda estão a ser discutidos. Caso receba luz verde entre o bloco europeu, o acordo seria semelhante à estrutura usada em 2020, quando o Executivo de Ursula von der Leyen forneceu até 100 mil milhões de euros em financiamento aos países da UE para medidas de apoio ao trabalho de curto prazo durante a pandemia da Covid-19.

Ademais, a opção não exigiria garantias de todos os 27 Estados-Membros da UE, desde que fossem incluídos os países com as melhores classificações de crédito. A UE poderia assim contornar o veto da Hungria, uma vez que não exigiria um apoio unânime.

Caso o bloco europeu chegue a acordo sobre este plano no próximo dia 1 de fevereiro, o Fundo Monetário Internacional terá garantias de que poderá disponibilizar a sua próxima tranche de financiamento à Ucrânia, no valor de cerca de 900 milhões de dólares.

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Antigo ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, morreu aos 81 anos

Wolfgang Schäuble ajudou a negociar a reunificação alemã, em 1990, e que foi uma figura central no esforço de austeridade para tirar a Europa da crise da dívida.

O antigo ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, morreu aos 81 anos, em casa, de acordo com a agência de notícias alemã DPA que foi informada pela família.

O ex-presidente do Bundestag, que ajudou a negociar a reunificação alemã em 1990 e que foi uma figura central no esforço de austeridade para tirar a Europa da crise da dívida mais de duas décadas depois, “morreu pacificamente por volta das 20h, na noite de terça-feira, rodeado pela família”, segundo a DPA.

Wolfgang Schäuble tornou-se ministro das Finanças da chanceler Angela Merkel em outubro de 2009, pouco antes das revelações sobre o crescente défice orçamental da Grécia desencadearem a crise que envolveu o continente europeu e ameaçou desestabilizar a ordem financeira mundial. Ficou conhecido pela defesa da austeridade, uma receita que impôs a todos os países do sul da Europa, incluindo Portugal, e à Irlanda também, que pediram ajuda financeira à troika.

Apoiante de longa data de uma maior unidade europeia, ajudou a liderar um esforço de anos que visava uma integração mais profunda e um conjunto de regras mais rigoroso, nomeadamente um maior controlo dos défice orçamentais e uma redução da dívida pública, ainda que para isso fosse necessário privatizar empresas do perímetro do Estado. Contudo, a Alemanha foi alvo de críticas pela sua ênfase na austeridade, lida por muitos como falta de generosidade.

Apesar das críticas nunca duvidou das “vantagens dos resgates” que ocorreram em vários países na Zona Euro nos últimos anos. Na sua opinião foram os programas de ajustamento que ajudaram países, como Portugal, a regressar ao crescimento económico e a cimentar as suas finanças públicas, mostrando que a pressão exercida por estes programas “funcionaram”.

Portugal nunca deixou de ser alvo dos recados do economista. A 29 de junho de 2017 disse a António Costa que Portugal estaria “a cometer um erro grave” se não cumprisse “os compromissos assumidos”. “Os portugueses não querem [um segundo resgate], e também não precisarão dele se cumprirem as regras europeias”. Mas “têm de cumprir as regras europeias, caso contrário enfrentarão dificuldades”, salientou. Costa terá tomado boa nota do alerta já que Portugal tem agora um excedente orçamental e já deixou o grupo de países mais endividados da zona euro.

O esforço feito por Portugal foi reconhecido pelo alemão que inclusivamente apelidou Mário Centeno, o agora governador do Banco de Portugal, mas antigo ministro das Finanças, de “Ronaldo das Finanças”.

Depois de oito anos como ministro das Finanças, Schäuble consolidou o seu estatuto de estadista mais velho ao tornar-se presidente do Parlamento alemão – o último passo numa longa carreira política na linha da frente.

Foi um membro veterano líder dos Democratas Cristãos (CDU), nasceu em Freiburg em 1942, e chegou a estar perfilado para suceder ao chanceler Helmut Kohl no cargo político mais importante da Alemanha. Desempenhou vários cargos governamentais, nomeadamente como ministro do Interior. Foi nesse papel que, em 1990, foi alvo de uma tentativa de assassinato. Foi alvejado num comício por um homem mentalmente perturbado e os ferimentos acabaram por o confinar a uma cadeira de rodas para o resto da vida, já que ficou paralisado da cintura para baixo.

Wolfgang Schäuble deixa a mulher e quatro filhos.

A presidente da Comissão Europeia, numa reação à morte do antigo ministro alemão das Finanças disse ser “uma grande perda para a Alemanha e para a Europa”. “Com os seus atos e o seu exemplo, moldou a democracia alemã como nenhum outro. Pensou sempre em grande e com visão de futuro”, reagiu Ursula von der Leyen, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

Também a presidente do Banco Central Europeu (BCE) lamentou a morte de Schäuble, dizendo que era “um dos líderes europeus mais influentes da sua geração”. “Estou profundamente triste por saber da morte de Wolfgang Schäuble”, escreveu Lagarde numa publicação na plataforma social X. Endereçando os seus sentimentos à família, Christine Lagarde enalteceu que testemunhou “pessoalmente o seu compromisso para com a Europa, o seu rigor intelectual e o seu sentido de Estado”.

(Notícia atualizada)

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PS aumenta distância de PSD que nem com CDS consegue liderar intenções de voto

  • ECO
  • 27 Dezembro 2023

Partido de Pedro Nuno Santos tem 25,4% das intenções de voto, mais 2,9 pontos percentuais face a Montenegro. CDS consegue apenas 1,6% dos votos.

A três meses das eleições legislativas, o PS continua a crescer nas intenções de voto, aumentando a distância face o PSD em 2,9 pontos percentuais, desde a última sondagem. Mas, 18% dos inquiridos não sabem ainda se vai votar a 10 de março e outros 18% estão indecisos em que partido vão colocar uma cruz. Quase um em cada quatro eleitores admite só tomar a decisão uma ou duas semanas antes do dia. Mais de 15% diz mesmo que só uns dias antes ou no dia é que decide.

De acordo com o inquérito conduzido pela Intercampus para o Correio da Manhã/CMTV e Jornal de Negócios, esta quarta-feira, o partido de Pedro Nuno Santos tem agora 25,4% das intenções de voto e o partido de Montenegro 22,5%. Apesar de também ter uma ligeira subida, os social-democratas não conseguem, ainda assim, ultrapassar o partido da atual maioria absoluta. Por outro lado, e embora o inquérito não incidisse sobre a preferência por uma coligação à esquerda ou direita, a sondagem faz as contas e revela que nem os 1,6% do CDS seriam contribuição suficiente para ajudar a vencer as eleições legislativas.

Uma maioria absoluta torna-se mais real para o PS e PSD se se fizerem coligações com entre os partidos da ala mais à esquerda ou à direita. Segundo a sondagem, se Pedro Nuno Santos fizer renascer a coligação com o Bloco de Esquerda e o PCP, acumularia 36,5% dos votos, enquanto uma fusão entre PSD, Chega, IL e CDS conseguiria mais de 42%. Somando à esquerda PAN e Livre chegamos a um empate entre os dois blocos.

A sondagem da Intercampus para o CM/CMTV e Jornal de Negócios, tem uma amostra de 611 entrevistas. Os trabalhos de campo decorreram entre 18 e 21 de dezembro de 2023. O erro máximo de amostragem, para um intervalo de confiança de 95%, é cerca de +/- 4%. A taxa de resposta foi de 62,1%.

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Hoje nas notícias: Sondagem, hotéis e SNS

  • ECO
  • 27 Dezembro 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O PS de Pedro Nuno Santos mantém o crescimento nas intenções de voto e nem CDS ajuda PSD a ganhar terreno. Mais caros, hotéis na Madeira na passagem do ano estão próximos na lotação máxima. Crise no SNS também chega aos hospitais das misericórdias. Estas são algumas das notícias em destaque nos jornais esta quinta-feira.

PS continua a crescer nas intenções de voto

O PS cresceu nas intenções de voto, aumentando a distância face ao PSD em 2,9 pontos percentuais. De acordo com a sondagem da Intercampus para o Correio da Manhã/CMTV e Jornal de Negócios, o partido de Pedro Nuno Santos tem agora 25,4% das intenções de voto e o partido de Montenegro 22,5%. Apesar de também ter uma ligeira subida, os social-democratas não conseguem, ainda assim, ultrapassar o partido da atual maioria absoluta. Por outro lado, e embora o inquérito não incidisse sobre a preferência por uma coligação à esquerda ou direita, a sondagem faz as contas e revela que nem os 1,6% do CDS seriam contribuição suficiente para ajudar a vencer as eleições legislativas.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Hotéis da Madeira com preços mais altos na passagem de ano

Os hotéis da região da Madeira estão próximos da ocupação quase total, mesmo num ano em que os preços estão mais altos do que 2022. A Associação da Hotelaria de Portugal aponta que a taxa de ocupação para a passagem do ano deve crescer pelo menos 11%, passando dos 76% registados em 2022, para ficar entre 87 e 92% este ano. O mesmo cenário se verifica em unidades hoteleiras como Vila Galé Santa Cruz, os hotéis Savoy Signature ou o Galo Resort Hotels que revelam estar com as lotações praticamente esgotadas.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

Fim da marca Crédit Suisse não está a ter impacto para os clientes portugueses

O fim da marca Crédit Suisse e a substituição pela UBS não está a ter impacto nos clientes e trabalhadores portugueses, garante Carlos Santos Lima responsável pela UBS em Portugal. Em entrevista ao Jornal de Negócios, o responsável garante que o processo de transição “tem sido perfeito”, sublinhando que a venda do Crédit Suisse, em março deste ano, foi uma “boa solução” não só para os que trabalhavam no banco mas também para os clientes por “proporcionar estabilidade”.

Leia a entrevista completa em Jornal de Negócios (acesso pago)

Crise no SNS causa pressão sem precedentes nos hospitais das misericórdias

A crise nas urgências do Serviço Nacional de Saúde também toca aos hospitais das misericórdia. Numa troca de informação entre responsáveis pelas unidades de saúde das misericórdias a que a Renascença teve acesso, alguns superiores admitem que os tempos de espera para consulta são superiores a três horas e que, num determinado dia, pouco antes das duas da tarde tinha quase 60 doentes em espera e que o tempo para atendimento estava “nas quatro horas”. Noutro caso, um outro provedor também partilhou a sua preocupação com “a afluência ao Serviço de Atendimento Permanente” no qual já se tinha ultrapassado o que “está no contrato programa “estabelecido com o Ministério da Saúde.

Leia a notícia completa em Renascença (acesso livre)

Ainda há seis dis­tri­tos sem camas de cui­da­dos pali­a­ti­vos hos­pi­ta­la­res

Uma década após a entrada em vigor da Lei de Bases dos Cui­da­dos Pali­a­ti­vos, “ainda há muito a fazer. A pre­si­dente da Asso­ci­a­ção Por­tu­guesa de Cui­da­dos Pali­a­ti­vos dá nota de que há dis­tri­tos, como o de Viana do Cas­telo, que con­ti­nuam sem ter qual­quer cama de inter­na­mento. Cas­telo Branco, Lei­ria e Por­ta­le­gre, por seu turno, não têm equi­pas comu­ni­tá­rias de suporte. Já Lis­boa, Braga, Viana do Cas­telo, San­ta­rém, Évora e Beja des­ta­cam-se por não terem uni­da­des hos­pi­ta­la­res de cui­da­dos pali­a­ti­vos, que são fun­da­men­tais para os doen­tes mais com­ple­xos.

Leia a notícia completa em Público (acesso condicionado)

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Gouveia e Melo “concentrado” na Marinha e afasta candidatura presidencial

  • Lusa
  • 27 Dezembro 2023

Nem os resultados das sondagens, em que aparece invariavelmente como um dos preferidos para o Palácio de Belém, o demovem da recusa em abordar uma candidatura presidencial.

O chefe do Estado-Maior da Armada nem quer ouvir falar de candidaturas a Presidente da República e, quando a questão lhe é colocada pela “milésima” vez, deixa transparecer até alguma irritação.

“Parece que alguém quer ter um seguro de vida fazendo a pergunta mil vezes”, desabafa o almirante Henrique Gouveia e Melo, em entrevista à agência Lusa, por ocasião do segundo dos três anos do seu mandato à frente da Marinha, quando lhe é colocada a questão das presidenciais de 2026.

Nem os resultados das sondagens, em que aparece invariavelmente como um dos preferidos para o Palácio de Belém, o demovem o da recusa em abordar o assunto, afirmando que lhe é indiferente.

Estou concentrado no meu objetivo militar que é conseguir transformar a Marinha num verdadeiro instrumento útil, significativo, abrangente e tecnologicamente avançado ao serviço do Estado português. Esse trabalho é gigantesco. Ocupa 110% do meu cérebro. E, portanto, não ando preocupado com outras coisas”, assegura.

Com 63 anos e dois no topo da hierarquia da Armada, Gouveia e Melo admite que as pessoas podem gostar de si, pelo papel que desempenhou como coordenador do processo de vacinação da Covid-19, mas isso não o obriga a qualquer gesto em direção a uma carreira política.

“As pessoas podem gostar de mim, mas isso não significa que tenha de fazer qualquer coisa porque as pessoas gostam de mim, porque houve um período histórico, eu tive um papel, não fui eu sozinho, fui eu e outros. Há esse registo histórico, agora estou preocupado em fazer e cumprir bem a minha função”, concluiu o almirante na entrevista à agência Lusa.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 27 de dezembro

  • ECO
  • 27 Dezembro 2023

Ao longo desta quarta-feira, 27 de dezembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Helpo usa notoriedade de grandes marcas em campanha de apadrinhamento

Tendo como mote “apadrinhe uma criança e marque a vida de muitas mais”, a campanha conta com o apoio pro bono da DDB - Omnicom Creative Hub e da The Square.

A mais recente campanha da associação Helpo recorre à notoriedade da Galp, Ikea, Nos e Super Bock para promover o seu programa de apadrinhamento de crianças em Moçambique e São Tomé e Príncipe, fazendo uso de algumas das campanhas mais icónicas destas marcas.

A campanha pareceu-nos de certa forma original porque estaríamos a levar o nome da Helpo até às pessoas, mas entregando-o por uma outra via que são outras marcas e campanhas que à partida já conhecem“, explica Margarida Assunção, responsável pelo Programa de Apadrinhamento de Crianças da Helpo, ao +M.

A ideia passou portanto por “ir buscar campanhas que ficaram na memória dos portugueses, que à partida todos conhecemos, havendo esse lado engraçado de em nenhum momento se falar das marcas. Embora pareça que falamos delas, as marcas não estão lá”, acrescenta Margarida Assunção, referindo que estas tiveram conhecimento das artes gráficas finais e autorizaram a divulgação das mesmas.

Neste sentido foram recriados os visuais de anúncios destas quatro marcas de forma a apelar ao apadrinhamento com os motes “Amigo é aquele que vira padrinho” (Super Bock), “Temos que falar sobre apadrinhar” (Nos), “Apadrinhar é por energia no que mais importa” (Galp) e “1 em 10 vão apadrinhar depois de verem este anúncio? É provável” (Ikea).

Tendo como mote “apadrinhe uma criança e marque a vida de muitas mais”, a campanha que decorre até ao final de dezembro conta com a criatividade e apoio pro bono da agência DDB – Omnicom Creative Hub, assim como da agência The Square no que toca à sua divulgação e planeamento de meios.

A campanha marca presença nos meios digitais da Helpo e em mupis (digitais e papel) em vários pontos do país. Na distribuição dos mupis a associação conta com parcerias com as Infraestruturas de Portugal (IP), MOP e Câmara Municipal de Cascais, entidades que cederam espaço para a divulgação da campanha em locais como estações de comboio, no metro ou na rua.

Embora a campanha seja lançada perto da altura do Natal, “em que nos lembramos mais de ajudar os outros”, a ajuda “é necessária durante todo o ano”, relembra Margarida Assunção, referindo que o objetivo último da campanha é angariar novos padrinhos e madrinhas que possam apadrinhar crianças em Moçambique e São Tomé e Príncipe de forma que a Helpo possa continuar a deixar a sua marca na vida de milhares de crianças.

Ao apadrinhar uma criança em Moçambique ou em São Tomé e Príncipe, o padrinho ou madrinha “não está apenas a apoiar o seu afilhado” mas sim a “a distribuir o apoio por toda a comunidade escolar onde a criança está inserida”, refere-se no site da Helpo. Este programa de apadrinhamento conta atualmente com o apoio de cerca de quatro mil padrinhos e madrinhas.

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“Estamos na era do prompt que gera conteúdo”, diz Rui Ribeiro do GroupM

A forma como a inteligência artificial impacta o comportamento dos consumidores e criativos, bem como o modo como as empresas podem usar a tecnologia para enfrentar desafios futuros, esteve em debate.

Estamos na era do prompt que gera conteúdo“, defendeu Rui Ribeiro, creative director do GroupM, referindo que enquanto antes os artistas serviam a publicidade, atualmente “tudo se funde”, numa “convergência total” entre a arte, a criatividade, a tecnologia e a audiência, o que possibilita fazerem-se “coisas incríveis” e onde “o que demora mais tempo é pensar como conduzir a inteligência artificial”.

Numa apresentação no evento “Os Portugueses e a Inteligência Artificial”, organizada pelo GroupM em dezembro, Rui Ribeiro explicou que a inteligência artificial já é utilizada no grupo através de uma ferramenta interna chamada Imagine, que “não é para fazer mupis diretos, é para ajudar”, clarificou.

Segundo o diretor criativo, esta ferramenta possibilita uma “sessão de brainstorming de mim próprio” e “começa a dar caminhos, permitindo aos criativos serem copilotos num processo de cocriação que permite mais produtividade e acelera a inspiração (sendo que a emoção e intuição serão sempre humanos)”.

Rui Ribeiro, creative director do GroupM.

Nunca houve uma época tão incrível para ser criativo”, considera Rui Ribeiro, defendendo que estas ferramentas de inteligência artificial permitem reduzir o tempo para se ter ideias e relembrando que este ano no Festival de Criatividade de Cannes, 7.3% das entradas já tiveram inteligência artificial na sinopse, em comparação com os 3,7% registados no ano passado.

Já segundo Daniel Hulme, chief AI officer da WPP, será a criatividade o fator que fará diferença numa altura em que a inteligência artificial ganha cada vez mais terreno no setor. Embora todos possam ter acesso a ferramentas de IA, será a data, o talento e a criatividade os fatores que permitirão a diferenciação entre marcas ou empresas.

A inteligência artificial pode permitir que todas as empresas possam otimizar a criação de um estipulado número de campanhas para um determinado investimento, mas haverá sempre a diferenciação entre as mais criativas e as que são mais bem recebidas pela audiência, explicou.

Daniel Hulme defendeu que as pessoas costumam basear-se erradamente na sua intuição para tomar decisões do dia-a-dia, pelo que a inteligência artificial vem ajudar a resolver problemas complexos que têm variáveis quase infinitas, ajudando na otimização das empresas e colocando a tecnologia a fazer coisas que os humanos não precisam de perder tempo a fazer.

Esta tecnologia, segundo o chief AI officer da WPP conta com seis categorias de aplicação: automatização de tarefas (substituindo tarefas repetitivas e mundanas), geração de conteúdo (imagem, vídeo, texto, música), representação humana (deepfakes, voice – pela primeira vez podemos aceder a sinais sobre o que as pessoas pensam ou sentem perante coisas, o que permite melhorar o conteúdo, analisar respostas cerebrais), extração de conhecimento (machine learning e ciência de dados, que ajudam a perceber como as audiências se comportam), tomada de decisão (otimização) e “aumentação” humana (desde exoesqueletos a avatares, sendo que em algumas empresas os trabalhadores já são representados por avatares, porque acham que estes os representam melhor).

Por seu turno, Ricardo Santos, head of commerce do GroupM, lembrou que hoje em dia os clientes esperam mais experiência de cliente e personalização por parte das marcas/empresas, considerando o folheto do Continente como um bom exemplo.

Não vale a pena inundarmos os clientes com muita informação ou campanhas. O mais importante é ter o conteúdo certo no momento certo“, disse também Ricardo Santos, acrescentando que a segmentação permite identificar aquele que é o melhor momento para o envio de mensagens.

Ricardo Santos, head of commerce do GroupM.

A realidade aumentada tem também assumido uma importância crescente na comunicação das marcas, especialmente junto daquelas dos setores da moda e cosmética. O serviço ao cliente, através principalmente de chatbots, também está a evoluir e essa evolução vai continuar a verificar-se de forma acentuada no futuro, defendeu, sendo que nos próximos anos a utilização da IA será cada vez mais comum e aceite no serviço ao cliente.

A inteligência artificial assume também cada vez maior importância na descrição, categorização e organização de produtos, referiu o head of commerce do GroupM, afirmando que a qualidade dos dados sobre os produtos é um elemento essencial na era da IA, naquele que é um ecossistema cada vez mais complexo, com vários canais de venda e comunicação.

Com os dados certos, a inteligência artificial multiplica a capacidade humana com previsões, insights, conteúdo gerado e automação, defendeu Ricardo Santos, referindo que isto é traduzido numa simples equação: “dados x IA = expansão da capacidade humana“.

Dentro do campo da inteligência artificial e tal como foi anunciado no evento, o GroupM já lançou também o primeiro episódio do seu novo podcast “IA Agora” que contará com a participação de convidados da academia e de vários setores da sociedade para abordar a relação da inteligência artificial em temas como a educação, medicina, sustentabilidade, entre outros.

No evento foi ainda divulgado que a Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa (Nova SBE) e o GroupM assinaram um protocolo com vista à criação de uma nova formação para executivos na área da inteligência artificial aplicada ao marketing. O programa será lançado oficialmente em fevereiro, mês em que abrirão as candidaturas.

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“Fuga de talento não é inevitável. Portugal tem tudo para se tornar bom exemplo”, diz especialista em recrutamento executivo

Em entrevista ao ECO, especialista em recrutamento executivo apela a alteração "decisiva e corajosa" das políticas salariais e fiscais em prol da capacidade das empresas portuguesas atraírem talento.

A fuga de talento (também ao nível executivo) “é uma realidade” em Portugal, mas não tem de ser uma inevitabilidade. Quem o diz é Soledade Carvalho Duarte, da Transearch Portugal, consultora dedicada ao recrutamento de quadros de alta direção. Em entrevista ao ECO, defende que o país pode mesmo ser um “bom exemplo” na atração de profissionais, desde que se alterem as políticas salariais e fiscais.

“Neste momento, essa fuga é infelizmente uma realidade, afetando diferentes gerações de lideranças, que olham a sua ida para empresas e mercados estrangeiros como uma escolha quase forçada“, relata a responsável.

Ainda assim, Soledade Carvalho Duarte não atira a toalha ao chão e deixa claro que a fuga de talento é, no seu entender, evitável. “Portugal tem tudo para se tornar um bom exemplo na capacidade para não só evitar a saída de talento, mas também para atrair talento que não se resume aos jovens”, sublinha.

Para que esse cenário se concretize, é preciso, avisa, uma “alteração decisiva e corajosa das políticas salariais e fiscais“. Aliás, a managing partner considera que hoje, apesar de tanto se falar de escassez de profissionais, não falta talento. “Existem, antes, dificuldades conjunturais que dificultam a construção de um pacote de oferta capaz de rivalizar com outros mercados onde esses talentos, nacionais ou não, são igualmente cobiçados”, observa.

Também considerando que as empresas portuguesas atuam cada vez mais num “mundo sem fronteiras por talento a nível global“, a responsável recomenda que esses empregadores preparem “ofertas diferenciadas” e com outras componentes para lá da financeira. Insiste, porém, que é preciso mudar o enquadramento, nomeadamente fiscal, ou as opções das empresas portuguesas continuarão “grandemente diminuídas” face à concorrência internacional.

Quanto ao recrutamento executivo feito atualmente em Portugal, Soledade Carvalho Duarte indica que o mercado é pequeno, a abertura para posições de topo (C-level) não é frequente e “os executivos elegíveis também não abundam”. Pior, continua a predominar a prática do convite direto, o que a responsável critica.

“Não nos parece ‘saudável’, pois não promove a transparência, nem o rigor, nem a isenção na escolha”, defende a managing partner.

Soft skills cada vez mais valorizadas também nos cargos de topo

Os estudos que dizem respeito à globalidade do mercado de trabalho sinalizam que as soft skills – da capacidade de comunicação à empatia – têm conquistado mais importância no recrutamento. E também ao nível executivo tem sido registada essa tendência, confirma a managing partner da Transearch Portugal, em entrevista ao ECO.

“As empresas estão cada vez mais à procura de lideranças com sólidas soft skills, capazes de irem para além das competências tradicionais para o desempenho de um cargo de liderança”, realça Soledade Carvalho Duarte.

Na visão da responsável, lideranças mais conscientes e inteligentes emocionalmente são vantajosas para as empresas, também porque são fundamentais para impulsionar a inovação.

“O líder cujo mandato é inovar, ou impulsionar a inovação, tem de ter a determinação para superar barreiras organizacionais, ir além da retórica sobre mudanças, agregando talentos e competências que pensam de forma diferenciada“, apela.

Em entrevista ao ECO, Solelade Carvalho Duarte destaca, assim, que o “novo líder” tem de ser, tudo somado, “ético, humano, justo e corajoso“. “Capaz de tomar decisões sem medo”, remata.

Em Portugal desde 1986, a Transearch serve hoje clientes de diversos setores e com diferentes dimensões. “De startups a grandes grupos, que movimentos 25 mil milhões de euros em receitas“, segundo Solelade Carvalho Duarte.

Em causa está uma das maiores firmas de recrutamento executivo do mundo. A Transearch escolheu Lisboa como destino da sua conferência anual, que aconteceu recentemente e serviu de mote a esta entrevista.

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