Usar aquecedor a óleo pode custar mais de 220 euros na conta da luz até ao fim do inverno

  • Capital Verde
  • 10 Janeiro 2022

Usados todo o inverno, 4 horas por dia, os aquecedores a óleo resultam numa fatura de 222,96 euros, de acordo com a Selectra. Mas há opções mais baratas para aquecer a casa. Descubra quais.

Precisamente há um ano, por estes dias, os portugueses batiam o dente de frio, com temperaturas anormalmente baixas que obrigaram a uma corrida às grandes superfícies que quase fez triplicar a procura por aquecedores, que esgotou a lenha para lareiras e levou mesmo a breves ruturas de stocks de botijas de gás em algumas gasolineiras.

Para piorar a situação, a população estava mais uma vez confinada em casa em teletrabalhado e telescola por causa do coronavírus, o que levou a um aumento dos consumos de energia das famílias e obrigou o Governo a criar uma ferramenta especial para ajudar a pagar a conta da luz de janeiro de 2021.

Até ver, janeiro de 2022 está com temperaturas muito mais amenas, mas ainda assim este é o mês do ano por excelência em que os aquecedores mais trabalham lá em casa e em que as contas da luz surgem mais gordas ao fim do mês.

E precisamente porque nem sempre pensamos duas vezes antes de ligar o aquecedor e no impacto que isso vai ter na fatura, a empresa de comparação de tarifas de energia Selectra fez uma estimativa dos gastos que os consumidores têm ao longo de um mês com o uso de aquecedores.

De acordo com a análise, os aquecedores a óleo são os menos económicos e a alternativa mais rentável passa pelo uso de emissores elétricos.

Os cálculos dos gastos foram feitos com base no uso diário do aquecimento durante quatro horas e consideraram uma habitação com uma potência contratada de 6,9 kVA (família de quatro pessoas), bem como os watts (W) médios dos aquecedores a óleo, convector, infravermelho, ar condicionado e emissor térmico.

Dentro da tarifa bi-horária, os valores ao final do mês de um aquecedor a óleo, que tem uma potência média de 2000W, ficam a 44,59 euros nas horas de ponta e a 22,32 euros nas horas de vazio. No caso da tarifa simples esta opção sairia a 35,76 euros por mês, sendo a mais cara de todas, quer na tarifa bi-horária, quer na simples.

Já o convector e o infravermelho, com potências de 1.500W e 1.200W respetivamente, dão praticamente os mesmos gastos ao final do mês, mas ainda assim é o convector que dá mais despesa, com gastos de 33,44 euros por mês nas horas de ponta e 16,74 euros nas horas de vazio e, no caso da tarifa simples, 26,82 euros. Já o infravermelho gasta 26,76 euros nas horas de ponta e 13,39 euros nas horas de vazio, ficando por 21,46 euros na tarifa simples.

Por fim, o ar condicionado e o emissor térmico são as duas opções que saem mais em conta na fatura da luz. Com uma potência de 1.100W, o uso do ar condicionado tem um custo de 24,53 euros nas horas de ponta e de 12,28 euros nas horas de vazio. Já se for pela tarifa simples gasta 19,67 euros por mês.

Ainda assim, é o emissor térmico que consegue ser mais acessível para os consumidores, uma vez que é o que tem a potência mais baixa, nomeadamente 1.000W, e, consequentemente, tem uns gastos menores do que as restantes opções – 22,30 euros nas horas de ponta, 11,16 euros nas horas de vazio e 17,88 euros na tarifa simples.

E quanto gastará ao longo de todo o inverno?

A mesma tendência é observada se contabilizar o total de gastos com os mesmos aquecedores entre novembro e março (cinco meses), quatro horas por dia. Também aqui o aquecedor a óleo continua a ser o mais dispendioso de todos.

Para ter uma noção, neste caso, com o aquecedor a óleo gastaria 222,96 euros nas horas de ponta, 111,60 euros nas horas de vazio e 178,80 euros na tarifa simples. Já o emissor térmico ficaria a praticamente metade do preço em todas as opções – 111,48 euros nas horas de ponta, 55,80 euros nas horas de vazio e 89,40 euros na tarifa simples.

Os números mostram, por isso, que, apesar de haver uma maior despesa na fatura da luz durante o inverno, pode optar por aparelhos que gastam menos ou até decidir ligá-los apenas nas horas de vazio (no caso de ter uma tarifa bi-horária), já que esta é a opção que sai barata comparativamente às outras possibilidades.

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Ferpinta investe 50 milhões e cria nova fábrica

Empresa de metalomecânica de Oliveira de Azeméis vai receber um crédito fiscal de 4,99 milhões de euros e um apoio a fundo perdido do Compete 2020 de 5,99 milhões de euros.

A Ferpinta, empresa de tubos de aço, vai investir cerca de 50 milhões de euros na criação de uma nova fábrica em Oliveira de Azeméis. Este investimento, a realizar em três anos, deverá criar para já 14 novos postos de trabalho.

“Entre 2021 e 2023 a Ferpinta irá realizar investimentos no valor de 49,98 milhões de euros, envolvendo uma nova unidade industrial, novos produtos e o aumento da capacidade atual”, explicou ao ECO o comendador Fernando Pinho Teixeira. “Este investimento irá também incidir na aposta em tecnologias mais inovadoras e integrá-las nos processos de fabrico, numa abordagem integral do conceito Indústria 4.0, que permite capacitar a empresa das condições necessárias para o desenvolvimento de novos produtos, diferenciados e inovadores”, acrescentou o fundador do grupo e presidente do conselho de administração.

Este é um dos investimentos a que o Executivo vai conceder um incentivo fiscal. João Leão, no final da reunião do Conselho de Ministros da última semana de 2021, anunciou a atribuição de um crédito fiscal máximo de 92 milhões de euros a 26 contratos de investimento que representam um investimento total de 937 milhões de euros na economia. Com este pacote de investimentos, Portugal fechou o ano de 2021 com um valor recorde na atração de investimento contratualizado.

A empresa de metalomecânica vai receber um crédito fiscal de 4,99 milhões de euros e um apoio a fundo perdido do Compete 2020 de 5,99 milhões de euros. Apoios concedidos para a criação da nova unidade industrial “para a manipulação e transformação de chapa, nomeadamente ao nível do seu corte em diferentes formatos e espessuras”. Esta unidade será construída nos pavilhões industriais mandados construir pela empresa chinesa Wuhan Industries, na zona industrial de Loureiro, confirmou fonte oficial da empresa ao ECO. O “pavilhão chinês”, como é conhecido, foi comprado pela Ferpinta em agosto do ano passado, num investimento que rondou 13,7 milhões de euros, de acordo com o jornal regional azemeis.net.

A Ferpinta também se compromete a diversificar a produção. Após a implementação da nova unidade, no setor da metalomecânica, “a empresa estará preparada para começar a produzir tubos com características distintas, que exigem um acabamento diferente, baseado em tratamento térmico, e introduzir na sua gama um produto que atualmente não é produzido pela empresa“, precisou Fernando Pinho Teixeira. “A nível ambiental, este investimento irá trazer ganhos de eficiência produtiva e energética, através do aumento da produção de energia proveniente de fontes renováveis a serem integradas no processo produtivo”, acrescentou o responsável.

O investimento, que já arrancou a 18 de outubro do ano passado, deverá está concluído no final de junho de 2023, deverá criar 14 novos postos de trabalho e compromete-se a manter os atuais 380.

No texto da candidatura apresentada aos apoios do Portugal 2020, a Ferpinta explicava que “pretende continuar a afirmar-se como uma empresa inovadora no desenvolvimento e na produção de tubos em aço de elevada qualidade, enquanto referência no setor mundial e líder no mercado ibérico“. E que pretende com este investimento acompanhar as tendências de mercado e a possibilidade de “executar soluções diferenciadoras”.

A empresa delineou um plano de investimento para responder “à evolução do mercado na procura de novos produtos, como tubos de aço com características mais homogéneas que permitem a sua aplicação a novas finalidades e perfis planos em aço com diferentes espessuras e geometrias”.

Nota: Título alterado. A nova unidade vai operar no setor da metalomecânica, mas não será tubos de aço, precisou ao ECO fonte oficial da empresa.

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Pensões chegam hoje com aumento automático, mas sem extra

A Segurança Social paga esta segunda-feira as pensões de janeiro. Chegam com atualizações até 1% à boleia da inflação, mas sem qualquer aumento extraordinário.

O ano de 2022 poderia ser o sexto consecutivo em que as pensões mais baixas beneficiariam de um aumento extraordinário, mas o chumbo da proposta de Orçamento do Estado levou o Governo a deixar cair essa medida. A Segurança Social paga, assim, esta segunda-feira as primeiras pensões do ano, aplicando-lhes “somente” a atualização decorrente da inflação.

Com base na evolução da economia nacional e do Índice de Preços no Consumidor (IPC), as pensões vão subir, este ano, de forma automática até 1%. As pensões até 886 euros vão ser atualizadas em 1%, as pensões entre 886 euros e 2.569 euros vão subir em 0,49% e as pensões acima de 2.569 euros vão crescer 0,24%.

Segundo confirmou ao ECO o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, as pensões que serão pagas esta segunda-feira (por transferência bancária e vale de correio) já incorporam essas atualizações, que na maioria dos casos darão um acréscimo de menos dez euros aos pensionistas. Esse valor vinha sendo garantido, ano após ano, às pensões mais baixas, através de aumentos extraordinários, mas este ano tal não está garantido (pelo menos, por agora).

Em 2017, depois de terem estado cinco anos congeladas (2011 a 2015), as pensões até 631,98 euros beneficiaram, pela primeira vez, de um aumento extraordinário, cujo objetivo era compensar a perda de poder de compra registada nos anos de congelamento.

O reforço adicional foi pago a partir de agosto desse ano e correspondeu a dez euros para as pensões que não tinham sido de nenhum modo atualizadas entre 2011 e 2015 e a seis euros para as demais. No total, cerca de dois milhões de pensionistas beneficiaram desta medida.

Em 2018, o Governo repetiu a receita: voltou a atualizar de modo extraordinário as pensões até 1,5 vezes o Indexante dos Apoios Sociais (nesse ano, 643,35 euros) partir de agosto, tendo o ministro do Trabalho de então, Vieira da Silva, explicado que esta medida se justificava por estarem em causa “pessoas, geralmente, com longas carreiras contributivas e valores de pensão muito baixos“. Nesse ano, o aumento extraordinário também foi de dez euros para as pensões que não tiveram atualizações entre 2011 e 2015 e de seis euros para as demais.

Já em 2019, no último ano da primeira legislatura de António Costa, o aumento extraordinário das pensões acabou por ser pago logo a partir de janeiro, tendo abrangido o mesmo universo (pensões até 1,5 vezes o IAS, ou seja, 653,64 euros) e correspondido aos mesmos valores (dez e seis euros).

No ano seguinte, o primeiro da atual legislatura, as pensões só foram alvo de aumentos extraordinários a partir de maio, uma vez que o país tinha ido, havia pouco, a eleições e o novo Governo de António Costa tinha, pois, aprovado o Orçamento do Estado no início do ano, em vez de no fim, como geralmente acontece.

Esse aumento extraordinário voltou a abranger as pensões até 1,5 vezes o IAS (nesse ano, 658,2 euros) e a corresponder a dez e seis euros, nas condições já referidas relativamente aos outros anos. O objetivo, explicava então o Governo, era “aumentar o rendimento dos pensionistas com pensões mais baixas“.

2021, em plena pandemia, o modelo escolhido viria a ser diferente: as atualizações extraordinárias foram pagas com efeitos a janeiro, abrangendo as pensões até 658,2 euros e correspondendo a dez euros para todos os pensionistas, mesmo para aqueles cujas pensões tinham sido atualizadas entre 2011 e 2015.

O ano de 2022 seria, assim, o sexto consecutivo de aumentos extraordinários das pensões mais modestas, mas o chumbo da proposta de Orçamento do Estado (OE) levou o Governo a não seguir por esse caminho.

Chegou a estar previsto, fruto da negociação com os partidos mais à esquerda, que as pensões até 1.097 euros teriam, a partir de janeiro, um acréscimo extraordinário de dez euros, mas, após a reprovação do OE, António Costa veio dizer que só colocaria no terreno, até às eleições de 30 de janeiro, os aumentos “normais” das pensões.

Tal não significa, contudo, que este ano não possa vir a ser sinónimo de aumentos extraordinários, uma vez que essa medida pode ainda ser incluída no Orçamento do Estado do Governo que sair desta ida às urnas. Por exemplo, António Costa, na apresentação das linhas gerais do programa eleitoral do PS, prometeu executar integralmente as medidas que estavam no OE que chumbou, caso saia vitorioso, nomeadamente o reforço extra das pensões.

Por agora, a Segurança Social aplicará, contudo, às pensões “somente” a atualização decorrente da inflação. Por essa via, 2,6 milhões de pensionistas veem esta segunda-feira chegar à carteira um cheque reforçado face ao que receberam no mês passado.

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Renovar todos os edifícios com pior desempenho energético custa 471 milhões

Portugal tem cerca de 118 mil imóveis com classe energética "F", ou seja, a menos eficiente. Seriam precisos 471 milhões de euros para passar todos esses imóveis para a classe anterior.

Dos mais de 1,56 milhões de certificados energéticos emitidos desde 2013 para edifícios em Portugal, cerca de 118 mil (7,5%) estão classificados na classe “F”. Para fazer obras que retirassem todos estes edifícios da classe de pior desempenho energético, seriam precisos 471 milhões de euros, de acordo com os números avançados pelo Ministério do Ambiente ao ECO. Quase tanto como o montante que reservado no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para fomentar a reabilitação e a eficiência energética dos edifícios.

Desde 2013 já foram emitidos 1.561.950 certificados energéticos, dos quais 1.380.759 (88% do total) correspondem a imóveis de habitação e 181.191 (12% do total) a imóveis comerciais, de acordo com os dados do Sistema de Certificação de Edifícios (SCE).

Numa análise às classes, um quarto dos certificados são de classe “C” e apenas 2,5% correspondem à classe com melhor desempenho energético (“A+”). Já na classe de pior desempenho energético (“F”) estão 7,5% dos certificados, ou seja, 117.886 imóveis, dos quais 115.672 correspondem a imóveis de habitação e 2.214 a imóveis de comércio ou serviços.

E quanto custaria retirar esses 118 mil imóveis do fundo da escala? Passar uma habitação da classe “F” para a “E” custa, em média, cerca de 4.000 euros, enquanto o mesmo processo para um edifício comercial custa cerca de 3.500 euros, adiantou ao ECO fonte oficial do ministério de Matos Fernandes. Feitas as contas, retirar as 115.672 habitações da última classe custaria cerca de 463 milhões de euros e retirar os imóveis comerciais custaria cerca de 7,75 milhões de euros. Ou seja, um total de 471 milhões de euros.

Estas estimativas do Ministério do Ambiente têm por base um universo de 63.200 certificados de habitação e 900 de comércio. Os dados permitem ainda perceber que passar uma habitação da classe “F” para a “D” — subir dois patamares — custaria cerca de 6.500 euros, mas ascender à classe “C” custaria cerca de 11.500 euros. Nos serviços fica mais barato: 4.500 euros para passar da “F” para a “D” e 5.000 euros da “F” para a “C”.

No PRR está reservada uma fatia de 610 milhões de euros para fomentar a reabilitação energética e a eficiência energética nos edifícios. Ou seja, esta fatura de 471 milhões representa 77% do bolo. A opção do Executivo foi dedicar “80 milhões de euros para edifícios residenciais e da Administração Pública”, sublinhou fonte oficial do Ministério de Matos Fernandes.

Portugal “alinhado com a UE” em dar “prioridade à eficiência energética”

O ministério garante que “tem vindo a apoiar a eficiência energética em edifícios” através de “várias as iniciativas já desenvolvidas a nível nacional”, tais como o Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis, cujas candidaturas foram prolongadas até 31 de março, com um reforço de dotação de 15 milhões.

Em 2002, o Parlamento Europeu e o Conselho Europeu criaram uma diretiva que, entre outros pontos, estabelece que todos os Estados-membros têm de ter um Sistema de Certificação Energética (SCE) nos edifícios. Em 2010, essa diretiva foi revista e trouxe novas metas, muitas alcançáveis através do certificado energético. Em 2013 deu-se uma mudança nas metodologias de avaliação e a classe “G” foi absorvida pela classe “F”.

Em dezembro, a Comissão Europeia avançou com novas propostas de alteração a essa diretiva, entre as quais se prevê que os Estados-membros têm de renovar os edifícios com menor eficiência energética até o final da década, de forma a reduzir as emissões e economizar combustível. Isto porque, apesar de classe “G” ter sido absorvida por muitos países, ainda persiste numa minoria (15%).

O objetivo é implementar uma estratégia de longo prazo que permita promover a renovação de edifícios, contribuindo para um aumento da eficiência energética.

Fonte oficial do Ministério do Ambiente

Assim, uma das propostas em cima da mesa — que tem ainda de ser aprovada –, propõe que esses 15% do parque imobiliário da União Europeia (UE) com pior desempenho — classe “G” na certificação energética — têm de ser atualizados até, pelo menos, à classe “F”. No caso dos edifícios públicos e não residenciais, a meta é 2027, enquanto os edifícios residenciais devem ser renovados até 2030.

Portugal está, assim, alinhado com as metas europeias, uma vez que os edifícios com pior desempenho energético já estão na classe “F”. Contudo, o Governo reconhece que há muito trabalho pela frente. “Portugal está alinhado com a política energética da UE a vários níveis, onde se inclui a prioridade à eficiência energética”, diz fonte oficial do Ministério do Ambiente, salientando que o “objetivo do Governo, e do país, é de implementar uma estratégia de longo prazo que permita promover a renovação de edifícios, contribuindo para um aumento da eficiência energética”.

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7,5% dos edifícios com certificado estão na pior classe energética

No universo de 1,56 milhões de certificados energéticos emitidos desde 2013, 7,5% correspondem a edifícios classificados na pior classe energética.

O Governo tem vindo a desenvolver várias iniciativas para melhorar o desempenho energético dos edifícios. Mas os números mostram que há um longo caminho a percorrer. Dos mais de 1,6 milhões de certificados emitidos desde 2013, a maioria pertence à classe “C”, no meio da escala, e quase 8% estão classificados na pior classe energética — “F”.

“A+”, “A”, “B”, “B-“, “C”, “D”, “E” e “F”. É através desta escala que se calcula a certificação energética dos edifícios, um indicador que dá informações sobre o desempenho energético de um imóvel, tais como a redução de custos com o uso de energia ou a melhoria do conforto térmico. Atualmente, este certificado é obrigatório para várias situações e custa entre 45 euros (habitação) e 950 euros (comércio).

Os números do Sistema de Certificação de Edifícios (SCE) mostram que, desde 2013, o número de certificados pedidos tem vindo a aumentar, até ao total de 1.561.950 até agora — em 2013 foram emitidos 179.990 e, em 2021, foram 202.365.

Analisando os números como um todo, percebe-se que um quarto (25%) dos certificados emitidos corresponde a edifícios na classe energética “C”. Segue-se a classe “D” com 21,5% e a classe “E” com 13%. A classe “A+”, com melhor desempenho energético, tem apenas 2,5% dos certificados emitidos desde 2013, sendo que a pior classe (“F”) diz respeito a 7,5% dos edifícios.

Certificados emitidos por classe energética desde 2013 (dados contabilizados a 6 de janeiro de 2022).Sistema de Certificação de Edifícios (SCE)

A maioria dos certificados foi emitida em Lisboa (407.082) e no Porto (263.162), seguindo-se Setúbal (145.942), Faro (142.381) e Braga (112.890).

Numa análise mais fina, focando apenas nos edifícios habitacionais (1.380.759 — 88% do total), os dados mostram que quase um quarto (23,3%) está classificado na classe “D”, seguindo-se a classe “C” com 22,1% dos certificados. Por outro lado, 8,4% dos edifícios estão na pior classe energética (“F”) e apenas 2,8% estão no topo da tabela, classificados como tendo o melhor desempenho energético.

Os 1,38 milhões de certificados emitidos para edifícios de habitação correspondem a apenas 23% dos quase seis milhões de habitações que existem no país, de acordo com os Censos de 2021.

Já no que toca aos edifícios de serviços, que somam 181.191 certificados (12% do total), quase metade (46,5%) está inscrita na classe “C”. Apenas 1,2% dos certificados pertencem à classe com pior desempenho energético (“F”) e só 0,4% estão na melhor classe (“A+”).

Em declarações ao ECO, fonte oficial do Ministério do Ambiente referiu que “o Governo fará todos os esforços para promover a melhoria contínua do desempenho energético dos edifícios” e que, nesse sentido, tem criado várias iniciativas a nível nacional. Aqui, destaca-se, por exemplo, o Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis, cujas candidaturas foras prolongadas até 31 de março de 2022, com um reforço de dotação de 15 milhões.

Além disso, o ministério de Matos Fernandes nota que o Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) vai disponibilizar diretamente 610 milhões de euros para “fomentar a reabilitação energética e a eficiência energética nos edifícios”, “dos quais 80 milhões de euros já estão a ser disponibilizados para edifícios residenciais e da administração pública“.

Em 2002, o Parlamento Europeu e o Conselho Europeu criaram uma diretiva que, entre outros pontos, estabelece que todos os Estados-membros têm de ter um Sistema de Certificação Energética (SCE) nos edifícios. Em 2010, essa diretiva foi revista e trouxe novas metas, muitas alcançáveis através do certificado energético. Em 2013 deu-se uma mudança nas metodologias de avaliação e a classe “G” foi absorvida pela classe “F”.

Em dezembro, a Comissão Europeia avançou com um conjunto de propostas relativas à eficiência energética, entre as quais a que prevê que os Estado-membros têm de renovar os edifícios com menor eficiência energética até o final da década, de forma a reduzir as emissões e economizar combustível. Além disso, Bruxelas propôs ainda que, a partir de 2030, todos os novos edifícios gerem zero emissões líquidas de gases com efeito de estufa.

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O que distingue o PSD e o PS? Um frente a frente dos programas eleitorais

Os principais partidos já apresentaram as suas ideias para o país. Dos salários às pensões, passando pelo crescimento económico e a lei laboral, conheça aqui as diferenças entre PS e PSD.

Rui Rio e António Costa são os dois candidatos a primeiro-ministro nas eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro. É uma repetição do duelo de 2019, mas em circunstâncias diferentes, após dois anos de pandemia. Tanto o PSD como o PS mantêm as linhas gerais que apresentaram aos portugueses há dois anos, mas nem tudo é igual. Rio aposta no crescimento económico e no alívio fiscal para cidadãos e empresas; já Costa coloca a tónica na subida dos salários e na convergência com a Europa.

PSD que Portugal a crescer a 3% ao ano. PS aponta à convergência europeia

O PSD faz da “estagnação” dos últimos 20 anos a sua principal crítica à governação socialista e coloca como objetivo meter Portugal a crescer acima de 3% ao ano. Contudo, segundo o cenário macroeconómico do PSD, vai demorar até que a economia portuguesa consiga chegar a essa taxa de crescimento. Após os crescimentos expressivos de 2021 e 2022, que refletem maioritariamente a recuperação da quebra em 2020 provocada pela pandemia, o PSD vê o PIB a crescer 2,9% em 2023, desacelerando para 2,6% em 2024. Em 2025 volta a acelerar para 2,7% e em 2026 chega ao patamar almejado por Rio: a economia crescerá 3%, se estiver ao leme de um Governo PSD.

O PS promete que Portugal irá convergir em termos económicos entre 2021 e 2026 com a média europeia. O objetivo dos socialistas passa por crescer por ano em média 0,5 pontos percentuais acima da média da União Europeia (27 Estados-membros) e um ponto percentual acima da média da Zona Euro (19 Estados-membros), mas não referem quais as previsões que usam para os cálculos. Ainda não existe um cenário macroeconómico subjacente ao programa eleitoral do PS.

PS e PSD partilham as “contas certas”, mas com caminhos diferentes

O lema das “contas públicas certas” mantém-se entre os socialistas. Os socialistas assumiram que as contas certas vieram para ficar e traçaram o objetivo de baixar a dívida pública para menos de 110% do PIB até ao final da legislatura (2026), sendo que o ponto de partida será os “cerca de 127%” do PIB atingidos em 2021, segundo as Finanças.

“Temos de chegar a 2024 com uma dívida pública que não ultrapasse os 116% do PIB, o nível pré-pandemia, para que em 2026 o rácio esteja abaixo dos 110% do PIB, protegendo a credibilidade internacional do país”, afirmou Costa, revelando um dos objetivos do cenário macroeconómico subjacente ao programa eleitoral do PS e ao programa de Governo, caso vença as eleições como indicam as sondagens.

Mantendo a máxima de “contas públicas certas”, como o PS, a diferença dos social-democratas é que colocam a tónica na redução do peso da despesa pública, passando-a de 48,3% do PIB em 2021 para 42,8% do PIB em 2026. A receita pública também encolhe o seu peso no PIB, mas menos, passando de 44% em 2021 para 42,3% em 2026. É esta dinâmica que permite reduzir o défice de 2,4% em 2022 para 0,5% em 2026, já próximo de um equilíbrio orçamental.

A redução do défice orçamental, a par do crescimento económico, permitirá a diminuição do rácio da dívida pública de 126,9% do PIB em 2021 para 108,9% do PIB em 2026, à semelhança do que prometeu o PS que garantiu que o rácio seria inferior a 110% no final da legislatura. Aqui não há grandes diferenças entre PS e PSD, só na forma de lá chegar.

PS promete salário mínimo de 900 euros. PSD chuta para concertação social

Após ter criticado o aumento do salário mínimo em 2021 por causa da conjuntura de crise, o PSD mantém a sua postura em relação ao salário mínimo, remetendo-o para negociação na concertação social. “Em matéria de salário mínimo nacional, o PSD defende em primeiro lugar que é em sede de concertação social que o tema deve ser decidido, entre os diferentes parceiros sociais“, lê-se no programa eleitoral. Não há números, referindo-se apenas que o aumento deve estar em linha com a inflação “mais os ganhos de produtividade”. E defende que o salário mínimo deve ser igual para o setor público e o setor privado.

E sobre o salário médio? O PSD rejeita um modelo económico “assente em baixos salários” e atribui o facto de maior parte dos trabalhadores receber menos de mil euros à “estrutura empresarial”, ao “eterno problema da produtividade” e ao “dualismo acentuado do mercado de trabalho”. “Apenas uma economia baseada no conhecimento, inovação e I&D permite gerar melhores salários e permite inverter a tendência dos últimos 20 anos“, defende o partido, colocando o foco no crescimento económico (e, como consequência disso, o aumento dos salários).

Tendo sido uma das bandeiras do PS ao longo dos últimos seis anos, o partido continua a apostar no aumento do salário mínimo, apontando para os 900 euros em 2026, aumentando 195 euros durante a legislatura face aos atuais 705 euros. Anteriormente, os socialistas já tinham prometido atingir os 850 euros em 2025, nas negociações do Orçamento para 2022, cujo chumbo ditou a realização de eleições antecipadas.

Além do salário mínimo, o PS propõe-se a atingir a convergência do peso dos salários em Portugal com a média europeia. Para tal, será necessário, segundo as contas do PS, que os salários cresçam 20% nos próximos quatro anos. Costa admitiu que esta é uma meta ambiciosa, mas deixou a certeza de que “o aumento dos salários médicos tem de ser sustentado nos ganhos de produtividade”. Para chegar lá mais rápido o PS quer criar um crédito fiscal em IRC para empresas que aumentem os salários dos trabalhadores e alterações também ao nível do IRS que ainda têm de ser explicadas.

PSD promete alívio fiscal de 800 milhões no IRS. PS quer cumprir medidas do OE2022

A principal promessa do PS na área dos impostos é concretizar o alívio fiscal em sede de IRS que tinha previsto no OE2022: o desdobramento do 3.º e 6.º escalão do IRS para diminuir a tributação sobre a classe média (150 milhões de euros), com retroativos a 1 de janeiro, o que significa que as taxas de retenção na fonte também terão de mudar; aumentar o mínimo de existência (mais 170 mil agregados familiares ficariam isentos); e alargar o IRS Jovem para cinco anos. No programa consta ainda a majoração da dedução por dependente até aos seis anos, em sede de IRS, a partir do segundo filho, de 600 euros para 750 euros em 2022 e 900 euros em 2023. Porém, não refere o englobamento parcial de rendimentos que estava previsto no OE2022.

Às empresas, promete o fim do Pagamento Especial por Conta, um “forte incentivo ao investimento na modernização” com uma dedução à coleta de 25% das despesas de investimento e “estabilidade fiscal” durante a legislatura. Há ainda “um regime de tributação favorável para as startups e para os planos de opção, de subscrição ou de aquisição de valores mobiliários a favor de trabalhadores, conhecidos genericamente como planos de stock options, e reforçar a patent box para 85%”.

Já Rui Rio promete reduzir em 400 milhões de euros por ano o IRS em 2025 e 2026, “sendo em cada ano 350 milhões de euros destinados aos escalões de rendimento até 60 mil euros por ano e 50 milhões de euros destinados aos escalões de rendimento entre os 60 e os 100 mil euros por ano”. Além disso, o PSD promete mexer noutros impostos — como a taxa liberatória de 28% que incide sobre os rendimentos de depósitos a prazo ou dividendos, por exemplo — para reduzir ainda mais a carga fiscal da classe média e quer reduzir a taxa mínima do IMI de 0,3% para 0,25% em 2024.

Para as empresas o PSD tem duas medidas emblemáticas: a redução gradual do IRC de 21% para 17% em 2023 e 2024 e descida temporária do IVA da restauração de 13% para 6% entre julho de 2022 e dezembro de 2023. Para as PME a taxa é reduzida dos atuais 17% para 13%, “alargando-se o limite dos atuais 25 mil euros para 100 mil euros para as empresas sediadas no interior”. E há a promessa de reduzir ou eliminar a derrama estadual, consoante a margem orçamental.

PS promete aumento extra das pensões. PSD quer flexibilizar idade da reforma

António Costa já prometeu que, se sair vitorioso da ida às urnas, executará integralmente as medidas que constavam da proposta de Orçamento do Estado para 2022, o que inclui o aumento extraordinário de dez euros das pensões. Ainda no que diz respeito à Segurança Social, mais especificamente, quanto à sua sustentabilidade, o PS quer alargar a lógica de consignação de receitas fiscais, estimular a adesão a certificados de reforma, fomentar a existência de esquemas complementares de Segurança Social e aprofundar a fuga contra a evasão contributiva. Os socialistas prometem também concretizar a declaração mensal de remunerações única, reduzindo para um único ato os atos mensais de comunicação das remunerações pagas à Segurança Social e a Autoridade Tributária.

Já do lado do PSD, no que se refere à Segurança Social, promete-se a flexibilização da idade de acesso à pensão por velhice e a introdução de mecanismos de reforma a tempo parcial que permitam prolongar a vida ativa, isto é, continuar a trabalhar e a acumular, assim, pensões e rendimentos do trabalho. Essas soluções devem ser encontradas, no entender do partido laranja, na Concertação Social. Além disso, o PSD quer criar, no que diz respeito à aposentação, um “sistema único e universal” para todos os trabalhadores, sejam eles do setor público e do setor privado, dependentes ou independentes. Além disso, quer criar uma nova prestação social “que atenue o empobrecimento dos trabalhadores empregados e incentive a sua participação ativa no mercado de trabalho que tenha em conta a dimensão e composição do agregado familiar”. Quanto à sustentabilidade da Segurança Social, o partido laranja defende a diversificação das fontes de financiamento.

PS traz semana de trabalho de 4 dias. PSD frisa papel da Concertação Social

O chumbo da proposta de Orçamento do Estado para 2022 e a consequente dissolução da Assembleia da República fizeram cair por terra o pacote de mexidas à lei laboral a que o Governo de António Costa deu o nome de Agenda do Trabalho Digno e que chegou mesmo a estar em consulta pública. Caso saia vitorioso da ida às urnas de 30 de janeiro, o PS já prometeu que quer ver aprovadas no Parlamento até ao final de julho todas as medidas previstas neste âmbito, que dizem respeito nomeadamente ao trabalho temporário, ao outsourcing e ao trabalho em plataformas digitais. Outra das promessas feitas pelos socialistas ligadas ao mundo do trabalho é lançar a discussão em torno das novas formas de equilíbrio das várias esferas da vida (pessoal, profissional e familiar), “incluindo a ponderação de aplicabilidade em diferentes setores das semanas de quatro dias”.

Do lado do PSD, a dignificação do trabalho também é destacada, pretendendo o partido laranja desenvolver políticas de emprego assentes no diálogo e no compromisso entre parceiros sociais e na limitação da intervenção do Estado nos processos de negociação coletiva. “Pretendemos dissuadir as múltiplas formas de assédio no local de trabalho, como condicionantes da liberdade e ofensivas da dignidade da pessoa”, promete também o partido de Rui Rio, que defende ainda a promoção da formação profissional ao longo da vida. Neste capítulo, o PSD quer, além disso, uma “aposta firme” na criação de incentivos à inserção dos jovens e desempregados no mercado de trabalho.

PSD quer devolver tempo “perdido” aos professores. PS promete mudar recrutamento

Um dos temas em destaque no programa eleitoral do PS é a educação, comprometendo-se o partindo, nesse âmbito, a construir um Pacto Social para a Educação, bem como rever o regime de recrutamento dos docentes. Como? Através da introdução de “fatores de estabilidade reforçada” no acesso à carreia em questão e no desenvolvimento dos projetos pedagógicos, “reduzindo, sempre que se justifique, a mobilidade entre escolas e possibilitando a vinculação direta em quadro de agrupamento ou quadro de escola”. O PS promete também criar incentivos à aposta na carreira de docente e ao desenvolvimento de funções docentes em zonas do país onde escasseia a oferta destes profissionais.

Do lado do PSD, os professores também têm uma posição de destaque no programa eleitoral. O partido de Rui Rio propõe, por exemplo, recuperar o que falta do tempo “perdido” pelos docentes, ainda que apenas através da aposentação. Os sociais-democratas querem ainda melhorar o modelo de avaliação desempenho e promover a mobilidade dos profissionais entre agrupamentos do mesmo concelho ou de concelhos limítrofes de modo a suprir faltas temporárias de pessoal.

PS compromete-se com dedicação plena na Saúde. PSD aposta na prevenção da doença

Em tempos de pandemia, a saúde assume particular relevante nos programas dos vários partidos. No do PS, promete-se a esse propósito a implementação do regime de trabalho em dedicação plena, como previsto no projeto de Estatuto do SNS, valorizar as carreiras dos enfermeiros (com a reposição dos pontos perdidos aquando da entrada na nova carreira de enfermagem) e a revisão dos incentivos pecuniários e não pecuniários para a atração e fixação de médicos em zonas carenciadas. Além disso, os socialistas querem prosseguir o trabalho de revisão e generalização do modelo das unidades de saúde familiar, aumentar o número de camas da rede geral de cuidado continuados e constituir equipas de cuidados continuados integrados em todos os agrupamentos de centros de saúde. Prometem, além disso, criar a direção executiva do SNS.

Já do lado do PSD, defende-se uma política de saúde orientada para a prevenção da doença, bem como reorganizar o sistema de saúde, realizar a revisão da Lei de Bases da Saúde e um novo modelo de organização e financiamento, com uma forte aposta na digitalização. O partido laranja promete ainda dar um médico de família a cada português, introduzir no SNS uma política de saúde mental, uma de saúde oral e uma de cuidados em fim de vida e reforçar a rede de unidades de cuidados continuados e de cuidados paliativos. Para os mais velhos, o partido de Rui Rio defende também a implementação de um programa de apoio ambulatório aos idosos dependentes, além de frisar a necessidade de reconhecer a importância dos cuidadores informais, garantindo-lhes apoio e formação. Na apresentação do programa eleitoral, Rio defendeu também a negociação com os privados para melhor o serviço público de saúde.

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João Mendonça (Howden): Risco Cyber é “bomba latente” que pode ter proporções catastróficas

  • ECO Seguros
  • 9 Janeiro 2022

O mercado global de (re)seguro entrou em 2022 com procura crescente e agravamento do prémio na transferência de risco, revela a Howden em relatório que foca evolução dos riscos Covid, Clima e Cyber.

João Portugal Mendonça (Howden) sobre atividade M&A: “posso confirmar que estamos com um pipeline muito interessante para 2022″.

Respondendo a questões do ECOseguros, João Mendonça, Diretor Geral da Howden em Portugal ajuda-nos a perceber como, por exemplo, o risco que afetou o grupo Impresa, alvo de ciberataque, tem probabilidade de se materializar num evento de efeito sistémico, atingindo “proporções catastróficas.”

Em relatório acabado de publicar, relativo a renovações no resseguro, o Howden Broking Group realça três riscos: Covid, Clima e Cyber, com impactos difíceis de quantificar e que levantam questões importantes ao nível de preços. Com referência ao 1º dia de 2022, a corretora independente indica que as taxas de renovação de resseguro para riscos catastróficos em P&C (bens e danos/acidentes) subiram 9% em termos anuais, o maior aumento desde 2009, com os preços a acelerarem 15% nas operações de retrocessão, acumulando aumento de 75% desde 2017.

Partindo do panorama global traçado no relatório do grupo britânico, João Mendonça alinha diagnóstico do caso português com a tendência internacional, principalmente à envolvente europeia: “Os mercados de resseguro são, por definição, muito internacionalizados e o mercado Português é aberto e integrado,” disse ao ECOseguros apontando “uma diferença sensível, que terá a ver com a estrutura do negócio segurador em Portugal”. Considerando os ramos Acidentes de Trabalho, Automóvel e Saúde, nos quais se concentra cerca de 2/3 de todo negócio segurador nacional, os modelos de resseguro para estes ramos “são menos impactantes” dado que, pela frequência de sinistros, “é grande a retenção das seguradoras de seguro direto, sendo os respetivos resseguros menos expressivos,” explica.

"O baixo nível de cobertura de riscos catastróficos é simultaneamente uma ameaça e uma oportunidade! A importância da consultoria em prevenção de riscos e gestão de crise junto dos clientes é cada vez maior.”

João Portugal Mendonça

Diretor Geral, Howden Portugal

Identificando mais procura em transferência de risco (resseguro), mas também de agravamento do prémio de risco, a companhia aborda a evolução 2021-22 focando fatores prejudiciais (perdas) que se afiguram estruturais, os 3“CCovid, Clima e Cyber. Estes são riscos de quantificação bastante complexa, complicam os exercícios de modelação e levantam questões relevantes “sobre adequabilidade de preços,” assinala a corretora britânica independente.

Comentando o reflexo desses elementos no mercado nacional, o Diretor Geral da Howden Portugal considera que Covid-19 “impacta na mesma proporção que a atividade económica, mas na estrutura do negócio segurador em Portugal aliviou a sinistralidade sobretudo em Acidentes de Trabalho, Auto e Saúde. No caso da Saúde o efeito inicial (de adiamento) notoriamente já está entrou em reversão com potencial agravamento devido a atrasos de tratamento e redução da atividade de medicina preventiva; no restante, sofrerá o efeito induzido do panorama internacional,” diz João Portugal Mendonça.

O Clima “em termos reais tem impactado menos em Portugal que a experiência internacional, mas é incontornável padecer da mesma tendência que nos outros mercados – mais rigor na subscrição de riscos e maior atenção à sustentabilidade futura; o baixo nível de cobertura de riscos catastróficos é simultaneamente uma ameaça e uma oportunidade! A importância da consultoria em prevenção de riscos e gestão de crise junto dos clientes é cada vez maior.”

Apontando por exemplo o incidente recente que afetou websites do grupo Impresa, o responsável da Howden diz que o risco Cyber “é uma bomba latente que vai tendo alguns estoiros aqui e ali, deixando-nos de sobreaviso para a probabilidade de um acontecimento de efeito sistémico que pode atingir proporções catastróficas. Isto preocupa os Seguradores em todo o mundo, que por um lado querem dar suporte às necessidades do mercado, mas por outro têm que cuidar da sua sustentabilidade. É uma área de negócio muito exigente, que cada dia mais será prioritária para todas as empresas e que requer tratamento por profissionais especializados, nomeadamente na consultoria de prevenção de riscos e na gestão de crise,” considera João Mendonça.

"Para 2022, as expectativas apontam para um equilíbrio (de preços) entre um cenário de risco altamente fluido, por um lado, e resultados de subscrição fortes, por outro”

Times are a-changin' - report

Howden Broking Group

Capacidade de subscrição abundante para desafios mais complexos

Depois de, no início de 2021, ter cunhado o seu relatório anual (sobre renovações de resseguro) sob o título Hard Times, retratando o choque produzido por uma confluência de fatores (pandemia global; tensões geopolíticas; incerteza nos mercados de capitais; maior frequência de catástrofes naturais e crescente preocupação face às alterações climáticas), a corretora independente assume que alguns desses elementos “se dissiparam nos últimos 12 meses,” embora muitos dos seus efeitos perdurem.

Com referência a 1 de janeiro, momento clássico de análise anual à evolução de preços no setor, a Howden escolheu Times are a-changin’ para título do relatório deste ano, por forma a realçar precisamente o fator “mudança,” que classifica como estrutural e “omnipresente” no contexto de desafios atuais. Perspetivando um mix de riscos de perigosidade secundária agravada, inflação crescente, inflação social temporariamente subvalorizada e um mercado cibernético perturbado, a companhia vê mais complexidade num “ambiente de subscrição já complicado”.

Em termos globais, se em 2021 o seguro comercial registou uma taxa ponderada de 12% de aumento do prémio, com alguma moderação” na maioria das linhas de negócio ao longo do ano e não obstante os sucessivos aumentos anuais, “os operadores continuam a utilizar a sua capacidade de forma cautelosa,” assinala a Howden.

Para 2022, as expectativas apontam para um equilíbrio (de preços) entre um “cenário de risco altamente fluido, por um lado, e resultados de subscrição fortes, por outro.” As melhorias nas margens de negócio poderiam ajudar a compensar a pressão de aumentar taxas em 2022, sugere a companhia notando que os compradores (de seguros) se confrontam com quatro anos consecutivos de subida de preços.

"previsão inicialmente estimada de 100 mil milhões de dólares de perdas para a indústria [por causa da Covid-19], parece agora manifestamente improvável

Times are a-changin’ – report

Howden Broking Group

Embora sob cenário macroeconómico incerto e uma correção sem precedentes nos últimos 20 anos, o mercado apresenta-se, em 2022, bastante “resiliente” e “saudavelmente capitalizado” (26 mil milhões de dólares de capital fresco entraram no setor, biénio 2020/21) para gerir desafios de eventuais perdas. Em termos de capacidade de subscrição de risco, o relatório do Howden Broking Group fala de “abundância” e recorda que o setor fechou 2021 com 421 mil milhões de dólares de capital dedicado ao resseguro, um novo recorde.

Covid-19 custa aos seguros globais menos de metade do previsto há 2 anos

Cerca de 40 mil milhões de dólares (39 mil milhões de euros ao câmbio corrente) é o valor de perdas para a indústria seguradora por conta da Covid-19, aponta o mesmo relatório. Prejuízo que é terceiro valor mais elevado da história, supera o custo de danos causados por outras catástrofes como furacão Katrina ou os ataques terroristas de 11/9 de 2001, em Nova Iorque.

Considerando a previsão inicialmente estimada de 100 mil milhões de dólares de perdas para a indústria, avançada no princípio da pandemia (quando há dois anos se noticiaram cancelamento de eventos e encerramento de muitos negócios), essa estimativa parece agora “manifestamente improvável,” mesmo admitindo que subsiste ainda elevada incerteza sobre os efeitos do evento, sustenta o Howden Broking Group.

Para “clarificar” esta assunção e reforçando a ideia de complexidade associada à tríade de riscos (3 “C”), a corretora internacional recorda que, com mais de 35 mil milhões de dólares de perdas (re)seguradas da COVID-19 anunciadas em 2020 (90% dos quais incidindo sobretudo no mercado de P&C, por cancelamento de eventos e cobertura de interrupção de negócios), em 2021 verificou-se montante “muito reduzido” de perdas relatadas, período em que apenas se contabilizaram 1,2 mil milhões de dólares em perdas adicionais de P&C até ao 3º trimestre do ano passado, enquanto as compensações no ramo de Vida aumentaram em 5,5 mil milhões de dólares, com probabilidade de se prolongarem em 2022 por conta do “impacto persistente do vírus na morbidade e mortalidade”.

Desde o início da crise pandémica, muitas seguradoras passaram a aplicar exclusão do risco Covid-19 nas suas apólices e, existindo um limite para cobrir cancelamento de eventos, existem também limites para cobertura de ações cíveis, “quando se atinge 40 mil milhões (de dólares), esgota-se tudo o que foi subscrito”, afirmou David Flandro, especialista de atuarial e Head of Analytics na Howden, citado num artigo da Reuters.

Atividade M&A: “Estamos com pipeline muito interessante para 2022”

Presente em Espanha há mais de 20 anos e com sucursal em Portugal desde 2016, o grupo britânico de corretagem e consultoria também é ativo nos (re)seguros de fusões-aquisições, em particular na área transacional (W&I- Warranties and Indemnities), cobertura muito utilizada nas operações M&A, atividade em que recentemente apontou boa dinâmica de notificações no mercado ibérico.

2021 “foi um ano muito bom e de crescimento para o M&A a nível global, apesar das expectativas relativamente moderadas no início do ano,” diz ao ECOseguros. Particularizando o caso português João Mendonça refere que “a tendência de aquecimento do mercado sentiu-se particularmente na segunda metade do ano”. A nível Ibérico, “embora ainda esteja a ser feita uma análise dos números finais que será publicada no nosso relatório anual, a nossa expectativa aponta para um crescimento em todos os índices (número de apólices colocadas, deal value total, etc), tanto em transações operacionais como de real estate.”

O responsável da Howden Portugal revela que, depois de “operações muito relevantes” em 2021, e partilhando perspetivas enquanto agente neste segmento “posso confirmar que estamos com um pipeline muito interessante para 2022. Temos assistido a um crescente interesse do mercado noutras soluções para riscos específicos, essencialmente em contexto transacional (embora não só) – como sejam temas de Tax, Title Insurance, Riscos Contingentes ou matérias Ambientais”.

A Howden em Portugal concluiu 2021 com “crescimento orgânico significativo, e sobretudo temos tido um grande sucesso em consolidar a nossa imagem em Portugal junto dos agentes do setor e das empresas. Tendo em conta o pipeline atual, 2022 vai confirmar um crescimento e consolidação ainda mais significativos.” Disse ainda que espera “confirmar a trajetória de crescimento orgânico que estabelecemos antes: apostar em talento e desenvolver capacidades de distribuição local das soluções cujo know how dominamos e nos diferenciam (…), e sempre atentos à possibilidade de crescimento por aquisição,” complementou o responsável da unidade portuguesa da Howden Iberia.

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APS começa 5 cursos de formação para seguros em janeiro

Finanças, o European Green Standard, proteção jurídica, sinistros em Acidentes Pessoais e regulamento SFDR são temas que terão cursos de formação a começar ainda este mês de janeiro.

A Associação Portuguesa de Seguros vai dar início este mês de janeiro a 5 cursos de formação destinados a profissionais do setor segurador.

Com toda a informação disponível no site da Academia Portuguesa de Seguros, parte da APS, os temas das formações a terem lugar ou início tratam de finanças, do European Green Standard, proteção jurídica, sinistros em Acidentes Pessoais e regulamento SFDR.

Os cursos são os seguintes:

  • Curso de especialização em Contabilidade, Fiscalidade e Planeamento no Setor Segurador. A ter lugar entre 11 janeiro a 30 junho 2022 é um programa formativo assente em módulos interdependentes realizados a distância, complementados com um workshop presencial final. O curso permite a atribuição de créditos aos Contabilistas Certificados por parte da OCC – Ordem dos Contabilistas Certificados.
  • Regulamento da Taxonomia e o European Green Bond Standard . Tem lugar a 24 janeiro entre as 09.30h e as 12.45h e vai focar Regulamento da Taxonomia – Regulamento (UE) n.º 2020/852 relativo ao estabelecimento de um regime para a promoção do investimento sustentável e o European green bond standard. É uma oportunidade para conhecer o enquadramento da Taxonomia Europeia e dos objetivos da mesma e compreender a classificação de uma atividade como ambientalmente sustentável. Serão ainda abordados os aspetos centrais do European green bond standard.
  • Seguros de Proteção Jurídica. Realiza-se em 25 e 27 janeiro entre as 17.30h e as 19.30h e vai proporcionar conhecimentos técnicos básicos sobre esta modalidade de seguro, que possibilite aos formandos um quadro comparativo e ferramentas básicas de análise e aplicação prática do produto, por meio de uma abordagem de análise de conceitos e estudo de caso.
  • Acidentes Pessoais – Subscrição e Regularização de Sinistros. Em dois dias consecutivos, 27 e 28 janeiro, das 9.30h às 13h , a formação proporciona formação técnica e possibilita aos formandos a aquisição, aperfeiçoamento ou atualização de conhecimentos teóricos e práticos sobre os seguros de acidentes pessoais, incidindo na crescente importância e desenvolvimento desta modalidade, no enquadramento técnico-jurídico, na subscrição do seguro de acidentes pessoais e na gestão de sinistros.
  • Regulamento SFDR relativo à divulgação de informações relacionadas com a sustentabilidade no setor dos serviços financeiros. Realiza-se a 31 de janeiro 2022 das 9.30h às 12.45h e fornece uma visão detalhada sobre o quadro de novidades e deveres que o Regulamento 2019/2088, em articulação com as RTS, impõem no universo de entidades representadas pela APS, visando realizar, nomeadamente, uma introdução aos objetivos da iniciativa europeia, principais conceitos, concretização dos novos deveres e a sua relevância para o setor segurador, requisitos ao nível das entidades, requisitos ao nível do produto, e principais medidas e passos a ter em consideração na implementação do novo regime legal das finanças sustentáveis.

Todas as informações podem ser obtidas aqui .

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As resoluções de Ano Novo das PME portuguesas

Da normalidade à sustentabilidade, passando pela engenharia ou pelo digital, conheça os desejos formulados por empresários e gestores para 2022, onde entra o talento e saem votos para as eleições.

A entrada num novo ano costuma ser também um período de reflexão sobre o presente e de fixação de metas para um ciclo que se inicia. Aproveitando o dobrar do calendário, o ECO convidou 13 líderes de pequenas e médias empresas (PME) portuguesas a expressarem os “desejos” para o país e para a economia nacional em 2022, alinhados ou não com as metas do negócio e com as especificidades do setor em que atuam.

Normalidade, normalidade e normalidade. Pedro Raposo, chairman da PRA – Raposo, Sá Miranda & Associados, pede “normalidade para as pessoas, que possam viver sem o receio constante do vírus, para que se sintam seguras em fazer planos para o futuro e viver em plena liberdade”; e também para as empresas, negócios e organizações “não [estarem] sujeitos a variações inesperadas, a sucessivas reorganizações, encerramentos de atividade e outras limitações”.

O porta-voz da sociedade de advogados fundada em 2001, que fatura dez milhões por ano e emprega 170 pessoas em Lisboa, Porto, Faro, Leiria, Ponta Delgada e Évora, deseja ainda que a normalidade se estenda à generalidade dos portugueses, “para que não se agravem mais as desigualdades sociais e económicas e que o país possa retomar o seu crescimento sustentável”.

Pedro Raposo, chairman da PRA – Raposo, Sá Miranda & Associados

“É fulcral que todo o ecossistema de PME consiga cada vez mais ser forte no digital. Essa força vai posicionar e dar destaque ao país enquanto polo de digitalização, e isso só vai trazer impactos positivos para os negócios”, reclama Pedro Barbosa, CEO da Wise Pirates, sublinhado que a melhor forma de explorar a internacionalização é também através do digital.

Para o gestor da agência de marketing digital sediada no Porto “é urgente acompanhar os investimentos tecnológicos com novos processos e um mindset digital, que inclua capacidade analítica forte”. Por isso, uma resolução de Ano Novo é a “formação e capacitação massiva em digital de todas as pessoas nas empresas, sem nenhuma exceção nem pretexto”.

Pedro Barbosa, CEO da Wise Pirates

Na margem Sul do rio Douro, Teresa Guedes, diretora do Zoo Santo Inácio, que emprega 45 pessoas e fatura dois milhões por ano, deseja que a conservação da biodiversidade e a preservação da natureza sejam temas “importantes e prioritários em muitas decisões governamentais” e espera em 2022 ver “mais pessoas despertas para esta temática, que queiram fazer a diferença, com simples gestos”, pois “só garantindo a sustentabilidade ambiental poderemos falar de uma economia próspera, saudável e robusta”.

No entanto, a diretora deste parque zoológico aberto desde 2000 em Avintes (Vila Nova de Gaia), gostaria que “certas medidas tomadas fossem mais sensatas (e menos extremistas), vendo todas as variantes da equação”, dando até o exemplo da erradicação total do plástico que teria “efeitos nefastos para o ambiente, para as florestas e para o consumo de água”. A fechar, mais um desejo: que os projetos de investigação “incríveis” que existem no país e em espaços de conservação contassem com mais apoio político e financeiro.

Teresa Guedes, diretora do Zoo Santo Inácio

A partir do mesmo concelho nortenho, o CEO da Ecoinside, António Cunha Pereira, coloca parte das fichas na simplificação, na desburocratização e na digitalização da economia para que “tudo se torne mais simples, os processos sejam mais eficientes, dependamos menos de burocracias e consigamos fazer mais e melhores projetos em menos tempo”. Sem esquecer a aposta nas energias renováveis, setor em que atua a empresa criada em 2006, que tem 17 trabalhadores e soma dois milhões de vendas por ano.

“Há ainda muito por fazer e só assim, eliminando a nossa dependência pelos combustíveis fósseis, poderemos garantir um futuro sustentável social, ambiental e economicamente. (…) E sublinho a necessidade a cada dia crescente da implementação do conceito de smart city em todas as cidades portuguesas, tendo como palavras de ordem a eficiência energética, o recurso a energias renováveis, a mobilidade elétrica, as novas tecnologias ao serviço das pessoas”, completa o gestor.

António Cunha Pereira, CEO da Ecoinside

Além de desejar que 2022 seja o ano em que as fontes renováveis consolidem o seu crescimento para o país ficar cada vez mais amigo do ambiente e independente energeticamente, Gonçalo Sousa Soares aposta na alta-velocidade ferroviária e na construção do novo Aeroporto de Lisboa para “dotar o país de infraestruturas que lhe garantam mobilidade e ligação ao exterior”. Por isso, pede “encarecidamente a toda a classe política para não gastar mais tempo e dinheiro com projetos que ficam sistematicamente na gaveta”.

O cofundador e administrador da Afaplan, que ganhou contratos de 18 milhões na ferrovia e nas renováveis brasileiras, aponta, porém, como “desejo maior” a reestruturação da indústria da construção em Portugal para que se torne de novo um setor estratégico, calculando que perdeu 45% da mão-de-obra desde 2008, ou seja, 240 mil pessoas, e deixou fugir quadros qualificados para o estrangeiro.

Gonçalo Sousa Soares, administrador da Afaplan

“Desejo muito que em 2022 seja criado um plano nacional – com acordo pluripartidário que garanta estabilidade, mesmo em caso de mudanças políticas. O Estado deve uniformizar os investimentos do PRR no tempo e criar condições para que os privados tenham interesse em investir, as Universidades devem estar mais próximas das empresas, ouvindo-as e adaptando-se em função das expectativas do mercado e as empresas têm de se estruturar e preparar para as exigências pedagógicas e digitais que as capacitem para o futuro da indústria”, detalhou.

Recrutar e reter talento entra na lista de desejos

Em Aveiro, Carlos Breda espera que este ano já seja possível visitar os clientes e parceiros e recebê-los nas instalações da Bresimar Automação, reforçando que é preciso que o otimismo e a confiança retornem à economia, permitindo investimentos por parte das empresas, a normalização da cadeia de abastecimento, a estabilidade e confiança nos mercados e uma visão focada em novos projetos.

O líder do grupo que detém a Tekon Electronics, que ganhou um concurso para controlar a qualidade do sangue na Letónia, coloca igualmente a atração e retenção de talento como prioridade e deseja que “o país seja capaz de adequar a oferta à procura de talento, com mais sinergias entre o Ensino e o tecido empresarial, e que simultaneamente existam condições que incentivem e estimulem a retenção dos colaboradores, com planos de carreira a longo prazo”.

Carlos Breda, CEO da Bresimar Automação

A criação de mais condições para atrair jovens talentos para a Engenharia Civil – “enfrenta hoje uma escassez de mão-de-obra que compromete a adequada resposta aos investimentos previstos no país, inclusive no âmbito do PRR”, dramatiza Davide Borges -, encabeça precisamente a lista de resoluções de Ano Novo do COO da Riportico, fundada em 2004 e sediada em Cabanas de Viriato (Viseu), que faturação cinco milhões de euros e dá emprego a mais de 220 pessoas, incluindo os prestadores de serviços.

Outros votos para este ano são o reforço da digitalização na Engenharia Civil e crescimento deste segmento, considerando que “só desta forma será possível reduzir-se cada vez mais os custos de construção e aumentar a qualidade das infraestruturas”; e a “maior mobilização na adoção de práticas mais sustentáveis” que são necessárias ao cumprimento da meta de redução de 55% das emissões de carbono em 2030, para ser atingida a neutralidade carbónica até 2050.

Davide Borges, COO da Riportico Engenharia

Reter talento, em particular talento jovem, é crucial para a competitividade das empresas e da economia. Só assim poderemos promover a inovação e a criatividade, essenciais num mercado que evolui de forma acelerada, impulsionado pela tecnologia”, concorda Mário de Sousa, administrador da Portocargo, para quem é também “urgente uma intervenção séria e eficaz que proteja a atividade e as empresas transitárias, assegurando as condições para que as PME nacionais possam garantir, em condições financeiras e temporais competitivas, a importação e exportação das matérias-primas e respetivos produtos”.

O maior equilíbrio na distribuição de rendimentos – implica “reduzir desigualdades entre classes de empregados superprotegidas e outras superprecárias, ambas negativas” – e a criação de “empregos atrativos, com salários dignos e em organizações com um propósito claro” são desejos de João Henriques, sócio da Iberis Capital. Outro é o aumento da produtividade, que diz passar por fomentar o investimento, com especial foco na inovação e I&D, garantir a estabilidade dos regimes fiscais e regulatórios, apostar na educação e formação ou alocar recursos aos setores onde a produtividade é maior”.

João Henriques, sócio da Iberis Capital

“Finalmente, desejamos que o país continue a melhorar a qualidade das suas instituições. Isto aplica-se ao sistema político, aparelho do Estado, sistema de justiça, reguladores, universidades e outros agentes públicos, mas também a investidores, gestores, sindicatos, jornalistas, setor social e outros agentes privados. É importante ter consciência de que o bom governo e a melhoria da qualidade de atuação em todas as esferas são condições necessárias (e talvez conjuntamente suficientes) para os três desejos expressos”, frisa o sócio da sociedade de capital de risco fundada em 2017, que conta com 18 colaboradores em Lisboa.

Votos para o voto nas eleições legislativas

O controlo da pandemia é uma resolução expressa pela maioria dos empresários e gestores consultados pelo ECO. É o caso de Paulo Pimenta, CEO do KuantoKusta, que tem escritório em Vila do Conde e 70 trabalhadores, e que deseja que o comércio eletrónico continue a crescer, pois “irá permitir uma maior concorrência entre as lojas, preços mais competitivos nesta época de grande volatilidade, uma maior oferta de produtos e uma melhoria na qualidade de serviço para os portugueses”.

Mas a poucos dias das legislativas de 30 de janeiro são também vários os que não esquecem o contexto eleitoral. O porta-voz deste comparador de preços criado por três irmãos lusodescendentes, que fatura anualmente cinco milhões de euros, espera que saia das urnas “um governo forte e independente” para tomar “decisões necessárias e urgentes” que faz questão de elencar: “Uma fiscalidade menos forte para as pessoas e as empresas; maior incentivo ao investimento nacional e estrangeiro para criação de emprego qualificado; e maior controlo das contas públicas para que possamos iniciar a baixa da dívida”.

Paulo Pimenta, CEO do KuantoKusta

Nuno Machado, CEO da YDigital Media, tem também como primeiro desejo “virar a página no combate à pandemia” e o segundo no campo político, esperando que as próximas eleições legislativas tragam “a estabilidade política necessária”, com o argumento de que “não podemos andar a saltar entre sucessivas crises com Governos sustentados por coligações instáveis, sem um projeto reformista claro e mobilizador”. “Mais do que táticas e contabilidade política, é urgente sufragarmos uma ideia de país”, acrescenta.

“O terceiro desejo é de ação. O próximo Governo tem de apostar em tirar Portugal da cauda da Europa, potenciar o crescimento económico e valorizar um modelo que não esteja assente em alta carga fiscal penalizadora tanto das empresas como dos trabalhadores. É nesse novo país, potenciador do empreendedorismo e da inovação, que a YDigital quer criar valor e cada vez mais postos de trabalho”, resume o líder da agência que no final do verão assegurou garagem e transportes para incentivar os colaboradores a voltarem ao escritório no Parque das Nações.

Nuno Machado, CEO da YDigital Media

Também Vasco Varela está preocupado com a estabilidade legislativa e fiscal, adivinhando “possíveis acordos que viabilizem o próximo governo” e que podem assustar os investidores nacionais e estrangeiros. Antevendo o aumento das taxas de juro e “cenários recentes que nos levaram a medidas de austeridade”, o diretor de projetos e desenvolvimento de negócio do Grupo Fortera aponta à redução da despesa do Estado, além da “redução substancial dos impostos” para compensar as pessoas pelo aumento generalizado dos preços e conferir às empresas capacidade de investimento e criação de emprego.

Vasco Varela, diretor de Projetos e Desenvolvimento de Negócio do Grupo Fortera

“Acreditando que o pior da pandemia já passou, mas que por outro lado iremos sentir em breve pesados impactos económicos da mesma, será muito importante aproveitarmos as oportunidades que nos apresentam com o PRR, no sentido de reequilibrarmos a dependência da nossa economia em alguns setores e apostarmos noutros, estratégicos e que se apresentam como diferenciadores e de futuro, sempre assente nos pilares da transformação digital e a sustentabilidade”, resumiu o gestor deste grupo imobiliário fundado em 2015 no Porto, com 20 pessoas e um volume de negócios anual a rondar os 15 milhões de euros.

Finalmente, o fim da pandemia e o “regresso à normalidade de relações”, e que em 2022 Portugal “encontre o seu caminho de crescimento sustentado e consolidado, permitindo um melhor nível de vida para todos os cidadãos” são os votos de Miguel Oliveira, CEO da Edigma. Que termina com um desejo para a tecnológica de Braga criada em 2008, que fatura oito milhões por ano e emprega 80 pessoas: “Que continue a criar as mais marcantes experiências que combinam o espaço físico com o espaço digital e que, em última análise, se traduzirão em melhores experiências humanas”.

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Jerónimo acusa direita de querer entregar “negócio da doença” aos privados

  • Lusa
  • 9 Janeiro 2022

"Querem, à boleia do enfraquecimento do SNS e da exploração das necessidades das pessoas, pôr cada vez mais o Estado a sustentar os hospitais privados", defendeu Jerónimo de Sousa.

O secretário-geral do PCP acusou este domingo a direita de querer entregar “o negócio da doença” aos privados, criticando o PS por ter recusado soluções para reforçar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) “a pensar na maioria absoluta”.

Numa sessão pública da CDU, no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra (distrito de Lisboa) no âmbito da pré-campanha para as eleições antecipadas de 30 de janeiro, Jerónimo de Sousa acusou a direita, “em particular o PSD”, de não estarem preocupados com a saúde dos portugueses.

A política que a direita quer é a política do negócio da doença e do seu tratamento e nela não cabe a prevenção da doença e a promoção da saúde, que só o SNS está em condições de garantir de forma integrada”, criticou.

Jerónimo de Sousa recusou a tese da “liberdade de escolha” na saúde, que tem sido defendida por PSD e CDS-PP, considerando que esta não existe “quando o serviço público fecha a porta e a única opção está no serviço privado” e “os que não tiverem essa possibilidade ficam com a porta fechada”.

Querem, à boleia do enfraquecimento do SNS e da exploração das necessidades das pessoas, pôr cada vez mais o Estado a sustentar os hospitais privados e os grupos privados da saúde, que só sobrevivem à custa do Orçamento do Estado”, acusou. Jerónimo de Sousa estendeu as críticas ao PS, dizendo não ver da parte deste partido “vontade de afastar este plano da direita e da política de direita”.

“Não basta incluir nos discursos boas palavras sobre o Serviço Nacional de Saúde, é preciso tomar as medidas necessárias para o defender (…) O PS disse não às soluções para reforçar o SNS, porque estava a pensar nas eleições e na ambição da maioria absoluta”, criticou.

Por isso, o secretário-geral do PCP considerou que as próximas eleições “serão também uma batalha pelo direito à saúde”. “O que decide do futuro do Serviço Nacional de Saúde, sempre e em particular no futuro próximo, é a força e a influência da CDU”, afirmou.

Também noutras áreas, Jerónimo de Sousa defendeu que será o resultado da CDU em 30 de janeiro que vai determinar “se o caminho é para avançar ou para a estagnação e o retrocesso”. “Há quem diga por aí agora que só uma maioria absoluta garante a concretização de avanços. Pois é precisamente o contrário: se tivesse existido uma maioria absoluta não teria sido possível conquistar muitos destes avanços, nos salários e nas reformas, nas creches e no passe social ou na gratuitidade dos manuais escolares. O que garantiu no passado e garantirá no futuro a possibilidade de novos avanços é a força da CDU”, reforçou, contrariando a tese que tem sido defendida pelo secretário-geral do PS, António Costa.

Na área da saúde, Jerónimo de Sousa elencou algumas das conquistas da CDU, como a redução das taxas moderadoras, a reversão de parcerias público privadas para a gestão hospitalar ou o compromisso para a concretização de novos hospitais, como o novo hospital de Sintra. “Não só foi difícil conquistar estes compromissos, tal era a resistência do Governo, como vários dos compromissos assumidos não chegaram a ser concretizados ou foram-no de forma muito insuficiente”, lamentou, apontando como exemplo a contratação de profissionais “muito aquém das necessidades e das possibilidades”.

Ao contrário do que por aí vão dizendo, há profissionais para contratar. O que falta são as condições para que muitos deles se mantenham ou ingressem no Serviço Nacional de Saúde”, defendeu, recordando a proposta da CDU de criação imediata de um regime de dedicação exclusiva “em que se aumente em 50% a remuneração base de médicos e enfermeiros e em 25% a contagem do tempo de serviço para a progressão da carreira”.

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Legislativas. Administração Interna recebe segunda-feira partidos para discutir votação

  • Lusa
  • 9 Janeiro 2022

Francisca Van Dunem tem previstos encontros a partir das 10h00 com os partidos com assento na AR para discutir "as condições do exercício" do direito de voto nas eleições legislativas de dia 30.

A ministra da Administração Interna vai reunir-se na segunda-feira com os partidos com representação parlamentar para discutir “as condições do exercício” do direito de voto nas eleições legislativas de dia 30, anunciou este domingo a tutela.

O primeiro-ministro, António Costa, tinha dito em Elvas que o Governo vai ouvir os partidos para se encontrarem “as melhores soluções” para que, apesar do aumento do número de infeções por SARS-CoV-2, “o maior número de pessoas possa votar”.

António Costa realçou que as soluções a adotar para os casos de pessoas em isolamento terão que ter em conta as normas, notando que “a lei limita os horários e várias das possibilidades que têm sido aventadas”, sem precisar quais. “Não podendo haver alteração da lei, temos que, dentro do quadro da lei, encontrar as melhores soluções para garantir o fundamental, que é que o maior número de pessoas possa votar”, insistiu.

Por outro lado, o chefe do Governo frisou que o atual número de casos de Covid-19 demonstra que “o risco que era previsto no início da semana passada tem vindo a minorar”, esperando que “a reabertura com cautela na segunda-feira, não prejudique esta evolução”.

Segundo um comunicado do Ministério da Administração Interna, na manhã de segunda-feira Francisca Van Dunem tem previstos encontros de meia hora cada um a partir das 10h00, começando com a Iniciativa Liberal, seguida do Chega, Verdes, PAN e CDS. À tarde, estão previstos encontros com uma hora de duração, começando às 15h00 com o PCP, seguido do Bloco de Esquerda, PSD e PS.

Portugal regista este domingo mais 61 pessoas internadas com Covid-19, num total de 1.449, e 26.419 novos casos de infeção e 22 mortes nas últimas 24 horas, segundo o boletim da Direção-Geral da Saúde. Em unidades de cuidados intensivos, encontram-se internados 150, menos três do que no sábado, e os casos diários de infeção baixaram de 31.541, no sábado, para 26.419. Desde março de 2020, morreram 19.113 pessoas e foram contabilizados 1.639.846 casos de infeção em Portugal, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.

A Covid-19, doença respiratória provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2 detetado no final de 2019 na China, provocou 5.478.486 mortos em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

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Fidelidade lança tablet para ligar seniores aos familiares e assegurar acesso a serviços

  • ECO Seguros
  • 9 Janeiro 2022

O dispositivo, vendido com ou sem seguro associado, traz internet e videochamadas ilimitadas e reúne funcionalidades como comunicação e entretenimento e acesso a serviços de assistência e apoio.

O “ALÔ by Fidelidade” é a mais recente solução tecnológica da seguradora, “dedicada exclusivamente a combater o isolamento social e a fomentar a inclusão tecnológica da população com mais de 65 anos“, sobretudo no atual contexto de pandemia.

O dispositivo, um tablet especificamente desenhado para a população sénior, pretende responder “às principais necessidades dos avós e dos pais em termos de comunicação, entretenimento e assistência médica, pessoal e ao lar no domicílio. O tablet está também ligado a uma aplicação para cuidadores, disponível nos sistemas Android e iOS, que permite um maior acompanhamento das famílias,” explica a companhia.

O ALÔ by Fidelidade é um projeto inovador que a Companhia lançou assente no compromisso de proteger as famílias portuguesas em todos os momentos da sua vida, permitindo inclusive que possam estar sempre em contacto, sobretudo considerando o momento que o país ainda vive,” realça Daniel Riscado, do Center for Transformation da Fidelidade.

Desenvolvido com tecnologia da GrandPad, o ALÔ by Fidelidade “está disponível através de um tablet com internet e videochamadas ilimitadas”, que facilita a comunicação entre a família através de um software intuitivo de acesso a diversas funcionalidades:

  • Comunicação: para videochamadas, bem como para receber e partilhar fotografias com a família e amigos (registados na aplicação do cuidador);
  • Entretenimento: jogos, música, internet, notícias, informação e álbum de fotografias;
  • Assistência e Apoio: acesso a variada rede de prestadores de serviços que disponibilizam serviços de assistência e limpeza do lar por profissionais qualificados; assistência pessoal para cuidados especiais (como transporte não urgente ou equipamento de apoio) e de bem-estar ao domicílio (como costura, engomadoria, cabeleireiro, manicure e pedicure ou entrega de refeições);

Além destes, o dispositivo proporciona ainda acesso a assistência médica com acompanhamento à distância ou ao domicílio e apoio ao cuidador, através do acompanhamento a consultas médicas ou ao domicilio após hospitalização (mediante prescrição médica) ou mesmo descanso do cuidador.

O acesso à Internet, através de Wi-Fi ou cartão de dados móveis (meo), é uma das 12 funcionalidades disponibilizadas com o tablet (ecrã de 8 polegadas). Fonte da Fidelidade disse ao ECOseguros que o software “foi sujeito a inúmeros testes de usabilidade e está, atualmente, adaptado às necessidades dos seniores permitindo, simultaneamente, ao cuidador a personalização das definições de acordo com as condições e características do utilizador.”

Atualmente a subscrição pode fazer-se em duas modalidades: subscrição com ou sem seguro de Acidentes Pessoais associado. Com seguro, o ALÔ pode ser subscrito em 8 mediadores selecionados (por exemplo Vila Viçosa, Arruda dos Vinhos, Amadora, Malveira e Lousã) ou em 8 agências da Fidelidade, entre as quais Viseu, Vila Real, Maia, Loures, Oeiras e Setúbal.

A subscrição com seguro custa ao cliente 29,90 euros por mês durante a anuidade do seguro Acidentes Pessoais. Sem seguro, existe um valor de ativação – 89,90 euros, que inclui 3 meses de subscrição e, a partir do 3º mês, os clientes pagam uma subscrição mensal. Em qualquer uma das modalidades o tablet “adota um regime de comodato durante o período de subscrição” e o produto tem fidelização de 6 meses.

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