Imobiliário arrefece. Subida do preço abranda e negócios caem

No primeiro trimestre deste ano, os preços da habitação aumentaram 7%. É o menor aumento desde o 1.º trimestre de 2021. Foram vendidas 33.077 casas, menos 4,1% face a igual período de 2023.

No primeiro trimestre deste ano, os preços da habitação aumentaram 7%, o que representa uma desaceleração de 0,8 pontos percentuais face ao trimestre anterior e um abrandamento de 1,7 pontos percentuais face ao período homólogo, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Neste período, foram vendidas cerca de 33 mil casas, menos 4,1% face a igual período de 2023.

Entre janeiro e março, “o Índice de Preços da Habitação (IPHab) aumentou 7% em termos homólogos, taxa inferior em 0,8 pontos percentuais (p.p.) à observada no trimestre anterior”, nota a entidade de estatística, indicando que este é o “aumento de preços menos expressivo desde o 1º trimestre de 2021″.

A taxa de variação média anual do índice de preços da habitação foi de 7,8% no primeiro trimestre, o que representa uma desaceleração de 0,4 pontos percentuais face ao último trimestre do ano passado. “Neste período, o aumento dos preços das habitações existentes (8,2%) excedeu o das habitações novas (6,6%)”, acrescenta o INE.

Já na comparação em cadeia, o índice de preços na habitação subiu 0,6%, o que contrasta com os 1,3% registados no trimestre anterior e no período homólogo.

Nos primeiros três meses do ano, transacionaram-se 33.077 habitações, menos 4,1% face a igual período de 2023 e uma redução em cadeia de 3,1%. Quanto ao valor das casas vendidas, este totalizou os 6,7 mil milhões de euros, uma quebra de 1,8% face ao primeiro trimestre de 2023.

A maioria das casas (85,5%) foram compradas por famílias, no valor de 5,7 mil milhões de euros. Ainda assim, verifica-se uma redução homóloga de 3,4% no número de casas compradas pelas famílias (28.283 habitações), bem como uma quebra homóloga de 1,5% no valor total transacionado.

No primeiro trimestre deste ano, a compra de casas “por compradores com domicílio fiscal no território nacional diminuíram 3,1% em termos homólogos, para um total de 31.010″. Ainda assim, este registo representa 93,8% do número total de transações e é “peso relativo mais elevado desde o 1º trimestre de 2022”, remata o INE.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h47)

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Espanha vai incluir azeite no grupo de alimentos sem IVA

  • Lusa
  • 21 Junho 2024

Em maio, custo do azeite em Espanha era 62,8% mais caro do que há um ano. Desde janeiro de 2021, preço aumentou quase 200%. Medida faz parte de acordo entre Governo e separatistas da Catalunha.

O azeite em Espanha vai deixar de pagar IVA a partir de 1 de julho, juntando-se a um grupo de outros alimentos considerados de primeira necessidade, anunciou esta sexta-feira o Governo espanhol. O objetivo desta medida, temporária, é “proteger e incentivar o consumo do azeite, um produto saudável cujo preço aumentou recentemente como resultado da seca, entre outros motivos”, afirmou o Ministério das Finanças.

Segundo dados oficiais, o azeite estava em maio, em Espanha, 62,8% mais caro do que há um ano e aumentou 198,5% desde janeiro de 2021.

Em 2023, o Governo espanhol já baixou o IVA (imposto do valor acrescentado, sobre o consumo) do azeite de 10% para 5% e já se previa a descida agora para os 0%, por fazer parte de um acordo parlamentar entre os socialistas (no Governo) e o partido Juntos pela Catalunha (JxCat) assinado no início deste ano.

O azeite vai passar assim a incluir um grupo de alimentos considerados de primeira necessidade como o pão, os ovos, as hortaliças e as frutas que estão com IVA zero em Espanha desde janeiro de 2023 como resposta à inflação.

Espanha adotou pacotes para responder à subida dos preços depois de no primeiro semestre de 2022 ter tido dos valores mais elevados da União Europeia e de em julho daquele ano ter registado a inflação mais alta no país desde 1984 (10,77%).

Ao longo de 2022, o país aprovou vários pacotes de medidas para responder à inflação superiores a 3% do Produto Interno Bruto (PIB), cerca de 45.000 milhões de euros, entre ajudas diretas a consumidores e empresas e benefícios fiscais.

Para tentar responder à escalada dos preços dos alimentos, entrou em vigor em janeiro de 2023 um novo conjunto de medidas que incluem a suspensão do IVA de alguns alimentos e produtos considerados básicos.

Espanha fechou 2022 com a inflação mais baixa da União Europeia (5,7%) e no ano passado a taxa continuou a baixar, apesar de algumas oscilações, chegando a dezembro nos 3,1%. Segundo dos dados mais recentes, fixou-se em maio nos 3,6%.

Espanha é o maior produtor de azeite do mundo e o segundo com mais consumo per capita (a seguir à Grécia) e as estimativas oficiais é que a produção da campanha 2023/2024, que arrancou em outubro passado, seja de novo, pelo segundo ano consecutivo, historicamente baixa, por causa da seca.

Segundo estimativas provisórias do Ministério da Agricultura do início da campanha, a produção de azeite em 2023/2024 deverá limitar-se a 765.300 toneladas, mais 15% do que na anterior, mas 34% abaixo da média das últimas quatro. Por outro lado, a atual campanha arrancou com reservas de 257.000 toneladas, menos 43% do que no começo da campanha anterior e menos 52% do que a média das últimas quatro.

A campanha de 2022/2023, com uma produção de azeite abaixo das 700.000 toneladas, foi considerada a mais pequena dos últimos 20 anos em Espanha.

Segundo informações disponibilizadas pelo Ministério da Agricultura, Espanha é líder mundial em superfície de olival e produção de azeite. A produção de azeite por Espanha representa 70% da produção da União Europeia e 45% da mundial. Mais de 350 mil agricultores dedicam-se ao cultivo de olival no país e o setor garante 15 mil postos de trabalho. Sempre segundo os mesmos dados do governo, o olival em Espanha estende-se por 2,75 milhões de hectares, sendo que 80% da produção se concentra na Andaluzia, no sul do país.

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Endividamento da economia aumenta 700 milhões em abril

A dívida do setor não financeiro atingiu os 802,4 mil milhões de euros, em abril, acima dos 801,7 mil milhões de euros registados no mês anterior, revela o Banco de Portugal.

O endividamento da economia nacional voltou a aumentar em abril. Segundo os dados divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal, o endividamento cresceu 700 milhões de euros, face a março.

O endividamento do setor não financeiro, que inclui administrações públicas, empresas e particulares, subiu para 802,4 mil milhões de euros, acima dos 801,7 mil milhões de euros registados em março, mas mantendo-se abaixo do máximo histórico de 812 mil milhões, atingido em setembro de 2023.

Deste total, 442,5 mil milhões de euros respeitavam ao setor privado (empresas privadas e particulares) e 359,9 mil milhões de euros ao setor público (administrações públicas e empresas públicas), refere o Banco de Portugal.

O aumento do endividamento foi justificado pelo crescimento da dívida do setor privado, que inclui famílias e empresas não financeiras, e que cresceu 800 milhões de euros, com o endividamento das empresas privadas a aumentar 500 milhões de euros, maioritariamente perante o exterior, e o endividamento dos particulares a subir 300 milhões de euros, junto do setor financeiro.

No que diz respeito às famílias, a dívida aumentou para 151,3 mil milhões de euros. Em termos anuais, o endividamento dos particulares cresceu 0,4%, após um incremento de 0,1% no mês anterior. Trata-se do sexto mês consecutivo de subidas.

As empresas não financeiras privadas fecharam o mês de abril com 291,2 mil milhões de euros em dívida, com uma taxa de variação anual de 2,2%.

Já o endividamento do setor público diminuiu 100 milhões de euros face a março, o que foi motivado, em grande medida, pela redução das responsabilidades em depósitos em 4 mil milhões de euros junto das administrações públicas. Este efeito foi parcialmente compensado pela emissão de títulos de dívida, na posse de residentes (1,7 mil milhões de euros) e do exterior (1,5 mil milhões de euros), bem como pela obtenção de empréstimos (0,7 mil milhões de euros).

(Notícia atualizada às 11:29)

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Glovo vai recorrer da decisão que reconheceu contratos a estafetas

Tribunal de Viseu reconheceu um contrato de trabalho entre dois estafetas e a Glovo. Plataforma avança ao ECO que vai recorrer e frisa que essa decisão é "completamente oposta" a outras já proferidas.

O Tribunal de Viseu reconheceu um contrato de trabalho entre dois estafetas e a Glovo, avançou Público esta sexta-feira. Em declarações ao ECO, a plataforma adianta que vai interpor recurso “com a maior brevidade possível”, frisando que esta decisão é “completamente oposta” às já proferidas por outros tribunais portugueses. No total, a Glovo já conta com 28 sentenças que lhe dão razão e negam contratos de trabalho com estafetas, destaca um porta-voz.

“As sentenças proferidas pelo Tribunal de Viseu — que acabam por assumir que os estafetas é que escolhem se querem ou não prestar atividade, os dias e as horas sem ter de avisar a Glovo, que podem recusar as propostas de serviços que lhes sejam apresentadas — são completamente opostas às proferidas anteriormente: no total 28 sentenças, que envolvem 59 estafetas em sete tribunais (Águeda, Portimão, Porto, Matosinhos, Santa Maria da Feira e Setúbal)”, sublinha a Glovo.

De acordo com a plataforma, o seu modelo operacional permite aos estafetas flexibilidade, autonomia e independência.Os tribunais têm sido claros: a relação entre a Glovo e os estafetas aponta no sentido de estarmos perante de apenas uma prestação de serviços“, assinala o mesmo porta-voz.

No início de abril foi conhecida a decisão do Tribunal do Trabalho de Portimão de não reconhecer o contrato de trabalho entre 27 estafetas e a plataforma digital Glovo. Esta foi a primeira sentença que se conheceu nesse sentido, seguindo-se várias outras, não só no que diz respeito à Glovo, mas também à Uber Eats.

Ainda assim, este não tem sido um assunto consensual nos tribunais português. O Tribunal de Viseu reconheceu um contrato entre a Glovo e dois estafetas, por considerar que a própria app é um instrumento de trabalho e é propriedade da plataforma, indiciando subordinação.

Já em março, o Tribunal de Castelo Branco tinha reconhecido um contrato de trabalho entre a Uber Eats e quatro estafetas. Na altura, a plataforma anunciou que iria recorrer.

Na base deste processo está uma alteração ao Código do Trabalho que entrou em vigor a 1 de maio e abriu a porta a que os estafetas sejam considerados trabalhadores por conta de outrem ao serviço das plataformas digitais, desde que sejam reconhecidos indícios de subordinação. Por exemplo, se a plataforma fixar a retribuição ou tiver poder disciplinar, pode estar em causa um laço de subordinação.

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Ex-dirigentes da CGTP denunciam “deriva sectária” e “falta de transparência”

  • Lusa
  • 21 Junho 2024

Bloquistas e socialistas da CGTP queixam-se de “domínio sectário” do PCP nos órgãos da central sindical, apelando ao "fim do centralismo autoritário” e à recuperação da “matriz original”.

Mais de três dezenas de ex-dirigentes da CGTP-IN alertaram esta sexta-feira para a “ausência de respostas” da central sindical aos novos problemas e desafios dos trabalhadores, acusando-a de “deriva sectária” e de “falta de transparência”.

“Quando precisamos de redes, cooperação e solidariedade europeia, vemos uma prática isolacionista que em nada beneficia uma resposta eficiente do todo sindical, que, para além das diferenças, que existem, precisa de unidade na ação. Quando se impõe ousadia e compromisso, renovação e inovação sindical, temos uma deriva sectária, falta de transparência, duvidosa representatividade, burocracia sindical ao serviço de estratégias alheias e negacionismo da sua própria crise“, lê-se num comunicado divulgado esta sexta-feira.

No documento, os 34 signatários — ex-membros da Comissão Executiva e do Conselho Nacional da CGTP — denunciam a “ausência de respostas” da organização sindical num contexto marcado por “novos problemas e grandes desafios, como a precariedade, os novos empregos e tipos de contrato ou plataformas”, e numa altura em que “se impõe a redução e reorganização do tempo de trabalho, os algoritmos tomam conta da vida laboral” e “a emergência climática destrói empregos e as multicrises e as transições digital e energética ameaçam os empregos”.

Consideram que a CGTP que saiu do último congresso “adotou um ainda maior fechamento”, ao deixar de ter nos seus órgãos executivos “quem, pela sua representatividade e presença ativa nos locais de trabalho, tem de ser tido em conta e assumir um papel mais relevante na condução da luta que é de todos”.

“Quando, por falta de funcionamento democrático, o Conselho Nacional confederal reuniu dois anos e meio sem a participação de todos os sindicalistas socialistas; quando a simples distribuição das propostas alternativas, vindas da corrente socialista ou da corrente bloquista, foi sistematicamente recusada; e quando se esperaria que o congresso último resolvesse o diferendo e engrandecesse o projeto unitário, este assumiu a rutura e os sindicalistas socialistas ficaram ineditamente fora da Comissão Executiva, para onde, mais uma vez, os sindicalistas bloquistas foram barrados“, sustentam.

Para os signatários do comunicado divulgado esta sexta-feira, “a composição político-partidária da direção da CGTP não tem hoje autonomia nem correspondência alguma com a realidade sociopolítica em terreno laboral”, sofrendo a central sindical “o domínio e controlo de uma força partidária”.

“Agora, governados pela direita, com a extrema-direita em crescendo, como é possível que seja quando na CGTP-IN a desunião e falta de democracia interna mais se manifesta? O que mais se impõe é o reforço e abertura da organização, a unidade, a capacidade de propor, lutar, negociar com ganhos”, sustentam.

Convictos de que a central sindical é “cada vez menos de massas e muito menos autónoma”, perdendo assim “credibilidade” e “desgastando o seu rico capital histórico”, os ex-dirigentes reclamam que a CGTP recupere a “autonomia”, o “caráter unitário”, adote uma “democracia inclusiva” e desenvolva “um debate amplo e participado”, de forma a “responder às mudanças profundas e [aos] novos desafios do mundo do trabalho”.

“Os princípios da CGTP, a sua matriz original, tem de ser recuperada. É preciso democracia interna, controlo democrático e participação sem discriminação! É preciso transparência! É urgente o fim do centralismo autoritário e sectário da atual maioria! É preciso autonomia e independência! É preciso unidade a sério! É urgente que todos os que querem um sindicalismo de classe, democrático, autónomo e solidário tenham lugar e se sintam bem na CGTP!”, rematam.

O documento difundido esta sexta-feira é assinado pelos ex-membros da Comissão Executiva Adão Mendes, Américo Monteiro Oliveira, Armindo Carvalho Augusta de Sousa, Carlos João Tomás, Carlos Trindade, Eduardo Chagas, Emídio Martins, Fernando Jorge Fernandes, Florival Lança, Maria Conceição Rodrigues, Maria Fátima Carvalho, Ulisses Garrido e Vivalda Silva.

Subscrevem ainda o comunicado os ex-membros do Conselho Nacional António Avelãs, António Gomes, António Guerreiro, António Morais, Augusto Pascoal, Branco Viana, Carlos Amado, Carlos Lopes, Deolinda Martin, Fernando Fidalgo, Fernando Lima, Francisco Alves, João Maneta, José Costa Velho, José Pinheiro Manuel Grilo, Manuel Pinto Silva, Maria Graça Silva, Maria José Miranda e Mariana Aiveca.

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Apoios da China a fabricantes de veículos elétricos ascendem a 215 mil milhões

  • Lusa
  • 21 Junho 2024

Estimativa feita pelo Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais é, no entanto, “conservadora”, por deixar de fora fatores como políticas locais de incentivo ou o baixo custo de eletricidade.

Os fabricantes chineses de veículos elétricos receberam pelo menos 230,8 mil milhões de dólares (215,3 mil milhões de euros) em subsídios governamentais, entre 2009 e 2023, indicou um estudo do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS).

O estudo surge pouco depois de os Estados Unidos terem quadruplicado para 100% as taxas alfandegárias sobre este tipo de veículos e de a Comissão Europeia (CE) ter anunciado taxas adicionais de 21%, em média, na sequência de uma investigação sobre os apoios de Pequim à indústria.

De acordo com o CSIS, parte desta ajuda foi concedida sob a forma de isenções de impostos sobre as vendas. O resto está dividido entre descontos nacionais para os compradores, financiamento governamental para infraestruturas — principalmente pontos de carregamento –, programas de investigação e desenvolvimento (I&D) para os fabricantes ou compras de veículos por instituições governamentais.

O relatório observou que o financiamento totalizou cerca de 6.740 milhões de dólares (6.290 milhões de euros) anualmente entre 2009 e 2017, quando o setor “ainda estava na fase embrionária”, antes de triplicar entre 2018 e 2020 e aumentar “de forma substancial” novamente a partir de 2021.

Scott Kennedy, analista do CSIS especializado na China, salientou que estas estimativas são “muito conservadoras”, uma vez que não incluem as políticas locais de incentivo à transição para veículos elétricos, o baixo custo da eletricidade, dos terrenos ou do crédito, ou os subsídios oferecidos a outras partes da cadeia de fornecimento, como a exploração mineira ou os produtores de baterias.

O investigador também salientou que os subsídios por veículo foram reduzidos do equivalente a 13.860 dólares por veículo para cerca de 4.600 dólares, o que é ainda mais baixo do que os 7.500 dólares oferecidos por Washington como parte da Lei de Redução da Inflação, promulgada em agosto de 2022.

Kennedy também mencionou as melhorias de qualidade feitas pelas marcas chinesas: “Durante muitos anos, os fabricantes de automóveis chineses ficaram muito atrás dos pioneiros globais na Europa, Ásia Oriental ou América do Norte. Mas agora reduziram essa diferença nos automóveis em geral e avançaram nos elétricos”.

Se os elétricos chineses fossem lixo, não representariam um problema sério para os fabricantes do resto do mundo“, observou o analista, acusando os fabricantes de automóveis e os governos ocidentais de “perderem tempo” e de “não serem suficientemente agressivos” na sua transição.

Kennedy concluiu que “os elétricos chineses beneficiaram de um enorme apoio [sob a forma de] políticas industriais e a sua qualidade está a melhorar, tornando-os atrativos para os consumidores nacionais e internacionais” e que “uma resposta eficaz dos EUA, da Europa e de outros países deve ter em conta estes dois fatores”.

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Contra redução do IRC, economista Luís Cabral defende menor carga fiscal sobre o trabalho

  • ECO
  • 21 Junho 2024

Economista português vê na legislação laboral o “grande problema" do emprego, defendendo, por isso, uma menor tributação sobre o trabalho que seria compensada, por exemplo, com receitas do IMI e IRC.

O economista Luís Cabral defende que “não faz sentido” reduzir o IRC. Em entrevista ao Jornal Económico (acesso pago), o professor de Economia na New York University aponta a “legislação laboral” como o “grande problema” do emprego, considerando que “seria melhor” baixar a carga fiscal sobre o trabalho e compensá-la com mais receitas através do IMI, o IRC ou o imposto sobre as sucessões. Assim, não só “aliviava o pagamento das contribuições sociais”, como “as empresas passariam a gastar menos, para ganharem mais”, justificou.

Para Luís Cabral, “mais importante do que baixar a taxa seria aumentá-la, mas com base num acordo internacional”, porque a “concorrência fiscal” é “o grande problema dos impostos sobre empresas”. Como tal, considera que a taxa mínima de 15% acordada pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) devia ser “superior”, de modo a “combater” países que criam paraísos fiscais, como é o caso da Irlanda, para onde “fogem” muitas empresas.

Na entrevista, o economista português realçou a importância de manter o rigor orçamental, argumentando que “neste momento não se justifica ter uma política orçamental que leve a défices orçamentais”. E, defendendo o aumento da oferta no mercado imobiliário — que vê como “o principal problema da crise da habitação em Portugal” –, aponta o dedo aos constrangimentos nos licenciamentos para a construção.

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Mãe das gémeas luso-brasileiras disse ter garantia de todas as aprovações para o tratamento

  • ECO
  • 21 Junho 2024

Segundo a médica das crianças, a mãe terá afirmado, por e-mail, que "o processo administrativo [do fármaco] teria as aprovações necessárias até à ministra da Saúde”.

A mãe das gémeas luso-brasileiras que receberam o tratamento com o medicamento mais caro do mundo terá dito, numa consulta com a médica das crianças no Hospital de Santa Maria, que “a família dispunha de garantias de que todo o processo administrativo [do fármaco] teria as aprovações necessárias até à ministra da Saúde”, avança o Correio da Manhã (acesso pago).

A afirmação constará de um e-mail enviado pela mãe das crianças a Teresa Moreno, segundo disse esta médica à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS). Quando confrontada pela IGAS sobre essa declaração, a mãe das gémeas confirmou que trocou e-mails com frequência com Teresa Moreno, mas alegou não se recordar daquela afirmação. Esta sexta-feira, os deputados da comissão de inquérito ao caso devem questioná-la sobre este tema, já que Daniela Martins deverá depor presencialmente no Parlamento.

Em dezembro do ano passado, no âmbito da inspeção ao caso, a IGAS pediu à médica pediatra que, numa segunda audição, concretizasse as declarações da mãe das gémeas, que será ouvida esta sexta-feira no Parlamento. “A certa altura, arrogantemente — e habitualmente é muito simpática –, diz que só precisa da minha assinatura, pois tem todas as outras garantidas até à ministra da Saúde“, afirmou Teresa Moreno, citando um e-mail enviado pela mãe das meninas em 24 de janeiro de 2020.

Sobre o mesmo caso, o Expresso (acesso pago) avança esta sexta-feira que a juíza de instrução criminal que analisou o caso das gémeas luso-brasileiras considera que Marcelo Rebelo de Sousa devia ter sido investigado. No despacho enviado ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Gabriela Assunção defende que não houve uma atuação neutra por parte do Presidente da República que, na sua opinião, terá sido decisivo no processo. É “descrita pelo Ministério Público a prática de atos, atribuíveis a Sua Excelência o Senhor Presidente da República, que não são neutros em relação aos atos imputados aos suspeitos”, argumenta a magistrada.

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Condenação da EDP Produção em 40 milhões de euros confirmada pelo TC

  • Lusa
  • 21 Junho 2024

AdC tinha sancionado a EDP Produção em 2019, uma decisão que mereceu recurso da empresa para o Tribunal da Relação, que reduziu a pena de 48 para 40 milhões, mas confirmou abuso de posição dominante.

O Tribunal Constitucional declarou o trânsito em julgado do acórdão sobre a EDP Produção, tornando definitiva a condenação da empresa a uma coima de 40 milhões de euros por abuso de posição dominante, informou a Autoridade da Concorrência.

Em comunicado, a Autoridade da Concorrência (AdC) lembra que tinha sancionado a EDP Produção em 2019, uma decisão que mereceu recurso da empresa para o Tribunal da Relação, que reduziu a pena de 48 milhões para 40 milhões de euros, mas confirmou o abuso de posição dominante.

A AdC vinca que o Tribunal da Relação reduziu a coima após o Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão ter entendido que a infração da EDP durou não cinco anos, como alegava a AdC, mas quatro anos e três meses. Depois disto a empresa recorreu para o Tribunal Constitucional (TC).

No comunicado divulgado esta sexta-feira, a AdC explica que no acórdão que transitou em julgado, de maio deste ano, o TC indeferiu a reclamação apresentada pela EDP Produção quanto à decisão sumária deste tribunal de “não conhecer de dois recursos interpostos” para “apreciação da conformidade constitucional da interpretação levada a cabo pelo Tribunal da Relação de Lisboa”.

Na nota, a AdC refere que, na decisão sumária de março, o TC declarou a urgência “do processo de fiscalização concreta de constitucionalidade, atendendo ao risco de prescrição do procedimento contraordenacional”.

“Foi entendido pelo Tribunal Constitucional que o mesmo não pode ‘alhear-se da sorte do processo-base, nem tornar-se instrumento passivo da eventual utilização dos recursos de constitucionalidade como expedientes dilatórios (…), pela parte a quem a prescrição do procedimento aproveita'”, acrescenta.

A AdC adianta igualmente que o prazo de prescrição terminará — “sem prejuízo de quaisquer causas de suspensão aplicáveis, particularmente as decorrentes do contexto da pandemia por covid-19” — em 30 de junho de 2024.

Na sequência da declaração de trânsito em julgado, foi ordenada a remessa do processo ao Tribunal da Relação de Lisboa para efeitos de “elaboração de conta de custas e processamento do pagamento da coima”.

O montante da coima foi depositado à ordem do tribunal.

Sem prejuízo da declaração do trânsito em julgado, a EDP interpôs novo recurso para o Tribunal Constitucional, que não foi admitido “em razão da sua intempestividade, não se excluindo a promoção de novas interações processuais por parte da EDP”, refere a AdC.

Na decisão tomada em setembro de 2023, o Tribunal de Relação confirmou que a restrição de capacidade praticada pela EDP Produção conduziu “à perda de eficiência produtiva no mercado, com um aumento significativo dos preços do mercado de banda de regulação acima do preço competitivo”.

Esta atuação fez com que “os consumidores de energia elétrica fossem duplamente prejudicados, ao suportarem tarifas de acesso às redes e preços de energia no retalho mais elevados“, refere.

A AdC sublinha ainda que o tribunal confirmou igualmente que a EDP Produção “sabia, e não podia desconhecer, que, ao implementar entre outubro de 2009 e 2013, uma estratégia de restrição da oferta no mercado de banda de regulação secundária do sistema elétrico nacional em Portugal Continental, utilizava a sua posição dominante naquele mercado em prejuízo dos consumidores”.

Diz ainda o tribunal que a empresa agiu “de forma livre, esclarecida e voluntária na exploração abusiva da sua posição dominante no mercado de banda de regulação secundária em Portugal Continental, sem que tal conduta provenha de qualquer causa que a justifique (…) bem sabendo que os seus factos eram proibidos e punidos por lei”.

Segundo a AdC, os 40 milhões de euros representam a maior coima por abuso de posição dominante confirmada por tribunais nacionais.

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Salários continuam a ser principal foco da negociação coletiva

Salários aparecem na esmagadora maioria das convenções coletivas tanto em 1999 como em 2019, mas peso no Produto Interno Bruto tem registado tendência decrescente, mostra novo estudo.

O mercado de trabalho transformou-se nos últimos 20 anos, mas os tópicos tratados na negociação coletiva mantiveram-se semelhantes nessas duas décadas. De acordo com um estudo apresentado esta sexta-feira pelo Centro de Relações Laborais (CRL) no Ministério do Trabalho, os salários continuam a ser o principal foco das convenções coletivas.

“Verifica-se uma similitude no conjunto de tópicos tratados, ainda que existam diferenças relevantes na abordagem e desenvolvimento de algumas matérias em 1999 e em 2019”, explica o CRL, que analisou esses dois anos em particular porque, por um lado, o contexto normativo mudou de modo significativo, mas, por outro, a inflação e o crescimento da economia não sofreram grandes alterações.

Ora, entre esses tópicos abordados na negociação coletiva, à cabeça aparecem os salários, tanto em 1999, como 20 anos depois. Ou seja, “predomina a regulamentação das condições salariais e de outras prestações pecuniárias”, nota o Centro de Relações Laborais, que detalha que essa matéria está presente na totalidade das convenções de 1999 que analisou e em 94% das convenções de 2019.

Ainda sobre os salários, o estudo agora publicado dá conta que o fosso entre o salário mínimo e a remuneração base emagreceu nas últimas duas décadas: passou de 48% em 1999 para 40% em 2019. Isto ainda que, em termos nominais, se tenha registado “uma evolução favorável quer na remuneração base, quer no ganho médio“.

Outro dado relevante destacado pelo CRL é que baixou o peso dos salários no Produto Interno Bruto (PIB) entre os dois anos considerados. “Verifica-se que, no período entre 1999 e 2019, o peso dos salários no PIB se situou entre 39 e 35 pontos percentuais, com uma tendência decrescente do peso dos salários no PIB”, assinala o Centro de Relações Laborais.

À parte dos salários, há outros tópicos que se têm mantido semelhantes nas convenções publicadas. É o caso das deslocações, das categorias profissionais e da duração e organização do tempo de trabalho. Ainda que, neste último ponto, haja hoje “um maior número e maior diversidade de regras”, o que é explicado, pelo menos, em parte pela própria evolução da lei.

Em reação a essa “constância” dos temas tratados pela negociação coletiva, a ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, sublinhou na apresentação desta manhã que tal reflete a maturidade da própria negociação coletiva em Portugal.

Por outro lado, o Centro de Relações Laborais realça no seu estudo que as convenções de 2019 já refletem também as “inovações resultantes do Código do Trabalho”, como o teletrabalho, os direitos de personalidade, a proteção de dados pessoais e os meios de vigilância eletrónica.

Formação profissional ganha destaque

Ainda que, regra geral, os tópicos abordados na negociação coletiva não tenham mudado muito em 20 anos, há temas que têm hoje uma profundidade diferente, por efeito da evolução que tem sido feita na própria lei do trabalho. É o caso da formação profissional, cujo tratamento é “bastante diferente” nas convenções de 2019 e de 1999.

“Apenas nas convenções de 2019 encontram-se referências mais desenvolvidas à formação profissional enquanto dever do empregador e também do trabalhador e são escassos os desenvolvimentos relativos à formação profissional contínua em 1999“, é afirmado no estudo divulgado esta sexta-feira.

Também a previsão de um crédito de horas de formação só surge nas convenções de 2019. Tal como a contabilização e gestão dos tempos de trabalho para frequência da formação, o dever do empregador suportar os custos com a formação e a formação profissional como facilitador da reconversão do trabalhador.

Por outro lado, no que diz respeito à igualdade entre géneros, há a destacar que entre 1999 e 2019 caíram as normas dedicadas em exclusivo ao “trabalho de mulheres”. Isto é, regras direcionadas só ao género feminino, nomeadamente, no que diz respeito ao uso de produtos tóxicos, transportes de pesos e salários.

“Estas formulações já não encontram paralelo em 2019, em que se tende a privilegiar a dimensão paritária entre homens e mulheres, incluindo nos direitos e deveres de ambos os progenitores”, observa o CRL.

De modo global, entre 1999 e 2019 o número de convenções publicadas e de trabalhadores abrangidos sofreu uma diminuição, passando de 385 em 1999 para 240 em 2019, e de 1.046.797 em 1999 para 792.883 em 2019, respetivamente.

“Quanto ao período em que as convenções revistas em 1999 e 2019 permaneceram inalteradas, verifica-se que a larga maioria das convenções (84% em 1999 e 73% em 2019) foi revista antes de atingir 24 meses de vigência“, acrescenta o Centro de Relações Laborais.

No que respeita ao prazo de vigência previsto nas primeiras convenções e revisões globais, em ambos os anos predominou o período de 24 meses, “mas em 1999 de modo mais marcado (50% das convenções)”. Em contraste, em 2019 houve “uma maior diversidade de soluções, com previsão de prazos superiores a 24 meses”, salienta o CRL.

Já na apresentação que decorreu esta manhã no Ministério do Trabalho, Paula Agapito, do CRL, destacou ainda que em 1999 54% dos outorgantes das convenções analisadas eram associações de empregadores (e não empresas), sendo que, destas, 78% mantiveram-se em atividade nas duas décadas que haviam de se seguir.

Do lado dos trabalhadores, a responsável salientou que “há mais associações sindicais em 1999 face a 2019” e que, destas, “86% são sindicatos por contraposição a federações”. “62% das associações sindicais mantêm-se em atividade“, acrescentou Paula Agapito.

Atualizada às 10h22 com declarações da ministra do Trabalho

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“O campeonato do BCP não é o campeonato do maior”, diz Miguel Maya

  • ECO
  • 21 Junho 2024

CEO do BCP garante que o banco nunca fará uma proposta de aquisição apenas com o objetivo de aumentar a quota de mercado e vê com “tranquilidade” posição da CGD numa eventual corrida ao Novobanco.

O presidente executivo do BCP garante ver “com total tranquilidade” o posicionamento da Caixa Geral de Depósitos (CGD) numa eventual corrida à compra do Novobanco. Perante essa possibilidade, Miguel Maya rejeita, em entrevista ao Jornal de Negócios (acesso pago), a ideia de que o BCP deixe de ser líder do mercado. “O campeonato do BCP não é o campeonato do maior. O campeonato do BCP é o campeonato da melhor qualidade de serviço, de rendibilidade e de capacidade de remunerar adequadamente os acionistas“, sublinha.

O banqueiro assinala, por sua vez, que os concorrentes do BCP são os da união bancária, pelo que a sua preocupação são as condições dadas pelo Estado português para que possa ter “os mesmos argumentos” no mercado que a concorrência. No entanto, ainda vê fatores que a distorcem, tais como as “contribuições específicas em Portugal”. “Nomeadamente e no caso do BCP, tudo o que tem a ver as contribuições que alimentam o mecanismo de capitalização contingente do Novobanco, que é um fardo muito pesado nas contas do BCP“, refere, a título de exemplo.

Na entrevista, Miguel Maya diz-se seguro de que os atuais acionistas do banco não serão um “entrave” a uma operação de compra, se a oportunidade surgir, desde que esta crie valor. Nesse sentido, realça que “nunca o BCP fará uma proposta de qualquer consolidação apenas tendo como perspetiva a aumentar a sua quota de mercado“.

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Bruxelas sugere fasear projetos para garantir execução do PRR a 100%

  • ECO
  • 21 Junho 2024

Medida está prevista no regulamento do PRR, permitindo aos Estados-membros dividir projetos de investimento em diferentes fases.

Embora evite a palavra “atrasos”, ao contrário do Governo de Luís Montenegro, quando se refere ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) português, a Comissão Europeia reconhece que é preciso acelerar a execução e aponta o faseamento de projetos como solução, avança o Jornal de Negócios (acesso pago). A medida está prevista no regulamento do PRR, permitindo aos Estados-membros dividir projetos de investimento em diferentes fases, como acontece com os fundos europeus estruturais.

Este faseamento permite que o PRR financie as partes dos projetos que estejam concluídas até ao final de 2026. As restantes podem recorrer a outros fundos europeus, como o PT2030, ou a verbas nacionais. No entanto, Bruxelas não explica como será feito o faseamento de projetos que só fiquem prontos depois de 2026. Além disso, as verbas correspondentes às fases dos projetos que não forem terminadas até 2026 são subtraídas ao montante total de 22,2 mil milhões de euros da bazuca.

Perante a dúvida se as verbas descontadas poderão ser usadas para financiar outros projetos, a Comissão Europeia explicou ao Jornal de Negócios que, no caso de faseamento, “os marcos e metas conexos abrangerão só as partes do projeto a concluir até ao final de 2026”. Isto significa que terá de haver um ajuste das metas e marcos do PRR.

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