Governo vai regularizar pagamento do passe jovem a operadores até ao final do mês

O Ministério das Infraestruturas reconhece atraso relativamente às verbas de agosto, que vai regularizar. Verbas do passe jovem estudante já foram pagas às autarquias, diz.

O Ministério das Infraestruturas garante que já foram transferidas para as autarquias as verbas necessárias para compensar as empresas de transporte rodoviário de passageiros pela gratuitidade do passe jovem estudante. Montantes relativos aos passes do programa Incentiva+TP, que inclui o passe 4_18, serão regularizados até ao final do mês.

Não existe atraso no pagamento dos passes jovem estudante gratuito pela Direção-Geral do Tesouro e Finanças às Áreas Metropolitanas (AM) e às Comunidades Intermunicipais (CIM), que são as entidades responsáveis pelos pagamentos aos operadores de transportes, de acordo com o decreto-lei 9/2015, de 5 de janeiro”, afirma o ministério liderado por Miguel Pinto em reação às críticas deixadas esta quarta-feira pela Associação Nacional de Transportes de Passageiros (ANTROP).

A associação ameaçou suspender os passes gratuitos até aos 23 anos a partir de novembro, caso não seja regularizada a dívida do Estado aos operadores. “Nos primeiros três a quatro meses não recebemos nada. Atualmente, o valor em dívida até agosto são 47 milhões de euros”, metade do montante devido, afirmou Luís Cabaço Martins, presidente da ANTROP. “Em novembro não serão fornecidos passes aos jovens se não houver recuperação da dívida”, avisou.

O Ministério das Infraestruturas reconhece que existe um atraso em relação às verbas do programa Incentiva+TP, mas pretende saldá-las ainda este mês.

“No que concerne ao pagamento dos passes no âmbito do programa Incentiva+TP, os 34,2 milhões de euros, referentes ao mês de agosto (e que era devido em setembro) serão pagos até final deste mês. As verbas serão transferidas pelo Fundo Ambiental para as AM e CIM”, afirma o ministério.

“Serão também transferidos os 34,2 milhões de euros referentes a setembro (devido em outubro)”, diz ainda, acrescentando que, tirando o mês de agosto, os prazos de pagamento definido nos diplomas legais “estão a ser cumpridos”.

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CEO da AON França deixa o cargo ao fim de 6 meses

  • ECO Seguros
  • 16 Outubro 2024

Divergências estratégicas levaram Franck Le Vallois a sair prematuramente da AON França. A corretora ainda não anunciou a nova governança.

O CEO da AON França acaba de sair da empresa após seis meses no cargo. Franck Le Vallois e a corretora alegaram “divergências estratégicas” para este súbito e prematuro final de ligação, confirmando notícia publicada no jornal News Assurances Pro.

Franck Le Vallois sai ao fim de seis meses da corretora francesa do grupo AON.

A empresa referiu que a próxima governação será anunciada brevemente, não adiantando mais comentários quanto à saída do gestor.

Franck Le Vallois tinha substituído Laurent Belhout em abril deste ano a frente da sucursal francesa da corretora. Esta passou a integrar uma nova divisão que, para além de França, inclui Marrocos, Espanha e ainda Portugal, esta última liderada por Carlos Freire. Alfonso Gallego de Chaves, Diretor Geral desta nova divisão, deverá assumir o cargo de Le Vallois neste momento.

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Governo italiano adota orçamento de 2025 parcialmente financiado por bancos e seguradoras

  • Lusa
  • 16 Outubro 2024

A primeira-ministra italiana escreveu no X que "3,5 mil milhões de euros de bancos e companhias de seguros serão atribuídos aos cuidados de saúde e às pessoas mais vulneráveis".

O Governo italiano adotou na terça-feira à noite o seu projeto de orçamento para 2025, centrado na redução de impostos para as famílias de baixos rendimentos e parcialmente financiado por uma contribuição de bancos e companhias de seguros.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, destacou na rede social X que “3,5 mil milhões de euros de bancos e companhias de seguros serão atribuídos aos cuidados de saúde e às pessoas mais vulneráveis, de forma a garantir melhores serviços que satisfaçam da melhor forma possível as necessidades de todos”.

O projeto de orçamento prevê cerca de 30 mil milhões de euros para medidas de apoio aos trabalhadores e reformados, indicou, por sua vez, o Ministério da Economia em comunicado, sem especificar a natureza da contribuição do setor financeiro.

Após fortes tensões na coligação de direita e extrema-direita sobre a tributação dos bancos, a Liga de Matteo Salvini (extrema-direita) e a Forza Italia de Antonio Tajani (conservadora) ‘declararam vitória’.

Saudando a intervenção do Governo nos bancos, o vice-primeiro-ministro Matteo Salvini realçou que “perante os 40 mil milhões de lucros só para o ano de 2023”, espera “contribuições importantes para apoiar o país e, sobretudo, o sistema nacional de saúde”.

“Não haverá novos impostos. A contribuição dos bancos é o resultado de um acordo, como sempre quisemos, e não de uma imposição de cima”, sublinhou o outro vice-chefe do Governo, Antonio Tajani.

“Vence a linha do bom senso que não assusta os mercados e defende a liberdade”, garantiu no X.

A coligação no poder queria evitar a todo o custo uma repetição do imposto de 40% sobre os ‘superlucros’ dos bancos anunciado pelo Governo de Meloni em agosto de 2023, que provocou o pânico na Bolsa de Milão.

Confrontada com o desastre da bolsa, a chefe do governo recuou e diluiu significativamente a sua medida.

Roma deu assim aos bancos a opção de escolher entre pagar a taxa ou aumentar as suas reservas num montante equivalente a duas vezes e meia o imposto.

No final, este imposto não trouxe nada ao Tesouro italiano, mas ajudou a fortalecer o capital dos bancos.

No seu orçamento, Giorgia Meloni renova uma redução dos encargos sociais para salários anuais até 35 mil euros, já em vigor a título temporário.

Outra importante medida emblemática, o Governo mantém a fusão dos dois primeiros escalões de impostos para proporcionar rendimentos anuais até 28.000 euros com uma taxa reduzida de 23% em vez de 25%.

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Biden anuncia 425 milhões de dólares de ajuda militar à Ucrânia

  • Lusa
  • 16 Outubro 2024

Os EUA vão fornecer à Ucrânia, nos próximos meses, "centenas de intercetores de defesa antiaérea, dezenas de sistemas táticos de defesa antiaérea [e] sistemas de artilharia adicionais".

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou esta quarta-feira, numa chamada telefónica ao homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, uma nova ajuda militar de Washington a Kiev avaliada em 425 milhões de dólares e incluindo “capacidades de defesa antiaérea adicionais”.

“Para responder às necessidades urgentes da Ucrânia” na sua guerra contra a Rússia, os Estados Unidos vão fornecer à Ucrânia, nos próximos meses, “centenas de intercetores de defesa antiaérea, dezenas de sistemas táticos de defesa antiaérea [e] sistemas de artilharia adicionais”, indicou a Casa Branca num comunicado.

No âmbito do pacote de ajuda militar de 425 milhões de dólares (391 milhões de euros), Washington fornecerá igualmente a Kiev “quantidades significativas de munições, centenas de veículos blindados de transporte de tropas e veículos de combate de infantaria e milhares de veículos blindados adicionais”, acrescentou a Casa Branca na nota de imprensa.

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PS pede ao Governo um levantamento sobre as medidas de combate à pobreza

  • Lusa
  • 16 Outubro 2024

O partido liderado por Pedro Nuno Santos critica a proposta do Orçamento do Estado para 2025 uma vez que é “preocupantemente omissa quanto à estratégia do Governo da AD nas áreas sociais”.

O Grupo Parlamentar do PS pediu esta quarta-feira ao Governo que faça um ponto de situação sobre a implementação das estratégias de combate à pobreza e exclusão, criticando a proposta orçamental apresentada pelo Governo nessas matérias.

Numa nota enviada à comunicação social, o PS frisa que “há precisamente um ano, o Governo do PS lançou a Estratégia Nacional do Combate à Pobreza” e critica a proposta do Orçamento do Estado para 2025 apresentada pelo Governo, referindo que é “preocupantemente omissa quanto à estratégia do Governo da AD nas áreas sociais”.

“Ao invés de acelerar e aprofundar as estratégias e instrumentos já disponíveis, a proposta de Orçamento do Estado para 2025 promete rever as estratégias no âmbito do combate à pobreza e da integração das pessoas em situação de sem abrigo, correndo-se o risco de atrasar as respostas e deixar deteriorar a situação social”, dizem os deputados socialistas.

Os socialistas questionam a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria Palma Ramalho, sobre o estado da implementação das medidas combate à pobreza, a quantidade de medidas foram implementadas, o número de pessoas abrangidas pelas medidas, a despesa associada e quais medidas e prioridades serão alteradas ou abandonadas pelo Governo nestas matérias.

O grupo parlamentar socialista afirma que, entre 2015 e 2023 – anos em que o PS esteve à frente do Governo –, 639 mil pessoas saíram de situação de pobreza como resultado do que dizem ter sido uma “estratégia de reforço dos rendimentos e da melhoria da situação económica e social do país” dos governos socialistas.

O PS critica ainda a recusa do Governo para acompanhar a proposta socialista para um aumento extraordinário das pensões em 1,25 pontos percentuais e afirma que o executivo “prefere alimentar, de modo inaceitável e clientelar, a expectativa de um bónus eleitoralista para os pensionistas em meados do próximo ano, ao mesmo tempo que nada diz sobre a estratégia para o combate à pobreza ou para a inclusão de pessoas em situação de sem abrigo”.

Na mesma nota, o partido lamenta ainda o que diz ser o “agravamento da situação social em Lisboa, com novas bolsas de pobreza e exclusão a alastrar por diferentes zonas da cidade”. Esta questão, consideram os deputados do PS, “não tem tido resposta, desde logo à escala local, registando-se apenas inação, desresponsabilização e algumas ações mediáticas para disfarçar a ausência de uma estratégia integrada”.

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Falência da têxtil Coelima “faz a cama” aos bancos com perdas de 12,5 milhões

Rateio final mostra Caixa com maior valor em dívida após insolvência da histórica empresa de têxteis-lar de Guimarães. Estado fica também a “arder” através da Portugal Ventures e do Banco de Fomento.

Os credores da falida empresa de têxteis-lar Coelima preparam-se para receber 3,5 milhões da massa insolvente, de acordo com a proposta de rateio final que o administrador judicial Pedro Pidwell entregou esta semana no tribunal de Guimarães, consultada pelo ECO.

Apesar de receberem a “fatia de leão”, perto de 2,1 milhões de euros, este dinheiro cobrirá apenas 14,6% dos créditos garantidos do BCP, da Caixa Geral de Depósitos e do Novobanco sobre a histórica empresa vimaranense, fundada em 1922, que entrou em insolvência há mais de três anos. Ficarão por saldar 12,5 milhões.

Reclamando um crédito de 7,6 milhões de euros, o banco público terá direito a um pagamento de 1,1 milhões de euros, ficando ainda assim um valor em dívida de 6,5 milhões depois deste rateio. O administrador de insolvência propôs pagamentos de 702 mil euros ao BCP e de 333 mil euros ao Novobanco. Os dois bancos privados ficam a haver 4,1 milhões e 1,95 milhões dos créditos garantidos, respetivamente.

 

Reportagem na empresa têxtil Coelima, by Mabera - 19DEZ23

A distribuição prevê o pagamento da totalidade dos créditos dos trabalhadores, diretamente ou através do Fundo de Garantia Salarial, num valor que ascende a 58,8 mil euros. Entre crédito garantido e privilegiado, o Instituto da Segurança Social receberá um montante próximo de 350 mil euros.

Relativamente aos créditos garantidos por penhor a cinco sociedades estatais, num total de quase 2,5 milhões de euros, a distribuição proposta pelo administrador judicial entrega 194 mil euros. As mais expostas são a Portugal Ventures, que fica a “arder” acima de um milhão de euros neste processo, o Banco de Fomento (742 mil euros) e a Direção-Geral do Tesouro e Finanças (273 mil euros).

Finalmente, a quantia a ratear pelos credores comuns (e credores garantidos / privilegiados pela parte não satisfeita pelas garantias), entre os quais se encontram a EDP Comercial, a segura de crédito COSEC – entretanto comprada pela Allianz Trade -, a sociedade de advogados Cuatrecasas ou o Fundo Imobiliário Especial de Apoio às Empresas (FIEAE) fica pelos 715 mil euros, quando o valor que lhes foi reconhecido totalizava 30,5 milhões.

No âmbito do processo de insolvência, a centenária Coelima, que chegou a ser um colosso industrial com 3.500 trabalhadores e que à data da falência tinha apenas cerca de 250, acabou em junho de 2021 por ser vendida à Mabera, grupo têxtil do concelho vizinho de Vila Nova de Famalicão, por pouco mais de 3,7 milhões de euros. Um valor claramente insuficiente para satisfazer todos os credores, numa lista com perto de 500 entidades a reclamar créditos na ordem dos 50 milhões.

Foi a 14 de abril de 2021 que a empresa de Pevidém, que era ainda uma das maiores produtoras de roupa de cama do país, se apresentou à insolvência. A gestão invocou nessa altura uma quebra de vendas superior a 60% provocada pela pandemia, uma “pressão insustentável” sobre a tesouraria e a não aprovação das candidaturas que tinha apresentado às linhas Covid-19.

A têxtil minhota já tinha escapado a duas crises, em 1991 e em 2011, que ameaçaram a extinção do negócio. Na primeira foi resgatada pelo Governo de Cavaco Silva, em véspera de eleições, e a família fundadora (Coelho Lima) foi afastada da gestão. Na segunda ocasião, com a troika a entrar em Portugal, foi integrada num grupo (MoreTextile) que resultou da fusão com a JMA Felpos e a António Almeida & Filhos e cujo acionista principal era um fundo bancário (Fundo de Recuperação) gerido pela ECS Capital.

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Joe Biden visita a Angola na primeira semana de dezembro

  • Lusa
  • 16 Outubro 2024

A visita oficial a Angola esteve agendada para esta semana, de 13 a 15 de outubro, mas na semana passada a Casa Branca anunciou o adiamento devido ao furacão Milton.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, visita Angola na primeira semana de dezembro, anunciou esta quarta-feira a Casa Branca, reagendando a viagem inicialmente prevista para o início de outubro e que foi cancelada devido ao furacão Milton.

Joe Biden tinha prometido visitar África em 2023, continente onde se trava uma luta pela influência entre os gigantes China, Rússia e Estados Unidos, mas tal não aconteceu.

A visita oficial a Angola esteve agendada para esta semana, de 13 a 15 de outubro, mas na semana passada a Casa Branca anunciou o adiamento, justificando com os impactos de furacões que afetavam várias regiões norte-americanas.

Nessa declaração, assinada pela porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, referia-se “adiamento” da visita mas sem dar indicação de nova data. Esta quarta, num encontro regular com a imprensa, Jean-Pierre disse que a visita a Angola foi reagendada para a primeira semana de dezembro.

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Coruche coloca à venda 11 lotes no Parque Empresarial do Sorraia

  • Alexandre Batista
  • 16 Outubro 2024

A câmara de Coruche está a alienar terrenos para indústria, comércio e serviços. Os lotes, com áreas entre os 790 e os 14,3 mil metros quadrados, totalizam um preço base de 1,2 milhões de euros.

A Câmara Municipal de Coruche colocou à venda um total de 11 lotes do Parque Empresarial do Sorraia, inaugurado em 2021, num leilão que abrange seis dos 60,5 hectares da área total desta infraestrutura. A data limite para apresentação de candidatura é 15 de novembro.

Os preços base destes terrenos localizados na Zona Industrial do Monte da Barca Norte variam entre 18.160 euros e 261.264 euros. O processo de venda decorrerá num formato de hasta pública, com licitação verbal em lances mínimos de 500 euros.

Atualmente, o Parque Empresarial do Sorraia tem em marcha várias novidades no que concerne às empresas que escolheram aquela localização para a sua atividade, apurou o ECO/Local Online.

Já em fase de construção estão as instalações de uma empresa de venda de máquinas agrícolas, e, em marcha, numa extensão que abrange 12 lotes do parque, encontra-se o processo para criação de uma empresa de produção de snacks para animais de companhia.

Ainda no campo industrial, aguarda-se a aprovação do projeto para uma fábrica de queijos e enchidos, enquanto num outro lote surgirá uma unidade de equipamentos para tratamento de produtos agrícolas.

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CIP critica “amarras” dos prémios isentos de IRS. UGT avisa para risco de “cavalo de Troia”

Prémios de produtividade isentos de IRS foram uma das medidas da CIP que o Governo acolheu no novo acordo de Concertação, mas Armindo Monteiro critica condições. Já a UGT defende-as.

Depois de um ano a reivindicá-lo, a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) conseguiu que a isenção fiscal dos prémios de produtividade fosse acolhida pelo Governo. Mas ficaram estipuladas condições que não agradam aos empregadores. “Amarra” foi mesmo a palavra escolhida pelo presidente da CIP, Armindo Monteiro, para descrever esta quarta-feira esses requisitos, na Conferência Anual do Trabalho, promovida pelo ECO. Já do lado dos trabalhadores, Sérgio Monte, secretário-geral adjunto da UGT, deixou claro que esses “travões” são importantes, para que os prémios não sirvam de “cavalos de Troia” e para que não desincentivem os aumentos salariais.

“Era importante haver a possibilidade de as empresas pagarem ao trabalhador prémios de produtividade. Mas se estabelecemos a regra de que é preciso, primeiro, aumentar todos os trabalhadores por igual coloca-se uma amarra“, sublinhou o patrão dos patrões, num painel dedicado ao novo acordo tripartido sobre valorização salarial e crescimento económico.

De acordo com a proposta de Orçamento do Estado para 2025, os prémios de produtividade estão isentos de IRS e de contribuições sociais apenas se o empregador aumentar o seu salário médio em, pelo menos, 4,7%, e se for essa também a subida média dos ordenados que estão, neste momento, abaixo da média da empresa.

São essas condições que o presidente da CIP critica, atirando que, no Estado, estão a ser negociados reforços remuneratórios em torno de 2%, enquanto no setor privado o referencial é mais do dobro (4,7%).

Este prémio não pode substituir aumentos salariais. Por isso, a nossa proposta é que todos os trabalhadores com este prémio teriam de ter, primeiro, um aumento salarial. O que não faz sentido é ter de aumentar todos para atribuir um prémio a alguns. Estamos a impedir que alguns que têm um bom desempenho tenham o prémio“, alertou o presidente da CIP.

Em contraste, o secretário-geral adjunto da UGT alertou que “o ideal” seria as empresas terem regulamentos internos que assegurassem que os prémios são avaliados e atribuídos de forma o mais objetiva possível, não sendo, porém, essa a realidade portuguesa. “Os prémios e a avaliação de desempenho são arbitrários, são irregulares, são quando a empresa quer”, argumentou Sérgio Monte, que salientou que haveria também o risco de os empregadores usarem estes prémios isentos de IRS como “cavalo de Troia”.

O risco que há aqui, e sabemos da capacidade inventiva dos negociadores no terreno, é que esta rubrica pecuniária pudesse ser um cavalo de Troia, que no futuro canalizassem para aí os aumentos porque estão isentos de impostos e contribuições.

Sérgio Monte

Secretário-geral adjunto da UGT

“O risco que há aqui, e sabemos da capacidade inventiva dos negociadores no terreno, é que esta rubrica pecuniária pudesse ser um cavalo de Troia, que no futuro canalizassem para aí os aumentos porque estão isentos de impostos e contribuições“, afirmou.

E, em resposta à intervenção de Armindo Monteiro, deu o exemplo do setor bancário – que foi “ajudado por todos nós” – e agora que está “a dar lucros, está a oferecer aos trabalhadores [aumentos de] 3%“.

Já o advogado David Carvalho Martins, fundador e managing partner da DCM Littler, defendeu que, ainda que perceba as preocupações dos sindicatos, poderia ter ficado salvaguardado de outro modo que o prémio não será confundido com aumentos salariais. “Esse travão já estaria na outra medida do salário médio”, explicou.

“Tudo o que sejam prestações extraordinárias, todo este esforço adicional, devia haver do lado do Estado uma visão mais amigável na tributação“, assinalou o mesmo, referindo-se não apenas aos prémios, mas também ao trabalho suplementar.

Salário médio mais longe do mínimo?

Da esquerda para a direita, Sérgio Monte, secretário-geral adjunto da UGT, Armindo Monteiro, presidente da CIP, e David Carvalho Martins, managing partner da DCM Littler, intervêm num painel da Conferência Anual do Trabalho by ECO.

A isenção fiscal dos prémios de produtividade foi uma das medidas que ficou no novo acordo tripartido sobre valorização salarial e crescimento económico, ao qual o secretário-geral adjunto da UGT deixou elogios, esta quarta-feira. “Estamos satisfeitos com este acordo e esperamos que dinamize a negociação coletiva”, disse Sérgio Monte, na conferência promovida pelo ECO.

Na visão deste sindicalista, o entendimento vai contribuir para que se contrarie o achatamento entre o salário mínimo e o salário médio, tendo destacado que uma novidade positiva é que os referenciais para os aumentos remuneratórios passarão a ser aplicado diretamente nas tabelas, em vez de na massa salarial.

Se não tivéssemos a perspetiva de que é o ponto de partida, não teríamos aderido ao acordo, porque, como está, peca em ambição, em necessidade e no sentido de oportunidade.

Armindo Monteiro

Presidente da CIP

Já da parte da CIP, Armindo Monteiro começou por frisar que, em qualquer acordo, é preciso confiança, compromisso e concretização, deixando claro que, se não tivesse a perspetiva que este entendimento é “um ponto de partida”, a confederação que lidera teria voltado a ficar de fora. “Não teríamos aderido, porque o acordo, como está, peca em ambição, em necessidade e no sentido de oportunidade“, declarou o patrão dos patrões.

Armindo Monteiro aproveitou ainda para deixar o recado que o atual desenho do acordo traz “uma evolução tímida nalguns casos e noutros casos mais uma lógica de fixar clientelas eleitorais do que desenvolver a economia como é preciso“.

E se o cenário político fosse outro, garante a CIP, teria sido mais exigente. “Nesta negociação, sentimos que havia um quarto elemento, que foi o Parlamento. O Governo não tinha a disponibilidade negocial, porque não tem a maioria parlamentar. Por isso, os parceiros sociais deram uma latitude bastante grande para que seja possível encontrar esta maioria parlamentar“, sublinhou, numa altura em que a viabilização do Orçamento do Estado para o próximo ano continua por garantir.

Temos um acordo amplo e que deve ser ouvido pelos agentes políticos. Deve fazê-los refletir.

David Carvalho Martins

Fundador da DCM Littler

Por sua vez, David Carvalho Martins deixou elogios ao acordo, dizendo que o país está melhor com ele do que sem ele, e apelou a que os agentes políticos olhem para ele. “Deve fazê-los refletir sobre as soluções aqui encontradas. E naturalmente que será bom haver Orçamento para as implementar“, realçou.

Ainda assim, notou que há margem para melhorias. Por exemplo, há um conjunto de prestações laborais que “ainda são muito penalizadas em termos fiscais”, como o já referido trabalho suplementar. Além disso, o advogado entende que, quanto às compensações pelo teletrabalho, podia também haver aqui uma oportunidade para as rever.

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Fizz. Supremo rejeita pedido de libertação do ex-procurador Orlando Figueira

O ex-magistrado do Ministério Público, Orlando Figueira, tinha sido condenado em 2018 por corrupção, branqueamento de capitais e outros crimes no processo da Operação Fizz.

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou o pedido de libertação feito por Orlando Figueira. Segundo a decisão de habeas corpus, a que o ECO teve acesso, “a providência de Habeas Corpus apresentada por Orlando de Jesus Cabanas Figueira foi objeto de decisão por acórdão publicado, tendo o coletivo de Juízes Conselheiros do Supremo Tribunal de Justiça deliberado, por unanimidade, indeferir a mesma”.

“Entendeu-se que o requerente se encontra preso em cumprimento de pena determinada por entidade competente, motivada por factos que a Lei pune com pena de prisão, e sem que se mostre excedido o tempo fixado na decisão condenatória. Não existe, assim, fundamento bastante para determinar a sua libertação”, diz o STJ.

No dia 2 de outubro, a Polícia Judiciária (PJ) localizou e deteve o ex-procurador Orlando Figueira no âmbito da Operação Fizz. Orlando Figueira tinha sido condenado em 2018 por corrupção, branqueamento de capitais e outros crimes no processo. O mandado de condução ao Estabelecimento Prisional de Évora tinha sido emitido no dia 30 de setembro.

Segundo refere a PJ, as diversas instâncias judiciais deram como provado que Orlando Figueira recebeu mais de 760 mil euros do ex-vice presidente de Angola, Manuel Vicente, em troca de benefícios nos processos que visavam este último no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

A defesa do ex-procurador, Carla Marinho, considera a detenção “ilegal”, uma vez que “não foi concedido o prazo de 24 horas para se apresentar voluntariamente” e admitiu que ia apresentar um habeas corpus no Supremo Tribunal de Justiça, que foi agora decidida.

Orlando Figueira foi condenado, em dezembro de 2018, pelo Tribunal Criminal de Lisboa, a uma pena de prisão efetiva de seis anos e oito meses por corrupção, branqueamento de capitais, violação de segredo de justiça e falsificação de documento, tendo sido dado como provado que recebeu mais de 760 mil euros do ex-vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, em troca de favores nos processos que visavam o então governante angolano no DCIAP.

A acusação do Ministério Público português contra Manuel Vicente por corrupção ativa, branqueamento de capitais e falsificação de documento foi separada dos autos da Operação Fizz e enviada para as autoridades judiciárias de Angola, onde, volvidos anos, o caso está ainda numa fase embrionária.

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Juiz do Supremo Tribunal de Justiça suspeito no caso dos emails do Benfica, diz MP

O despacho de acusação do Ministério Público – a que o ECO teve acesso  – indica que o juiz do Supremo Tribunal de Justiça, Ricardo Costa, presidia ao conselho de disciplina do clube.

O juiz do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Ricardo Costa, é suspeito de estar envolvido em possíveis crimes de corrupção passiva e ativa, oferta ou recebimento indevido de vantagem, abuso de poder ou violação de segredo por funcionário, no âmbito do caso dos emails que envolve o Benfica. Na terça-feira, o ex-presidente do Benfica Luís Filipe Vieira, o antigo assessor jurídico do clube Paulo Gonçalves e as SAD do Benfica e do Setúbal foram acusados no processo dos emails do clube encarnado. Já o atual presidente do Benfica, Rui Costa, foi ilibado pelo Ministério Público. Em causa está a simulação de uma compra e venda de jogadores com o Vitória de Setúbal para injetar dinheiro no clube entre 2016 e 2019.

O despacho de acusação do Ministério Público (MP) – a que o ECO teve acesso – indica que o juiz do STJ presidia ao conselho de disciplina do clube quando foram castigados jogadores do FC Porto e Sp. Braga, no caso do túnel, em jogos contra o clube da Luz. O MP português investiga agora as mensagens de magistrado.

De acordo com a acusação, em resultado da análise ao correio eletrónico utilizado por Paulo Gonçalves, antigo assessor jurídico da SAD do Benfica, e em resultado das buscas realizadas na SAD do Benfica, “foram identificadas mensagens trocadas através de três endereços” de email pertencentes Ricardo Costa, datadas de 8 de março de 2017 e 26 de outubro de 2015.

“Analisada a factualidade plasmada nos referidos documentos, em abstrato, eventualmente, podem tais factos ser entendidos como configurando ilícito criminal ou de outra natureza”, refere o despacho assinado pela procuradora Cristiana Mota. Ricardo Costa era membro e vice-presidente do Conselho de Arbitragem Desportiva do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD). Atualmente, exerce funções como juiz conselheiro no Supremo Tribunal de Justiça. Sem esclarecer o teor das mensagens, contudo, o Ministério Público delibera que “não tem competência para apreciar os factos”, pelo que extrai certidão para análise do STJ, a instância competente para avaliar potenciais ilícitos criminais de magistrados.

“Todas as evidências apontam para que o interlocutor principal e a entidade a quem incumbiu tratar, e eventualmente pagar, o parecer jurídico de que beneficiou José Maria Ferreira Nunes, era a Sport Lisboa e Benfica através do seu assessor jurídico, Paulo Gonçalves”, pode ler-se.

Ainda assim, o MP sublinha que “analisada a factualidade plasmada nos referidos documentos, em abstrato, eventualmente, podem tais factos ser entendidos como configurando ilícito criminal ou de outra natureza”.

A SAD do Benfica voltou a defender, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que é “infundada” a acusação de vários crimes contra si e o antigo presidente Luís Filipe Vieira.

“A Sociedade considera infundada a referida acusação, pelo que tomará oportunamente posição processual, exercendo o seu direito de defesa de acordo com a tramitação legal”, lê-se no comunicado da SAD das ‘águias’.

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Portuguesa Pixelmatters lança veículo “founder friendly”

A Pixelmatters Ventures arranca em 2025 com a expectativa de, durante três anos, investir em 10-15 empresas. Propõe serviços e conhecimento em troca de participação. O fundador explica o modelo.

Luís Monteiro, Bruno Teixeira, André Oliveira e ⁠Tiago Coelho, equipa fundadora da Pixelmatters Ventures

A portuguesa Pixelmatters acaba de lançar um veículo para oferecer às empresas tecnológicas “uma forma diferente de aceder a capital, talento, conhecimento e comunidade”. A Pixelmatters Ventures arranca com meio milhão de euros de capital inicial com o intuito de conceder às empresas acesso a serviços ou conhecimento em troca de uma participação, mas sem injeção de capital. A atividade da Pixelmatters Ventures arranca em 2025 e tem a expectativa de, durante três anos, investir em 10-15 empresas.

André Oliveira, CEO fundador do estúdio de produção Pixelmatters e também fundador da Pixelmatters Ventures, chama-lhe um veículo de investimento “founder friendly“. E explica porquê.

“Não somos VC profissionais, somos builders, fundadores que passaram pelo mesmo e sentiram as mesmas dores que os fundadores que vão falar connosco sentiram ou estão a sentir”, começa por explicar o empreendedor, que em 2013, com 23 anos, criou no Porto o estúdio de produção, ao ECO.

A Pixelmatters Ventures apresenta ainda “termos amigáveis como, por exemplo, a não exigência de um board seat ou objetivos irrealistas”, mantendo um “espírito colaborativo e construtivo, sempre”, bem como, “rapidez na resposta e tomada de decisão, não deixando os fundadores ‘a nadar’ na incerteza durante meses e meses, ou anos até”, exemplifica.

Tem um modelo de funcionamento distinto dos fundos VC tradicionais num aspeto muito específico. “Nunca há investimento de capital da nossa parte. Nós vamos investir ‘apenas’ o nosso tempo, know-how e serviços, não vamos injetar qualquer cash na empresa”, explica André Oliveira.

Para o empreendedor, estes são alguns dos elementos que poderão levar as empresas-alvo a optar pela sua proposta em vez de recorrer a um VC que, por norma, injeta capital nas participadas em troca de equity.

“O valor desse investimento é aferido pelo valor que determinada duração e tipologia de contrato significaria caso essa empresa contratasse a Pixelmatters. Com base nesse valor, acordamos uma avaliação para a empresa e entramos ou na participação social (equity) e/ou em partilha de lucros”, especifica.

Quanto às empresas-alvo, a Pixelmatters Ventures procura “empresas com produto no mercado e tração comprovada — utilizadores, faturação e, idealmente, lucro — que enfrentem desafios tecnológicos. A abordagem é focada em negócios digitais, agnóstica à indústria e setor”, diz. E, pese embora o foco inicial seja em empresas de Portugal e dos EUA, a Pixelmatters Ventures diz estar “aberta a oportunidades globais”.

Participação em troca de serviços ou know-how

Formalmente, a Pixelmatters Ventures não se trata de um fundo de capital de risco, mas de uma empresa sob a constituição de uma sociedade anónima (S.A.). André Oliveira explica esta opção de modelo: “Investigámos as opções de estrutura societária e concluímos que dado o modelo diferente no qual a Pixelmatters irá operar, onde não há capital investido nas empresas target, não podemos ter um fundo tradicional de capital de risco registado na CMVM. Tal é algo que, na realidade, até é visto com bons olhos, pois desde que a ideia surgiu se pensou em evitar as burocracias e custos acrescidos de um ‘fundo CMVM'”, começa por referir.

“Neste contexto, vamos estruturar uma S.A. cujos sócios-fundadores serão os líderes atuais da Pixelmatters, sendo eu o acionista maioritário. Essa entidade irá deter as participações nas empresas investidas e cada investidor irá deter uma parte dessa empresa mediante o capital que investir, tendo exposição direta aos resultados e dividendos financeiros que essa empresa e atividade vier a ter”, diz.

Algum modelo a operar no mercado serviu de inspiração ao modelo de funcionamento da Pixelmatters Ventures? “Temos conhecimento que houve algumas tentativas de fazer isto no passado, em modelo similar. Algumas correram bem, outras nem tanto. Focamo-nos no nosso caminho e convicções. O mercado ditará se estamos certos ou errados!”, diz o fundador.

O calendário de arranque de operação está definido. “Apesar de atualmente já termos um investimento fechado e assinado, com trabalho já a decorrer, o plano é arrancar a atividade da Pixelmatters Ventures oficialmente em 2025 e fazer um deployment ativo durante três anos, investindo em 10-15 empresas, tendo depois um horizonte de mais sete anos sem atividade, a aguardar retornos. Falamos, portanto, de um horizonte de, no máximo, 10 anos para se ver retorno do investimento, que é o período standard de fundos de capital de risco tradicionais”, diz.

A Pixelmatters Ventures arranca com meio milhão de euros de capital inicial. Mas há o objetivo de angariar entre 3 milhões 5 milhões de euros de investidores externos para investir ativamente em 10 a 15 empresas entre 2025 e 2028, num máximo de 500 mil euros por empresa.

“O capital de arranque (500 mil euros) serve apenas para garantir que temos capacidade para executar (isto é, pagar a operação, nomeadamente, custos com pessoal, equipamento e ferramentas de trabalho) o primeiro compromisso de investimento que já fechamos”, explica.

Quanto aos futuros reforços de capital, “já foram feitas abordagens junto de potenciais investidores, e já há fundadores experientes e bem sucedidos interessados em Portugal, EUA e Reino Unido”. O capital assegurado, nesta fase preliminar, é de 100-200 mil euros. “O valor exato do investimento será definido com base numa proposta comercial de serviços, baseada no pricing existente da Pixelmatters e que terá como objetivo de atingir um conjunto de deliverables acordado entre as partes”, detalha.

Fundada em 2013, a Pixelmatters é hoje uma empresa “100% bootstrapped” — “esta tentativa de levantar capital para a Pixelmatters Ventures é a nossa primeira tentativa nestas andanças” –, com clientes como OutSystems, Rubrik, Typeface, Glean, VMware, Fortinet, Salesforce, DocSend, Protocol Labs ou Vodafone. Em 2022 e 2023 registou 4,2 milhões de euros de volume de negócios e este ano estima faturar cerca de 3,8 milhões, com 90% da faturação com origem nos Estados Unidos.

“Somos atualmente cerca de 45 pessoas. Quanto à Pixelmatters Ventures, se correr bem, estimamos que no máximo possa vir a ter uma equipa de entre 15 a 20 pessoas“.

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