Líder do PAN recusa fazer “oposição de terra queimada” a futuro Governo

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2022

"Não podemos ter o país a atravessar esta crise social e económica e uma crise climática e escudar-nos numa oposição de terra queimada", disse Inês de Sousa Real.

A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, recusou este sábado fazer uma “oposição de terra queimada” a um futuro Governo, após as próximas legislativas, mas vincou estar indisponível para apoiar quem “viole os princípios” do partido.

“Não podemos ter o país a atravessar esta crise social e económica e uma crise climática e escudar-nos numa oposição de terra queimada, que não constrói pontes e que não apresenta soluções para o país”, afirmou. Inês Sousa Real, que falava aos jornalistas durante uma visita ao mercado de Pirescoxe, em Santa Iria da Azoia, no concelho de Loures, frisou que, após as eleições do dia 30, o PAN vai estar a defender as suas propostas.

Numa ação de campanha neste mercado, a líder do partido foi felicitada por um feirante, que considerou que Inês Sousa Real tem “coragem ao dizer que tanto governa com o PS como com o PSD”. “Pelo menos, dá uma demonstração de que é portuguesa”, afirmou Joaquim Henriques, com a porta-voz do PAN a responder que é preciso é “estar, em primeiro lugar, comprometidos com o país e com as respostas para as pessoas”.

Apesar do elogio à líder do PAN, este feirante, que comercializa roupa de cama e que está neste mercado há 50 anos, avisou que vota “sempre PSD” e que “não é fácil mudar” a orientação do voto.

Joaquim Henriques notou, porém, que o PAN tem propostas com as quais não concorda, como é o caso das touradas, que disse não assistir, justificando que “as pessoas têm que ser livres para escolher”. “O proibir para mim está mal e é a única coisa que não estou muito de acordo consigo”, sublinhou, assinalando que, apesar de nunca ter ido a uma tourada, não é contra as pessoas que vão.

Já a também deputada e cabeça de lista do PAN por Lisboa, que andou a distribuir panfletos, sacos de pano e marcadores com receitas vegetarianas, advertiu que o partido não é “contra as pessoas”, mas sim “contra o sofrimento do animal”. Manifestando-se contra o primeiro-ministro dizer que, “se não ganhar, não governa com ninguém”, o comerciante, de 72 anos, despediu-se de Inês Sousa Real ao dizer que espera vê-la “no Governo do PSD”.

Nas declarações aos jornalistas, a porta-voz do PAN indicou que o partido que lidera vai ter “sempre presente” a sua “componente identitária”, no caso de existirem negociações com o futuro governo. “É evidente que o PAN não vai apoiar um Governo que quer promover a tauromaquia no nosso país. O PAN nunca disse que estava disponível para integrar um governo que viole os seus princípios”, salientou.

Durante a visita ao mercado de Pirescoxe, Inês Sousa Real foi ainda interpelada por um outro feirante que propôs uma aplicação para telemóveis para “as pessoas irem votar” em tempos de pandemia. “Então, os infetados vão votar? São pessoas como as outras, têm direito, mas, se há tanta aplicação para tanta coisa, porque não criar uma aplicação”, propôs, avisando logo que a dica era “de graça” e sem “direitos de autor”.

A líder do PAN disse ao feirante acompanhar a “preocupação” da votação de eleitores em isolamento, devido à covid-19, e notou que o partido propôs a realização de “um estudo para o voto eletrónico”, mas a medida “foi rejeitada”. Sousa Real deslocou-se ainda a Amadora para distribuição de propaganda política e contacto com a população, seguindo, depois, de comboio, para Lisboa.

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PS é o “único partido” que “não dá sinais” de entendimento, diz Catarina Martins

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2022

Catarina Martins acusa o PS de ser “o único partido” da antiga geringonça que “não dá sinais” de entendimento.

A coordenadora bloquista, Catarina Martins, acusou este sábado o PS de ser “o único partido” da antiga geringonça que “não dá sinais” de entendimento, considerando que seria bom perguntar a António Costa sobre soluções para o dia seguinte às eleições.

Catarina Martins arrancou este sábado o sétimo dia de campanha para legislativas de 30 de janeiro com uma visita matinal à Feira da Senhora da Hora, Matosinhos, distrito do Porto, tendo reiterado que o partido não abdica de acabar com os duplos cortes de sustentabilidade em pensões em quem tem mais de 40 anos de carreira contributiva e mais de 60 anos de idade.

Questionada pelos jornalistas sobre se os partidos que estiveram juntos na geringonça não deveriam dar sinais nesta reta final de que se podem entender, a coordenadora do BE devolveu a pergunta ao PS com críticas ao partido liderado por António Costa. “Eu acho que o único partido que não dá sinais é o Partido Socialista e, portanto, talvez seja bom fazer essa pergunta a António Costa, não a mim que tenho respondido com toda a clareza sobre os compromissos e sobre as soluções que o Bloco está aqui para construir no dia a seguir às eleições”, atirou.

A garantia do BE, prosseguiu Catarina Martins, é que “cada voto no Bloco de Esquerda é um voto que vai lutar para trazer justiça às pensões e a quem trabalhou toda a uma vida”.

Em relação a esta proposta das pensões, um dos pontos de pressão entre bloquistas e socialistas, a coordenadora do BE avisou que esta é “uma medida fundamental de que o Bloco de Esquerda não abdica”. “Porque é que o PS quererá manter um regime em que pessoas com os mesmos anos de descontos, umas têm uns cortes que as outras não têm? O que é pode justificar no nosso país um sistema injusto e desigual?”, questionou.

De acordo com as contas do BE, são “42 mil pensionistas entre 2014 e 2018 que tiveram cortes nas pensões que hoje já não existem” e ainda “um em cada 10 pensionistas que hoje se reforma”. “Não perguntem ao Bloco se podemos abdicar dessa exigência básica da democracia que é entre pessoas que trabalharam toda uma vida as regras têm de ser iguais e não pode haver duplos cortes nas pensões”, avisou.

Reiterando a necessidade de pensões justas, Catarina Martins garantiu que “a força do Bloco de Esquerda nas eleições será a garantia de que se vai avançar no que falta fazer para que todas as pessoas que têm mais de 40 anos de carreira contributiva e mais de 60 anos fiquem sem o duplo corte da pensão que é injusto, que não merecem e que não devem ter”.

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Costa diz que questão é entre modelo PS ou PSD e não a da maioria

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2022

"A questão não é saber se há ou não maioria, mas que política nós queremos para o país", disse, acrescentado que há uma "diferença abismal" entre o projeto de futuro do PS e do PSD.

O secretário-geral socialista esteve este sábado em campanha pelas ruas do centro de Leiria, com mensagens dirigidas aos indecisos sobre as diferenças entre PS e PSD nos salários e impostos, secundarizando a questão da maioria absoluta. António Costa afirma ainda que há uma “diferença abismal” entre o projeto de futuro do PS e do PSD.

A questão não é saber se há ou não maioria, mas que política nós queremos para o país, o que desejamos para a nossa vida a seguir às eleições”, declarou António Costa. Numa cidade que já foi um bastião eleitoral do PSD, mas em que a Câmara é agora socialista, António Costa pisou terrenos que conhece bem. O atual secretário-geral do PS foi cabeça de lista por este círculo nas eleições legislativas de 2002, sob a liderança de Ferro Rodrigues.

Ao longo de uma hora, o líder socialista teve sempre ao seu lado o “número um” da lista do PS pelo círculo eleitoral de Leiria, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales — uma das caras mais mediáticas nestes dois últimos anos de luta contra a pandemia.

Acompanhado pela esposa, Fernanda Tadeu, e pelo presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, António Costa entrou num talho e falou ao proprietário que o Orçamento do Estado para 2022, que foi chumbado no Parlamento, prevê o fim do pagamento especial de conta — e essa, apontou, é uma das suas medidas prioritárias.

Em outros espaços comerciais, a mensagem do primeiro-ministro foi a do aumento geral dos salários e a necessidade de promover a subida do poder de compra das famílias, tendo como consequência a subida do consumo. No fim desta ação de rua — em que foi globalmente bem recebido e em que conversou com crianças sobre a sua longa carreira política até chegar ao cargo de primeiro-ministro –, o secretário-geral do PS atirou primeiro ao modelo do PSD do tempo de Pedro Passos Coelho.

“A direita disse sempre que era preciso baixar salários, cortar pensões e aumentar os impostos para que a economia florescesse, mas foi um desastre. Aquilo que permitiu virarmos a página da estagnação e crescermos acima da média da união Europeia foi termos começado a aumentar os salários e a baixar impostos sobre as famílias, devolvendo confiança e esperança às pessoas no futuro”, declarou.

Depois, o secretário-geral do PS visou diretamente o presidente do PSD, afirmando que “o doutor Rui Rio já disse que é contra a subida do salário mínimo nacional e é contra a descida do IRS (talvez só para 2025 ou 2026)”.

O PS quer continuar a salário mínimo nacional, subir os salários médios, e ao mesmo tempo baixar os impostos sobre a classe média, sobre as famílias com filhos e jovens em início de carreira. São diferenças muito grandes entre PS e PSD e que eu acho que justificam que as pessoas pensem bem como votar”, declarou, numa primeira mensagem dirigida aos eleitores ainda indecisos.

A seguir, António Costa reforçou a tese de que “votar ou não votar não é indiferente”. “Não é indiferente votar no PS ou no PSD”, advogou, sem nunca responder diretamente à questão dos jornalistas se ainda aspira a uma maioria absoluta dos socialistas nas eleições de 30 de janeiro.

“Penso que, para muitos eleitores, já são claras as alternativas que existem: O PSD ou o PS, que apresentam propostas muito distintas. Peço às pessoas que ainda estão indecisas que reflitam e decidam qual o sentido do seu voto”, assinalou. “O que dizemos é que os portugueses têm condições para termos um melhor nível de vida, continuando a subir os salários, a baixar os impostos, a criar emprego e a ter empresas mais competitivas”.

Nesta ação de rua, António Costa teve ao seu lado os secretários de Estado Eurico Brilhante e Francisco André, os eurodeputados Pedro Marques e Margarida Marques. A ex-secretária de Estado dos Assuntos Europeus foi cabeça de lista do PS no círculo de Leiria.

Antes de seguir para a Marinha Grande, António Costa resolveu comprar castanhas e uma senhora com uma filha que tinha sido tratada por António Lacerda Sales, médico de profissão. “Não quero dinheiro nenhum por essas castanhas. A minha filha foi muito bem tratada pelo doutor Sales”, afirmou a senhora. Costa ficou depois com um volumoso pacote de castanhas assadas na mão. Tentou acabar com ele rapidamente com a ajuda dos jornalistas, alegou até que tinha álcool gel para facilitar a limpeza das mãos, mas não teve sucesso. Partiu para a Marinha Grande ainda com as castanhas na mão.

Costa diz que há “diferença abismal” entre projeto de futuro do PS e PSD

O secretário-geral do PS defendeu este sábado que há uma “diferença abismal” entre a proposta de futuro que tem para o país e a do PSD, acusando os sociais-democratas de quererem “repetir o mesmo erro das políticas da austeridade”.

Falando aos jornalistas, António Costa acusou o PSD ser “contra a subida do salário mínimo nacional, quanto mais dos outros”, e de recusar a “descida do IRS ao longo dos próximos anos”, só a admitindo “como mera possibilidade a partir de 2025 e 2026”. “Isto é, no fundo, quererem repetir o mesmo erro das políticas da austeridade, que é não compreenderem que é a melhoria geral dos rendimentos que permite ajudar a dinamizar a economia, mas que ajuda sobretudo as empresas que hoje precisam como nunca de talento qualificado, de recursos humanos qualificados”, frisou.

O também primeiro-ministro frisou que, face ao “elevadíssimo número de pessoas que estão indecisas”, é “fundamental” que a sociedade se concentre “naquilo que efetivamente cada partido propõe para se poder escolher”.

Nesse sentido, António Costa frisou que há uma “diferença abismal” entre os projetos de futuro dos dois maiores partidos, sublinhando que o PS apoia a “melhoria dos rendimentos, da dinamização da economia, de modernização do país, de progresso geral”, enquanto o PSD diz que só “lá para 2025, 2026 é que começará a pensar na economia das pessoas, no que tem a ver com o rendimento das pessoas”.

À semelhança do que tem feito durante a campanha, António Costa reiterou que, além do programa eleitoral e da “estratégia de visão para o futuro”, o PS tem também a proposta de Orçamento do Estado, chumbado pela Assembleia da República, prestes a ser implementada, que oferece “soluções e resultados práticos na vida das pessoas” e impede que o país fique condenado “meses a fio a viver em duodécimos”.

“Não são coisas vagas, são decisões concretas que os portugueses vão ser chamados a tomar no próximo domingo. Porque a decisão é a seguinte: se votarem no PS, sabem que é assim e já em 2022, se votarem no PSD sabem que em 2022 não será assim, não será assim em 2023, não será assim em 2024, e depois logo se verá em 2025”, frisou.

Costa considerou que, no dia das eleições, os portugueses vão também decidir “em função daquilo que é a experiência da confiança que cada um merece”, frisando que o seu partido tem “créditos”.

Nós virámos a página da austeridade, virámos a página da estagnação, nós temos sabido liderar o país nesta luta titânica que todos enfrentamos para combater esta pandemia”, afirmou, ladeado pelo cabeça de lista do PS pelo círculo de Leiria, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, que disse ser “um bom exemplo” de um “rosto que todos os portugueses conhecem de quem tem estado na linha da frente no combate” à pandemia.

O secretário-geral socialista reiterou que, “depois de dois anos de uma crise tão profunda”, o país “não pode perder tempo, as pessoas precisam de começar já a melhorar e a ter melhorias sensíveis no rendimento para ajudar a puxar pela economia”.

Costa afirmou que, graças às políticas adotadas pelo seu Governo, o país encontra-se neste momento, relativamente ao período anterior à pandemia, “a exportar mais”, tem uma taxa de “desemprego inferior” e está “outra vez a crescer acima da média europeia”. “Mas isto é como a bicicleta: se para, a bicicleta para e nós caímos. Portanto, a bicicleta não pode parar, é preciso continuar a andar e por isso é que o nosso lema é ‘continuar a avançar’, porque é preciso e é possível melhorar desde já as condições de vida dos portugueses”, frisou.

O secretário-geral socialista concluiu referindo que Portugal faz parte da uma “União Europeia e toda a União Europeia tem as suas políticas alinhadas neste sentido”. “E é neste sentido que nós temos que avançar, que é para não ficarmos para trás”, frisou.

(Notícia atualizada às 14h26 com mais informação)

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Fundo alemão compra residência de estudantes em Carcavelos por 15,5 milhões

Milestone Carcavelos Lombos foi vendida pela austríaca Value One Holding ao fundo alemão Catella. Concessão vai durar 99 anos.

O fundo alemão Catella é o novo dono da Milestone Carcavelos Lombos, uma residência de estudantes localizada em Carcavelos, no concelho de Cascais. A notícia foi avançada pelos próprios compradores, que adiantaram que a operação foi fechada com a austríaca Value One Holding, antiga proprietária, por 15,5 milhões de euros. Os novos donos vão ficar com a concessão da residência durante 99 anos.

Junto à praia, no bairro dos Lombos, está a residência estudantil Milestone Carcavelos Lombos, construída em 2020. O imóvel, localizado a poucos minutos a pé da Nova School of Business and Economics (Nova SBE), tem uma área de 6.622 metros quadrados e 192 quartos individuais, com cerca de 20 metros quadrados cada um. A residência tem ainda um ginásio, terraço, salas de estudo, de música e de lazer, e estacionamento.

Milestone Carcavelos Lombos foi vendida aos alemães da Catella.Milestone

Foi construída pela austríaca Value One e passou agora para as mãos da alemã Catella. Em comunicado enviado esta sexta-feira, os novos donos informam que a operação foi fechada por 15,5 milhões de euros através do fundo Catella European Residential (CER).

“Esta operação é um marco para a CER, o primeiro investimento no veículo em Portugal”, uma vez que representa a “primeira compra em Portugal”, afirmam os novos donos. “Além disso, é também uma operação importante para a Catella AM Iberia, uma vez que é o nosso primeiro ativo sob gestão em Portugal e a terceira residência estudantil do portefólio sob gestão”, diz Eduardo Guardiola, Managing Partner da Catella AM Iberia.

Para o responsável da Catella, citado em comunicado, o mercado imobiliário português “apresenta oportunidades interessantes em residências de estudantes, residenciais com rendas acessíveis e escritórios“. Mercados esses “muito diferentes em termos de maturidade e dimensão, mas todos interessantes de formas diferentes”.

A Milestone tem sede em Viena, na Áustria, e pertence ao Value One Group, um promotor imobiliário e operador de residências estudantis. Atualmente, conta com 4.627 quartos para estudantes em desenvolvimento e gestão na Áustria, Portugal, Alemanha, Holanda, Polónia e Itália. Em território nacional, a Milestone estreou-se em 2018 com a residência do Campus da Nova SBE, em Carcavelos, seguindo-se um polo na Asprela, no Porto.

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Roupa sustentável tingida com bagaço de azeitona? É possível e já acontece no Porto

  • Capital Verde
  • 22 Janeiro 2022

Chama-se “Fábrica do Azeite” e lançou uma linha de roupa sustentável tingida com bagaço de azeitona. A fábrica encontra-se no Porto e está aberta a visitantes.

O que é que azeite e peças de vestuário podem ter em comum? Muito mais do que imagina. Prova disso é a iniciativa desenvolvida pela “Fábrica do Azeite”, um espaço localizado no Porto, que se dedica à produção de azeite de Trás-os-Montes e Alto-Douro, e que agora também desenvolveu uma linha de vestuário 100% biológica e sustentável.

Esta linha de roupa amiga do ambiente nasceu depois de o olival que “alimenta” a produção de azeite da fábrica ter começado a acumular bagaço de azeitona, que foi então escoado para a indústria têxtil, para colorir roupa com técnicas mais naturais e matérias-primas orgânicas, livres de compostos sintéticos e/ou químicos.

Este subproduto resulta da transformação do fruto das oliveiras da Quinta do Prado (em Vila Flor), berço do azeite Acushla. E o primeiro passo no seu aproveitamento está a ser dado, para já, dentro do próprio grupo empresarial têxtil Tetribérica, que também é detentor da marca olivícola.

Começaram pelas coleções da marca Barrio Santo, uma insígnia de roupa confortável — sportswear e fitness wear — feita com matérias-primas sustentáveis (cerca de 85% da produção têxtil do grupo usa materiais ecológicos).

“O que é um desperdício para uns, é, para outros, como nós, uma matéria-prima que dá expressão a uma outra forma de estar e de fazer, a pensar na sustentabilidade do planeta”, explica Joaquim Moreira, o empresário que está por trás de tudo – da Fábrica do Azeite, da marca Acushla e da Tetribérica.

Além de ser pioneira na criação de um pronto-a-vestir dentro de um produtor de azeite, a “Fábrica do Azeite” tem, ainda, as suas portas abertas aos visitantes que queiram provar o azeite acabado de ser extraído do seu lagar.

Esta extração ocorre todos os dias, entre as 16 horas e as 17 horas, altura em que o lagar processa as azeitonas da Quinta do Prado. No entanto, trata-se de uma experiência sazonal, uma vez que acompanha o período da apanha da azeitona, normalmente de setembro a dezembro.

Fora de campanha, as provas podem ser feitas com azeite engarrafado, sobretudo com o azeite biológico Acushla virgem extra, e podem ser acompanhadas do tradicional pão biológico e azeitonas de muitas variedades – cobrançosa, madural, verdeal e cordovil – e, ainda, com algumas “tapas” criadas para o efeito.

Para experimentar estas iguarias e ver a linha de vestuário sustentável, os interessados apenas têm de se dirigir ao nº 73 da Rua Ferreira Borges, no coração da baixa do Porto, local onde se localiza a “Fábrica do Azeite”.

 

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“Quem quer uma maioria absoluta” não deve “desmerecer a única que o PS teve”, diz Sócrates

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2022

Antigo primeiro-ministro disse que “quem quer uma maioria absoluta" não deve "desmerecer a única que o PS teve na sua história", referindo-se a António Costa.

O antigo primeiro-ministro José Sócrates disse esta sexta-feira que “quem quer uma maioria absoluta talvez devesse começar por não desmerecer a única que o PS teve na sua história”, referindo-se a sua eleição em 2005 e alertando António Costa.

Em entrevista à CNN Portugal, conduzida pelo jornalista Júlio Magalhães, o ex-primeiro-ministro socialista afirmou que “não quer entrar na campanha”, dizendo apenas estar ao lado todos aqueles que fizeram a seu lado “política durante os últimos 40 anos”.

“Eu filiei-me nessa família política e tenho muitos amigos que são candidatos a deputados, os meus principais amigos. Os meus companheiros de muitos anos estão neste momento em campanha eleitoral e não quero dizer nada que possa ferir a sensibilidade deles”, salientou.

Considerando “as maiorias absolutas muito difíceis”, José Sócrates, que já não pertence ao PS, deixou ainda implícito na entrevista que irá votar em António Costa nas eleições legislativas agendadas para 30 de janeiro. “Eu não sou do PS, eu não pertenço ao PS, mas sou socialista […]. […] Vou para isso? Sim. Eu gostava que os meus amigos tivessem sucesso”, garantiu.

Costa diz que não viu entrevista e não responde a críticas

O secretário-geral do PS afirmou este sábado, por várias vezes aos jornalistas, que não viu a entrevista televisiva concedida pelo antigo líder socialista José Sócrates na sexta-feira, onde este afirmou que, “quem quer maioria absoluta, talvez devesse começar por não desmerecer a única que o PS teve”, referindo-se indiretamente a António Costa.

No final de uma ação de rua em Leiria, confrontado com esta declaração de José Sócrates, o atual secretário-geral do PS e primeiro-ministro não fez qualquer comentário, limitando-se a dizer por três vezes: “Não tive a oportunidade de ver”.

Já quando um jornalista perguntou a António Costa se José Sócrates é “um ativo tóxico”, o líder socialista reagiu, contrapondo: “Tóxico é não votarmos nas eleições legislativas”. “O que é tóxico é não acreditarmos numa política de valorização do rendimento das famílias, seja por aumento de salários, ou por redução dos impostos”, declarou.

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Fitch melhora “rating” de Angola para “B-“

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2022

"Houve uma melhoria substancial nas métricas externa e orçamental, sustentadas por um regresso ao crescimento económico positivo, boa gestão fiscal e preços do petróleo mais elevado", diz a Fitch.

A agência de notação financeira Fitch Ratings melhorou esta sexta-feira o rating de Angola para “B-“, com uma perspetiva de evolução estável, antevendo um expansão económica de 2,1% para este ano, depois de crescer 0,1% em 2021.

Houve uma melhoria substancial nas métricas externa e orçamental, sustentadas por um regresso ao crescimento económico positivo, boa gestão fiscal e preços do petróleo mais elevado”, escrevem os analistas desta agência de notação financeira.

“Os preços do petróleo recuperaram significativamente desde o início da pandemia e a probabilidade de cenários negativos relacionados com os mercados petrolíferos caiu relativamente a setembro de 2020, quando descemos o rating para ‘CCC’, ou relativamente a setembro de 2021, quando mantivemos o rating em ‘CCC'”, argumenta a Fitch Ratings.

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ARS tem 160,5 milhões para pagar consultas e cirurgias às misericórdias do Norte

  • ECO
  • 22 Janeiro 2022

Governo autorizou Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte a realizar uma despesa de 160,5 milhões de euros para a contratualização de serviços de saúde a dez misericórdias.

O Governo autorizou a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte a realizar uma despesa de 160,5 milhões de euros nos próximos cinco anos para a contratualização de serviços de saúde a dez misericórdias da região, avança o Jornal de Notícias (acesso pago).

De acordo com aquele jornal, esse montante vai permitir à ARS celebrar acordos para a produção de mais de 97 mil consultas e cerca de 15 mil cirurgias por ano, numa despesa anual de 32,1 milhões de euros até 2026. Esta medida permitirá que os utentes sem resposta em tempo útil do Serviço Nacional de Saúde (SNS) sejam assistidos nas unidades das misericórdias, explica Humberto Carneiro, do Grupo Misericórdias Saúde (GMS).

A ARS Norte vai ficar “capacitada a celebrar acordos de cooperação para a produção” de 54.059 primeiras consultas médicas e 43.186 subsequentes, num total de 97.245. Acrescem 12.199 cirurgias de ambulatório e 2.463 com internamento, num total de 14.662 cirurgias. As especialidades consideradas são: cirurgias geral, plástica e vascular, dermatologia, gastroenterologia, ginecologia, urologia, oftalmologia, ortopedia e otorrinolaringologia.

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Tema “TAP” é consensual e partidos do Porto querem rotas aéreas e ferrovia

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2022

Partidos com assento parlamentar candidatos às legislativas pelo círculo do Porto concordam acerca do reduzido serviço prestado pela TAP no aeroporto Francisco Sá Carneiro.

Os partidos com assento parlamentar candidatos às eleições legislativas pelo círculo do Porto concordam acerca do reduzido serviço prestado pela TAP no aeroporto Francisco Sá Carneiro, mas divergem na solução para manter rotas, apontando ainda à ferrovia.

“É essencial que uma TAP que sobrevive graças a uma injeção tão significativa de dinheiro público sirva o conjunto do país”, disse o presidente da distrital do PS, Manuel Pizarro, que, apesar de não ser candidato no sufrágio de 30 de janeiro, foi o indicado pela candidatura para falar à Lusa.

O antigo candidato à Câmara do Porto e atual eurodeputado observou também que “a TAP foi abandonando progressivamente o Aeroporto Francisco Sá Carneiro quando era uma empresa pública, e ainda mais quando se tornou uma empresa com gestão privada”, mas descartou que a relação da empresa com o aeroporto seja “um problema da natureza pública ou privada da companhia”.

Pelo PSD, a deputada e cabeça de lista pelo distrito do Porto, Sofia Matos, admitiu que o posicionamento da TAP em relação ao aeroporto do Porto lhe causa “alguma revolta”, apontando ao Governo PS e à reversão da privatização feita pelo Governo PSD/CDS. “Reverteram a privatização da TAP na convicção de que essa reversão é absolutamente estratégica, mas a verdade é que neste momento está um país inteiro a pagar a TAP, quando a TAP não serve o país inteiro“, resumiu.

A existência de uma TAP pública concorre para a necessidade do plano de reestruturação contemplar um “olhar para o Porto e para o aeroporto do Porto”, mas também para a rejeição da proposta do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, de subsidiar outras companhias para fazer rotas que a TAP não cubra: “Nós temos uma TAP pública, e portanto temos é que trabalhar e pressionar para que seja a TAP a fazer essas mesmas rotas”, disse a deputada do Bloco de Esquerda, Isabel Pires.

A deputada criticou ainda apoios a empresas como a low cost Ryanair, “uma empresa que do ponto de vista laboral, por exemplo, tem muita dificuldade em cumprir a legislação portuguesa”, tendo “vários processos em tribunal, e até muitos deles ganhos pelos trabalhadores”.

Diana Ferreira, cabeça de lista da CDU (PCP-PEV) no distrito do Porto, apontou ainda a outro elemento, do seu ponto de vista, que influenciou a perda de importância do aeroporto do Porto: o facto da ANA – Aeroportos de Portugal ser atualmente uma empresa privada. “O estabelecimento que a ANA faz em relação aos voos da TAP e à presença da TAP nos seus aeroportos não está desligada de uma empresa que é privada e que tem outros objetivos, nomeadamente da maximização de lucros, mas que não se coadunam com as necessidades de desenvolvimento do distrito e da região“, considerou.

Já Filipa Correia Pinto, primeira candidata do CDS/PP no distrito, referiu a importância de existirem rotas importantes para a economia do Norte, como ligações ao norte de Itália, zona de têxtil e calçado, ou “a Alemanha na metalomecânica”, defendendo “uma solução que aproxime o Porto de Lisboa e das capitais europeias, e dos centros económicos com os quais o Porto se relaciona”.

Quanto à proposta de Rui Moreira, a candidata do CDS-PP considerou-a “uma pista de reflexão e um bom ponto de partida”, mas reconheceu que o partido “tem sempre alguma alergia a ouvir falar de subsídios”, por defender a economia privada.

O PAN, segundo a deputada Bebiana Cunha, primeira candidata pelo Porto, “evidentemente que não” concorda com esta proposta, que deixa “de exigir da TAP aquilo que deve ser exigido, que é a coesão territorial”. “Financiar as low cost vai, no fundo, intensificar e agravar aqueles que são os problemas que a cidade já vivia no período pré-pandemia”, como a “pressão” turística, que se repercute sobre as “questões da habitação”, apontou.

“Isso seria uma solução de recurso para resolver a questão”, refere à Lusa, por outro lado, Rui Afonso, primeiro candidato do Chega no Porto, considerando que “nunca poderá passar por uma solução estrutural”, mas sim “uma solução temporária até terminar o plano de reestruturação, ou até a TAP conseguir ter as condições necessárias para recolocar o hub no Porto, por exemplo”.

Rui Afonso advertiu que, sem a TAP no Porto, “obviamente que isso vai ter repercussões quer para o próprio tecido empresarial quer ao nível do turismo”, com “impacto em termos da própria receita e do próprio nível de empregos”.

Já pela Iniciativa Liberal, Carlos Guimarães Pinto, ex-presidente do partido e cabeça de lista pelo Porto, considera que “o aeroporto do Porto não tem precisado da TAP para crescer, o turismo do Porto não tem precisado da TAP para crescer, o que só demonstra o quão inútil a TAP é”, e criticou a estratégia da companhia face à Galiza, região servida pelo aeroporto Sá Carneiro.

“Havia voos de alguns aeroportos da Galiza para Lisboa, para desviar um conjunto desses passageiros, precisamente, do aeroporto do Porto”, afirmou, dizendo que a companhia “não tem uma estratégia que envolva tornar o Aeroporto Francisco Sá Carneiro num ‘hub’ da Península Ibérica”, especialmente do noroeste peninsular.

Pelo Livre, o cabeça de lista Jorge Pinto elencou precisamente a necessidade de uma “ligação do TGV a Vigo”, bem como a passagem da linha de Leixões ao serviço de passageiros – “que seria uma espécie de circular, no Porto, da ferrovia” – com também ligação ao aeroporto.

“É essa articulação a nível ibérico entre a ferrovia e a aviação” que o partido defende, refere Jorge Pinto, numa lógica de “reduzir os voos quando eles podem ser reduzidos”, sendo “essencial que o Norte de Portugal, do Porto para cima, e toda a Galiza, possam estar articulados numa serie de coisas, nomeadamente no que diz respeito ao setor aéreo”. Todos os restantes responsáveis ouvidos se mostraram favoráveis ao desenvolvimento ferroviário da região.

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Preço do pão deverá subir este ano impulsionado pelos custos de produção

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2022

Preço é calculado em função do custo de produção, que tem vindo a aumentar", diz presidente da Associação do Comércio e da Indústria de Panificação (ACIP). Mas decisão cabe a cada empresa.

O preço do pão deverá subir este ano, refletindo a subida nos valores dos fatores de produção, adiantou a Associação do Comércio e da Indústria de Panificação (ACIP), ressalvando que a decisão depende de cada empresa.

“Cabe a cada empresa tomar a decisão de subir, baixar ou manter o preço do seu pão, uma vez que o preço e o peso do pão é calculado em função do custo da sua produção e esse custo tem vindo a aumentar. Assim e, apesar de não se poder estabelecer uma percentagem para o acerto do pão, a variação nos preços da farinha, energia e mão-de-obra deverão ser um bom indicador da mesma”, disse, em resposta à Lusa, Luís Gonçalves.

Segundo o presidente da ACIP, o aumento nos fatores de produção está a colocar “pressão no preço final” dos produtos, com muitas empresas da panificação e pastelaria a verem as suas margens de lucro “esmagadas numa luta pelo equilíbrio entre a satisfação do cliente e a viabilidade do negócio”. No entanto, a ACIP notou que, apesar de preocupados, os empresários estão a “trabalhar ativamente na criação de soluções”.

Já no que se refere ao consumo, Luís Gonçalves notou que em 2021 foi “equivalente a anos anteriores”, o que se pode justificar pelo facto de o pão ser um bem “de primeira necessidade” e por fazer parte da dieta dos portugueses, que procuram produtos tradicionais, inovadores ou para dietas específicas.

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Ministério Público apreendeu 516 milhões em bens em 2020 para tentar recuperar lucros de crimes

  • ECO
  • 22 Janeiro 2022

Bens (depósitos, ações, imóveis, etc.) foram apreendidos em várias tentativas de retirar aos criminosos as vantagens que obtiveram com os ilícitos que cometeram.

O Ministério Público apreendeu quase 516 milhões de euros em bens em 2020, em várias tentativas de recuperar lucros obtidos com crimes. De acordo com o Público (acesso pago), este número é 18 vezes maior do que os 28,6 milhões de euros congelados em 2019 com o mesmo objetivo.

Os dados constam dos relatórios síntese do Ministério Público e referem-se à chamada recuperação de ativos, em que esta instituição tenta retirar aos criminosos as vantagens que obtiveram com os ilícitos que cometeram para as fazer reverter para o Estado. Assim, em 2020, “foram apreendidos ou arrestados bens e valores no montante global de 515.905.139,72 euros”. E, aqui, incluem-se depósitos bancários, ações, imóveis, viaturas, barcos, etc.

Estes bens arrestados permitem que, se o suspeito for condenado e os lucros dos crimes forem declarados perdidos a favor do Estado, se recuperem as vantagens ilícitas antes que esse património se dissipe. Se o visado não for condenado ou o tribunal não determinar a perda de qualquer valor, os bens são devolvidos ao respetivo titular, explica o Público.

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Reino Unido: “Partygate” abre vários cenários para Boris Johnson

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2022

Destino de Boris Johnson está, em grande parte, dependente do resultado de um inquérito interno às alegadas festas em Downing Street em maio de 2020.

A indignação causada pelas alegadas “festas” no Governo britânico que violaram as restrições da pandemia, escândalo conhecido por “Partygate”, aumentou a probabilidade de o primeiro-ministro, Boris Johnson, ser forçado a sair.

Pressionado a demitir-se pela oposição e por vários dos deputados do seu próprio Partido Conservador, o destino de Boris Johnson está em grande parte dependente do resultado de um inquérito interno ao que aconteceu, esperado na próxima semana. Estes são alguns dos potenciais cenários:

Demissão

Boris Johnson desenvolveu uma reputação de teflon, a proteção antiaderente dos tachos, devido à capacidade de sobreviver a acusações de mentiras, racismo ou de casos extraconjugais. “Ele sempre conseguiu sair de situações complicadas que outros mortais comuns não conseguiriam”, disse recentemente o ex-primeiro-ministro David Cameron à estação Sky News.

Confrontado com provas de que realmente esteve presente numa “festa” nos jardins de Downing Street em maio de 2020, em pleno confinamento, Boris Johnson pediu “desculpas sinceras”. Se o inquérito interno conduzido por Sue Gray concluir que ele foi avisado das irregularidades naquela ou outras ocasiões, fica evidente que mentiu no Parlamento, conduta que tradicionalmente leva à demissão. Se não for provado que sabia, poderá escapar-se, impondo medidas disciplinares contra determinados colaboradores.

Moção de censura

O Partido Conservador é conhecido por não ter piedade dos líderes em tempos de turbulência, como aconteceu com Margaret Thatcher em 1990, depois de mais de uma década no poder. Com eleições locais já em maio, a impopularidade do líder pode ser considerada um inconveniente. Para derrubar Boris Johnson, pelo menos 54 deputados do Partido Conservador devem submeter “cartas de desconfiança” à “Comissão 1922”, que representa a bancada parlamentar, para ser convocada uma votação equivalente a uma moção de censura.

O procedimento é secreto e menos de 10 deputados declararam publicamente ter entregue a carta. Se as conclusões do inquérito de Sue Gray deixarem claro que existiram irregularidades e que o primeiro-ministro deixou instalar-se uma cultura de transgressão e impunidade, mais poderão juntar-se. Provas concretas podem também desencadear uma investigação policial que seria excruciante para o Governo.

Johnson resiste

O “Partygate” pode ser adicionado à longa lista de escândalos que atormentaram a carreira de Boris Johnson, inclusive desde a chegada ao Governo, em 2019. O Partido Conservador foi multado por não declarar o donativo de um financiador generoso para a remodelação luxuosa dos aposentos de Boris Johnson em Downing Street e o primeiro-ministro causou controvérsia ao querer mudar as regras para evitar sanções a um deputado Conservador que tentou influenciar o Governo a favor de empresas que lhe pagavam.

E mesmo que o patamar de 15% do grupo parlamentar decida desencadear uma moção de censura, é preciso que mais de 50%, ou 181 deputados, votem contra Boris Johnson para forçar a demissão. Theresa May sobreviveu em 2018 a uma conspiração de eurocéticos. Se escapar, Boris Johnson poderá continuar em funções até 2023, pois as regras determinam que durante 12 meses não pode ser sujeito a nova moção de censura.

Tempo contado

Se sobreviver, Boris Johnson fica de sobreaviso. O Partido está fragmentado em fações descontentes com o Governo: eurocéticos que querem ativar o artigo 16.º e suspender o Protocolo da Irlanda do Norte; libertários que querem abolir todas as restrições da pandemia; “tatcheristas” que querem a redução de impostos; deputados do norte de Inglaterra que querem mais investimento fora de Londres; críticos de medidas impopulares para combater as alterações climáticas.

As eleições locais de maio serão uma espécie de barómetro, para perceber se Boris Johnson continua a atrair votos. Uma derrota significativa poderá ser fatal. Nessa altura, os deputados vão decidir se podem ter mais probabilidades de vencer as próximas eleições legislativas, previstas para 2024, com outro líder.

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