Andersen e CCSL assessoram a venda da tecnológica Closer

Neste processo a CCSL assegurou a vertente legal e corporate do negócio, enquanto que a equipa da Andersen tratou dos assuntos fiscais.

As sociedades de advogados Andersen e CCSL Advogados assessoraram conjuntamente a tecnológica Closer Consulting, uma empresa do setor dos dados e Inteligência Artificial, no processo de venda do seu negócio ao grupo francês Smart4 Engineering.

A equipa da CCSL envolvida na operação foi liderada pela sócia Mafalda Almeida Carvalho e pelo of counsel da área de Corporate e M&A Frederico Félix Alves e contou ainda com o apoio de Catarina Flor Ferreira e Margarida Bragança.

Neste processo a CCSL assegurou a vertente legal e corporate do negócio, enquanto a equipa da Andersen, coordenada pelo sócio Gonçalo Cid e com a participação de Beatriz Graça e Hugo Gomes, assegurou a vertente de estruturação e acompanhamento fiscal da transação.

Fundada em 2006, a Closer conta atualmente com mais de 350 profissionais nos seus escritórios em Portugal, Brasil e Reino Unido e com este negócio torna-se a primeira empresa portuguesa que se junta à Smart4 Engineering, mantendo autonomia da sua operação e ampliando os seus serviços de Data Science e Inteligência Artificial. A Closer fechou o último exercício com uma faturação da ordem dos 18 milhões de euros.

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Futuro sistema de depósito e reembolso de embalagens já tem legislação aprovada

O futuro sistema que permite aos consumidores depositar embalagens e receber um reembolso já tem legislação aprovada, aguardando-se agora a publicação em Diário da República.

Ao fim de nove meses, a tão aguardada legislação que enquadra o futuro sistema de depósito e reembolso de embalagens já recebeu “luz verde” da parte do Governo. O momento ocorreu na última reunião de Conselho de Ministros, faltando somente que a legislação seja publicada em Diário da República para que o sistema esteja operacional em 2025.

Após a publicação do decreto-lei, abrir-se-á um concurso para as entidades interessadas em desenvolver a rede de pontos de depósito de embalagens. Para já, a SDR Portugal deverá ser a única concorrente, contanto com o apoio de várias empresas e organizações ligadas ao setor do comércio e retalho. A ideia, tal como partilhou o diretor-geral Miguel Aranda da Silva com o ECO/Capital Verde, será ter o sistema implementado a nível nacional até 2025.

A associação prevê que possam ser depositados nos mais de 3.600 pontos de recolha identificados nas grandes superfícies (retalho e grossista), no hotéis, restaurantes e cafés e noutras localizações estratégicas espalhados por todo o país, cerca de 43 mil toneladas de embalagens por ano, ou 2.123 milhões de unidades. Este valor traduz-se em cerca de 35 mil toneladas de plástico PET depositadas anualmente, bem como 8,5 mil toneladas de alumínio e aço.

De momento, ainda não é claro se o sistema vai contemplar o depósito de embalagens de vidro, isso ficará esclarecido com o decreto-lei. Caso sejam, estima-se que os consumidores depositem, por ano, 197 milhões de toneladas de vidro, o equivalente a 34 milhões de unidades.

Depois de depositadas as embalagens, estas serão recolhidas pelas entidades gestoras e reencaminhadas para os centros de reciclagem. Mas antes disso, os consumidores têm direito a reembolso.

Cada embalagem depositada resultará num retorno de 10 cêntimos, tal como indicou o secretário de Estado do Ambiente, Hugo Pires. Feitas as contas — e considerando apenas as embalagens até três litros — isso resultará num reembolso total anual de 213 milhões de euros aos consumidores. Caso as embalagens de vidro venham a ser consideradas no Unilex, esse valor ascende aos 300 milhões de euros por ano, estima a SDR Portugal.

Além de aprovar o quadro legal do sistema de depósito e reembolso, o último Conselho de Ministros aprovou um decreto-lei com os novos Regimes de Responsabilidade Alargada do produtor (RAP) para outros fluxos de resíduos, nomeadamente, mobílias, colchões, produtos de utilizados em serviços de cuidados de saúde ao domicílio, nomeadamente, agulhas, lancetas, seringas ou compressas. Segundo o gabinete de Duarte Cordeiro, esta medida permite responder “à carência atualmente existente de soluções para a gestão e tratamento de fim de vida destes produtos”.

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Câmara do Porto lança nova edição do programa de apoio à renda na próxima semana

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2023

A edição do programa de apoio à renda Porto Solidário conta com uma verba de 900 mil euros e será lançada a 12 de dezembro.

A Câmara Municipal do Porto vai lançar, na próxima semana, mais uma edição do programa de apoio à renda Porto Solidário, depois da revisão do regulamento permitir reunir 900 mil euros, foi esta segunda-feira anunciado.

O vereador com o pelouro do Urbanismo da Câmara do Porto, Pedro Baganha, esclareceu esta segunda-feira o executivo municipal que a transformação do Porto Solidário num “programa complementar” ao do Estado permitiu reunir uma “verba suficiente para lançar uma nova edição” do programa de apoio à renda e prestações bancárias, sem prejudicar os atuais beneficiários.

Segundo o vereador, esta edição é relativa ao orçamento deste ano, sendo que, no próximo ano, com o novo orçamento, serão lançadas novas versões do programa.

A segunda edição do programa deste ano – a 12.ª edição desde a sua criação – contará com uma verba de 900 mil euros e será lançada na próxima semana. As candidaturas abrem no dia 12 de dezembro e podem ser submetidas através do site da Domus Social. As informações sobre o regulamento do programa, nomeadamente, rendimentos máximos elegíveis e documentos obrigatórios, estarão também disponíveis no site desta empresa municipal.

A câmara do Porto alterou, em maio, o regulamento do programa para que o apoio pudesse servir de complemento ao apoio do Estado no pagamento da renda, no âmbito do programa Mais Habitação. A incompatibilidade dos dois apoios levou o presidente da autarquia do Porto, Rui Moreira, a enviar, a

3 de abril, uma carta à ministra da Habitação a anunciar que o Porto Solidário seria “extinto” se a medida do Governo avançasse.

No mesmo dia, o Ministério da Habitação afirmou à Lusa estar a articular com a Câmara do Porto a conciliação entre a medida de apoio à renda anunciada pelo Governo e o programa de intervenção municipal.

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Braga congela valor das rendas apoiadas e beneficia 682 famílias

Município pretende "apoiar as famílias mais vulneráveis, salvaguardando os seus rendimentos e contribuindo para manter seguro o seu direito à habitação, num contexto particularmente difícil".

A empresa municipal de habitação de Braga — BragaHabit — congelou o valor das rendas de 682 famílias do concelho, abdicando assim de 31 mil euros no seu orçamento anual. A autarquia liderada pelo social-democrata Ricardo Rio justifica a medida com a inflação e o contexto económico internacional de modo a aliviar as dificuldades das famílias que se veem a braços com o aumento generalizado dos preços que não é acompanhado pela subida dos seus rendimentos.

“Face à inflação que persiste no contexto atual, relacionada com a instabilidade do ponto de vista macroeconómico gerada pelo cenário internacional, marcado por conflitos de consequências imprevisíveis, a BragaHabit optou por não aplicar este aumento aos inquilinos municipais abrangidos pelos regimes de arrendamento apoiado, subarrendamento e residência partilhada”, explica, em comunicado, a autarquia bracarense.

A câmara brancarense pretende, assim, “apoiar as famílias mais vulneráveis, salvaguardando os seus rendimentos e contribuindo para manter seguro o seu direito à habitação, num contexto particularmente difícil e exigente”.

A BragaHabit decidiu, por isso, não aplicar o coeficiente de atualização de rendas proposto pelo Governo para 2024, que fixou o índice de atualização de rendas para o próximo ano em 1,0694 – o que corresponderia a um acréscimo de 6,94% no valor das rendas.

O regulamento de apoio à habitação da autarquia permite à BragaHabit atualizar as rendas anualmente, de acordo com os coeficientes de atualização vigentes.

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Centeno defende prudência nos aumentos salariais e proteção do emprego

Centeno diz que é preciso que as políticas monetária e orçamental reconheçam os desafios do mercado de trabalho. Mas avisa que contração em excesso "é incompatível" com aspirações dos trabalhadores.

Há “poucas razões” para antecipar espirais inflacionistas alimentadas pelos salários na Zona Euro, mas o governador do Banco de Portugal recomenda “prudência” nos aumentos dos vencimentos e deixa claro que estes devem ser definidos pelos ganhos de produtividade. Numa análise ao mercado de trabalho divulgada esta segunda-feira, Mário Centeno salienta ainda que é preciso proteger o emprego. E avisa que uma contração excessiva da política monetária pode ser “incompatível” com “aspirações dos trabalhadores”.

“Na Europa, o mercado de trabalho tem funcionado como uma proteção, escudando os rendimentos face aos impactos imprevisíveis dos choques exogéneos. Contudo, a Zona Euro parou de crescer há um ano. Se não tivesse sido pelo emprego, a inflação e a estagnação teriam resultado em estagflação“, descreve o responsável, que detalha que as economias europeias só escaparam a esse cenário, uma vez que as empresas interpretaram “corretamente” a inflação como um “fenómeno temporário“.

Mário Centeno dá, portanto, quatro razões para esse bom resultado. Primeiro, a credibilidade do Banco Central Europeu (BCE). Segundo, o facto de a inflação ter sido gerada pela oferta, o que levou a uma “redução imediata” assim que os choques nessas cadeias se dissolveram. Terceiro, as políticas orçamentais, que evitaram medidas demasiado expansionistas. E, por fim, a flexibilidade e mobilidade do mercado de trabalho.

“Contudo, a complacência é injustificada“, avisa, defendendo que é preciso que as políticas monetárias e orçamental reconheçam os desafios que estão colocados ao mercado de trabalho.

Neste contexto, a função das políticas deverá continuar a ser a estabilização, diz. E aconselha paciências aos decisores políticos. “Devemos permanecer, assim, fiéis aos princípios de reconhecer os dados, reportar as conclusões, e reagir apenas se, mas sempre que, necessário“, assinala.

Avisa, contudo, que as “aspirações e investimentos dos trabalhadores” são “incompatíveis” com um aperto excessivo dessas políticas.

Por outro lado, Mário Centeno deixa claro: deve ser a prudência a guiar os aumentos salariais. E entende que é preciso salvaguardar o emprego e a sua flexibilidade, aproveitar as migrações para expandir o mercado e não ignorar as desigualdades entre os países, de modo a que a prosperidade e estabilidade sejam partilhadas por todos.

“O mercado de trabalho permanece o maior ativo da área do euro e deve ser preservado”, salienta o governador do Banco de Portugal.

A melhoria dos salários tem sido uma das principais bandeiras do Governo de António Costa. Mesmo com níveis históricos de inflação, em Concertação Social foi assinado um acordo que prevê aumentos remuneratórios acima de 5% no privado.

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Lisboa tem o quarto pior aeroporto do mundo. TAP sobe no ranking

  • ECO
  • 4 Dezembro 2023

O congestionamento do aeroporto Humberto Delgado coloca-o entre os quatro piores do mundo na avaliação dos utilizadores, segundo o ranking da AirHelp. Sá Carneiro é o melhor em Portugal.

O aeroporto Humberto Delgado é o quarto pior classificado do mundo, segundo o ranking da AirHelp, que tem por base a pontualidade e a avaliação dos clientes. O Sá Carneiro continua a ser o melhor em Portugal, apesar de descer várias posições. Já a TAP subiu na lista.

A infraestrutura de Lisboa ficou na 191.ª posição em 194 aeroportos de todo o mundo. Numa avaliação que vai de 0 a 10, o Humberto Delgado consegue 6,48 pontos: 5,17 na pontualidade; 7,30 na consideração dos clientes e 8 na qualidade da sua área de restauração e lojas, segundo o comunicado divulgado esta terça-feira. A lista é conhecida um dia antes da Comissão Técnica Independente apresentar o relatório sobre o novo aeroporto.

O melhor aeroporto nacional está no Porto. O Sá Carneiro ocupa a 91.ª posição, com uma uma pontuação global de 7,52 pontos. Registou, no entanto, “uma queda de 37 lugares, uma vez que em 2022 se encontrava na posição 54”, observa a AirHelp, uma empresa especializada no processamento de pedidos de indemnização de passageiros.

O aeroporto de Faro encontra-se na 137.ª posição, o Aeroporto Cristiano Ronaldo, no Funchal, na 148.ª posição e Aeroporto João Paulo II, em Ponta Delgada, no 167.º lugar.

No topo da lista internacional estão o Aeroporto Internacional de Mascate, em Omã, o Aeroporto do Recife, no Brasil, e em terceiro lugar o aeroporto sul-africano da Cidade do Cabo, com uma pontuação de 8,48.

A TAP sobe dois lugares no ranking das companhias aéreas, passando a ocupar a 31.ª posição, com um score global de 7,16, penalizado sobretudo pela pontualidade: 5,7 pontos. Qatar airways, Eurowings e Lot são transportadoras com melhor avaliação.

“Para criar este ranking, a AirHelp utiliza as melhores fontes de dados, incluindo a sua base de dados de estatísticas de voo, que é uma das maiores e mais completas do mundo com dezenas de milhares de avaliações de clientes”, refere no comunicado Pedro Miguel Madaleno, advogado especialista em direitos dos passageiros aéreos e que representa a organização em Portugal.

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Concurso para empreitada do Feiródromo do Porto será lançado em 2024

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2023

Feiródromo do Porto permitirá albergar 152 comerciantes, 35 dos quais da extinta feira do Cerco. Investimento municipal previsto aumentou de 300 mil euros para 551 mil euros.

O concurso público para a empreitada do Feiródromo do Porto, cujo lançamento estava previsto até este mês, só deverá acontecer no início do próximo ano, avançou a autarquia liderada pelo independente Rui Moreira. O município avançou ainda que o procedimento se “encontra em fase de revisão de projeto”.

No relatório do orçamento municipal para 2024 consta uma verba de 340 mil euros para este equipamento municipal, que irá albergar as feiras da Vandoma e do Cerco.

Em julho, a autarquia adiantou à Lusa que estava a ultimar o projeto que conduziria ao lançamento do concurso público “com previsão de lançamento até dezembro de 2023”. O anteprojeto do Feiródromo do Porto, espaço na freguesia de Campanhã, foi apresentado em fevereiro ao executivo municipal.

À época, o vereador com o pelouro da Economia adiantou aos jornalistas que o concurso público para a empreitada seria lançado até ao final do primeiro semestre e que, “correndo tudo como se espera”, a obra deveria arrancar no final do ano. “A obra durará quatro meses. Estamos a contar que, em abril de 2024, tenhamos o equipamento municipal”, afirmou Ricardo Valente.

O Feiródromo do Porto permitirá albergar 152 comerciantes, 35 dos quais da extinta feira do Cerco. Além da utilização para as feiras, o equipamento municipal “pode ser usado pela cidade todos os dias do ano”, afirmou Ricardo Valente, acrescentando que o espaço vai estar dotado de café e sanitários. De acordo com o anteprojeto, a que a Lusa teve acesso, as 152 bancas fixas vão estar dotadas de uma “cobertura ligeira”, bem como de iluminação pública.

A obra durará quatro meses. Estamos a contar que, em abril de 2024, tenhamos o equipamento municipal.

Ricardo Valente

Vereador das Atividades Económicas, Finanças e Fiscalização da Câmara Municipal do Porto

Questionado se os feirantes estavam satisfeitos com o projeto, o vereador afirmou que os mesmos não tiveram conhecimento. “É importante dar nota de que as feiras e mercados municipais não têm lugares perpétuos. Os regulamentos municipais não permitem que um comerciante esteja numa feira e num mercado toda a vida. E bem, porque estamos perante um bem público que não é de ninguém. (…) A questão de falar é falar com quem? Com os atuais ou com os futuros?”, questionou.

Ricardo Valente adiantou ainda que o investimento municipal previsto para a criação do Feiródromo aumentou de 300 mil euros – conforme estava inscrito no orçamento municipal – para 551 mil euros, face à mudança “de conceito” do projeto.

No final de 2021, a Câmara e a Assembleia Municipal do Porto aprovaram o encerramento definitivo da feira do Cerco. A decisão levou um movimento de feirantes a entregar um abaixo-assinado, com cerca de 600 assinaturas, na autarquia portuense.

No início de 2022, o município anuniou que os comerciantes da extinta feira do Cerco iriam poder vender no recinto da feira da Vandoma, sendo esta uma situação provisória até ser encontrado um novo recinto.

Ricardo Valente adiantou, em abril de 2022, que o local para instalar o Feiródromo já tinha sido identificado e que o município estava a avaliar os terrenos para arrancar com a aquisição e obras.

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Mais de 22% dos jovens têm qualificações a mais para os empregos que exercem

Os jovens portugueses estão mais qualificados, mas ainda existe um fosso entre as habilitações dos trabalhadores e os empregos disponíveis. Em 2022 agravou-se a chamada sobrequalificação.

Quase um em cada quatro jovens portugueses com ensino superior trabalha em profissões que não exigem este nível de escolaridade. De acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pela Fundação José Neves, a sobrequalificação está a agravar-se em Portugal, sendo que hoje mais de 22% dos jovens têm habilitações a mais para os empregos que exercem.

“A percentagem de jovens sobrequalificados aumentou significativamente em 2022, invertendo a tendência de decréscimo que se tinha vindo a registar de 2018 em diante”, é sublinhado na nota enviada às redações esta segunda-feira.

Em concreto, entre 2013 e 2018, a taxa de sobrequalificação entre os jovens trabalhadores aumentou de 17,1% para 22,9%. Mas entre 2018 e 2021, caiu três pontos percentuais para 19,9%. Já em 2022, a trajetória inverteu-se e a fatia de jovens sobrequalificados avançou 2,5 pontos percentuais para os tais 22,4%.

A Fundação José Neves detalha que a sobrequalificação é superior entre as trabalhadoras jovens. Cerca de 24% estão nessa situação, enquanto entre os trabalhadores jovens a taxa é de menos de 20%.

“Este indicador não será alheio ao facto que de a proporção de mulheres jovens com ensino superior ter sido sempre superior à dos homens na última década. Como exemplo, em 2022, a percentagem de mulheres dos 25 aos 34 anos com ensino superior foi de 51,9%, 15 pontos percentuais acima dos homens na mesma faixa etária (36,9%)”, é explicado.

De modo global, quanto mais elevado o nível de educação, maior a taxa de sobrequalificação, havendo, portanto, um desajustamento entre as competências procuradas pelo mercado de trabalho e as disponibilizadas pelos jovens.

“Apesar da maior qualificação dos jovens, o mercado de trabalho não os absorve em ocupações adequadas às suas qualificações. Este desajustamento repercute-se na qualidade do emprego dos jovens trabalhadores, quer a nível salarial quer na evolução das suas carreiras profissionais“, destaca a a Fundação José Neves, que alerta que o país está, portanto, a subaproveitar competências e a perder retorno do investimento feito em educação.

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Salgado tem mesmo doença de Alzheimer. E está incapaz de prestar declarações, dizem peritos independentes

O ECO teve acesso ao relatório da perícia médica do Instituto Nacional de Medicina Legal. O ex-líder do BES está no segundo grau mais grave da doença e depende de terceiros para fazer tarefas básicas.

O Instituto Nacional de Medicina Legal (INML) confirma: Ricardo Salgado, ex-líder do Banco Espírito Santo (BES), sofre de Alzheimer, estando atualmente no segundo grau mais grave da doença, com “dependência de terceiros para algumas atividades básicas”. Depois desta fase, passará para a “dependência total”. O relatório médico, a que o ECO/Advocatus teve acesso, foi assinado por um psiquiatra, neurologista e neuropsicólogo, peritos independentes nomeados exclusivamente pelo INML.

Assim, a perícia confirma o que, até agora, foi alegado pela defesa de Ricardo Salgado nos diversos processos pendentes – como a Operação Marquês, caso BES e o processo EDP – e conclui que as declarações que Salgado possa fazer em tribunal estão comprometidas. A avaliação “neuropsicológica realizada no examinando é compatível e concorda com a que nos foi facultada e está enquanto prova documental junto aos autos”, dizem os peritos, referindo-se ao relatório feito pelo neurologista de Salgado, Joaquim Ferreira, pedido pela defesa e que foi junto aos vários processos do arguido.

A defesa do banqueiro tem vindo a insistir que, nos últimos dois anos, ao longo dos vários processos que envolvem o seu cliente – BES/GES, Marquês e caso EDP – que fosse pedida uma perícia médica independente ao INML, de forma a que se confirmasse a doença que foi diagnosticada pelo neurologista do ex-banqueiro. Os advogados Francisco Proença de Carvalho e Adriano Squilacce já tinham juntado aos autos o parecer do neurologista Joaquim Ferreira, que atestou “um diagnóstico final e definitivo”, confirmando que o antigo líder do Grupo Espírito Santo (GES) tem Doença de Alzheimer apresentando “um agravamento progressivo das limitações cognitivas e motoras”.

É expectável dificuldade acrescida seja na prestação seja na devida valoração pelo Tribunal, já que faculdades como a memória, a atenção, a velocidade de processamento e mesmo a linguagem e discurso estão diminuídas em nível apurado e descrito nas avaliações funcionais neuropsicológicas e não conseguimos assegurar que a informação obtida seja fidedigna.

Médicos do Instituto Nacional de Medicina Legal

Quais as conclusões dos peritos, face às questões jurídicas?

No que toca à alegação de Salgado de que sofre de Alzheimer

  • Confirma-se que o ex-líder do BES sofre de “patologia neurológica/neuropsiquiátrica, mais propriamente Doença de Alzheimer muito provável, estando não só presente a necessária semiologia clínica, como sendo o diagnóstico igualmente suportado por exames complementares de diagnóstico estruturais (imagiológicos), funcionais (neuropsicológicos) e fisiopatológicos (biomarcadores)”.

Impossibilidade de comparecer em tribunal

  • Os médicos dizem que não existe propriamente uma “impossibilidade em comparecer”, mas não têm dúvidas que as declarações de Salgado estão comprometidas” devido à “sua patologia e “à situação que em si sempre será stressante para qualquer cidadão”;
  • Mas os médicos avisam que a doença em causa “não impossibilita nem é impeditiva”, da comparência e da realização de declarações por parte de Salgado, “admitindo-se, todavia, que possa ser útil e medicamente recomendável que se possa acompanhar por pessoa que escolha, para o que está capaz”;
  • Os peritos falam ainda que “face às dificuldades de marcha e mencionado o risco de queda, tal deverá ser tido em consideração no mínimo sendo auxiliado por exemplo com uso de cadeira de rodas ou por alguém ao seu lado, enfatizando-se que a sua esposa aparentemente surge como figura para si muito importante afetivamente e assim contentora de ansiedade e angústia”;
  • Devido às “dificuldades várias, incluindo em razão de patologia neuropsiquiátrica e outras condições de saúde física”, estamos “em crer ser cautelar o evitar sessões prolongadas no tempo sem interrupções, até perante cansaço fácil”.

Ainda que seja possível o arguido ser ouvido sobre os designados temas da prova, do ponto de vista estritamente científico não se pode garantir que pormenores de natureza espacial, temporal e de conteúdo sejam relatados de forma rigorosa, já que poderá efetivamente recordar, ou não recordar.

Médicos do Instituto Nacional de Medicina Legal

Prestação de depoimento sobre a prova

  • Os três especialistas concluem, assim que pode “estar comprometida mas não impossibilitada a prestação de depoimento sobre matéria dos temas de prova, sendo que atenta a diminuição das funções cognitivas apuradas e descritas, é expectável dificuldade acrescida seja na prestação seja na devida valoração pelo Tribunal, já que faculdades como a memória, a atenção, a velocidade de processamento e mesmo a linguagem e discurso estão diminuídas em nível apurado e descrito nas avaliações funcionais neuropsicológicas e não conseguimos assegurar que a informação obtida seja fidedigna”.
  • Ou seja, ainda que seja possível o arguido “ser ouvido sobre os designados temas da prova, do ponto de vista estritamente científico não se pode garantir que pormenores de natureza espacial, temporal e de conteúdo sejam relatados de forma rigorosa, já que poderá efetivamente recordar, ou não recordar”. Mas deixa a bola do lado do Tribunal que deverá, “após o suporte e âmbito material desta diligência, ajuizar se o nível de compromisso existente é a ponto de prejudicar ou não o comparecer com efeitos úteis”.

E quais são as conclusões médicas?

  • Ricardo Salgado apresenta “critérios clínicos para Perturbação Neurocognitiva Major em fase de demência moderada e causada por Doença de Alzheimer, situação clínica prevista e definida nos principais sistemas de classificação”.
  • O diagnóstico é tido mesmo “como de elevada probabilidade, face às evidências clínicas e presença de biomarcadores específicos nos meios complementares de diagnóstico realizado”.
  • A avaliação neuropsicológica realizada “é compatível e concordante com a que foi facultada e está enquanto prova documental junto aos autos”. Ou seja: compatível com o relatório médico do neurologista de Ricardo Salgado.
  • O estudo que os médicos fizeram das funções nervosas complexas de Salgado revelou “dificuldades ao nível da linguagem, da orientação, da atenção, da velocidade de processamento, da memória de trabalho, da memória prospetiva, da capacidade de aprendizagem de uma lista de palavras sem chaves de associação, da memória visual e do cálculo escrito”;
  • Observa-se igualmente “alteração nos hábitos e da funcionalidade ao nível do minimamente razoável de adequação no desempenho das atividades quotidianas”.
  • E ainda uma alteração no desempenho das atividades quotidianas e nos hábitos da “vida quotidiana” (incapacidade para lidar com pequenas importâncias de dinheiro, incapacidade para recordar pequenas listas, incapacidade para recordar acontecimentos recentes – esta última com presença inconsistente), “mudança de hábitos” (revela alguma dificuldade em vestir-se autonomamente) e “alterações na personalidade, nos interesses e no entusiasmo (flexibilidade diminuída, aplanamento dos afetos, diminuição do controlo emocional, embotamento das respostas emocionais, abandono dos interesses e hiperatividade sem finalidade”.

A história de uma perícia adiada

A defesa do ex-banqueiro já tinha pedido uma perícia neurológica a Ricardo Salgado, mas só o tribunal cível de Cascais é que tinha autorizado em março a sua realização. Agora em setembro, a juíza Ana Paula Rosa, do Juízo Central Criminal de Lisboa, também acedeu ao pedido dos advogados do antigo presidente do BES e validou a realização da perícia ao abrigo do Caso EDP.

Em março, o juiz de instrução do processo BES/GES já tinha recusado o pedido de realização de uma perícia médica neurológica ao ex-banqueiro Ricardo Salgado, para comprovar o diagnóstico de doença de Alzheimer que lhe foi feito. O magistrado Pedro Correia considerou que a fase de instrução não é a fase indicada para o fazer, mas sim a de julgamento. Esta já tinha sido a quinta recusa da Justiça portuguesa, no que toca a pedidos de perícia médica independente, realizada por médicos independentes, do INML.

De acordo com o despacho de março, o juiz Pedro Correia rejeitou o pedido da defesa do antigo presidente do Grupo Espírito Santo (GES), ao considerar que “não se vê como o resultado de perícia realizada nos termos requeridos poderia ser essencial à decisão a proferir nesta fase processual”.

Dois meses, depois, mais duas recusas se juntaram ao rol. A apreciação desse pedido foi igualmente negada, pelo mesmo magistrado de instrução do GES. “Indefere-se a realização da perícia médica. Entende-se que inexiste qualquer inconstitucionalidade na decisão”, disse o juiz Pedro Santos Correia, na sequência de uma interrupção da sessão do debate instrutório do processo BES/GES, lembrando que a questão do diagnóstico de Doença de Alzheimer “foi já apreciada nos autos”.

Uma semana antes desta decisão, também a juíza de instrução do processo EDP – cujos principais arguidos são Manuel Pinho e Ricardo Salgado – recusou a realização dessa perícia, pedida pela defesa do ex-banqueiro.

No final de outubro, a defesa do banqueiro fez uma reclamação para que o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) admita o recurso da pena de oito anos de prisão a que foi condenado no processo da Operação Marquês. Recurso esse que foi aceite pelo STJ que irá decidir qual a pena que o ex-líder do BES poderá cumprir. Apreciação essa que não será relativa aos factos provados em primeira instância – e confirmados na Relação – mas apenas relativamente aos anos de prisão efetiva que Salgado terá de cumprir. E que pode vir a atrasar a execução dessa mesma pena, já que o Supremo não tem nenhum prazo para decidir.

Em maio, o Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) aumentou a pena de prisão efetiva de Ricardo Salgado de seis anos para oito anos pelos três crimes de abuso de confiança, que saíram da Operação Marquês.

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Ouro sobe 17% no último mês e atinge valor mais elevado de sempre

A onça de ouro chegou a negociar acima dos 2.135 dólares, o valor mais elevado dos últimos 56 anos. Este ano, o ouro regista uma valorização de 13,4%, é oitavo melhor desempenho desde 1968.

O ouro chegou a cotar acima dos 2.135 dólares esta madrugada, superando o marco histórico de 2.072,5 dólares por onça que alcançou a 7 de agosto de 2020, como resultado da expectativa dos investidores de que a Reserva Federal norte-americana (Fed) corte as taxas de juro no próximo ano.

É o valor mais elevado desde, pelo menos, 1968. Antes disso, já este ano, a 4 de maio, o metal dourado tinha ameaçado esta barreira recorde, chegando a negociar nos 2.072,2 dólares por onça.

“Se os sinais de baixa das taxas de juro se tornarem mais evidentes, o ouro deverá continuar a subir no próximo ano. No entanto, o preço do metal precioso não se moverá numa via de sentido único para cima”, com os indicadores técnicos a sugerirem que o mercado está sobreaquecido, referiu Alexander Zumpfe, um negociador de metais preciosos da Heraeus, à Reuters.

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Atualmente, o ouro está a corrigir ligeiramente dos máximos históricos, estando a negociar nos 2.067 dólares.

Este ano, o ouro acumula uma valorização de 13,4% quando medido em dólares, mas só no último mês escalou 17%. Nos últimos 56 anos, por 33 ocasiões terminou o ano com ganhos e por 23 vezes fechou no vermelho.

O pior ano de sempre para o ouro foi 1981, que ficou marcado pelo início da pior recessão nos EUA desde a Grande Depressão, quando perdeu cerca de 32%. Segue-se o ano de 2013, com a cotação do metal dourado a resvalar 28% após 12 anos de subidas anuais constantes, o que se traduziu numa valorização média anual de 16% neste período.

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No lado oposto surge 1979, quando a onça encerrou o ano a escalar cerca de 127%, depois de no ano anterior já ter subido 37%. Esse ano foi particularmente marcado por uma profunda crise energética internacional, que teve como epicentro a Revolução Iraniana, que gerou uma forte contração da oferta mundial de petróleo.

Segundo as últimas previsões de 30 analistas compiladas pela Reuters no final de outubro, o metal dourado deverá apresentar um preço médio de 1.986,5 dólares em 2024, que compara com um preço médio de 1.936 dólares que a onça apresenta este ano.

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Desconto de 30% nas portagens das ex-SCUT avança apesar do recuo no IUC

Portaria já foi aprovada em Conselho de Ministros e aguarda publicação em Diário da República. Aumento do imposto para carros anteriores a 2007, que entretanto caiu, iria financiar a medida.

A redução de 30% no preço das portagens de seis ex-SCUT (sem custos para o utilizador) do Interior e Algarve vai mesmo avançar em 2024, ainda que o agravamento do Imposto Único de Circulação (IUC) para carros anteriores a julho de 2007 tenha ficado pelo caminho. Como o ECO noticiou, esta medida iria servir para financiar os descontos naquelas autoestradas.

O gabinete das Infraestruturas, agora sob a tutela do primeiro-ministro, António Costa, e o Ministério da Coesão Territorial adiantaram ao ECO que “a portaria que regulamenta este decreto-lei” relativo à diminuição do preço das portagens “já foi aprovada e aguarda apenas por publicação em Diário da República”.

O Governo já aprovou um decreto-lei que reduz em 30% os preços das portagens nas autoestradas A22 Algarve, A23 IP e Beira Interior, A24 Interior Norte, A25 Beira Litoral e Beira Alta, A4 Trasmontana e Túnel do Marão, e A13 e A13-1 Pinhal Interior, a partir de 1 de janeiro de 2024″, afirmaram os dois gabinetes em resposta ao ECO, sublinhando que “esta decisão resultou do compromisso do Governo de reduzir os custos de contexto no uso das autoestradas do Interior e também na Via do Infante, territórios onde não existem vias de qualidade alternativas e onde o transporte público coletivo é escasso”.

Durante o briefing do Conselho de Ministros que aprovou os descontos, o Governo revelou que a medida iria custar, só em 2024, 72,4 milhões de euros aos cofres do Estado por via da quebra de receita nas portagens. O aumento do IUC para veículos entre 1981 e junho de 2007, proposto pelo Executivo no Orçamento do Estado para o próximo ano, e ainda que limitado a um máximo de 25 euros por ano, iria permitir arrecadar 84 milhões de euros, ajudando, assim, a suportar a despesa com a redução do preço das portagens.

A penalização do IUC para viaturas mais antigas acabaria, no entanto, por cair através de uma proposta de alteração do PS que eliminou esse agravamento do Orçamento do Estado, à revelia do ministro das Finanças, Fernando Medina. Diante de umas eleições legislativas antecipadas, os socialistas não poderiam entrar em campanha deixando passar uma medida que tanta contestação social gerou. Daí que a bancada do PS tenha decidido contrariar o próprio Governo.

O Executivo nunca desmentiu a notícia do ECO de que o aumento do IUC seria para compensar a redução das portagens em seis ex-SCUT. Durante o Conselho de Ministros, de 28 de setembro, que aprovou a redução os títulos de passagem pelas autoestradas, o ECO perguntou de que forma a medida iria ser financiada e o então ministro das Infraestruturas, João Galamba, esclareceu que o Governo estava “a trabalhar nessa compensação”, confirmando que “ela existirá”.

“O objetivo principal é assegurar a neutralidade financeira e isso está garantido, mas, a seu tempo, a forma concreta de financiar a medida será conhecida”, rematou, na altura, o ex-governante.

Governo aumenta portagens em mais de 2% apesar de estar em gestão

As portagens vão mesmo subir mais de 2% no próximo ano, uma decisão que será tomada pelo Governo até 15 de dezembro, quando já estará em modo de gestão, e com poderes diminuídos, uma vez que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou que irá publicar o decreto de demissão a 7 de dezembro, esta sexta-feira.

Ora a atualização anual das portagens está prevista nos contratos de concessão, ou seja, é uma matéria que cabe na definição das funções de um Governo de gestão, que está limitado à “prática dos atos estritamente necessários para assegurar a gestão dos negócios públicos”.

“As bases e os contratos de concessão em vigor preveem a atualização anual das portagens, no primeiro mês de cada ano civil, tendo por referência a taxa de inflação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC), sem habitação, no Continente”, indicaram ao ECO os gabinetes das Infraestruturas e da Coesão Territorial.

Assim, e de acordo com o IPC de outubro, as portagens podem subir, no próximo ano, 1,94% mais os 0,1% adicionais acordados no ano passado como contrapartida ao travão de 2% aos preços deste ano, o que dá um aumento de 2,04%.

As duas tutelas confirmaram que “as concessionárias já comunicaram ao Estado a atualização para 2024, tendo em conta tal índice, na ordem dos 2%, encontrando-se tais dados em verificação”.

“Ao valor apurado poderá acrescer a compensação de 0,1% acordada entre o Governo e as concessionárias no ano passado pelo travão introduzido no valor das portagens em 2023 e que se justificou pelo valor de referência excecionalmente alto apurado em 2022 (na casa dos 10%, muito superior aos 2% que se têm verificado anualmente)”, acrescentam as Infraestruturas e a Coesão Territorial.

O Governo tem 30 dias para se pronunciar desde a data limite (15 de novembro) para a entrega das propostas das concessionárias, isto é, até 15 de dezembro, devendo depois publicar a atualização das portagens para 2024.

(Notícia atualizada às 13h04)

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Juros dos empréstimos da casa voltam a aliviar em outubro

A taxa dos novos contratos de crédito à habitação voltou a aliviar em outubro, mês em que o BCE decidiu travar a subida dos juros na Zona Euro, após dez aumentos seguidos.

A taxa de juro média dos novos empréstimos para a compra da casa voltou a aliviar em outubro, mês em que o Banco Central Europeu (BCE) decidiu travar a subida dos juros após dez aumentos seguidos.

Os juros médios dos novos créditos à habitação desceram 0,02 pontos percentuais para 4,23% em outubro, de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal.

Juros do crédito da casa atingiram o pico?

Fonte: Banco de Portugal

Em agosto, a taxa do crédito da casa já tinha descido, refletindo a queda das Euribor, os indexantes que servem de base para o cálculo da prestação. Em novembro, estas taxas interbancárias voltaram a perder terreno, o que confirmará a tendência de descida dos juros cobrados pelos bancos nos empréstimos à habitação pelo segundo mês.

Nos últimos dois anos, pedir dinheiro ao banco para comprar casa ficou mais caro na sequência do aperto monetário do banco central para controlar a inflação. A taxa de juro do crédito para compra de habitação disparou 3,42 pontos percentuais desde o início de 2022, período durante o qual o BCE aumentou as taxas diretoras por dez ocasiões para travar a procura e assim travar a escalada dos preços na região.

Este aperto levou a uma diminuição da procura por crédito por parte das famílias. Em outubro, as novas operações de empréstimos aos particulares atingiram os 2,5 mil milhões de euros, com 1,88 mil milhões a corresponderem a crédito da casa.

No segmento das empresas, a taxa de juro média dos novos empréstimos aumentou de 5,81% em setembro para 5,89% em outubro. O montante de novos empréstimos concedidos pelos bancos às empresas foi de 1,55 mil milhões de euros, segundo o Banco de Portugal.

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