📹 Um mês de mandato de Trump em dez frases

  • ECO
  • 20 Fevereiro 2025

"Tornar a América grande de novo" é o seu lema, mas Trump tem disparado em todas as direções. Veja algumas das frases marcantes destes 30 dias de mandato.

A principal medida económica do Presidente dos Estados Unidos, no primeiro mês no cargo, foram as tarifas, que poderão ter um efeito inflacionista no país, mas que ainda têm impactos limitados para a União Europeia e para Portugal. Mas no que diz respeito a recados, foi um início de mandato recheado, logo a começar no discurso de tomada de posse.

“Tornar a América grande de novo” é o seu lema, mas Trump tem disparado em todas as direções, desde o anúncio de imposição de tarifas do aço, aos automóveis, passando pelos produtos farmacêuticos e pelo chip. Sugeriu comprar a Gronelândia, mudou o nome do Golfo do México para Golfo da América; quer assumir o controlo do Canal do Panamá, transformar a Faixa de Gaza na Riviera do Médio Oriente com a expulsão de todos os palestinianos e acabar com a Guerra na Ucrânia.

Veja algumas das frases que marcaram o primeiro mês de mandato de Donald Trump.

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Maioria dos novos trabalhadores por conta própria depende de um só cliente

Trabalhadores por conta própria em situação de dependência económica aumentaram mais de 22% entre 2023 e 2024, de acordo com as contas do ECO. Em causa estão 20 mil pessoas.

A maioria dos novos trabalhadores por conta própria que chegaram ao mercado de trabalho nacional entre 2023 e 2024 estão em situação de dependência económica, isto é, têm um cliente que representa 75% ou mais do rendimento da sua atividade. Os cálculos foram feitos pelo ECO com base nos dados disponibilizados esta semana pelo Instituto Nacional de Estatística.

Comecemos pelo retrato global. No total, em 2024, havia 736,8 mil trabalhadores por conta própria, mais 21,9 mil do que no ano anterior. É o equivalente a um salto de 3,1%.

Ora, entre os trabalhadores deste tipo, há quem esteja em situação de dependência económica e quem seja independente economicamente. Em 2024, ambos estes grupos cresceram, mas o primeiro engordou bastante mais do que o segundo.

Em concreto, o número de trabalhadores por conta própria em dependência económica aumentou de 90,7 mil pessoas para 110,8 mil pessoas. Ou seja, houve um aumento de 20,1 mil pessoas. Em comparação, no universo de trabalhadores por conta própria em independência económica verificou-se um salto de 1,8 mil pessoas.

Independência é mais comum, mas dependência cresce mais

Fonte: INE

Contas feitas, a maioria dos novos trabalhadores por conta própria foram profissionais que dependem de um cliente para assegurar 75% ou mais do rendimento da sua atividade.

Importa explicar que, mesmo entre os dependentes economicamente, há quem tenha vários clientes, ainda que um seja dominante. Os dados do INE permitem perceber que, dos referidos 110,8 mil indivíduos, 33,3 mil tinham dois a nove clientes, mas um era responsável por 75% ou mais da faturação. E 16,4 mil tinham mesmo dez ou mais clientes, mas um era dominante.

Há mais 11 mil trabalhadores por conta própria com só um cliente

Fonte: INE

Face a 2023, foram, contudo, as situações em que só há mesmo um cliente que mais cresceram, em termos absolutos, de acordo com as contas do ECO. Havia 61,2 mil pessoas nessa situação, mais 11 mil entre 2023 e 2024. Em comparação, havia mais quatro mil pessoas em situações de dependência com dois a nove clientes aumentaram e mais 5,3 mil com dez ou mais clientes.

No destaque publicado esta semana, o gabinete de estatísticas faz ainda questão de salientar que, em 2024, as situações de dependência económica foram mais frequentes entre os homens (15,8%) do que entre as mulheres (13,9%), entre os jovens dos 16 aos 34 anos (19,9%), os indivíduos que completaram o ensino superior (17,2%) e os que trabalham no sector da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (49,9%).

Independentes crescem menos, mas dominam

Apesar da dependência económica estar a crescer de forma mais acelerada, as situações de independência económica ainda são as mais comuns. Em 2024, havia 624,2 mil pessoas a trabalhar por conta própria sem terem um cliente dominante.

O cenário mais frequente é esses trabalhadores terem dez ou mais clientes sem que nenhum assuma mais de 75% da faturação. De acordo com o INE, havia quase 508 mil pessoas nessa situação. Face a 2023, verificou-se, contudo, um recuo de 1,3%.

Independência com dez ou mais clientes é a situação mais comum

Fonte: INE

Já os trabalhadores com dois a nove clientes nem que nenhum seja dominante cresceram (13,6%) entre 2023 e 2024, calcula o ECO. No total, havia 108,4 mil pessoas nessa situação em 2024, enquanto havia 95,4 mil em 2023.

É de realçar que o trabalho por conta própria deu, no final de 2024, um contributo expressivo para a criação de emprego em Portugal, numa altura em que o trabalho dependente quase estagnou.

A revisão do IRS aplicado a estes trabalhadores é um dos pontos que poderá ir à Concertação Social, agora que o Governo disse que quer “revisitar” a chamada Agenda do Trabalho Digno.

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Investimento de Portugal em empresas no estrangeiro aumenta 19% em 2024

O investimento português em empresas no exterior atingiu um valor recorde de 6,2 mil milhões em 2024, ao mesmo tempo que o investimento estrangeiro em Portugal subiu 15,4%.

Portugal continua a ser um destino de atração de investimento, mas também um forte investidor no estrangeiro. Os dados do Banco de Portugal, divulgados esta quarta-feira, confirmam uma aceleração significativa no fluxo de capitais entre Portugal e o resto do mundo em 2024.

Se, por um lado, o investimento direto estrangeiro em empresas portuguesas acelerou 15,4% no ano passado para um valor acumulado de 12,2 mil milhões de euros, o investimento direto de Portugal em empresas no exterior cresceu 19% para 6,2 mil milhões de euros, o maior volume desde pelo menos 2015. Esta dinâmica reflete não apenas a atratividade continuada da economia nacional para investidores internacionais, mas também a ambição das empresas portuguesas em expandir a sua influência além-fronteiras.

Os números do Banco de Portugal mostram que o ano de 2024 consolidou a tendência de recuperação do investimento estrangeiros no tecido empresarial nacional, com um aumento de 1,6 mil milhões de euros face a 2023. Este salto ocorreu num contexto em que o stock de IDE atingiu 58,5% do PIB, aproximando-se progressivamente dos níveis pré-crise financeira.

Um dos motores deste crescimento continua a ser o setor imobiliário, que captou mais de mil milhões de euros apenas no terceiro trimestre de 2024. Apesar do fim dos vistos gold, a procura por imóveis de elevado valor por parte de investidores europeus e norte-americanos manteve-se resiliente, com destaque para operações em Lisboa e no Algarve.

Paralelamente, setores como as energias renováveis e a tecnologia atraíram investimentos estratégicos, incluindo projetos de hidrogénio verde e centros de dados. Enquanto ao nível da composição geográfica do IDE manteve a Zona Euro como principal origem (73%) em 2024, com a Alemanha e os Países Baixos a liderarem as transações.

Crescimento do investimento de Portugal além-fronteiras

Do lado do investimento português em empresas estrangeiras, o crescimento de 19% em 2024 reflete uma estratégia agressiva de internacionalização por parte de empresas nacionais. Os 6,2 mil milhões de euros aplicados no estrangeiro representam o maior volume desde pelo menos 2015, superando inclusive os 5,2 mil milhões de euros registados no ano anterior.

A Europa permaneceu como o principal destino (82% do total), com Espanha, França e Polónia a absorverem a maioria dos investimentos. Setores como a distribuição alimentar, a construção civil e os serviços financeiros destacaram-se. Fora da União Europeia, os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) atraíram 12% do investimento português no estrangeiro, com projetos ligados à energia solar e à agricultura intensiva a ganharem particular destaque.

Esta dinâmica do investimento traduziu-se numa melhoria da Posição de Investimento Internacional (PII) para -58,5% do PIB (-166,2 mil milhões de euros), face a -72,5% do PIB em 2023.

Este indicador, que mede a diferença entre os ativos financeiros detidos por residentes no exterior e os passivos de residentes portugueses perante o resto do mundo, beneficia de dois fatores convergentes: o crescimento nominal do PIB (que dilui o peso relativo do saldo negativo) e a expansão dos ativos financeiros portugueses no exterior (mais 12,8% face a 2023). Contudo, o valor absoluto do passivo (-166,2 mil milhões) mantém Portugal numa posição devedora líquida, embora menos crítica do que no período anterior.

Contudo, a melhoria relativa da PII (-58,5% do PIB) não apaga um aumento absoluto do endividamento externo líquido. Em termos nominais, o passivo cresceu 2,3% (para 166,2 mil milhões), enquanto os ativos avançaram 7,3% (para 128,6 mil milhões). A matemática é simples: o crescimento económico (PIB nominal estimado em mais 6,8%) permitiu reduzir o rácio, mas a base de dívida externa continua a expandir-se.

Este cenário coloca desafios de médio prazo às contas públicas. A receita primária (juros, dividendos, lucros reinvestidos) associada aos passivos supera em 3,2 vezes a gerada pelos ativos. Em termos práticos, significa que por cada euro que Portugal ganha com investimentos no estrangeiro, paga 3,2 euros aos detentores estrangeiros de ativos nacionais.

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Investimento de 28 milhões ‘escancara portas’ à produção da Vicaima em Vale de Cambra

Projeto da empresa detida pela família Costa Leite inclui modernização de equipamentos e “forte poupança energética”. Cria 32 empregos e reforça em 30% a capacidade de produção de portas de interior.

Complexo industrial da Vicaima em Vale de Cambra

O investimento de 28 milhões de euros que a Vicaima está a fazer em Vale de Cambra — um dos contratualizados pela AICEP no ano passado, num valor total de 420 milhões de euros em seis áreas de atividade — vai permitir à empresa detida pela família Costa Leite aumentar em 24% o volume de negócios e a capacidade produtiva “na ordem dos 30%”, viabilizando a resposta a “pedidos de maior escala” e o desenvolvimento de “novos produtos com maior eficiência”.

Em entrevista ao ECO, Filipe Ferreira, administrador da Vicaima Indústria, explica que o projeto iniciado em 2024 e a concluir no próximo ano engloba a atualização tecnológica de vários equipamentos e processos produtivos através da robotização e automação. Contempla ainda uma “forte poupança energética” com a redução de 22% das emissões de CO2 e faz com que as inovações saídas de projetos de investigação e desenvolvimento (I&D) passem a ter um “aparelho produtivo capaz de as materializar”.

Ao nível da criação de emprego, este investimento enquadrado no projeto Vicaima 4.0 irá acrescentar 32 novos postos de trabalho, dos quais 11 são qualificados, aos 620 que compõem atualmente o efetivo da produtora de soluções de portas de interior, aros, roupeiros, painéis e peças para mobiliário. Paralelamente, destaca o também chief sustainability officer (CSO) do grupo Vicaima, “haverá um impacto positivo na capacitação da força de trabalho, através de formações focadas na adaptação às novas tecnologias e metodologias introduzidas”.

Com este projeto, a capacidade produtiva da Vicaima irá aumentar de forma bastante significativa, na ordem dos 30%. A capacidade adicional será importante para fortalecer o posicionamento competitivo no mercado, permitindo-nos responder a pedidos de maior escala e desenvolver novos produtos com maior eficiência.

Filipe Ferreira

Administrador da Vicaima Indústria

Em 2024, a faturação do negócio portas atingiu os 81 milhões de euros, representando uma “contribuição significativa” para a Vicaima Madeiras, que fechou o ano passado com um volume de negócios global próximo dos 115 milhões, acima dos 110 milhões no ano anterior. Com clientes na hotelaria, habitação e serviços (educação, saúde ou comércio), as exportações para mais de 30 países valem 90% das vendas, com destaque para o Reino Unido (quota de 33%) e Espanha (12%). E os mercados extraeuropeus sustentam já um terço das receitas da empresa nortenha.

Este investimento vai ser apoiado pelo Estado com quatro milhões de euros, que serão financiados exclusivamente por verbas de “fundos nacionais”, como avançou ao ECO fonte oficial do Compete, que em conjunto com a AICEP foi responsável pela gestão, acompanhamento e execução deste dossiê. Questionado sobre as contrapartidas públicas que foram negociadas, o porta-voz da empresa respondeu que “como é habitual em projetos desta dimensão, passam pela atribuição de um apoio financeiro condicionado ao atingimento dos objetivos contratualizados”, notando que o projeto “exige uma contribuição significativa por parte da Vicaima”.

Expansão em Portugal e fábrica no Reino Unido

Fundada por Álvaro Pinho da Costa Leite — filho primogénito do histórico empresário Arlindo Soares de Pinho e irmão mais velho de Ilídio Pinho –, a empresa nasceu em 1959 como a “Florestal” dedicada à comercialização de materiais para carpintaria e construção civil e, volvidos apenas cinco anos, assume a designação Vicaima Industrial e inicia a produção de portas.

Liderado atualmente por Arlindo Costa Leite – os irmãos Humberto e Gabriela são os outros dois herdeiros — este negócio mantém-se na posse da família, que detém outros ativos como a participação na Almina (Minas de Aljustrel), que partilha com os irmãos Carlos e Jorge Martins, fundadores e acionistas da Martifer. O património familiar está avaliado pela Forbes em 381 milhões de euros, ocupando a 36º posição no ranking das maiores fortunas do país.

Em Portugal, o parque industrial da Vicaima está concentrado em Vale de Cambra, com Filipe Ferreira a assumir que o grupo está “continuamente à procura de oportunidades” e “todos os projetos que se afigurem como relevantes para o trajeto [de crescimento] merecerão atenção e análise”. Já fora do país tem há mais de três décadas uma “importante” unidade industrial no Reino Unido (Swindon) e não tem “neste momento planeada a expansão industrial para novas localizações”.

“A nossa estratégia concentra-se em otimizar e expandir as operações das unidades existentes, ao mesmo tempo que exploramos novas oportunidades de mercado por meio de parcerias estratégicas e inovação. De qualquer modo, estamos no mercado global, atentos a oportunidades”, resume o administrador da Vicaima Indústria.

Filipe Ferreira, administrador da Vicaima Indústria e CSO do Grupo Vicaima

A empresa portuguesa conta ainda com filiais no Reino Unido desde 1988 e em Espanha desde 1991. Correspondem aos principais mercados de exportação e “foram e são verdadeiramente fundamentais na estratégia de internacionalização e de proximidade aos clientes”, descreve Filipe Ferreira.

Sobre a possibilidade de abrir outras estruturas semelhantes no estrangeiro, o gestor nortenho aponta o foco a “maximizar o desempenho das unidades já estabelecidas” e “consolidar e reforçar a posição nesses mercados, garantindo que as estruturas existentes continuem a responder com excelência às exigências dos clientes”.

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Turistas americanos superam espanhóis nos gastos em Portugal. Portugueses trocam Reino Unido por EUA

Em 2024, receitas turísticas em Portugal registaram um novo máximo histórico: cerca de 27,7 mil milhões de euros. Britânicos continuam a ser os turistas que mais gastam em território luso.

Os turistas britânicos são os principais responsáveis pelas maiores receitas turísticas de Portugal, seguidos pelos franceses e alemães. Contudo, em 2024, os norte-americanos roubaram o lugar aos espanhóis e já são a quarta nacionalidade que mais gasta em turismo em território luso. Por outro lado, os turistas portugueses também passaram a gastar mais em terras de ‘Tio Sam’ do que no Reino Unido.

Os dados do Banco de Portugal (BdP), publicados na quarta-feira, confirmam a tendência histórica de o país de ter receitas turísticas superiores às despesas no âmbito das viagens e turismo, obtendo, por isso, saldos positivos na balança de serviços. Em 2024, o saldo das viagens e turismo subiu para 20,9 mil milhões de euros, o valor mais elevado desde 1948 (início da série histórica), representando 7,4% do Produto Interno Bruto (PIB).

Este quadro compara com o saldo de 19,1 mil milhões de euros alcançado no ano anterior e que correspondeu a 7,1% do PIB.

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

A influenciar estes resultados esteve um crescimento de 8,8% das exportações de viagens e turismo face a 2023, com as receitas a atingirem o valor mais elevado de sempre: 27.651,51 milhões de euros. Ainda assim, o ritmo de subida abrandou face ao crescimento de 19,8% registado em 2023 comparativamente a 2022 – influenciado ainda pelo efeito base pós-pandémico.

Em 2024, os turistas do Reino Unido (4.117,82 milhões de euros) foram os que mais gastaram nas suas viagens a Portugal, seguindo-se os provenientes de França (3.223,77 milhões de euros) e Alemanha (3.120,65 milhões de euros), um ranking que se manteve estável face ano anterior.

Contudo, se em 2023 os turistas espanhóis ocupavam o quarto lugar na lista, no ano passado foram destronados pelos Estados Unidos, cujos gastos em Portugal ascenderam a 2.868,37 milhões de euros.

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As receitas com origem em turistas destas cinco nacionalidades representaram 58,4%, de acordo com cálculos do ECO. No ‘top 10’ dos turistas que mais receitas geraram para Portugal seguem-se os irlandeses, brasileiros, holandeses, suíços e italianos.

EUA ultrapassa Reino Unido como destino dos turistas portugueses

As importações portuguesas de turismo e viagens cresceram 6,8%, para 6.735,07 milhões de euros, o valor mais elevado desde 1948. Espanha manteve-se o principal destino dos turistas residentes em Portugal (com gastos de 1.512,4 milhões de euros), acompanhada por França (620 milhões de euros), tal como em 2023.

Em 2024, na lista dos países onde os turistas portugueses registaram maiores gastos seguiram-se os Países Baixos (403,08 milhões de euros) e Itália (380,37 milhões de euros). Porém, registou-se uma saída do ‘top 5’ face a 2023: o Reino Unido deu lugar aos Estados Unidos, com os turistas portugueses a registar gastos de 275,12 milhões de euros.

No total, os cinco principais destinos representam 47,5% do total dos gastos gerados lá fora pelos turistas residentes em Portugal.

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Representante dos trabalhadores no ‘board’ da TAP de saída. Na CGD pede-se para adotar modelo

O Governo, no seu programa, abre a porta a que, além do caso da TAP, mais representantes dos trabalhadores integrem os conselhos de administração das firmas do setor empresarial do Estado.

Embora não seja uma prática muito comum em Portugal, em alguns países europeus é regra geral ter representantes dos trabalhadores no conselho de administração (CA) das empresas. Por cá, esta posição existe na TAP desde 2021, e foi assumida por um trabalhador da empresa, João Pedro Duarte. Findo o mandato, este afirma que não pretende recandidatar-se, embora possam existir novas eleições para ocupar esta posição. Em paralelo, a Comissão de Trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos já apelou ao ministério das Finanças que uma posição semelhante fosse criada na próxima administração do banco público, e uma alínea do programa do Governo adensa esta expectativa. O ministério das Finanças, contudo, não se pronuncia para já.

Desde junho de 2021 que João Pedro Duarte é administrador não executivo na TAP, em representação dos trabalhadores. Uma posição que foi criada por iniciativa de Pedro Nuno Santos, secretário-geral do Partido Socialista, e na altura ministro das Infraestruturas de António Costa. O mandato da atual administração terminou no final de 2024, mas mantém-se em funções enquanto não é decidida a próxima composição. Apesar de disponível para se manter no cargo durante este compasso de espera, João Pedro Duarte indica ao ECO/Capital Verde que não pretende recandidatar-se, “porque não se devem prolongar no tempo alguns cargos [no sentido de serem assumidos continuamente pela mesma pessoa] e por questões pessoais”. “Quero voltar à posição que tinha”, afirma, referindo-se às funções como chefe de cabine da transportadora aérea. Já o cargo de representante dos trabalhadores em si, João Pedro Duarte entende que deveria manter-se parte da estrutura do Conselho de Administração da companhia aérea.

De acordo com António Rebelo de Sousa, membro da direção da Ordem dos Economistas, “existem expectativas” de que o governo deseje repetir o modelo na TAP, e replicar noutras empresas, “designadamente na CGD, que também terminou o seu mandato em dezembro de 2024”. Até porque faz parte do programa do Governo. No programa , que data de abril do ano passado, lê-se entre as “medidas tendentes a resolver as atuais insuficiências e aumentar a eficiência” no setor empresarial do Estado, a seguinte: “Nas empresas de maior dimensão, à semelhança das empresas privadas, introduzir membros independentes e representantes dos trabalhadores como administradores não executivos“.

Nas empresas de maior dimensão, à semelhança das empresas privadas, introduzir membros independentes e representantes dos trabalhadores como administradores não executivos.

Medida do programa do Governo

O coordenador da Comissão de Trabalhadores (CT) da Caixa Geral de Depósitos, Jorge Manuel Canadelo, indica ao ECO/Capital Verde que enviou, esta quarta-feira, dia 19 de fevereiro, uma carta dirigida ao ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, a apelar a que o modelo em vigor na TAP seja replicado no banco público. O objetivo, indica, é que os trabalhadores passem a estar mais informados sobre o caminho que está a ser traçado para a empresa ao nível da administração. Sobre candidatos, a CT não tem nenhum específico na calha e assume que este não teria de ser, necessariamente, membro desta comissão. Ressalva ainda que a representação dos trabalhadores na administração pode não estar restrita a um único lugar – admite sentar até três representantes dos trabalhadores no órgão máximo de chefia.

Contactado sobre a manutenção de um representante dos trabalhadores na administração da TAP e sobre a criação deste papel na CGD, o ministério das Finanças optou por não se pronunciar.

Na perspetiva da CIP — Confederação Empresarial de Portugal, uma eventual representação dos trabalhadores “terá sempre de assumir uma natureza voluntária”, não devendo ser imposta pela lei, “mas sim adotada livremente por cada empresa, de acordo com a sua realidade e estratégia”. No entanto, reconhece que existe legislação que determina que as empresas devem ter representação escolhida pelos trabalhadores nos Conselhos de Administração ou de Supervisão em treze países europeus.

Existem diversos modelos de representação dos trabalhadores no conselho de administração, mas o mais utilizado, nomeadamente na Alemanha, Áustria, França ou Irlanda, é a eleição direta de trabalhadores, pelos trabalhadores, para administradores não executivos, com todos os direitos e obrigações dos outros administradores não executivos, resume António Rebelo de Sousa. Desde que se garanta que pelo menos uma parte (um terço, segundo o código de governo das sociedades) dos não executivos seja independente, os outros podem representar acionistas e outras partes interessadas, acrescenta o presidente do Instituto Português de Corporate Governance, João Moreira Rato.

O limite de dimensão (em termos do número de trabalhadores) em que é necessária a representação de trabalhadores a nível dos conselhos de administração ou supervisão varia de 25 na Suécia e 35 na Dinamarca a 1.000 no Luxemburgo e em França, aponta a CIP. Nos Países Baixos, aponta Rebelo de Sousa, desde última década que, nas empresas com mais de 500 trabalhadores, públicas ou privadas, o conselho de administração tem um terço dos administradores não executivos como representantes dos trabalhadores, outro terço são representantes da sociedade civil e o restante terço constitui-se com representantes dos acionistas. Na Alemanha, acrescenta Duarte Júlio Pitta Ferraz, sócio da consultora de governança Ivens Governance Advisors, empresas com mais de 2000 colaboradores têm de ter 50% dos membros do conselho de administração nomeados pelos trabalhadores, excluindo alguns setores.

Melhor alinhamento, mas vantagens não são claras

António Rebelo de Sousa, como membro da direção da Ordem dos Economistas, que irá promover uma conferência com a temática da representatividade dos trabalhadores nos conselhos de administração, esta quinta-feira, enquadra esta discussão numa altura em que “a função-objetivo das empresas nas economias de mercado evoluídas está a passar a ser a maximização do lucro ao longo do tempo de vida do projeto empresarial”, mas sujeita a uma restrição: o bem-estar das partes interessadas, o que dita “a necessidade de uma parceria entre empresários, trabalhadores e clientes que se estende até aos fornecedores. “A existência de uma adequada cultura de diálogo social poderá constituir um vetor de inegável importância”, concede a CIP.

O objetivo do direito de representação no CA, continua Rebelo de Sousa, gira em torno de dar aos trabalhadores o poder de influenciar o desenvolvimento estratégico da empresa através da participação direta nas decisões ao nível da administração. Na visão de Duarte Júlio Pitta Ferraz, sócio da Ivens Governance Advisors, os países que legislam no sentido de promover esta representatividade procuram mais a proteção de empregos e estabilidade laboral no país do que a melhoria do desempenho das empresas.

Outro desígnio é melhorar o fluxo de informação: “vai ajudar sempre a uma melhor integração das perspetivas dos trabalhadores mais operacionais nas decisões”, defende Duarte Júlio Pitta Ferraz. Neste sentido, acrescenta Duarte Pitta Ferraz, também sócio na mesma consultora, “há naturalmente potencial para melhor alinhamento entre a gestão e os colaboradores”, o que pode contribuir para a motivação e compromisso dos trabalhadores para com a empresa.

um trabalhador é mais bem pago e enfrenta menos riscos relacionados com o salário se estiver empregado numa firma que tenha um representante dos trabalhadores no Conselho de Administração, mas não pela influência do representante em si.

National Bureau of Economic Research

Olhando a casos práticos, Duarte Pitta Ferraz assinala que a representação de trabalhadores no board da Volkswagen ajudou a que durante períodos de crise económica, como o de 2008, a empresa desse prioridade a soluções como redução de horas em vez de despedimentos coletivos. Também na Scania, na Suécia, a influência dos representantes dos trabalhadores incentivou o investimento em inovação em vez da aposta em despedimentos, de forma a maximizar custos imediatos.

De acordo com um estudo do americano National Bureau of Economic Research, um trabalhador é mais bem pago e enfrenta menos riscos relacionados com o salário se estiver empregado numa firma que tenha um representante dos trabalhadores no Conselho de Administração, mas não pela influência do representante em si: os benefícios são sentidos porque estas empresas geralmente são maiores e têm sindicatos fortes. Já a Harvard Business Review afirma, com base num levantamento da teoria científica, que “a representação de trabalhadores nos boards não é nem extremamente positiva nem negativa para o desempenho da empresa”.

Lealdade, agilidade e formação: três dificuldades

Apesar das vantagens, existem também vários “senãos”. “A dificuldade é que os representantes das partes interessadas sejam realmente representativos da parte interessada e não passem a representar-se a si próprios”, aponta João Moreira Rato, presidente do Instituto Português de Corporate Governance. E há o risco de serem “capturados” por outros interesses ideológicos ou políticos, em vez de zelarem pela criação de valor sustentável para a empresa. “Pode passar a ser um jogo de faz de conta. Mas se forem realmente um veículo transparente de representação faz sentido”, conclui.

Outra dificuldade está relacionada com o dever de lealdade, “que é um dos pilares da governança corporativa”, e que obriga os administradores a agir de acordo com o maior interesse da instituição, e não em benefício de um grupo específico, indica Pitta Ferraz. A experiência portuguesa no pós 25 de abril, quando se viveu um período de “forte envolvimento dos trabalhadores na administração das empresas”, evidenciou “desafios significativos”, aponta Duarte Pitta Ferraz. “Nessa altura, a preparação das pessoas nos CA era muito fraca”, dos representantes dos trabalhadores em particular, afirma. Isto porque estes atuavam como veículo de transmissão da posição dos sindicatos, e isso levou a questões de conflitos de interesse e quebras de confidencialidade, na medida em que temas discutidos em conselho eram “indevidamente” partilhados com sindicatos e trabalhadores, explica o também professor de Governança Corporativa.

No caso da TAP, conta o próprio representante dos trabalhadores, João Duarte não tinha qualquer ligação aos sindicatos quando foi eleito. “Para mim, foi sinal de que os colegas gostariam de alguém independente”, recorda. No início do mandato, contudo, contactou com todos os sindicatos e disponibilizou-se para ouvir as suas posições no futuro, e reuniu com os mesmos duas vezes por ano, mantendo em aberto a possibilidade de se dirigirem a si se entendessem necessário.

A maior dificuldade para João Duarte foi gerir as expectativas dos trabalhadores quanto ao seu papel, em particular no que diz respeito à partilha de informação. “O equilíbrio não é fácil. Mas atentando à lei, gerindo a expectativa dos colegas com diálogo e partilhando as limitações deste cargo, senti que acabei por ser compreendido”, afere.

Para ser representante de trabalhadores no board, não tenho de ser empregado na empresa.

Duarte Pitta Ferraz

Sócio da Ivens Governance Advisors

Na Alemanha e países nórdicos, os representantes dos trabalhadores têm códigos de conduta e mitigação de conflitos de interesse que têm de seguir. Além disso, “para ser representante de trabalhadores no board, não tenho de ser empregado na empresa”, continua o especialista. Há administradores não executivos nestas regiões cuja profissão é ser administrador não executivo em representação dos trabalhadores, o que “torna as pessoas adequadas para o cargo”, entende. Para Pitta Ferraz, nomear um trabalhador com uma ligação forte a um sindicato ou à Comissão de Trabalhadores “não é a forma correta” de efetivar a representação no conselho de administração.

No setor financeiro existem mecanismos de salvaguarda que não se estendem a todo o setor empresarial do Estado. Na banca, a nomeação de administradores está dependente de uma análise do respetivo perfil técnico e de conduta do candidato, que os supervisores avaliam antes da entrada em funções do mesmo. No setor empresarial do Estado, a solução pode passar por esta avaliação ser feita por uma comissão dentro do CA, defende Duarte Pitta Ferraz.

A existência de representantes de partes interessadas dotados de conhecimentos de gestão e do dinamismo inerente aos mercados constitui elemento nuclear. As empresas são julgadas pelos mercados de acordo com a sua gestão e estratégias e não pelos seus ideais ou agendas políticas”, remata a CIP, sublinhando que a representação deve ser assegurada por pessoas altamente qualificadas. Novamente, no caso da TAP, João Duarte acabou por ingressar num programa de gestão para executivos na Universidade Católica, entre 2021 e 2022, e procurou partilhar experiências com representantes de empresas em França e na Suécia.

Por fim, sobretudo quando a representação dos trabalhadores no board é mais alargada, provoca “uma maior dinâmica de negociação” na tomada de decisão, pelo que esta deverá ser mais demorada, e torna-se mais difícil mudar o status quo, diz Duarte Júlio Pitta Ferraz. Dá como exemplo a discussão que decorre, sobretudo na Alemanha, sobre a transformação do setor automóvel, “que até já vai atrasada”, e na qual os grandes fabricantes europeus têm de “negociar arduamente com os trabalhadores este tipo de conversões”. Em oposição, esperam-se decisões menos extremadas em função dos interesses de cada uma das partes, indica.

(Notícia atualizada com a informação de que o representante dos trabalhadores da TAP deseja que a posição que deixa à disposição continue a existir)

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Novobanco contrata Linklaters para entrar em bolsa

Escritório de advogados liderado por Marcos Sousa Monteiro vai apoiar juridicamente o banco na operação de entrada em bolsa. Operação deverá acontecer em maio.

O Novobanco está a preparar a entrada em bolsa, depois de ter recebido “indicação formal” do seu maior acionista na semana passada. O banco liderado por Mark Bourke já contratou os assessores financeiros para montar a operação, Bank of America, Deustche Bank e JPMorgan Chase. E também já tem o assessor jurídico: a Linklaters.

Oficialmente, o banco não comenta a contratação da Linklaters, mas a própria sociedade de advogados – cujo escritório em Portugal é liderado por Marcos Sousa Monteiro – confirmou ao ECO que está “a atuar pelo Novobanco no tema do IPO”.

O fundo norte-americano Lone Star já mandatou o banco para arrancar com os preparativos para a oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês). A operação poderá acontecer já em maio ou então apenas em setembro, se as condições do mercado assim permitirem. Em cima da mesa está a venda de um bloco de ações correspondente entre 25% e 30% do capital do Novobanco, em função da participação de cada um dos acionistas.

A Lone Star detém 75% (que comprou em 2017 a troco de uma injeção de 1.000 milhões no Novobanco), enquanto os restantes 25% estão nas mãos do Estado, através do Fundo de Resolução (13,54%) e da Direção Geral do Tesouro e Finanças (12,46%).

O processo de venda do Novobanco acelerou no final do ano passado, na sequência do fim antecipado do mecanismo de capital contingente (CCA) em dezembro que normalizou a situação do banco e desbloqueou os dividendos.

O Novobanco deverá distribuir cerca de 1,3 mil milhões de euros pelos acionistas, pagamento que deverá ser aprovado na próxima assembleia geral de acionistas.

O banco apresenta os resultados de 2024 no próximo dia 6 de março. Até setembro, a instituição financeira registou lucros de 610,4 milhões de euros. Apresentava uma situação líquida na ordem dos cinco mil milhões de euros, valor que servirá de referência para o processo de venda.

A JB Capital avaliou o Novobanco entre 4,8 mil milhões e 6,2 mil milhões de euros e não descartava a venda a outro banco que, no caso de já operar em Portugal, poderia resultar em sinergias entre 500 milhões e 1.000 milhões de euros.

Em maio de 2023, a Linklaters nomeou Marcos Sousa Monteiro como managing partner do escritório em Portugal. O advogado de Corporate sucedeu no cargo a António Soares, que esteve na liderança da firma britânica em Lisboa durante sete anos. Marcos Sousa Monteiro é prata da casa desde 2003 e foi eleito sócio da Linklaters em 2015.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 20 Fevereiro 2025

INE divulga dados sobre rendimento e condições de vida, Banco de Portugal sobre dívida pública e Eurostat sobre produção na construção, no dia de resultados da Corticeira Amorim e Novabase.

Em dia de divulgação de resultados financeiros da Corticeira Amorim e da Novabase, o INE divulga os dados do rendimento e das condições de vida referentes ao ano passado e o Banco de Portugal divulga dados da dívida e financiamento das administrações públicas. Lá fora, o Eurostat vai divulgar dados sobre a produção em construção na Europa.

Corticeira Amorim divulga resultados financeiros

A Corticeira Amorim vai divulgar os resultados financeiros de 2024 esta quinta-feira. De acordo com os resultados financeiros de 2023, as vendas da gigante industrial caíram abaixo da fasquia dos mil milhões de euros devido à “redução significativa” da atividade e ao efeito cambial desfavorável. A empresa nortenha fechou 2023 com um resultado líquido de 88,9 milhões de euros, menos 9,7% em termos homólogos.

Novabase apresenta contas

A Novabase apresenta os resultados financeiros do ano passado nesta quinta-feira. Segundo os últimos dados anuais, os resultados líquidos da companhia dispararam 428% em termos homólogos para 47 milhões de euros. A subida foi ancorada pela mais-valia de 40 milhões resultante da venda da Neotalent à Conclusion Group no último trimestre de 2023.

Como evolui a construção na Europa?

O Eurostat vai divulgar dados sobre a produção em construção em dezembro de 2024 e no último trimestre do ano. Segundo os últimos dados divulgados, a produção da construção aumentou 1,2% na área do euro e 1,3% na União Europeia (UE) em novembro face a outubro do ano passado. Em termos homólogos, produção na construção aumentou 1,4% na área do euro e 0,9% na UE.

BcP divulga financiamento das administrações públicas

O Banco de Portugal (BdP) vai divulgar o financiamento das administrações públicas relativo até dezembro do ano passado. Trata-se de um indicador que mede os fluxos acumulados, desde o início de cada ano. O valor tende a aproximar-se do simétrico do saldo orçamental das administrações públicas. O BdP vai também divulgar a dívida das administrações públicas e a dívida direta do Estado.

Como evoluíram a pobreza e a exclusão social em Portugal?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar os dados do rendimento e das condições de vida referentes a 2024. Os últimos dados divulgados indicam que 16,6% das pessoas estavam em risco de pobreza em 2023, menos 0,4% que em 2022. No entanto, a diminuição da pobreza não foi transversal a todas as faixas etárias: enquanto reduziu para os menores de 18 anos e para adultos em idade ativa, aumentou para a população idosa. De salientar que mais de dois milhões de pessoas, ou 19,7% da população, encontrava-se em risco de pobreza ou exclusão social.

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M&A. “Hoje somos uma empresa mais atrativa para qualquer investidor”, diz João Bento

O CEO dos CTT assenta no processo de transformação da empresa para defender que esta poderá estar mais no radar dos investidores, incluindo os que queiram "fazer coisas de natureza mais profunda"

João Bento, CEO dos CTT, em entrevista ao ECO MagazineHugo Amaral/ECO

Os CTT têm estado muito ativos nos últimos meses. No banco, abriram o capital à Generali e o final do ano ficou marcado pela compra da espanhola Cacesa e pela parceria com a DHL para o mercado ibérico. Depois do processo de transformação que os CTT têm feito, é possível que a empresa se torne um alvo apetecível para ser comprada? “Hoje somos uma empresa mais atrativa para qualquer investidor, incluindo um investidor que queira fazer coisas de natureza mais profunda”, afirma o CEO dos CTT, em entrevista ao ECO magazine.

Ainda assim, o responsável não acredita numa OPA (Oferta Pública de Aquisição) hostil porque, no seu entender, não se encontram reunidas as condições para tal. “Quando é que uma empresa está muito exposta a uma operação, uma OPA hostil? Primeiro, se for mal gerida e estiver francamente, obviamente, desvalorizada, ou se tiver também um uso de capital de tal maneira errado que seja fácil alguém comprar quase com o pelo do cão. Nós não temos essa preocupação. Acho que hoje, enfim, tenho de ser cuidadoso na forma como digo isto, mas não me parece que a empresa seja mal gerida. Temos sido capazes de valorizar bastante, estou a fazer as contas e valorizou-se 250% desde que eu cheguei…”, atira.

João Bento reconhece que a melhoria de perfil e de resultados dos CTT deverá ser reconhecida pelo mercado, nomeadamente em termos do preço das ações.

“O caminho que temos feito é um caminho que podemos considerar, se me permitirem a imodéstia, bem sucedido e de crescimento e de alguma solidez e, até agora, vamos entregando tudo aquilo que prometemos entregar. Isso, obviamente, torna-nos mais atrativos”, sintetiza.

Ainda assim, acredita que a consolidação no setor se vai fazer mais através da compra de unidades de negócio específicas, e não em processos de aquisição ou fusão entre grandes grupos.

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CTT vão entrar “com certeza noutros mercados”

Depois dos negócios ibéricos com a DHL e com a espanhola Cacesa, os CTT admitem entrar, a prazo, noutros mercados, nomeadamente “à volta do Mediterrâneo”.

O CEO dos CTT não tem qualquer dúvida: a empresa vai crescer para outros mercados geográficos, depois dos negócios da Cacesa e da DHL terem reforçado a atividade na Península Ibérica. Mas não será para já.

Em entrevista ao ECO magazine, João Bento explica: “Temos sido capazes de crescer muito, mas o espaço que temos para crescer em Espanha, na Ibéria, nesta operação de Expresso, é enorme. O espaço que o banco tem para crescer é enorme. Temos muito com que nos entreter. Não quero desfocar, nem devo. Nós vamos poder crescer muito, mas mesmo muito ainda na geografia ibérica”.

A Cacesa, cuja compra por parte dos CTT aguarda apenas luz verde das autoridades, garante à empresa portuguesa uma presença em mercados como o francês ou o polaco, no segmento de despacho alfandegário. Daí até ao avanço para entregas de encomendas vai um caminho longo. “O que a Cacesa nos dá é uma oportunidade muito material, porque já estamos presentes nesses mercados. Nós hoje somos convidados por alguns desses grandes clientes globais com presença global para ir para outros mercados. Já hoje. Achamos que é cedo para o fazer, até porque temos uma agenda de crescimento que é enorme”.

Ou seja, o foco é tirar partido dos mercados onde já estão, mas isso vai mudar, mais para a frente. Mas a zona parece estar escolhida: “à volta do Mediterrâneo, certamente. Isto é um negócio de entregar coisas. É preciso haver alguma proximidade”, explica João Bento.

João Bento, CEO dos CTT, em entrevista ao ECO MagazineHugo Amaral/ECO

Questionado sobre as hipóteses hipotéticas em cima da mesa, o CEO dos CTT elabora: “há mercados muito diferentes uns dos outros. Há os mercados de proximidade, o Sul de França, Itália, porque são geograficamente mais próximos. Há mercados como, por exemplo, o Luxemburgo, em que há uma comunidade de portugueses muito grande. Há mercados que, sendo próximos, por serem pouco maduros, estão menos procurados, portanto teriam menos competitividade, como por exemplo o Norte de África. Em Marrocos em particular, que é um país simpático e próximo de nós. E há ainda, se quiser pensar numa quarta hipótese, mercados que são especialmente atrativos para alguns dos nossos principais clientes, que nos vêem como parceiros e que nos desafiam, porque não estão contentes com o que lhe dão nessas geografias”.

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Cofares reforça a sua cooperação com a associação europeia de distribuição farmacêutica GIRP

  • Servimedia
  • 20 Fevereiro 2025

Eduardo Pastor recebeu o Presidente e o Diretor-Geral da Associação Europeia de Distribuidores Farmacêuticos para discutir a necessidade de ter um abastecimento adequado e equitativo de medicamentos.

Eduardo Pastor, Presidente da Cofares, recebeu na sede da empresa a visita de Bernd Grabner e Kasper Ernest, Presidente e CEO da Associação Europeia de Distribuidores Farmacêuticos (GIRP), respetivamente. O objetivo do encontro foi reforçar a estreita cooperação entre as duas instituições e o caráter estratégico da distribuição farmacêutica de gama completa na cadeia de valor do medicamento.

A visita, que contou com a presença de Carlos Varela, tesoureiro, Carmen Peña, membro do conselho de administração, e Rubén Orquín, diretor-geral da cooperativa, permitiu aos representantes da associação patronal europeia conhecer em primeira mão o funcionamento da Cofares e a sua aposta na inovação. Durante o dia, visitaram a sede da Welnia e a Farmavenix, uma das principais instalações da Cofares, situada em Marchamalo (Guadalajara).

“Esta reunião surge num momento decisivo, uma vez que estão a ser decididas na Europa questões fundamentais para o nosso sector que irão redefinir o futuro do sistema de saúde. Entre elas, a necessidade de garantir um abastecimento adequado e equitativo de medicamentos em todo o continente e o impacto da Estratégia Farmacêutica Europeia”, sublinhou Eduardo Pastor.

O GIRP e os seus membros – que representam mais de 750 empresas de distribuição farmacêutica em 33 países – desempenham um papel essencial no fornecimento de medicamentos e produtos de saúde em toda a Europa.

 

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Mértola tem garantia do Governo de que não há decisão sobre novo campo de tiro da Força Aérea

Município alentejano diz que Governo assegura não ter tomado ainda decisão sobre localização alternativa ao campo de tiro da Força Aérea em Alcochete.

A Câmara Municipal de Mértola contactou o Governo para esclarecer as notícias desta semana que davam conta de que o campo de tiro da Força Aérea seria deslocalizado para aquele concelho alentejano, tendo o Ministério da Defesa assegurado não haver qualquer decisão.

“Após várias diligências junto do Governo, recebeu finalmente uma comunicação oficial do Gabinete do Ministro da Defesa”, indica a câmara, em comunicado chegado na noite desta quarta-feira. O Governo indica neste esclarecimento à autarquia “que não existe, até ao momento, qualquer decisão tomada relativamente à localização de um futuro Campo de Tiro e que, na fase de consolidação dessa decisão, as autarquias abrangidas serão contactadas”.

As notícias sobre a deslocalização do campo de tiro para Mértola remontam pelo menos a 2007. Já então a ideia merecia o desagrado não só do autarca de Mértola, mas também de Serpa, já que a área a afetar a este campo de tiro abrange ambos os municípios.

Do mesmo modo que a câmara de Mértola reafirma que “não foi envolvida em qualquer discussão ou tomada de decisão sobre esta matéria e que desconhece os detalhes desta eventual mudança”, em Serpa, o outro município potencialmente envolvido na relocalização do campo de tiro, o autarca diz ao ECO/Local Online não ter informação sobre qualquer decisão. “Vemos com muito pouco agrado esta possibilidade. Mas neste momento não temos qualquer informação oficial”, diz o comunista João Palma.

“Foi avançado há uns meses, agora voltou-se a falar com mais insistência. É algo que vemos com muito pouco agrado. O território de serra entre Serpa e Mértola é zona do parque natural do Vale do Guadiana, com muitas culturas tradicionais sem regadio nem utilização de muitos químicos, e zona de pastorícia do leite de ovelha para fabrico do queijo de Serpa. Muito recentemente, o montado da serra de Serpa foi candidatado ao SIPAM”, Sistemas Importantes do Património Agrícola Mundial, diz João Palma.

Neste momento não temos qualquer informação oficial. Foi avançado há uns meses, agora voltou-se a falar com mais insistência. É algo que vemos com muito pouco agrado. O território de serra entre Serpa e Mértrola é zona do parque natural do Vale do Guadiana

João Palma

Presidente da Câmara Municipal de Serpa

O presidente da câmara de Serpa acentua que os cidadãos da região têm sido “ignorados ao longo do tempo”. “Temos falta do IP8, da estrada que faz ligação de Serpa a Mértola. Ninguém no Governo central se preocupa, mas lembram-se do Alentejo para vir instalar um campo de tiro. É lamentável e de mau gosto“, acentua.

Pouco confiante numa possível externalidade da infraestrutura em termos de emprego ou criação de riqueza para a região, João Palma recorda o período em que serviu na Força Aérea em Beja e, num paralelismo, não crê que Alcochete ganhasse bastante com os aviões que saíam da base aérea alentejana para praticar tiro na área onde se espera que esteja o novo aeroporto internacional de Lisboa a partir da próxima década. “Os impactos [no distrito de Beja], tendo em conta a região que é, serão mais positivos que negativos”, assegura.

Por seu lado, o presidente de Mértola recorda, no comunicado, ter solicitado diversas audiências no último ano: a 5 de junho de 2024 ao ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, e ao chefe do Estado Maior da Força Aérea, João Cartaxo Alves. A 13 de novembro, a Nuno Melo, ministro da Defesa, com quem reforçou o contacto no dia 13 de fevereiro.

Nesta terça-feira, o Jornal de Negócios deu nota de que a decisão de transferência estava tomada e que a opção seria Mértola. A saída do campo de tiro utilizado pela Força Aérea para prática de tiro ar-terra é imposta pela escolha do Campo de Tiro de Alcochete – abrangendo também território dos municípios de Samora Correia, Benavente e Montijo – para local do novo aeroporto Luís de Camões.

Contactado o Ministério da Defesa, fonte referiu ao ECO/Local Online que não existe qualquer decisão tomada relativamente a esta infraestrutura.

O comunicado da câmara de Mértola deixa um longo argumento contra a instalação do campo de tiro da Força Aérea:

“A transferência das instalações militares em questão – um campo de tiro de instrução e treino que alberga a Base Aérea n.º 6, sede da frota de aviões de transporte C130 e outras aeronaves – implicaria impactos diretos e indiretos irreversíveis no desenvolvimento ambiental, ecológico, cultural e social da região.

Um projeto militar experimental desta magnitude, cuja informação pública é ambígua e resulta num desconhecimento sobre os seus reais impactos, deverá causar efeitos profundos em estruturas ambientais de elevado valor e classificação no âmbito da Rede Natura 2000: sítio Guadiana ZPE Vale do Guadiana, ZPE Castro Verde, Parque Natural do Vale do Guadiana e ainda, área da Reserva da Biosfera de Castro Verde.

Neste território estamos num dos principais ecossistemas de biodiversidade do País e da Península Ibérica, reconhecido pela sua grande riqueza ecológica e forte papel na preservação de espécies ameaçadas, como o lince-ibérico e espécies de avifauna como o abutre-preto, a cegonha-preta, abetarda, Peneireiro-das-torres, águia imperial ibérica, entre outras…

Adicionalmente, a instalação de uma base militar poderá resultar na poluição dos solos, devido ao uso de combustíveis e materiais contaminantes – como o chumbo, o cobre e o zinco – associados às atividades militares, como os resíduos de munições e o desmonte de equipamentos, o que comprometeria a qualidade do solo e a saúde dos ecossistemas circundantes. A poluição das águas também é uma preocupação grave, uma vez que o escoamento de substâncias tóxicas ou de resíduos para os cursos de água poderia afetar os sistemas hídricos locais.

Outro impacto significativo seria a poluição sonora e luminosa, que afetaria negativamente a biodiversidade, a qualidade de vida dos residentes e a certificação “Dark Sky Alqueva”, primeiro destino starlight do Mundo que integra, além de outros, os territórios de Mértola e Serpa. O ruído proveniente das operações militares poderia interferir nas rotinas de nidificação, alimentação e migração de aves e outras espécies, causando stress e deslocamento das populações para áreas menos adequadas à sua sobrevivência, assim como causaria distúrbios à produção pecuária com prejuízos previsíveis na sua produtividade.

Na área de influência localiza-se ainda o Centro de Estudo da Erosão Vale Formoso, com a sua relevância para a investigação e sensibilização ambiental, especialmente no que diz respeito à erosão do solo e à regeneração dos ecossistemas degradados.

A deslocalização do Campo de Tiro e os impactos ambientais são contraditórios à atuação do Centro e aos objetivos de capacitação e investigação científica que lhe estão associados. Por outro lado, está em curso o processo de criação do primeiro Geoparque Transfronteiriço do Vale do Guadiana e Província de Huelva num processo que tem já projetos financiados no âmbito do POCTEP e a perspetiva de criação de um AECT (Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial) com a participação da Diputación de Huelva, 32 Ayuntamientos e os Municípios Portugueses de Mértola, Serpa, Moura e Barrancos.

Um processo desta natureza inviabiliza um trabalho que tem vindo a ser desenvolvido há anos, no sentido de desenvolver uma oferta turística nestes territórios que se pauta pelos princípios da sustentabilidade ambiental, económica e social. Exemplo disso também, é o processo de certificação em curso de Mértola como destino Turístico Sustentável Biosphere”.

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