Consumo de cimento sobe 5,3% e licenças para fogos novos 11,8% até novembro

  • Lusa
  • 26 Janeiro 2022

O consumo de cimento subiu 5,3% até final de novembro, e as licenças para fogos novos 11,8%, segundo a “Síntese Estatística da Habitação” da AICCOPN. Licenciamento residencial cresce 9,5%.

O consumo de cimento no mercado nacional aumentou 5,3% até final de novembro de 2021, em termos homólogos, tendo as licenças para fogos novos subido 11,8%, divulgou esta quarta-feira a AICCOPN.

De acordo com a “Síntese Estatística da Habitação” da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), até ao final do mês de novembro o consumo de cimento no mercado nacional totalizou 3,507 milhões de toneladas, o que traduz um aumento de 5,3%, em termos homólogos.

Ao nível do licenciamento residencial, nos primeiros 11 meses de 2021 assistiu-se a um crescimento de 9,5% do número de obras de construção nova ou de reabilitação licenciadas pelas câmaras municipais, em termos homólogos.

Já no número de fogos licenciados em construções novas neste período, registou-se um aumento homólogo de 11,8%, para 25.621.

Relativamente ao novo crédito para aquisição de habitação concedido pela banca, até final de novembro totalizou 13.773 milhões de euros, o que corresponde a um acréscimo de 35,2% face aos 10.186 milhões de euros apurados há um ano.

Quanto ao ‘stock’ de crédito à habitação detido pelas instituições financeiras, observa-se no mês de novembro um aumento homólogo de 1,9%, para 96.581 milhões de euros.

A AICCOPN reporta ainda que, no mês em análise, o valor mediano da avaliação da habitação para efeitos de crédito bancário registou uma valorização de 11,2% em termos homólogos, em resultado de acréscimos de 11,9% nos apartamentos e de 8,1% nas moradias.

Analisando a evolução na Área Metropolitana de Lisboa, o número de fogos licenciados em construções novas nos 12 meses terminados em novembro de 2021 foi de 5.972, um aumento de 15,2% face aos 5.185 alojamentos licenciados nos 12 meses anteriores.

Destes, 9% eram de tipologia T0 ou T1, 24% de tipologia T2, 44% de tipologia T3 e 23% de tipologia T4 ou superior.

Quanto ao valor de avaliação bancária na habitação verificou-se, nesta região, uma variação homóloga de 11,1% em novembro.

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Governo aprova regulamento da Comissão Consultiva de Obras de Arte em Obras Públicas

  • Lusa
  • 26 Janeiro 2022

Foi publicado o despacho que regulamenta a gestão e funcionamento da Comissão Consultiva de Obras de Arte em Obras Públicas, que irá apreciar as propostas de integração de arte nestes empreendimentos.

O despacho que regulamenta a gestão e funcionamento da Comissão Consultiva de Obras de Arte em Obras Públicas, que irá apreciar as propostas de integração de arte nestes empreendimentos, é esta quarta-feira publicado em Diário da República (DR).

A aprovação do regulamento surge no seguimento da publicação do decreto-lei, em novembro de 2021, para estabelecer o regime de integração de obras de arte em obras públicas, “para fruição pública”, em vigor desde 1 de janeiro deste ano.

De acordo com a medida, anunciada pelo Governo em abril do ano passado, o valor das obras de arte a incluir em obras públicas, orçamentadas acima de cinco milhões de euros, pode ser superior a 1% do preço base da empreitada.

No despacho n.º 1030/2022, no DR n.º 18/2022, Série II, emitido pelo gabinete da ministra da Cultura, são detalhadas as normas que vão guiar os procedimentos para acompanhar as propostas apresentadas pelas entidades, a incluir nas obras públicas, com o objetivo de “valorizar e promover a arte contemporânea no território”, e a composição da comissão consultiva.

O regime estabelece, “como regra, a obrigação de, nos contratos de empreitada e de concessão de obras públicas de valor igual ou superior a 5 milhões de euros, o Estado, os institutos públicos e as empresas públicas do setor empresarial do Estado preverem a integração de obras de arte no valor correspondente a 1 % do preço base dos contratos a celebrar”.

A entidade adjudicante procede à escolha do artista e respetiva obra de arte, e a comissão consultiva terá por missão “coadjuvar as entidades adjudicantes na escolha do tipo de obras de arte e dos artistas”.

De acordo com o regulamento, caberá à comissão “pronunciar-se sobre a área artística, a tipologia das obras de arte a integrar na obra pública ou o artista que conceba, produza e/ou execute obras adequadas a integrar na obra pública”.

A Comissão funcionará na dependência do membro do Governo responsável pela área da Cultura, e será composta por um representante da Direção-Geral das Artes, que coordena; três especialistas, a indicar pela Direção-Geral das Artes; dois representantes de universidades, na área das Belas-Artes ou noutras áreas artísticas, a indicar pelo Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas; um representante da Ordem dos Arquitetos; um representante da Ordem dos Engenheiros; e um representante das associações da área das artes visuais, a convidar pela Direção-Geral das Artes.

O mandato dos membros da comissão é de três anos, e será possível “solicitar pontualmente a colaboração, a título gratuito, de outros serviços ou organismos públicos, bem como de outras entidades, instituições, associações ou personalidades de reconhecido mérito”.

As deliberações da comissão serão tomadas por maioria simples dos votos dos membros presentes em reunião, tendo o coordenador voto de qualidade.

As entidades adjudicantes, ou as entidades adjudicatárias, no quadro do regulamento, deverão solicitar a consulta da comissão através de requerimento escrito, com proposta fundamentada, e a comissão reúne-se depois para apreciação.

Após execução das obras, caberá à Direção-Geral das Artes criar e dinamizar roteiros de arte pública, “incluindo as obras de arte integradas nas obras públicas, como fator de descentralização e democratização da cultura e de promoção da coesão territorial”, indicava o decreto-lei publicado em novembro de 2021.

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Berlim baixa para 3,6% previsão de crescimento do PIB alemão em 2022

  • Lusa
  • 26 Janeiro 2022

O Governo alemão reviu em baixa a previsão de crescimento do PIB para 2022. Aponta agora para um salto de 3,6%, menos 0,5 p.p. do que tinha anteriormente projetado.

O Governo alemão baixou para 3,6% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha para este ano, menos 0,5 pontos percentuais face às estimativas anteriores, foi anunciado esta quarta-feira.

Ao apresentar o relatório económico anual ao Parlamento, o ministro das Finanças alemão, Robert Habeck, afirmou que as consequências da pandemia ainda se fazem sentir e muitas empresas estão a lutar, mas que economia é forte e que o Governo conta com um crescimento de 3,6% este ano.

O anterior governo alemão tinha previsto em outubro – antes da formação do atual executivo chefiado por Olaf Scholz – um aumento do PIB até 4,1% em 2022, posteriormente o Bundesbank tinha subido a previsão para 4,2% e os consultores do Governo tinham estimado mesmo um crescimento de 4,6%.

A revisão em baixa deve-se em grande parte ao impacto da variante Ómicron que levou a um aumento acentuado dos contágios na Alemanha que se espera que tenha um impacto na atividade económica, especialmente através do aumento das baixas por doença. No entanto, o relatório prevê que com o progresso da vacinação a situação irá melhorar, de modo que se pode esperar uma recuperação clara a partir de abril.

O Governo também espera que o desemprego caia para 5,1% este ano, menos 0,6 pontos percentuais. Habeck acrescentou que agora devem ser lançadas as bases para uma saída rápida da crise, o que exigirá investimentos e uma maior eficiência. A fim de assegurar a competitividade e prosperidade a longo prazo, é também necessário combinar o crescimento com a proteção climática, afirmou.

Esta transformação é um desafio histórico, mas também uma grande oportunidade. Vamos começar este ano a transformar a economia social de mercado passo a passo numa economia de mercado social e ecológica”, disse Habeck. O relatório económico do Governo para 2022 intitula-se “Para uma economia de mercado social e ecológica” e, além das previsões habituais, descreve as orientações de política económica e financeira.

A necessidade de combinar a luta contra a crise climática com o desafio das alterações demográficas e de combinar ambos os desafios com a preservação da prosperidade significa, de acordo com o relatório, que a Alemanha precisa de grandes inovações e de alta produtividade.

Para este fim, o Governo planeia investir 3,5% do PIB em inovação e desenvolvimento e fazer mais uso do potencial da digitalização. O relatório salienta igualmente que o Governo considera a segurança social e económica como a chave para a aceitação das próximas mudanças por parte da população. Neste contexto, refere-se a intenção de aumentar o salário mínimo de nove para 12 euros por hora e as reformas previstas no domínio da assistência social.

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Petróleo supera barreira dos 90 dólares pela primeira vez desde 2014

  • ECO
  • 26 Janeiro 2022

Agravamento do risco geopolítico com ameaça de invasão russa na Ucrânia e ataques de grupo do Iémen nos Emirados impulsionam preços do barril de petróleo para máximos de 2014.

O petróleo superou esta quarta-feira a barreira dos 90 dólares por barril pela primeira vez desde 2014, perante o escalar das tensões geopolíticas na Europa e no Médio Oriente, que motiva preocupações junto dos investidores em relação a uma eventual quebra na produção de barris.

Em Londres, o Brent valoriza mais de 2% para os 90,91 dólares por barril, e negoceia em máximos desde 2014, quando chegou mesmo a superar os 110 dólares. Desde o início do ano já acumula ganhos de 14%. Do outro lado do Atlântico, o crude WTI avança cerca de 2,23% para os 87,51 dólares.

O Presidente americano, Joe Biden, adiantou esta terça-feira que poderá considerar sanções pessoais contra o homólogo russo, Vladimir Putin, em caso de uma invasão russa em solo ucraniano. Já na terça-feira, o movimento iemenita Houthi lançou um míssil contra uma base dos Emirados Árabes Unidos, num novo episódio de tensão naquela região.

“A ansiedade em torno de potenciais ruturas na oferta no Médio Oriente e Rússia estão a impulsionar o mercado de petróleo”, disse Stephen Brennocj, da PVM, citado pela agência Reuters.

Petróleo continua em alta

Por outro lado, os stocks petrolíferos nos EUA subiram na última semana, registando um crescimento de 2,4 milhões de barris, contra as expectativas dos analistas, que apontavam para uma queda modesta.

Por outro lado, dentro de uma semana, há nova reunião da OPEP+, cartel que reúne os maiores produtores mundiais e outros produtores como a Rússia, para decidir um novo aumento da produção.

A OPEP+ tem vindo gradualmente a desfazer os cortes de produção que implementou em 2020, por causa da pandemia, e tem vindo a aumentar a meta mensal em 400 mil barris por dia, isto apesar das dificuldades de alguns membros em subir a produção.

(Notícia atualizada às 16h21)

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Portuguesa Kencko recebe dez milhões de dólares para continuar a crescer

  • ECO
  • 26 Janeiro 2022

Startup do setor alimentar completou uma ronda de capital Series A de dez milhões de dólares onde também participou o fundo português Indico Capital Partners.

A Kencko, uma startup portuguesa do setor alimentar, foi alvo de uma ronda de capital Series A de dez milhões de dólares, liderada pela Siddhi Capital, onde também participou a portuguesa Indico Capital Partners.

A empresa fundada por Tomás Froes produz smoothies e gomas a partir de plantas, pretendendo usar este financiamento para expandir o negócio a outros produtos inovadores. Com esta operação, a Kencko já recebeu 13,5 milhões de dólares em capital de risco.

Segundo o fundador, citado em comunicado, a Kencko foi capaz de vender dez milhões de saquetas de pó para smoothies, o equivalente a “660 toneladas de produtos frescos”. Há três anos no mercado, a Kencko garante ter crescido 500% no ano passado, tendo fechado 2021 com 360 mil clientes, mais 173% do que em 2020.

Stephan Morais, líder da Indico, diz seguir a Kencko desde os primeiros dias e vê uma “procura incrível pelos seus produtos de alta qualidade e conveniência”. Para o investidor, a Kencko é “outro exemplo de empreendedores portugueses com mentalidade global e operações significativas tanto em Portugal como nos EUA”.

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Mezze Escola arranca. Inscrições para segunda edição já estão abertas

O curso de cozinha para migrantes e refugiados começou esta semana as aulas, na Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa. A próxima edição também já tem data marcada, e as inscrições já estão abertas.

O Mezze Escola já deu a primeira aula aos migrantes e refugiados que pretendem aprender sobre restauração e inserir-se no mercado de trabalho português. A formação, desenvolvida pela Associação Pão a Pão em parceria com a Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa (EHTL) e apoiado pelo programa Cidadãos Activ@s da Fundação Calouste Gulbenkian, pretende melhorar as condições de acesso ao emprego por parte de migrantes, dando-lhes ferramentas para aperfeiçoar as suas competências técnicas e sociais. A próxima edição começa em abril e as inscrições já estão abertas.

“O curso tem uma duração de seis meses, divididos entre a EHTL, com uma componente teórico-prática, e o Mezze, onde os alunos receberão formação em ambiente real de trabalho. Numa última fase, a Associação Pão a Pão fará a ponte com empregadores, promovendo a realização de estágios profissionais e oportunidades de emprego”, lê-se em comunicado.

Durante a componente teórico-prática, os formandos terão aulas de confeções básicas de cozinha, serviço de restaurante ou higiene e segurança alimentar, mas também de língua portuguesa, desenvolvimento pessoal, social e criativo, literacia financeira ou direito laboral. Estas aulas servem “para que fiquem a conhecer melhor o ambiente de trabalho onde vão estar inseridos”. No final, os formandos que concluírem o curso receberão um certificado de formação emitido pela EHTL.

A próxima formação do Mezze Escola decorre entre 26 de abril e 26 de julho de 2022, sendo que os interessados já podem preencher o formulário de pré-inscrição, através deste link. Seguem-se uma entrevista pessoal e uma seleção final dos candidatos.

A quem se dirige?

Condições de acesso:

  • Maiores de 18 anos;
  • Imigrantes, pessoas refugiadas ou requerentes de asilo;
  • Ter título de residência (definitivo ou provisório);
  • Ter NIF e NISS;
  • Algum domínio da língua portuguesa (nível A2 no mínimo);
  • Estar disponível para turnos rotativos, diurnos e noturnos.

Critérios de valorização:

  • Não beneficiar de apoio de acolhimento estatal;
  • Mulheres;
  • Jovens adultos até aos 30 anos;
  • Ter alguma experiência na área da restauração;
  • Estar em Portugal há pelo menos três anos;
  • Falar árabe;
  • Ter paixão pela cozinha/restauração.

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Banco Montepio e diretor condenados a coima de mais de meio milhão do Banco de Portugal

Banco Montepio foi multado em 475 mil euros e o responsável Jorge Barros Luís em 50 mil euros por questões relacionadas com o reporte de investimento em produtos complexos da PT. Ambos recorreram.

O Banco Montepio e o diretor Jorge Barros Luís foram condenados a coimas que superam o meio milhão de euros pelo Banco de Portugal, por questões relacionadas com investimentos em produtos complexos da Portugal Telecom, factos que ocorreram em 2015. Ambos impugnaram a decisão para o tribunal de Santarém.

De acordo com o supervisor, o banco (na altura liderado por Tomás Correia) e o diretor foram condenados a coimas de 280 mil euros e 45 mil euros, respetivamente, por “incumprimento do dever de divulgação de informação sobre requisitos de fundos próprios do risco de posição em derivados de crédito de forma exata no relatório de disciplina de mercado” pela “não contabilização e apuramento de requisitos de fundos próprios pelos swaps de risco de incumprimento sobre a Portugal Telecom International Finance BV e por ter divulgado informação inexata”.

Neste processo, a instituição financeira foi ainda condenada a uma outra coima no valor de 260 mil euros por incumprimento do dever de reporte de exposição de montante superior a 10% dos fundos próprios, de forma completa, isto “por não ter refletido a exposição total à Portugal Telecom International Finance BV como um grande risco”.

No final, atentas às várias contraordenações praticas por ambos, a instituição e o diretor foram alvos de coimas únicas de 475 mil euros e 50 mil euros, respetivamente, decisão da qual recorreram junto do Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão, em Santarém, “pelo que a referida decisão ainda não transitou em julgado”, lembra o Banco de Portugal.

Banco de Portugal aplica coimas de 1,7 milhões

Durante o último trimestre de 2021, o Banco de Portugal instaurou 92 e decidiu 40 processos de contraordenação, sendo que, no contexto das decisões proferidas, foram aplicadas coimas no total de 1,68 milhões de euros, segundo a informação divulgada esta quarta-feira.

Destas coimas, cerca de 103 mil euros estão suspensos na sua execução.

Em relação aos 40 processos decididos, 19 respeitaram a infrações de natureza comportamental, 13 tinham a ver com infrações de natureza prudencial, quatro respeitaram a infrações a deveres relativos à prevenção do branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo e outros quatro respeitaram a infrações relacionadas com atividade financeira ilícita, detalha o supervisor.

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Tribunal da Relação mantém pena de dois anos de prisão efetiva para Armando Vara

  • Lusa
  • 26 Janeiro 2022

O Tribunal da Relação de Lisboa manteve a pena de dois anos de prisão efetiva aplicada a Armando Vara por branqueamento de capitais, ao rejeitar o recurso da defesa do ex-ministro.

O Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) manteve a pena de dois anos de prisão efetiva aplicada a Armando Vara por branqueamento de capitais, ao rejeitar o recurso da defesa do ex-ministro num processo separado da Operação Marquês.

Armando Vara tinha sido condenado em primeira instância no Tribunal Criminal de Lisboa, em julho de 2021, por um crime de branqueamento de capitais.

Acordam em negar provimento ao recurso e confirmam o acórdão recorrido”, pode ler-se no acórdão do TRL proferido, a que a Lusa teve acesso, e de que foi relatora a desembargadora Alda Tomé Casimiro e adjunta Anabela Simões Cardoso.

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PwC renova sede em Portugal. Tem mais de 400 posições em aberto

Consultora adotou em Portugal um modelo de trabalho híbrido, tendo o espaço de escritório em Lisboa sido adaptado a essa nova forma de trabalhar.

A PwC renovou o escritório de Lisboa da consultora, preparando-o para os 1.200 colaboradores que estão a trabalhar neste espaço em modelo híbrido. A consultora tem 400 posições em aberto para o mercado nacional, adiantou fonte oficial da PwC à Pessoas.

A consultora não adianta o valor investido na remodelação da sua sede, situada no Palácio Sottomayor, em Lisboa, levada a cabo pela portuguesa OpenBook Architecture, corporizando os contributos do inquérito realizado junto aos colaboradores da PwC para que identificassem as principais necessidades e pontos de melhoria.

“Uma grande maioria apontou a desatualização do fit-out, outrora existente, dos pontos de vista estético e da organização do espaço. Adicionalmente, questões como a elevada percentagem de espaços fechados em gabinetes e/ou sem luz natural, ausência de espaços de trabalho colaborativo e a necessidade de atualização da sinalética e brand PwC foram fatores identificados no inquérito realizado e tidos em conta nos trabalhos de remodelação”, refere a companhia.

O espaço agora remodelado reflete esses contributos. “Existe uma diversidade enorme de necessidades de ocupação do espaço dentro da PwC. E isso tem muito a ver com o tipo de trabalho que as pessoas e as equipas realizam ao longo do dia. Por esta razão, o projeto incorporou uma grande tipologia de espaços a usar: postos de trabalho em open space, salas de reunião fechadas, salas para reuniões one-to-one, phone boots, zonas de trabalho colaborativo, áreas para reuniões informais, e zonas plug-and-work“, descreve Paulo Ribeiro, partner da PwC e responsável pelo acompanhamento dos trabalhos de remodelação realizados, citado em comunicado.

“A ideia chave é que cada uma das pessoas e das equipas tenham a flexibilidade de escolher qual o espaço que melhor se adequa ao trabalho que têm para realizar durante aquele determinado dia. Por outro lado, para facilitar esta flexibilidade e otimizar a ocupação do espaço, desenvolvemos uma tecnologia que permite efetuar a gestão da ocupação desses mesmos espaços”, acrescenta.

“Outro dos aspetos identificados como muito relevantes para as nossas pessoas prende-se com o conforto térmico e acústico, com a luminosidade e com a qualidade do ar do espaço. Para além da renovação integral da nossa estrutura de AVAC, que já estava pensada, decidimos instalar um sistema que faz a monitorização online de todas aquelas dimensões. Esta monitorização contínua permitirá à equipa de office management gerir o espaço com conhecimento baseado em dados reais e definir as iniciativas que permitam aumentar os níveis de conforto, quando devidamente diagnosticado”, refere ainda o partner da PwC.

Colaboradores em regime híbrido

Composto por sete pisos, distribuído por cerca de 8.000 m2, o espaço apresenta agora um novo layout que procura acomodar um conceito de trabalho colaborativo e ágil, para um universo de 1.200 colaboradores, que adotarão um regime de trabalho híbrido, que combina tempo em casa, no escritório e nas instalações dos clientes, “flexível em função das necessidades pessoais e dos projetos.

O modelo híbrido adotado pelos cerca de 1.800 colaboradores da PwC em Portugal — a empresa tem ainda um escritório no Porto — passa por três dias no escritório e dois em casa, precisa fonte oficial à Pessoas.

E será o modelo adotado pelos futuros colaboradores que a consultora conta recrutar ainda este ano. “Neste momento, fruto do reconhecimento do talento português e do trabalho realizado no mercado pelos clientes temos mais de 400 posições em aberto“, adianta fonte oficial da PwC à Pessoas, recordando que os colaboradores em Portugal prestam serviços para outros mercados como Inglaterra ou Médio Oriente.

Os perfis pretendidos (cada qual com várias vagas) podem ser consultados na página no LinkedIn da consultora, bem como no site da empresa (na área carreiras) que para recrutar o talento está igualmente a recorrer a empresas recrutadoras a operar no mercado.

Desde janeiro que a PwC tem a operar um novo centro de excelência. O hub arranca com cerca de 100 colaboradores especialistas em projetos de transformação SAP, mas a consultora espera chegar às três centenas de colaboradores.

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Transporte aéreo de carga superou nível pré-pandemia em novembro

Movimento de mercadorias nos aeroportos nacionais cresceu 1,2% em novembro face a 2019, seguindo a tendência internacional. Preços também estão a aumentar.

O número de passageiros nos aeroportos nacionais está a crescer de forma significativa face a 2020, mas continua muito longe dos números anteriores à Covid-19. O mesmo não acontece no transporte aéreo de carga, que em novembro superou, pela primeira vez, os níveis pré-pandemia.

O transporte de mercadorias nos aeroportos nacionais cresceu 36,3% no penúltimo mês do ano passado, quando comparado com o período homólogo de 2020. E, pela primeira vez desde a chegada do novo coronavírus, ficou também acima do mesmo mês de 2019, com um crescimento de 1,2%, indicam dados da Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC).

Este marco acontece naquela que é a “época alta” do transporte aéreo de mercadorias, entre outubro e as primeiras semanas de dezembro, em antecipação à Black Friday e ao Natal, e segue a tendência internacional de crescimento deste mercado. Os últimos dados da IATA, relativos a outubro, dão conta de um crescimento de 9,4% nas toneladas-quilómetro a nível global face aos níveis de 2019, depois de crescer 9,1% em setembro e 7,5% em agosto.

O aumento no transporte de mercadorias por avião tem sido atribuído à falta de resposta do transporte marítimo e à pressão sobre as empresas para encurtarem o prazo de entrega dos produtos, face às exigências dos consumidores. Não são apenas os volumes que têm aumentado, os preços também. As tarifas cobradas pelas companhias aumentaram em outubro (3,3%) pelo quarto mês consecutivo, superando o pico de maio de 2020.

A IATA alerta, no entanto, que os problemas nas cadeias de abastecimento e a falta de componentes, como microprocessadores, podem ditar uma quebra na produção industrial e no comércio de bens, com impacto negativo no transporte de carga.

A evolução registada em Portugal no mês de novembro deve-se sobretudo ao aumento de 2,4% face a 2019 registado no Aeroporto Humberto Delgado, que naquele mês representou 73% do movimento total. No Francisco Sá Carneiro (20% do total), os volumes ainda ficaram 4,4% abaixo.

Apesar de novembro ter ficado acima dos níveis pré-pandemia, no conjunto de 2021 os números ainda ficam aquém. Os últimos dados do INE indicam que o transporte de carga e correio cresceu 29,6% nos primeiros 11 meses de 2021 para 171 mil toneladas, um volume inferior em 10,5% face ao mesmo período de 2019.

No transporte de passageiros o crescimento face a 2020 foi de 31,8%, para 22,9 milhões de passageiros, número ainda 59,2% abaixo de 2019.

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Sonae entra no índice Bloomberg para a igualdade de género

Grupo liderado por Cláudia Azevedo junta-se a outras sete cotadas - Jerónimo Martins, Galp, EDP, EDP Renováveis, REN, NOS e BCP - no índice de transparência e boas práticas na igualdade de género.

A Sonae foi selecionada para integrar o Bloomberg 2022 Gender-Equality Index (GEI), que inclui na edição deste ano um total de 418 empresas de meia centena de setores — o financeiro, tecnológico e das utilities são os mais representados — e provenientes de 45 países e regiões, com uma capitalização bolsista combinada de 16 biliões de dólares (14,2 biliões de euros).

O grupo nortenho liderado por Cláudia Azevedo junta-se assim à NOS, à REN e a outras cotadas portuguesas, como a Jerónimo Martins, a Galp, a EDP, a EDP Renováveis ou o BCP, que já faziam parte da anterior edição deste índice que visa replicar o desempenho das empresas de capital aberto comprometidas com a prestação de informação transparente sobre as suas práticas e políticas relativas à igualdade de género.

Liderança feminina e pipeline de talento; igualdade de remuneração e paridade salarial; cultura inclusiva; políticas de prevenção contra o assédio sexual; ser uma marca pró-mulher. São estes os cinco pilares de desempenho avaliados no índice, num total superior a 70 indicadores, neste projeto da Bloomberg. Com a multinacional de origem retalhista sediada na Maia a distinguir-se, em particular, nos três primeiros indicadores e a alcançar uma pontuação global de 78%.

Assumimos o compromisso de 39% das posições de liderança serem ocupadas por mulheres até 2023. Esta decisão implica agir no imediato em diferentes etapas da carreira das nossas colaboradoras.

João Günther Amaral

Membro da comissão executiva da Sonae

Na edição de 2022, a pontuação média no GEI foi de 71%. A análise feita às 418 participantes, entre as quais algumas das principais empresas do mundo — as que têm uma capitalização de mercado de mil milhões de dólares são elegíveis para a inclusão no índice –, mostra que as mulheres ocupam 31% das cadeiras nos conselhos de administração. 72% têm um diretor para a área da diversidade e da inclusão (Chief Diversity Officer ou equivalente) e 61% exigem que a lista de candidatos para cargos de gestão seja equilibrada em matéria de género.

Sonae Tech Hub

Falando num “equilíbrio de direitos, liberdades e oportunidades”, João Günther Amaral, membro da comissão executiva, lembra que a Sonae assumiu há três anos o compromisso de ter 39% das posições de liderança ocupadas por mulheres até 2023 e que essa decisão “implica agir no imediato em diferentes etapas da carreira das colaboradoras” do grupo.

“Integrar este índice de referência mundial é um reconhecimento importante do progresso que já alcançámos e vem reforçar a nossa confiança em continuar este caminho pela igualdade”, acrescentou o administrador da Sonae, citado num comunicado enviado às redações esta quarta-feira.

29o Digital Business Congress - 21NOV19
Miguel Almeida, presidente executivo da NOSHugo Amaral/ECO

Também a NOS se estreia neste índice em 2022, reclamando que a inclusão no GEI reforça o compromisso “para com a igualdade de tratamento e de oportunidades entre todas as suas pessoas, e para com a eliminação de qualquer tipo de discriminação em função do sexo”. Objetivos que diz estarem materializados no Plano para a Igualdade de Género 2022 e na Declaração de Compromisso para a Diversidade e Inclusão da empresa de telecomunicações.

“Os princípios da igualdade, diversidade e inclusão assumem um papel central na estratégia de recursos humanos da NOS, estando intrinsecamente relacionados com a evolução, crescimento e diversificação do nosso negócio. Apostamos na captação e retenção dos melhores talentos e promovemos a igualdade de oportunidades, independentemente do género. Estamos muito conscientes do impacto que estas práticas têm na valorização das nossas pessoas e esta distinção incentiva-nos evoluir cada vez mais”, resume Miguel Almeida, CEO da NOS.

Num mundo tão dinâmico e em permanente mudança, é essencial para o sucesso que as empresas acolham a diversidade, e em particular a igualdade de género.

Andy Brown

CEO da Galp

Já Andy Brown, CEO da Galp, que volta a fazer parte do índice este ano, concorda que “num mundo tão dinâmico e em permanente mudança, é essencial para o sucesso que as empresas acolham a diversidade, e em particular a igualdade de género”. “Estamos determinados a melhorar continuamente e o GEI permite-nos acompanhar o progresso que fazemos e prestar contas por ele”, conclui o líder da empresa energética.

JM e BCP a subir na classificação

A metodologia do GEI assenta na ponderação de dois fatores: 30% para disclosure (divulgação de informação) e 70% para data excellence (desempenho). No conjunto das duas dimensões, a Jerónimo Martins obteve este ano uma classificação de 71,55%, que representa uma subida de 6,5 pontos face à última edição.

Para Susana Correia de Campos, Head of Corporate Employee Relations do Grupo Jerónimo Martins, este resultado “atesta a consistência” com que esta área é trabalhada no seio da retalhista que detém o Pingo Doce (Portugal) ou a Biedronka (Polónia) e que este “é um trabalho diário de melhoria contínua num grupo que [se] orgulha de ter 68% dos cargos de gestão ocupados por mulheres”.

É um trabalho diário de melhoria contínua num Grupo em que nos orgulhamos de ter 68% dos cargos de gestão ocupados por mulheres.

Susana Correia de Campos

Head of Corporate Employee Relations do Grupo Jerónimo Martins

Já o Millennium BCP integra o Bloomberg Gender-Equality Index pelo terceiro ano consecutivo e é o único banco português na lista. A instituição financeira sublinha que o compromisso com todos os critérios ESG (environmental, social and corporate governance) está espelhado na evolução da classificação neste ranking: 77,79% em 2020, 78,11% em 2021 e 80,76% em 2022.

“Sermos referenciados à escala global numa matéria tão relevante é um orgulho para os profissionais do Millennium BCP e constitui um claro sinal do empenho do banco em criar uma cultura empresarial que promove a igualdade de oportunidades, premeia o mérito e a qualidade do trabalho em equipa”, salienta Miguel Maya, citado numa nota de imprensa.

Miguel Maya, presidente do Millennium BCPANTÓNIO COTRIM/LUSA

O presidente da comissão executiva frisa ainda que “uma organização que valoriza a diversidade e a equidade de condições independentemente de género, raça, religião ou orientação sexual, está seguramente mais bem preparada para interpretar novos contextos e desafios, bem como para respeitar e corresponder às necessidades dos clientes num mundo complexo, global e diverso”.

(Notícia atualizada às 18:15 com a declaração de Miguel Almeida)

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Produtores de leite reclamam preço do leite indexado aos custos de produção

  • Lusa
  • 26 Janeiro 2022

Produtores de leite reclamam “aumento imediato” do preço pago ao produtor indexado aos custos de produção, e recorda que o preço do leite nacional esteve 5 cêntimos/litro abaixo da média da UE.

Os produtores de leite reclamaram esta quarta-feira que os governantes imponham à indústria e à distribuição um “aumento imediato” do preço pago ao produtor, a acompanhar os custos de produção, e a criação de um ‘observatório do leite’.

“Os produtores de leite, representados pela Aprolep [Associação dos Produtores de Leite de Portugal], consideram urgente que os governantes tenham uma palavra forte junto da indústria e distribuição para um aumento imediato do preço base a pagar ao produtor para acompanhar os custos de produção”, refere a associação em comunicado.

Adicionalmente, apelam a que o novo Governo formado após as eleições de 30 de janeiro “seja capaz de criar rapidamente um ‘observatório do leite’ e um mecanismo capaz de atualizar os contratos e indexar o preço do leite aos custos de produção”.

No comunicado, a Aprolep recorda que “os produtores de leite portugueses sofreram desde o início de 2021 sucessivos aumentos dos custos com a alimentação das vacas leiteiras, sem que ocorresse o correspondente aumento do preço do leite pago ao produtor”.

“Após sucessivos alertas da Aprolep, o Ministério da Agricultura anunciou a 6 de julho de 2021 que iria apresentar uma ‘proposta de criação’ de uma subcomissão na PARCA – Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeia Agroalimentar, para ‘monitorização e análise do setor do leite e produtos lácteos’”, lembra.

Meses depois, “a 3 de setembro, foi anunciada a ‘criação de uma subcomissão específica do setor do leite e produtos lácteos, com o objetivo elaborar propostas de intervenção que resolvam a crise e os problemas que afetam atualmente os produtores’”.

“Um ano após termos lançado os primeiros alertas, o prometido relatório foi finalmente divulgado […] e veio confirmar o que tínhamos denunciado: que o preço do leite em Portugal esteve cinco cêntimos/litro abaixo da média da UE [União Europeia] em 2021, que houve uma redução de 90% no número de vacarias ao longo de uma década (entre 2009 e 2019) e podemos acrescentar que, depois, a redução do número de produtores ainda se agravou e os que resistem estão endividados, revoltados e desanimados”, sustenta a associação.

Embora esteja preocupada com a “ausência de dados atualizados sobre os aumentos dos custos de produção registados no último ano”, a Aprolep considera, ainda assim, que este relatório é “um importante diagnóstico e um ponto de partida para mudar a realidade atual da crise” que o setor atravessa.

Neste sentido, afirma-se “disponível para dar o seu contributo para que este documento seja alvo de estudo, debate, reflexão e base para a tomada de medidas urgentes, que deverão ser rapidamente postas em prática”.

Após ter lançado, no início da campanha para as eleições legislativas, uma manada de vacas de cartão em Lisboa a denunciar que “os políticos abandonaram os produtores de leite”, a Aprolep diz que esperava “uma declaração mais concreta do primeiro-ministro em Vila do Conde, zona da ‘bacia leiteira’, no dia seguinte à divulgação do relatório”.

Confrontada com as declarações então feitas por António Costa – “Não estamos cá só quando as vacas estão gordas. Estamos cá porque sabemos que para as vacas estarem gordas é preciso alimentar o gado, é preciso acarinhar o gado, é preciso tratar bem o gado para que o gado engorde” – a associação lamenta: “Não era isso que esperávamos ouvir”.

Segundo salienta, “o que produtores de leite esperam dos vários candidatos é que, para além das referências ao ‘gado’ e ao gato ‘Zé Albino’, venham ao terreno visitar vacarias e reunir com os agricultores, que digam que já leram ou vão ler o relatório da PARCA, que se informem sobre o custo de ‘alimentar o gado’ e que apresentem medidas concretas” que lhes permitam “receber um preço justo pelo leite para viver com dignidade”.

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