Stellantis e chinesa CATL querem construir fábrica de baterias na Europa

  • Lusa
  • 21 Novembro 2023

A fábrica vai produzir baterias de lítio - ferro -- fosfato, mas a Stellantis adianta que ainda não foi tomada qualquer decisão sobre a sua dimensão e localização.

A Stellantis e o fabricante de baterias chinês para veículos elétricos Contemporary Amperex Technology (CATL) estão a planear construir uma fábrica de baterias de baixo custo para veículos elétricos na Europa, foi anunciado esta terça-feira.

A fábrica vai produzir baterias de lítio – ferro — fosfato (LFP), esclarece a Stellantis em comunicado, citado pela agência Bloomberg, acrescentando que ainda não foi tomada qualquer decisão sobre a sua dimensão e localização.

Os dois parceiros estão também a analisar a possibilidade de criarem uma empresa conjunta (joint venture), lê-se no comunicado da Stellantis, o grupo automóvel.

Num encontro com jornalistas sobre o acordo preliminar conjunto, o vice-presidente-executivo da Stellantis e responsável mundial pelas compras e pela cadeia de fornecimento, Maxime Picat, disse que “a capacidade de produção de LFP [da Stellantis] na Europa é atualmente nula”.

“Nos próximos cinco a dez anos será uma tecnologia muito importante”, salientou o gestor.

Maxime Picat afirmou também que seriam necessários “mais alguns meses” para que se finalizasse o plano para criar a joint-venture com a CATL, tendo-se escusado a dar pormenores sobre a possível localização da nova unidade fabril de baterias para veículos elétricos.

A parceria entre a Stellantis e a CATL representará um dos acordos mais abrangentes a este nível na Europa, onde as autoridades estão a planear aplicar regras mais rigorosas em relação às baterias para ajudar a criar uma cadeia de fornecimento local.

Em outubro, o presidente-executivo da Stellantis, Carlos Tavares, anunciou também que fechou um acordo no montante de 1.600 milhões de dólares (1.463 milhões de euros) para a aquisição de uma participação no capital do fabricante chinês de veículos elétricos Zhejiang, detida em partes iguais pelas duas empresas.

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Fidelidade aprova planos do IPO da Luz Saúde em dezembro. Operação derrapa para 2024

Seguradora confirma oficialmente a intenção de vender uma participação minoritária da Luz Saúde a investidores institucionais nacionais e internacionais. Ida para bolsa acontecerá só no próximo ano.

A Fidelidade confirmou os planos para a oferta pública inicial (IPO, sigla em inglês) da Luz Saúde, tendo em vista a venda de uma participação minoritária do capital do grupo de saúde a investidores institucionais nacionais e internacionais, segundo adiantou ao ECO a seguradora liderada por Jorge Magalhães Correia.

Caso a Fidelidade decida avançar com a operação, o IPO da Luz Saúde só irá ter lugar no início do próximo ano, depois de ter estado inicialmente previsto para acontecer no último trimestre deste ano, segundo disseram ao ECO fontes próximas do processo.

A Luz Saúde agendou para daqui a um mês uma assembleia geral de acionistas extraordinária para aprovar a venda de uma parte do seu capital através de um aumento de capital, com uma emissão de novas ações a serem subscritas por um grupo de investidores profissionais por via de um processo de book building, o que significa que, pelo menos nesta fase inicial, os pequenos investidores não poderão comprar ações do grupo de saúde. Simultaneamente, a Fidelidade irá realizar uma oferta de venda privada.

Os termos e condições do aumento de capital serão definidos pelo conselho de administração liderado por Isabel Vaz. A assembleia geral marcada para o dia 22 de dezembro irá ainda aprovar a admissão da totalidade das ações da Luz Saúde à negociação no mercado regulamentado gerido pela Euronext.

Até hoje a Fidelidade, detida pela Fosun, nunca tinha confirmado oficialmente os planos de um IPO da Luz Saúde. O grupo chinês informou esta terça-feira que obteve a autorização do regulador da bolsa de Hong Kong para avançar com a operação e indicou que, sujeito à aprovação das autoridades portuguesas, será submetido um prospeto na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) “no devido tempo”.

Fonte oficial revelou ao ECO que “a publicação da convocatória da assembleia geral e inclusive a aprovação das propostas que venham a ser submetidas não determinam a concretização do processo de venda”.

Isto porque o IPO, acrescentou a mesma fonte, “apenas terá lugar se estiverem reunidas as condições que o acionista vendedor considera adequadas para tal”.

Em cima da mesa estará a venda de uma participação entre 30% a 45% do capital do grupo de saúde e que poderá permitir um encaixe entre 300 milhões e 450 milhões de euros para a Fidelidade. A seguradora espera obter uma avaliação de mais de mil milhões de euros para o grupo que tem 28 unidades hospitalares e clínicas e perto de 14 mil funcionários em Portugal.

Como o ECO revelou em maio, Citi e UBS lideram um sindicato bancário para concretizar um IPO da Luz Saúde que vem sendo trabalhado num ambiente de mercado desafiante devido à subida das taxas de juro e, mais recentemente, aos riscos geopolíticos relacionados com a guerra no Médio Oriente.

A operação servirá para financiar o crescimento do grupo liderado por Isabel Vaz numa perspetiva internacional e também para reforçar os rácios de capital da própria Fidelidade – através de uma redução da exposição à Luz Saúde.

A assembleia geral extraordinária irá deliberar ainda sobre a eleição dos membros dos órgãos sociais para um novo mandato relativo ao quadriénio entre 2024 e 2027.

A Luz Saúde registou rendimentos operacionais de 600 milhões de euros em 2022, um aumento de 10,6% em comparação com 2021. Fechou o ano passado com lucros de 26,9 milhões de euros, mais 62% em termos homólogos.

Jorge Magalhães Correia, presidente do conselho de administração da FidelidadeHugo Amaral/ECO

Regresso à bolsa cinco anos depois

Para a Luz Saúde (antiga Espírito Santo Saúde), trata-se de um regresso à bolsa de Lisboa cerca de cinco anos depois de a Fidelidade a ter retirado da negociação em 2018.

Na altura, a seguradora avaliou o grupo de saúde em cerca de 550 milhões de euros, em função da contrapartida de 5,71 euros por ação que ofereceu aos investidores para comprar cerca de 1% que estava disperso na bolsa.

Confirmando-se uma avaliação superior a mil milhões de euros neste IPO, a Luz Saúde terá praticamente duplicado de valor neste período.

Abre caminho para o Novobanco?

O IPO da Luz Saúde — que poderá ser o maior dos últimos dez anos na bolsa portuguesa — é visto pelos analistas como um teste do mercado para avaliar o apetite dos investidores em relação ao próprio Novobanco, que também está a trabalhar numa ida para bolsa no próximo ano, segundo o CEO do banco, Mark Bourke.

É conhecido o interesse dos americanos da Lone Star em vender a sua participação de 75% no banco português, após ter investido 1.000 milhões de euros em 2017.

O último IPO na bolsa de Lisboa aconteceu em julho de 2021, com a admissão da Greenvolt, numa operação avaliada então em 500 milhões de euros.

Já no ano passado, a Euronext registou duas admissões técnicas, da Samba Digital e da MACC1X1 Socimi, de acordo com os dados disponibilizados pela dona da bolsa lisboeta.

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Universidade de Lisboa e Fundo LAND fecham parceria para projetos florestais

Parceria com Instituto Superior de Agronomia engloba as áreas da formação e apoio académico em projetos florestais, assim como as áreas de capacitação técnica e estágios científicos.

O Instituto Superior de Agronomia (ISA) da Universidade de Lisboa e o Fundo LAND – Life And Nature Development desenvolveram uma parceria com vista à formação e apoio académico em projetos florestais nacionais e potencialmente internacionais. As duas entidades também vão apostar em áreas de capacitação técnica assim como na criação de estágios científicos e técnicos.

“Esta parceria pretende ser a base de uma estreita colaboração entre o Fundo LAND e o ISA, com o objetivo de implementar estratégias, planos, metodologias e projetos de cooperação, com foco nos serviços de ecossistema, ao nível da Península Ibérica”, refere Angela Lucas, partner do Fundo Land, citada em comunicado.

Esta união de esforços entre as duas instituições “decorre da intensa atividade de transferência de conhecimento que a universidade mantém ao nível da formação e desenvolvimento de métricas relacionadas com a sustentabilidade agrícola e florestal, tendo por objetivo reforçar processos de inovação relevantes a nível nacional e internacional”, completa, por sua vez, António Guerreiro de Brito, presidente do ISA da Universidade de Lisboa.

Esta parceria pretende ser a base de uma estreita colaboração entre o Fundo LAND e o ISA, com o objetivo de implementar estratégias, planos, metodologias e projetos de cooperação, com foco nos serviços de ecossistema, ao nível da Península Ibérica.

Angela Lucas

Partner do Fundo Land

O LAND é o primeiro fundo de investimento em Portugal baseado na aquisição e gestão responsável de terras rurais e floresta e “prossegue objetivos alinhados com a sustentabilidade”, resume esta entidade. Tem atividade ao nível da conservação, manutenção, proteção e restauro de zonas abandonadas e menos favorecidas, incluindo áreas ardidas ao longo das últimas décadas. Também diz incentivar a coesão social, a criação de emprego e a revitalização das economias locais.

Com vista à regeneração da floresta nativa e dos ecossistemas naturais, este fundo “visa atingir até 500 milhões de euros nos próximos cinco anos”. O fundo LAND foi distinguido pelo Kaizen Institute com o prémio de reconhecimento especial em sustentabilidade.

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Governo alemão bloqueia fundo de estabilização económica

  • ECO
  • 21 Novembro 2023

O travão ao Fundo de Estabilização Económica, que foi criado em 2020 para responder aos impactos da Covid-19, acontece depois de o Governo ter bloqueado Fundo Climático.

Depois de bloquear o Fundo Climático, o Executivo de Olaf Scholz, pela mão do Ministério Federal das Finanças, bloqueou também o Fundo de Estabilização Económica (Wirtschaftsstabilisierungsfonds, em alemão).

A decisão do ministro Christian Lindner surge na sequência de um acórdão do Tribunal Constitucional que impediu o Governo de transferir 60 mil milhões de euros não utilizados da pandemia para projetos ecológicos, como revela esta terça-feira o jornal Handelsblatt.

Devido a esta decisão, as autorizações de crédito para o Fundo de Estabilização Económica “já não podem ser utilizadas em 2023, de acordo com a atual situação jurídica”, refere o jornal, citando uma carta assinada pelo secretário de Estado do Orçamento Werner Gatzer.

O Fundo de Estabilização Económica foi criado em março de 2020 para dar resposta aos impactos económicos e sociais da pandemia do coronavírus na economia alemã. Desde novembro de 2022, o objetivo do fundo foi alargado para incluir o financiamento do pacote de medidas para atenuar as consequências da crise energética.

A fim de evitar mais encargos para o orçamento e antecipar encargos para os próximos exercícios, todas as despesas ainda não utilizadas no plano de atividades de 2023, bem como todas as dotações de autorização que foram gastas e ainda não documentadas (…) são bloqueadas com efeito imediato e requerem a aprovação do Ministério Federal das Finanças“, revela a carta enviada a todos os Ministérios.

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Snacks portuenses à base de insetos já estão a “voar” para a Europa

Fundada em 2021, a Portugal Bugs desenvolve produtos alimentares com larvas e grilos. Já começou a exportar para Espanha e prepara-se para lançar hambúrgueres e almôndegas à base de insetos.

Em 2016, Guilherme Pereira e Sara Martins estavam a concluir o curso de Engenharia Alimentar na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto quando foram desafiados pelo professor Luís Cunha a desenvolver um produto alimentar com farinha de inseto. No final do curso, decidiram aceitar o desafio e, após muitas horas de investigação, perceberam que os insetos poderiam ser uma “solução para um futuro mais sustentável”.

Em dezembro de 2016 rumaram até à Holanda para participar num dos primeiros seminários relacionados com a utilização de insetos para alimentação humana e animal, na Universidade de Wageningen. O impacto do seminário foi de tal forma “positivo” que no início de 2017 puseram “mãos à obra” na garagem do Guilherme para descobrir como é que se produziam insetos. Um ano depois, conseguiram sair de lá para instalações próprias.

“Nessa altura ainda não existia legislação em Portugal para a comercialização de produtos com insetos. Só em 2021 é que foi aprovada uma legislação que permitia a utilização de insetos e foi aí que criámos a Portugal Bugs. Podia ter sido mais cedo, mas, face à falta de legislação, não foi possível”, conta Sara Martins, cofundadora da Portugal Bugs e natural de Barcelos.

Só em 2021 é que foi aprovada uma legislação que permitia a utilização de insetos e foi aí que criámos a Portugal Bugs.

Sara Martins

Cofundadora da Portugal Bugs

Após a aprovação dessa lei, nasce no Porto a Portugal Bugs, em 2021, que se assume como a “primeira marca portuguesa de proteína de inseto”. A startup já está a “voar” mais alto e entrou no mercado espanhol. Sara Martins adianta ao ECO/Local Online que o próximo passo é “começar a trabalhar o restante mercado europeu no mercado europeu já no próximo ano”, sendo os primeiros alvos Alemanha, Países Baixos, França e Bélgica. E em 2026 pretende entrar no mercado norte-americano.

Os empreendedores nortenhos estão agora à procura de um investimento de 650 mil euros, que “deverá ser finalizado brevemente” e que, dizem, vai permitir trabalhar outros mercados, aumentar a equipa e apostar na investigação e desenvolvimento de novos produtos.

Além da aposta na internacionalização, querem lançar no mercado hambúrgueres e almôndegas à base de insetos. Este hambúrguer à base de larvas de tenébrio molitor deve chegar ao mercado já no próximo ano.

Os insetos desidratados da Portugal Bugs já chegaram ao prato dos consumidores em restaurantes como o 100 Maneiras e o Carnal, ambos em Lisboa, à Adega da Vila (Vila do Conde) e ao Penha Longa Resort. “Os insetos são apresentados no prato bem visíveis no formato normal”, explica a cofundadora. No entanto, Sara Martins realça que nesta fase é mais “fácil desenvolver produtos com a farinha do inseto onde eles não são visíveis”.

Larvas de tenébrio molitor e grilos acheta domesticus são os insetos que a dupla utiliza nos snacks, farinhas, crackers ou barras energéticas. Os produtos estão à venda no Auchan, Continente, no Alcampo em Espanha e na loja online. Entre janeiro e outubro deste ano contabilizam já ter vendido 30 mil produtos à base de insetos.

Os insetos são produzidos pela empresa portuguesa Tecmafoods – Insect Based Feed & Food, que foi “a primeira a obter licenciamento para a produção de insetos para consumo humano”. A Portugal Bugs compra 30 quilos de insetos por mês para assegurar a produção.

Questionada se ainda existem algum tipo de estigma social em relação ao consumo de insetos, Sara Martins refere que isso “ainda acontece com alguns consumidores”. Porém, face ao período do lançamento no mercado, “parte desse estigma desapareceu e as pessoas já interiorizaram e já experimentam muito mais facilmente”.

Sem dúvida que os insetos vão ser um grande suporte para as fontes de proteína. Os insetos vão equilibrar a balança e estão a surgir com uma nova proteína para minimizar a produção em massa da carne e ajudar numa produção mais sustentável.

Sara Martins

Cofundadora da Portugal Bugs

“Os insetos podem contribuir, cada vez mais, para a redução do consumo de carne e, tendo em conta que está previsto que a população mundial aumente para 10 mil milhões de pessoas até 2050, sem dúvida que os insetos vão ser um grande suporte para as fontes de proteína. Os insetos vão equilibrar a balança e estão a surgir com uma nova proteína para minimizar a produção em massa da carne e ajudar numa produção mais sustentável”, conclui Sara Martins.

A Portugal Bugs ficou em primeiro lugar na 4.ª edição da final portuguesa do Empowering Women in Agrifood, o programa do EIT Food, implementado em Portugal com a colaboração do Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto (UPTEC), e da Portuguese Women in Tech (PWIT). A startup ganhou um prémio de 10 mil euros e vai disputar a final europeia no EWA 2023 Summit, que vai decorrer em Vilnius, na Lituânia, a 1 de dezembro de 2023.

Apesar de serem uma solução para um futuro mais sustentável, o investimento das Agendas Mobilizadoras do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ligado ao potencial dos insetos foi o mais afetado pelos cortes. Inicialmente, estavam previstos 60,1 milhões de euros para a iniciativa que quer transformar os insetos numa forma alternativa de alimentação para humanos e animais, além de desenvolver novos produtos para a indústria. O orçamento encolheu em 28,4%, para 42,988 milhões de euros.

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Altice France vende 70% do negócio dos centros de dados por 534,8 milhões de euros

A operadora vai vender a posição maioritária ao Morgan Stanley. A transação acontece numa altura em que Drahi tem estado sob pressão para reduzir a dívida do grupo, na sequência da Operação Picoas.

A Altice France vai vender a sua posição maioritária, de 70%, no negócio dos centros de dados ao Morgan Stanley Infrastructure por 534,8 milhões de euros com o objetivo de lançar a UltraEdge, o maior centro de dados independente do país, em parceria com aquele investidor norte-americano, anunciou esta terça-feira a operadora francesa. O negócio deverá ficar concluído no primeiro semestre de 2024.

A transação acontece numa altura em que Patrick Drahi, o multimilionário que controla a Altice, tem estado sob pressão para reduzir o passivo do grupo internacional, perante a subida das taxas de juro e da aproximação de prazos de vencimento em 2025 e 2026, mas também por causa das buscas em Portugal relacionadas com a Operação Picoas e que conduziram à detenção, para interrogatório, do seu parceiro de negócios e cofundador da Altice, Armando Pereira.

O negócio inclui a venda de 257 centros de dados e espaços de escritórios, atualmente ocupados pela SFR, e que serão transferidos para a nova empresa, a UltraEdge, que será controlada pela Morgan Stanley Infrastructures Partners. No total, incluindo dívida, a avaliação da UltraEdge será de 764 milhões de euros, indicou a operadora francesa.

“A UltraEdge será o primeiro operador de centro de dados independente em França”, refere a operadora de telecomunicações. Além disso, a SFR irá celebrar um acordo com a UltraEdge que deverá gerar “175 milhões de euros de receitas adicionais para a SFR nos próximos sete anos”, de acordo com a mesma nota.

A empresa anunciou ainda que a venda — ainda sujeita à aprovação das entidades reguladoras, deverá ocorrer na primeira metade do ano que vem — faz parte de uma “estratégia contínua para melhorar o balanço patrimonial da empresa, frisou a companhia.

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Parlamento Europeu leva fim de subsídios a combustíveis fósseis à COP28

  • Lusa
  • 21 Novembro 2023

A resolução votada apela ao fim de todos os subsídios -- diretos e indiretos -- aos subsídios fósseis, "assim que possível e o mais tardar até 2025".

O Parlamento Europeu (PE) adotou recomendações para a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28), no Dubai, prevendo o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis a nível nacional, da União Europeia (UE) e global.

O texto, aprovado com 462 votos a favor, 134 contra e 30 abstenções, constitui o mandato que a delegação do PE leva à COP28 no Dubai, Emirados Árabes Unidos, na qual participa de 8 a 12 de dezembro, onde serão analisados os progressos na aplicação do Acordo de Paris.

A resolução votada apela ao fim de todos os subsídios — diretos e indiretos — aos subsídios fósseis, “assim que possível e o mais tardar até 2025”, segundo um comunicado.

Os eurodeputados também apoiam um objetivo global de triplicar as fontes renováveis de energia e duplicar a eficiência energética até 2030, em conjunto com a eliminação progressiva e tangível das fontes fósseis o mais rapidamente possível.

A 28ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre o Clima (COP28) decorre na cidade do Dubai, entre 30 de novembro e 12 de dezembro.

 

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Depois da Moody’s, S&P também melhora nível risco da TAP

A S&P reviu em alta a notação de risco da TAP, de "B+" para "BB-". É a segunda agência a subir a avaliação da companhia aérea este mês.

A S&P melhorou a classificação da dívida da TAP em um nível, de “B+” para “BB-“, com uma perspetiva “estável”, esperando que os resultados mais robustos se traduzam numa liquidez mais elevada, aumentando a capacidade da companhia aérea para reduzir a dívida. A possibilidade “moderada” de um apoio extraordinário do Governo português também contribui para a nota.

Prevemos agora que a TAP gere um EBITDA ajustado de, pelo menos, 900 milhões de euros este ano, em comparação com a nossa previsão de abril de 770 milhões a 780 milhões de euros, sustentado por rentabilidades mais fortes do que o esperado num ambiente de robustez no transporte aéreo de passageiros”, afirma a agência de rating num comunicado divulgado hoje.

A companhia aérea registou um EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) recorrente de 752,4 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. A S&P considera que o resultado recorde “pode não ser sustentável além de 2023, devido à esperada pressão da subida dos custos sobre a margem”, mas antecipa que 2024 fique acima do registado em 2022.

Esta é a segunda revisão do rating da TAP em menos de um mês. No início de novembro, a Moody’s melhorou a classificação de risco da dívida da TAP em um nível, de “B2” para “B1”, sublinhando a “forte e contínua melhoria na rentabilidade operacional da companhia aérea”

A S&P alerta que a frota reduzida da TAP, restringida pelo plano de reestruturação, e o congestionamento do aeroporto de Lisboa “irão limitar o potencial de crescimento” dos resultados no médio prazo. Por outro lado, “as elevadas taxas de rentabilidade devem aliviar a pressão sobre as despesas da TAP que vem dos custos mais elevados do combustível, em conjunto com a subida das taxas de carbono europeias e a inflação elevada”.

A agência reviu em alta o “stand-alone credit profile” da TAP de “B+” para B”. Uma vez que “manteve a sua posição sobre a possibilidade moderada de um apoio extraordinário do governo Português”, o rating de longo prazo, o mais significativo para os investidores, subiu um nível de “B+” para “BB-“.

A S&P vê a dívida financeira ajustada da companhia aérea diminuir para cerca de 3,5 mil milhões de euros no final de 2023, face a 3,7 mil milhões de euros no final de 2022, “e provavelmente ainda mais em 2024”.

A perspetiva para a avaliação da TAP é “estável”, o que reflete a “expectativa de que o tráfego de passageiros vai manter-se nos níveis pré-pandemia nos próximos 12 meses, assumindo que as condições macroeconómicas ou geopolíticas não se deterioram inesperadamente e as tarifas se mantém perto dos níveis recentes”.

“A perspetiva estável também depende do nosso pressuposto de que a privatização não alterará a nossa avaliação da probabilidade moderada de apoio financeiro extraordinário por parte do governo português”, assinala ainda a S&P.

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Bruxelas volta a dizer a Portugal para reduzir os apoios à energia “o mais rapidamente possível”

A Comissão Europeia reitera que Portugal não seguiu as recomendações para retirar os apoios à subida dos preços na energia em 2023 e 2024.

Portugal não cumpriu as recomendações da Comissão Europeia para reduzir “o mais rápido possível” os apoios para mitigar a subida dos preços da energia, nem os transformou de modo a serem mais direcionados e focados nas famílias mais carenciadas. Bruxelas aconselha, por isso, que o país avance com a redução rápida destas medidas, de acordo com o parecer da Comissão Europeia ao esboço do Orçamento do Estado para 2024.

No que diz respeito às recomendações sobre os apoios para mitigar a subida dos preços da energia, “a Comissão considera que o projeto de plano orçamental de Portugal não está totalmente em conformidade com a recomendação do Conselho de 14 de julho de 2023″.

O Executivo comunitário destaca medidas como a “redução geral do imposto sobre o combustível e o congelamento da taxa de carbono”, que permanecerão em vigor em 2024 e 2025 — apesar de serem gradualmente reduzidos. “A maioria destas medidas de apoio energético em 2023 e 2024 não parecem ser direcionados às famílias ou empresas mais vulneráveis ​​e não preservar totalmente o sinal de preço para reduzir a procura de energia e aumentar a eficiência energética”, defende Bruxelas.

“Por conseguinte, a Comissão convida Portugal a reduzir as medidas de apoio energético o mais rapidamente possível em 2023 e 2024″, lê-se nos comentários de Bruxelas publicados esta terça-feira.

Além disso, a Comissão Europeia também nota que Portugal “realizou progressos limitados no que diz respeito aos elementos estruturais das recomendações orçamentais feitas pelo Conselho em 14 de julho de 2023, e convida assim as autoridades portuguesas a acelerarem os progressos”. Aqui destacam o facto de que a proposta de Orçamento do Estado não tem projeções para lá de 2024.

Bruxelas considera ainda que a orientação orçamental “deverá ser expansionista em 1,4% do PIB em 2024, na sequência de uma orientação orçamental amplamente neutra de -0,1% em 2023″.

Ainda assim, como destaca o vice-presidente da Comissão, Valdis Dombrovskis, em conferência de imprensa, “o plano não é considerado totalmente em linha com as recomendações é por causa das medidas de apoio à subida dos preços na energia só deverem ser parcialmente reduzidas em 2023 e 2024”, essencialmente. Até porque Portugal deve atingir o objetivo de médio prazo em 2024, destaca.

(Notícia atualizada às 15h30)

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Assembleia Municipal do Porto insta Governo a isentar portagens na A41/CREP

  • Lusa
  • 21 Novembro 2023

A proposta de redução da pressão rodoviária foi apresentada pelo Bloco de Esquerda e contou com o voto favorável de todos os partidos à exceção do PS.

A Assembleia Municipal do Porto aprovou, com a abstenção do PS, instar o Governo a isentar os transportes pesados de mercadorias das portagens na Circular Exterior Regional do Porto (CREP/A41) para diminuir a sobrecarga na Via de Cintura Interna (VCI). A proposta de redução da pressão rodoviária foi apresentada pelo Bloco de Esquerda, partido que convocou a sessão potestativa da Assembleia Municipal, que decorreu na segunda-feira à noite, para debater o modelo de cidade de 15 minutos.

A moção, que contou com o voto favorável de todos os partidos à exceção do PS, em que sete dos oito eleitos se abstiveram, insta o Governo a isentar os veículos pesados de mercadorias do pagamento de portagens na A41, com vista a mitigar “os efeitos negativos” na poluição e trânsito.

Sobre o tema, Susana Constante Pereira, deputada do BE, destacou a necessidade de as políticas públicas de mobilidade serem pensadas a “várias escalas” e terem “visão de continuidade e futuro”.

“É importante termos noção de que a VCI é uma via com mais pressão do que algumas autoestradas do país”, observou, destacando a necessidade de se influenciar o Governo a intervir nesta via que “há já muito tempo é uma urgência”.

Também o deputado único do PAN, Paulo Vieira de Castro, concordou com a moção, defendendo que a “VCI é algo que urge resolver” na cidade.

É importante termos noção de que a VCI é uma via com mais pressão do que algumas autoestradas do país.

Susana Constante Pereira

Deputada do Bloco de Esquerda

Pelo movimento independente “Aqui Há Porto”, o deputado Raul Almeida subscreveu “da primeira à última linha” o documento apresentado pelo BE.

Já o deputado social-democrata Miguel Corte Real defendeu que “só o Governo pode mudar” a atual realidade da VCI, via que pertence à Infraestruturas de Portugal e que considerou “uma das mais impactantes” para a mobilidade da cidade do Porto. “Apelo a que todas as forças políticas façam um esforço para podermos reverter esta situação”, reforçou.

Em substituição do presidente da câmara, o vice-presidente Filipe Araújo felicitou os partidos por estarem “a acordar para o tema da VCI”.

“Como temos eleições em breve será com especial atenção que vamos olhar para os programas [dos partidos políticos] e perceber se o que vêm aqui dizer passa para o programa”, acrescentou.

Em resposta às considerações do vice-presidente da autarquia, tanto a CDU como o BE negaram só agora dar atenção à problemática, dizendo já ter apresentado propostas de lei na Assembleia da República e incluir o tema em sede de discussão do orçamento.

Apelo a que todas as forças políticas façam um esforço para podermos reverter esta situação.

Miguel Corte Real

Deputado do PSD

Em outubro, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, admitiu à Lusa que o trânsito na VCI coloca em risco a meta municipal de atingir a neutralidade carbónica em 2030, assumida no Pacto do Porto para o Clima.

O autarca considerou a VCI uma “trombose permitida e acelerada pela política de tarifação que, nas cidades portuguesas, vão ao contrário de tudo aquilo que é norma das metrópoles europeias e mundiais”, sendo taxadas as vias radiais e não as circulares.

No caso do Porto, são taxadas as vias metropolitanas circulares da VCI e que lhe dão acesso (A4, CREP-A41 e A43), incentivando os automobilistas a ir para a circular não portajada, a VCI.

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Fundo dos Emirados preparado para controlar Daily Telegraph e The Spectator

  • Lusa e + M
  • 21 Novembro 2023

O facto de se tratar de um fundo de investimento apoiado pelo Abu Dhabi - cujo dono é o proprietário do Manchester City - torna o acordo polémico e inquieta os deputados britânicos no governo.

O fundo de investimento RedBird IMI, financiado pelo Abu Dabi, revelou esta segunda-feira que está preparado para controlar o periódico Daily Telegraph e a revista The Spectator, após garantir crédito para pagar as dívidas do anterior proprietário destes títulos.

Segundo um porta-voz do RedBird IMI, uma joint venture entre o RedBird Capital, dos EUA, e a International Media Investments, do Abu Dhabi, “chegou a acordo para proporcionar créditos à família Barclay [até agora proprietária daqueles títulos], que lhe permita saldar as dívidas com o banco Lloyds e tirá-la a falência“.

O porta-voz adiantou que o fundo vai proporcionar “um empréstimo de 600 milhões de libras (685 milhões de euros) garantido com o Telegraph e o Spectator“, referências ideológicas do conservadorismo no Reino Unido.

Além disso, “a International Media Investments vai avançar com um empréstimo de valor similar para outros negócios e interesses comerciais da família Barclay”, acrescentou.

“Devido aos termos do acordo, o RedBird IMI tem a opção de converter em capital o empréstimo garantido com o Telegraph e o Spectator e procurará fazê-lo à menor oportunidade“, disse o porta-voz.

Quando tal ocorrer, a RedBird Capital ficará com a gestão e a responsabilidade operacional dos títulos, sob a liderança do administrador-delegado do RedBird IMI, Jeff Zucker, e o International Media Investments “será apenas um investidor passivo”.

O facto de se tratar de um fundo de investimento apoiado pelo Abu Dhabi – o seu dono é o proprietário do clube de futebol Manchester City – torna o acordo polémico e causa inquietação entre os deputados do Partido Conservador, que está no governo, devido ao atual contexto geopolítico, indicaram alguns deputados.

O Lloyds Banking Group já tinha rejeitado uma oferta de mil milhões de libras (cerca de 1144 milhões de euros) da família Barclay, que pretendia recuperar a posse do The Daily Telegraph. O jornal britânico foi colocado à venda em junho pelo banco, a quem o jornal detido pela família Barclay deve cerca de 1,1 mil milhões de libras, segundo o Financial Times.

O grupo bancário pretendia que a família liquidasse a dívida com uma oferta financiada de forma transparente ou procedesse a uma licitação num leilão, que deverá ser concluído no início do próximo ano. O banco considerou ainda que a família Barclay não apresentava provas suficientes de ter os fundos necessários

Agora, este desenvolvimento compromete um processo de leilão aberto, gerido pelo Goldman Sachs, que tinha gerado manifestações de interesse da parte do fundo de investimento Paul Marshall e do grupo editorial DMGT, entre outros.

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“Portugueses vão continuar a passar cheques para a TAP” com adiamento da privatização, diz CEO da Ryanair

O presidente executivo da Ryanair defende que a privatização da TAP devia avançar apesar da demissão do Governo, porque o processo é inevitável.

O CEO da Ryanair, Michael O’Leary, considera que o Governo deveria continuar com o processo de privatização da TAP, caso contrário a companhia terá ainda mais custos para os contribuintes portugueses.

Não compreendo porquê o adiamento, uma vez que a privatização é inevitável“, afirmou o responsável da Ryanair durante uma conferência de imprensa, esta terça-feira, em Lisboa.

A venda de entre 51% e 100% da companhia aérea ficou suspensa com o anúncio da demissão do Governo e a convocação de eleições antecipadas, na sequência das investigações da Operação Influencer.

O adiamento “é penalizador para a TAP porque a companhia irá perder mais dinheiro até ser privatizada”, afirmou o CEO. “Quanto mais tempo a operação for adiada mais tempo os portugueses terão de continuar a passar cheques“, acrescentou.

A companhia aérea portuguesa está sob um plano de reestruturação que prevê a injeção de 3,2 mil milhões de euros. Faltam perto de 100 milhões de euros, que entrarão em duas tranches: uma em dezembro deste ano e outra no mesmo mês de 2024.

No final de setembro, o Conselho de Ministros aprovou a venda de, pelo menos, 51% do capital da companhia aérea a um investidor com escala da indústria de aviação. O diploma foi, no entanto, vetado pelo Presidente da República, que queria ver clarificados vários aspetos na legislação, nomeadamente o papel futuro do Estado na transportadora.

O objetivo do Executivo era aprovar o caderno de encargos da privatização entre o final deste ano e o início do próximo, esperando concluir o processo até ao fim do primeiro semestre de 2024, calendário que ficou comprometido.

A Ryanair convocou a conferência de imprensa para contestar o aumento das taxas aeroportuárias proposto pela ANA para 2024. Para Michael O’Leary, a “TAP irá sofrer muito mais do que a Ryanair” com o aumento dos custos inerente à decisão da concessionária.

A companhia apresentou o mês passado um lucro trimestral inédito de 180,5 milhões de euros entre julho e setembro, 69,2% acima do mesmo período do ano anterior. Com mais 5,2% de passageiros transportados a preços mais elevados, a TAP viu as receitas operacionais aumentarem 12,5%, enquanto os custos operacionais recorrentes aumentaram apenas 1,7%. O que permitiu melhorar a margem operacional para 22%.

No conjunto dos primeiros nove meses, os lucros somaram 203,5 milhões de euros, depois de no período homólogo ter sofrido um prejuízo de 90,8 milhões de euros.

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