Comarca de Lisboa prevê que julgamento de Sócrates comece antes do verão

  • Lusa
  • 19 Dezembro 2024

A Comarca de Lisboa prevê que o julgamento do antigo primeiro-ministro José Sócrates "possa arrancar antes do verão", no Tribunal de Monsanto, em Lisboa, que "carece de obras".

A Comarca de Lisboa prevê que o julgamento do antigo primeiro-ministro José Sócrates “possa arrancar antes do verão”, no Tribunal de Monsanto, em Lisboa, que “carece de obras”, adiantou à Lusa fonte do Conselho Superior da Magistratura (CSM).

“O Tribunal de Monsanto foi identificado como a solução ideal, atendendo à dimensão e complexidade do processo. Contudo, o edifício carece de obras necessárias, que se espera que arranquem atempadamente”, explicou a mesma fonte.

O processo principal da Operação Marquês foi distribuído a 11 de dezembro, por sorteio, ao juiz 19 do Tribunal Central Criminal de Lisboa, ocupado por Susana Seca.

Citando informação da Comarca, a mesma fonte referiu que, “embora não exista uma data definitiva fechada” para o início do julgamento, se prevê “que este possa arrancar antes do verão”. A atribuição de “exclusividade” à juíza-presidente está “a ser avaliada”.

A Comarca já assegurou que “dará parecer positivo, tendo em conta as especificidades e exigências” do processo, que vai ser integralmente digitalizado. O procedimento tem o apoio da estrutura de Apoio Logístico à Tramitação de Elevada Complexidade constituída em 2023 no seio do CSM.

Este esforço tem como objetivo facilitar o manuseamento e consulta do processo, garantindo uma maior celeridade e eficiência na preparação do julgamento”, justificou a fonte.

A 7 de dezembro, José Sócrates insistiu, em conferência de imprensa, ser inocente e alegou que o processo não poderia seguir para julgamento por existirem recursos pendentes, incluindo um do seu primo, também arguido, para o Supremo Tribunal de Justiça (STJ).

“O recurso do Sr. José Paulo Pinto de Sousa não deu entrada no tribunal. Estamos a aguardar”, esclareceu à Lusa, na terça-feira, fonte oficial daquele órgão. O STJ decidirá nessa altura se a contestação tem efeito devolutivo ou suspensivo. Este último suspende, ao contrário do primeiro, a tramitação do caso.

José Sócrates, de 67 anos e primeiro-ministro de 2005 a 2011, responde no processo principal da Operação Marquês por 22 crimes: três de corrupção, 13 de branqueamento de capitais e seis de fraude fiscal. O processo conta, no total, com 22 arguidos a quem foram imputados, globalmente, 118 crimes.

O antigo governante está simultaneamente acusado de mais seis crimes noutro processo separado, em abril de 2021, da Operação Marquês. O caso aguarda nova decisão instrutória.

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João Mota da Costa é o novo sócio da VFA

A colaborar com a VFA desde 2017, João Mota da Costa desenvolve a sua atividade, especialmente, nas áreas de Insolvência e Contencioso.

A sociedade de advogados VFA promoveu João Mota da Costa a sócio. Assim, o escritório passa a contar com cinco sócios no total.

Para Paulo Valério, managing partner da firma, a entrada do João Mota da Costa para o colégio de sócios é um “passo natural, que reconhece um percurso profissional conjunto de quase dez anos, premiando a capacidade técnica e de gestão do João, mas, também, o seu compromisso com os valores da VFA”.

A colaborar com a VFA desde 2017, João Mota da Costa desenvolve a sua atividade, especialmente, nas áreas de Insolvência e Contencioso.

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Abreu Advogados assessora Cusp Capital em ronda de investimento na Meight Technologies

A equipa da Abreu que assessorou a Cusp Capital na ronda de investimento na Meight Technologies foi liderada e coordenada pelo advogado principal André Modesto Pinheiro.

A Abreu Advogados assessorou a Cusp Capital, empresa de venture capital focada em tecnologia, numa ronda de investimento na Meight Technologies, empresa portuguesa de tecnologia especializada em soluções inteligentes para o setor de transportes através de uma plataforma baseada em inteligência artificial.

A equipa da Abreu envolvida na operação foi liderada e coordenada pelo advogado principal André Modesto Pinheiro e contou com o apoio do associado João Diogo Barbosa. Na transação estiveram ainda as sócias contratadas Joana Maldonado Reis e Mafalda Teixeira de Abreu, os associados sénior Filipa Vicente Silva e José Maria Alves Pereira e a associada Liliana dos Santos Soares.

A Cusp Capital é uma empresa de venture capital focada no desenvolvimento de software e tecnologia europeia, investindo em empresas early-stage que estão prestes a redefinir os seus setores, contribuindo para novos paradigmas socioeconómicos e tecnológicos. Nos últimos 15 anos, a empresa investiu mais de 600 milhões de euros em empresas como a Zalando, a Delivery Hero, a Klarna, a Scalable Capital, a data Artisans, a Personio e a SoSafe.

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Euribor cai e a três meses para um novo mínimo desde março de 2023

  • Lusa
  • 19 Dezembro 2024

Esta quinta-feira, a taxa Euribor caiu para 2,839% a três meses, para 2,637% a seis meses e para 2,469% a 12 meses.

A Euribor desceu esta quinta-feira a três, a seis e a 12 meses, no prazo mais curto para um novo mínimo desde março de 2023. Com estas alterações, a taxa a três meses, que baixou para 2,839%, continuou acima da taxa a seis meses (2,637%) e da taxa a 12 meses (2,469%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro de 2023, desceu para 2,637%, menos 0,015 pontos.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, também baixou, para 2,469%, menos 0,005 pontos que na quarta-feira.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses desceu, ao ser fixada em 2,839%, menos 0,013 pontos do que na sessão anterior.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a outubro mostram que a Euribor a seis meses representava 37,36% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 33,13% e 25,54%, respetivamente.

A média da Euribor em novembro desceu em todos os prazos, menos acentuadamente do que em outubro e com mais intensidade no prazo intermédio: 0,160 pontos, para 3,007%, a três meses (contra 3,167% em outubro); 0,214 pontos, para 2,788%, a seis meses (contra 3,002%); e 0,185 pontos, para 2,506%, a 12 meses (contra 2,691%).

Em 12 de dezembro, como esperado pelos mercados, o Banco Central Europeu (BCE) cortou, pela quarta vez este ano e pela terceira reunião consecutiva, as taxas diretoras em 25 pontos base.

Em 17 de outubro na Eslovénia, a instituição liderada por Christine Lagarde tinha descido as taxas de juro em um quarto de ponto pela terceira vez este ano, a segunda vez consecutiva, para 3,25%, face a uma inflação que considera estar “no bom caminho” e a uma atividade económica pior do que o previsto.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Volume de negócios das empresas de comércio cresceu 4,6% em 2023

O volume de negócios das empresas de comércio totalizou 194,8 mil milhões de euros, em 2023. Destaque para a atividade automóvel que cresceu 17,7%, no mesmo período.

O setor comercial em Portugal acelerou o ritmo de crescimento, em 2023. O volume de negócios das empresas de comércio totalizou 194,8 mil milhões de euros, em 2023, um aumento de 4,6% quando comparado com o ano anterior, altura em que o volume de negócio das empresas atingiu os 17,9%, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE), esta quinta-feira.

Segundo o relatório, esses valores foram atingidos graças às 217,4 mil empresas que compõem o setor e aos 842,4 mil trabalhadores que nele trabalham (mais 2% em comparação com 2022) e cujas remunerações alcançaram os 12,9 mil milhões de euros em termos nominais, um crescimento de 11,4%.

O INE indica que as empresas de comércio representavam 14,4% do total de empresas não financeiras, sendo responsáveis por 35,4% do volume de negócios do total destas empresas.

No documento, o gabinete de estatísticas revela que em 2023, o valor acrescentado bruto (VAB) fixou-se em 26,5 mil milhões de euros (+8,6% face a 2022) e que a margem comercial global subiu 6% para 35,3 mil milhões de euros. Já a margem comercial por empresa foi de 162 mil euros.

ESTATÍSTICAS DO COMÉRCIO – Inquérito às Empresas de Comércio
2023
INE

Comércio automóvel dispara 17,7%

No ano em que se verificou um aumento das vendas de carros, o INE indica que a atividade de comércio automóvel foi a principal responsável pelo crescimento do volume de negócios, tendo registado uma valorização de 17,7% nesse campo, tendência que se verificou também na margem comercial global (12,9%) e por empresa (10,3%). Já o número de trabalhadores subiu 3,3%.

Na atividade de “comércio de veículos automóveis”, o gabinete de estatística revela que esta gerou, em 2023, um volume de negócios de 20,5 mil milhões de euros, correspondendo ao maior aumento homólogo do setor do comércio automóvel (19,6%, em 2023 depois de um aumento de 14,4% em 2022). Esta atividade foi também a mais representativa deste setor (73,9%).

Já a o “comércio de peças e acessórios” teve o segundo maior contributo para o aumento de volume de negócios do setor (13,9%).

ESTATÍSTICAS DO COMÉRCIO – Inquérito às Empresas de Comércio
2023
INE

De entre os dez principais produtos vendidos nesta atividade, gabinete de estatística revela que o maior destaque vai para as vendas de automóveis ligeiros por grosso (31,6%) e a retalho (26,4%). Naquele ano, o volume de negócios médio por empresa de comércio automóvel fixou-se em 828,6 mil euros, mais 14,9% que no ano anterior.

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Portugal é o 7.º país da UE com mais energia proveniente de fontes renováveis

  • Lusa
  • 19 Dezembro 2024

35% do consumo final de energia em Portugal provinha de fontes renováveis no ano passado, mais quatro décimas do que em 2022. Meta fixada pelo Governo é de 80% até 2026.

Portugal, com 35%, está no sétimo lugar da tabela dos Estados-membros com mais fontes renováveis no consumo final de energia, com a média da União Europeia (UE) a fixar-se nos 24,5% em 2023, segundo dados publicados esta quinta-feira pelo Eurostat.

De acordo com o serviço estatístico da UE, no bloco europeu, a percentagem de fontes renováveis aumentou, em 2023, face aos 23% do ano anterior e em Portugal avançou na comparação com os 34,6% de 2022.

Percentagem de energia proveniente de fontes renováveis nos países da UE em 2023

Fonte: Eurostat

Entre os Estados-membros, a Suécia, com 66,4%, tem a maior percentagem de fontes renováveis no consumo energético final, seguida pela Finlândia (50,8%) e pela Dinamarca (44,9%).

No fim da tabela, com as menores quotas de fontes renováveis, estão o Luxemburgo (11,6%), Bélgica (14,7%) e Malta (15,1%).

A União Europeia está a 18 pontos percentuais de atingir o objetivo fixado para 2030 de 42,5% de fontes renováveis, enquanto a meta fixada por Portugal é de 80% até 2026.

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Turismo traz mais 1,6 mil milhões para a economia nacional

A balança de pagamentos registou um crescimento homólogo de 84% para um excedente de 9,4 mil milhões de euros até outubro, com forte impulso do turismo e das exportações.

Os dados mais recentes da Balança de Pagamentos, divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal, revelam um excedente externo de 9,4 mil milhões de euros nos primeiros dez meses de 2024. Trata-se de um crescimento homólogo de 84% face aos 5,1 mil milhões de euros registados até outubro do ano passado, demonstrando uma melhoria substancial na posição financeira do país face ao exterior.

Segundo o Banco de Portugal, este desempenho positivo deve-se a vários fatores, com destaque para a evolução favorável do saldo da balança de bens e serviços que até outubro aumentou 2,8 mil milhões de euros em comparação com o mesmo período de 2023.

A redução do défice da balança de bens em 823 milhões de euros, impulsionada por um “aumento das exportações superior ao das importações”, contribuiu significativamente para este resultado. Paralelamente, o excedente da balança de serviços registou um aumento de 1.965 milhões de euros, com o turismo a desempenhar um papel crucial, apresentando um crescimento de 1.617 milhões de euros no saldo de viagens e turismo.

Os dados do Banco de Portugal destacam também o comportamento em termos de investimento e financiamento externos. Até outubro, Portugal investiu 21,6 mil milhões de euros em ativos financeiros no exterior, enquanto obteve 12,2 mil milhões de euros em financiamento de não residentes. Esta dinâmica reflete uma posição mais robusta da economia nacional, com uma capacidade crescente de investir além-fronteiras, ao mesmo tempo que continua a atrair investimento estrangeiro.

A melhoria do saldo da balança de rendimento primário, com uma redução do défice em 1.340 milhões de euros, também merece destaque por parte do Banco de Portugal. Esta evolução positiva deve-se principalmente a “uma maior atribuição de fundos da União Europeia sob a forma de subsídios”.

Adicionalmente, o comunicado do Banco de Portugal revela também um aumento do excedente da balança de rendimento secundário em 242 milhões de euros “fruto, em grande medida, de uma menor contribuição financeira de Portugal para o orçamento da União Europeia”, contribuiu para o fortalecimento da posição externa do país.

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Negócio entre CTT e DHL deixa de fora a espanhola Cacesa (por agora)

O negócio que coloca nas mãos da DHL 25% da CTT Expresso não contemplou a compra da Cacesa que os CTT estavam a negociar à parte. Se quiserem ficar com uma posição, os alemães terão de pagar.

O acordo firmado esta quinta-feira entre os CTT CTT 1,99% e a DHL, um dia depois de os Correios terem anunciado a compra da Cacesa, deixa de fora a empresa espanhola de desalfandegamento, pela qual os CTT aceitaram na quarta-feira pagar 104 milhões de euros. A DHL irá decidir depois se pretende ficar também com uma parte da Cacesa, pagando a sua parte, algo com o qual a empresa alemã não se compromete, apesar de admitir ter interesse.

O esclarecimento foi dado numa conferência de imprensa, horas depois de os CTT e a DHL terem formalizado uma parceria estratégica que, na prática, coloca a totalidade da DHL Parcel Portugal nas mãos dos CTT, dividindo depois o negócio em Espanha, com os CTT a ficarem com o segmento de consumo e a DHL com o segmento empresarial no país vizinho. No final, os alemães passarão a deter 25% da CTT Expresso, que por essa hora já será dona da DHL em Portugal e de 25% da DHL Parcel Iberia.

“Não esperávamos anunciar estas duas operações em dias consecutivos”, revelou o presidente executivo dos CTT, João Bento, para justificar o facto de a Cacesa ter ficado fora do perímetro do negócio com a DHL. “Acabou por acontecer”, reconheceu o gestor, salientando que, quando a DHL formalizar a compra de 25% da CTT Expresso, já depois de incorporada a DHL Parcel Portugal e os 25% da DHL Parcel Iberia, “paga a sua parte da Cacesa”. Mas só se assim o entender.

“A DHL tem a opção [de ficar com parte da empresa espanhola] porque não participou na compra da Cacesa”, ressalvou João Bento, confirmando que, “em princípio”, tal corresponderia a 25% dos cerca de 100 milhões que valem a Cacesa. Os CTT aceitaram pagar 104 milhões de euros para ficar com o operador espanhol de desalfandegamento de encomendas, que foi avaliado em 91 milhões de euros (“pagámos um bocadinho mais porque a empresa tem dinheiro”, afirmou João Bento na quarta-feira, noutra conferência de imprensa, para explicar o racional desse negócio.)

Instado a confirmar se a DHL pretende manter a Cacesa no pacote, Pablo Ciano, CEO da DHL eCommerce e o outro rosto do acordo, disse ter “confiança na qualidade da gestão” da empresa portuguesa e estar certo de que “vai ser uma transação promissora”. Contudo, não se quis comprometer já, indicando: “Vamos ver os números em pormenor.”

Esta quinta-feira, num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os Correios anunciaram uma “parceria estratégica” com a DHL que, em conjunto com a integração da espanhola Cacesa — que ainda depende da aprovação regulatória –, farão dos CTT “um grupo significativamente maior”. Se o negócio tivesse ocorrido no ano passado, os CTT teriam tido receitas de cerca de 1,1 mil milhões de euros, acrescenta a cotada portuguesa na mesma nota.

Concretamente sobre o acordo com a DHL, a primeira fase da transação tem três momentos:

  • Primeiro, a CTT Expresso compra 100% da DHL Parcel Portugal;
  • Depois, os CTT compram 25% da DHL Parcel Iberia;
  • Por fim, o grupo DHL adquire 25% da CTT Expresso.

Na segunda fase da transação, está previsto que a DHL e os CTT possam aumentar as respetivas posições uma na outra até aos 49%.

Com este negócio, os CTT encaixam, em termos líquidos, cerca de 69 milhões de euros. Um valor explicado com o “saldo entre a valorização de 25% da CTT Expresso depois de comprar a DHL em Portugal e 25% da DHL em Espanha”. Pablo Ciano, CEO da DHL eCommerce, confirmou ser uma forma de “gerar uma compensação a favor da CTT Expresso”, uma vez que a DHL “está a comprar 25% da CTT Expresso como um todo”.

O mercado está a aplaudir a operação. Cerca das 12h25, as ações da empresa postal disparavam quase 11%, para 5,18 euros, um máximo desde julho de 2021.

(Notícia atualizada pela última vez às 12h30)

Cotação das ações dos CTT em Lisboa

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Menos de um quinto das empresas dão formação contínua aos trabalhadores

Empresas maiores são as que dão mais formação aos seus empregados, mostram os dados do GEP. Subiu número de trabalhadores abrangidos e aumentaram os próprios custos da formação.

Há mais empresas a dar formação contínua aos seus trabalhadores, mas continuam a ser uma minoria no mercado nacional. Menos de um quinto dos empregadores dinamizaram ações formativas junto dos seus empregados em 2023, mostram os dados divulgados esta semana pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho.

No total, 50.146 empresas garantiram formação contínua aos trabalhadores no último ano, o equivalente a 18,6% dos empregadores identificados. Em comparação, em 2022, tinham sido cerca de 46 mil as empresas a assegurar este direito aos seus empregados, o correspondente a 17,3% do total dos empregadores.

“Mas observam-se diferenças significativas em função da dimensão da própria empresa“, realça o GEP. Se entre as empresas com até nove trabalhadores, só 12,4% deram formação contínua, entre aquelas que têm, pelo menos, 500 empregados, mais de 91% dinamizaram ações deste tipo, como mostra o gráfico abaixo.

Há também diferenças relevantes entre setores de atividade. “Destacam-se, pela positiva, os setores da captação, tratamento e distribuição de água e da eletricidade, gás e água como aqueles com maiores taxas de formação e, pela negativa os setores das atividades imobiliárias e o do alojamento e restauração“, salienta o GEP. O fosso entre a taxa de formação do setor que sai melhor na fotografia e aquele que sai pior é de quase 36 pontos percentuais, calcula o ECO.

Quanto aos trabalhadores abrangidos, os dados mostram que em 2023 quase 1,4 milhões frequentaram ações de formação, com uma taxa de participação “ligeiramente superior” entre as mulheres.

Os trabalhadores com habilitações superiores frequentaram, tendencialmente, mais ações de formação bem como os trabalhadores com profissões mais qualificadas”, acrescenta o GEP.

"Em 2023 as empresas declararam ter proporcionado aos seus trabalhadores 46.339,2 milhares de horas em formação, o que correspondeu a uma média de 34,2 horas por trabalhador.”

GEP

No total, no último ano, as empresas declararam ter disponibilizado aos seus trabalhadores 46.339,2 milhares de horas em formação, o que corresponde, em média, a 34,2 horas por trabalhador.

“E os custos com formação reportados traduziram um aumento significativo face ao valor apurado para o ano anterior, sendo de 425.696,5 milhares de euros”, indica anda o GEP. Contas feitas, a média deste custo por trabalhador foi de 517,0 euros, mais 31,3% do que em 2022.

A propósito, importa notar que a maioria das ações formativas foram dinamizadas durante o horário de trabalho, por iniciativa do empregador e com a própria empresa a assumir o papel de entidade formadora.

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Portugal teve a segunda maior descida do preço do leite na UE

  • Joana Abrantes Gomes
  • 19 Dezembro 2024

Segundo o Eurostat, o preço do leite registou um ligeiro aumento de 1% este ano na União Europeia. Mas, em Portugal, houve uma descida de 10% deste produto, a segunda maior do bloco.

Depois dos aumentos verificados nos últimos três anos, impulsionados, sobretudo, pela pandemia de Covid-19 e a guerra na Ucrânia, os preços dos produtos agrícolas na União Europeia (UE) registaram um decréscimo homólogo, em média, de 2% em 2024, segundo uma estimativa divulgada esta quinta-feira pelo Eurostat.

O azeite (30%), a batata (12%) e a fruta (7%) são os produtos cujo preço mais cresceu este ano no bloco comunitário, tendo sido ainda registados “ligeiros aumentos” no gado (2%) e no leite (1%).

Em sentido inverso, o gabinete estatístico dá conta de descidas nos preços dos cereais (-15%), ovos (-8%), suínos (-7%), aves de capoeira (-6%) e legumes e produtos hortícolas (-2%).

Como se trata de uma estimativa, os dados divulgados esta quinta-feira ainda não revelam as estatísticas por Estado-membro. No entanto, no que toca aos preços do leite, o Eurostat aponta para diminuições em 16 dos 27 países da UE, com as mais acentuadas a registarem-se na Finlândia (-12%), em Portugal (-10%) e em Espanha (-8%).

Variação dos preços do leite por Estado-membro da UE entre 2023 e 2024

Fonte: Eurostat

Por outro lado, os maiores aumentos dos preços do leite em 2024 ocorreram na Irlanda (+15%), na Lituânia (+11%) e na Letónia (+10%).

Ao nível do preço médio dos bens e serviços consumidos na agricultura (ou seja, fatores de produção não relacionados com o investimento), observou-se uma queda de 6% este ano na comparação com 2023.

De acordo com os dados publicados pelo Eurostat, as sementes e material de plantação e as despesas veterinárias tiveram “aumentos moderados” de 3% cada. Em contrapartida, os preços dos adubos e corretivos do solo (-18%), dos alimentos para animais (-11%) e dos lubrificantes energéticos (-8%) registaram decréscimos significativos, enquanto os dos produtos fitossanitários e os pesticidas tiveram uma descida menor, de 2% em ambos os casos.

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Taxas do crédito da casa registam maior descida em 12 anos

Taxas de juro dos empréstimos à habitação descem há dez meses seguidos. Em novembro registaram a maior queda em 12 anos à boleia da descida das Euribor.

A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação caiu para 4,186% em novembro, refletindo uma descida de 9,1 pontos base em comparação com o mês anterior. Foi a maior queda em 12 anos, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

É preciso recuar a novembro de 2012 (-13,0 pontos base) para se observar uma queda mais acentuada. Desde fevereiro que a taxa de juro dos empréstimos mantém uma tendência de descida, acompanhando o alívio das Euribor, que servem de base para o cálculo da prestação mensal da casa. Em novembro as Euribor nos principais prazos caíram pela primeira vez em muito tempo abaixo da fasquia dos 3%.

Para os contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa implícita registou uma queda de 11 pontos base para 3,423%, marcando o 13.º mês a cair consecutivamente. Nos contratos fechados nos últimos 12 meses, a queda da taxa foi de 8,6 pontos base, fixando-se nos 3,624%. Em ambos os casos estão em mínimos de mais de um ano.

Há vários meses que os custos do empréstimo da casa estão em queda, traduzindo o desagravamento da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) em face do alívio das pressões inflacionistas na Zona Euro e da deterioração da economia da região. É expectável que a tendência se mantenha no próximo ano.

Em novembro, a prestação média da casa fixou-se em 403 euros, reduzindo um euro em relação ao mês anterior, mas agravando-se 7 euros se compararmos com o mesmo mês de 2023. Destes 403 euros, 58% corresponderam à parcela de juros e os restantes 42% à amortização de capital.

O capital médio em dívida para a totalidade dos créditos à habitação aumentou 437 euros para 68.129 euros, refere o gabinete de estatísticas.

(Notícia atualizada às 11h30)

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As tendências de marketing de influência para 2025, segundo a SocialTalk

O crescimento do social commerce e das shoppable live streams, a aposta em micro e nano influenciadores e em parcerias de longo prazo são algumas das tendências apontadas.

O marketing de influência tem passado por diversas transformações ao longo da última década, ao sabor das novas tendências de consumo de conteúdos, dos novos formatos e das novas tecnologias.

As tecnologias que têm por base inteligência artificial (IA) são também uma tendência cada vez mais significativa, seja na identificação e análise de influenciadores e na forma como os seus públicos se alinham com o target de uma marca, seja na crescente disseminação de influenciadores virtuais ou avatares e na sua popularidade.

Com o aproximar de 2025, o marketing de influência vai assim continuar a adaptar-se às principais tendências que pautam o cenário digital. Eis as previsões da SocialTalk para este segmento de comunicação no próximo ano.

Aposta em micro e nano influenciadores

As marcas estão a trabalhar cada vez mais com micro (10 mil a 50 mil seguidores) e nano influenciadores (menos de 10 mil seguidores) devido às suas taxas de engagement mais elevadas. Segundo se refere no “Influencer Marketing trends 2025“, da SocialTalk, estes influenciadores “geralmente têm uma conexão mais pessoal e de confiança com os seus seguidores, o que leva a uma maior credibilidade e impacto”.

Neste sentido, espera-se que em 2025 os micro e nano influenciadores se tornem ainda mais importantes, à medida que as marcas procuram conexões autênticas que os influenciadores de maior dimensão nem sempre conseguem proporcionar.

“Ao aproveitar estes influenciadores, as marcas podem atingir nichos de mercado de forma mais eficaz, envolver o público de uma forma mais profunda e promover conversas orgânicas que impulsionam a fidelidade à marca“, refere-se no estudo. Além disso, os micro e nano influenciadores ficam mais em conta para as marcas em comparação com influenciadores de maior dimensão, o que os torna numa “escolha prática para marcas que procuram maximizar os seus orçamentos de marketing ao mesmo tempo que mantêm a sua autenticidade“.

Enfatização no conteúdo autêntico

Com os consumidores a estarem cada vez mais atentos a conteúdos não autênticos ou excessivamente patrocinados, os influenciadores que partilham experiências reais (incluindo aspectos positivos e negativos dos produtos) estão a ganhar mais credibilidade e confiança.

Esta mudança está assim a encorajar as marcas a concentrarem-se na narrativa em detrimento da publicidade direta, uma vez que o público prefere conteúdos que se pareçam mais com uma recomendação pessoal e não tanto com um anúncio. Além disso, as marcas estão também a incentivar os influenciadores a produzir conteúdo “nos bastidores”, ou seja, em que mostrem o processo de uso de um determinado produto ou outros tipos de conteúdos que ajudem a criar uma conexão emocional com o público.

“Ao permitirem aos influenciadores a liberdade criativa para apresentarem conteúdo com a sua própria voz e estilo, as marcas podem garantir uma mensagem mais orgânica e atraente. Em 2025, a autenticidade permanecerá no centro das estratégias de marketing de influência bem-sucedidas, incentivando marcas e influenciadores a serem mais transparentes“, lê-se no “Influencer Marketing trends 2025”.

Reforço das parcerias de longo prazo entre marcas e influenciadores

Em vez de colaborações pontuais, as marcas estão a optar por parcerias de longo prazo com os influenciadores, de forma a construir mensagens de marca mais fortes e consistentes, o que ajuda a fomentar a lealdade entre o influenciador, a marca e o público.

“Parcerias de longo prazo permitem que os influenciadores desenvolvam uma compreensão mais profunda da marca, dos seus produtos e valores, o que leva a parcerias mais genuínas e convincentes. Essas colaborações permitem que os influenciadores criem narrativas e histórias contínuas que podem evoluir ao longo do tempo, criando antecipação e conexões mais profundas com o público”, explica o estudo.

Ao investir em relacionamentos de longo prazo, as marcas podem criar um sentimento de continuidade que ajuda a reforçar a sua identidade na mente dos consumidores, conduzindo, em última análise, a uma maior retenção e fidelidade dos clientes“, acrescenta-se.

Utilização de IA na identificação e análise de influenciadores

Com a inteligência artificial (IA) a ser usada para identificar influenciadores cujos públicos se alinham com o target de uma marca, as marcas podem tomar decisões informadas na escolha dos influenciadores para parceiros. A IA pode ainda prever quais os influenciadores que têm maior probabilidade de gerar o maior retorno sobre o investimento feito, tendo por base dados de campanhas anteriores.

A análise feita através de IA pode também ajudar a detetar seguidores falsos e métricas de engagement inflacionadas, bem como a monitorizar o desempenho de uma campanha em tempo real, a otimizar o conteúdo ou a prever tendências.

Neste sentido, em 2025, a IA “vai continuar a desempenhar um papel fundamental em tornar as campanhas de marketing de influência mais baseadas em dados e personalizadas. Ao aproveitar os insights baseados em IA, as marcas podem criar campanhas mais eficazes e direcionadas, garantindo um melhor alinhamento entre a mensagem da marca e o público do influenciador. Essa abordagem centrada em dados ajudará as marcas a maximizar o engagement, melhorar a satisfação do cliente e alcançar taxas de conversão mais altas”, aponta o estudo.

Crescimento do social commerce e das shoppable live streams

As redes sociais estão, de forma crescente, a incorporar mais recursos que visam permitir aos consumidores comprar produtos diretamente a partir dos conteúdos dos influenciadores, o que facilita a descoberta de produtos por parte dos consumidores.

Segundo a análise da SocialTalk, é espectável que as shoppable live streams, nas quais os influenciadores apresentam produtos em tempo real, “cresçam significativamente à medida que as marcas aproveitam o imediatismo e a conveniência do social commerce. Essas transmissões ao vivo criam uma sensação de “urgência e entusiasmo”, o que muitas vezes leva a taxas de conversão mais altas em comparação com a publicidade tradicional.

Em 2025, o social commerce deverá expandir-se para incluir recursos mais imersivos e interativos — como testes de realidade aumentada que permitem aos consumidores visualizar os produtos antes de fazer uma compra — sendo que a integração da personalização orientada através de IA nas experiências de compra “aumentará ainda mais o envolvimento do utilizador, adaptando as recomendações de produtos às preferências individuais do consumidor”.

Neste sentido, “as marcas terão de desenvolver estratégias que aproveitem todo o potencial do social commerce e colaborem com influenciadores que possam efetivamente envolver e converter os seus públicos nestes ambientes dinâmicos“, refere-se no estudo.

Maior foco na diversidade e representação

Tendo em conta uma exigência crescente por parte dos consumidores para que as marcas sejam inclusivas, estas estão a optar por se associarem a influenciadores que reflitam diferentes origens, estilos de vida e experiências, de forma a garantir que as suas mensagens atinjam um público mais diversificado.

“Ao colaborar com influenciadores que representam diversas comunidades, as marcas podem criar campanhas que refletem genuinamente o mundo em que vivemos, tornando as suas mensagens mais impactantes. Em 2025, a diversidade e a inclusão desempenharão um papel fundamental nas campanhas de influenciadores, à medida que o público favorece cada vez mais marcas que se alinham com os seus valores“, observa-se.

Crescimento do conteúdo gerado por trabalhadores enquanto ferramenta de marketing

O conteúdo gerado pelos trabalhadores está a ganhar relevância nas estratégias de marketing. Ao incentivar os trabalhadores a partilharem as suas experiências e insights, as marcas conseguem acrescentar uma “voz autêntica” às suas campanhas, sendo expectável que esta tendência cresça à medida que mais empresas reconhecem o valor dos seus próprios colaboradores como embaixadores da marca.

No próximo ano, “é provável que mais marcas desenvolvam programas para incentivar a participação dos trabalhadores na criação de conteúdos, dando formação, incentivos e diretrizes claras para garantir consistência e qualidade. Isso ajudará a criar um fluxo constante de conteúdo autêntico que apoie os objetivos gerais de marketing da marca. As marcas que aproveitarem eficazmente a voz dos seus colaboradores terão uma vantagem significativa na construção de confiança, na promoção da comunidade e no aumento da sua credibilidade no mercado“.

Ascensão de influenciadores virtuais e avatares

Com os influenciadores virtuais e os avatares a ganharem popularidade dentro do marketing de influência, as marcas têm recorrido a estas figuras para interagir com o público de formas criativas e inovadoras, até porque estes influenciadores virtuais — gerados também através de IA — podem ser projetados para se alinharem na perfeição com os valores e imagem de uma marca, permitindo também um total controlo sobre o seu comportamento e mensagens.

Em 2025, espera-se que o crescimento dos influenciadores virtuais continue, com os avanços tecnológicos – nomeadamente no campo da IA – a permitirem que estes avatares se tornem ainda e cada vez mais realistas e interativos.

No entanto, a utilização de influenciadores virtuais também “levanta questões éticas sobre transparência e autenticidade“, alerta-se nas previsões da SocialTalk, uma vez que os consumidores “podem nem sempre estar cientes de que estão a interagir com uma persona gerada por computador, o que pode levar a preocupações sobre manipulação e confiança”. Neste sentido, “as marcas devem garantir que são transparentes sobre a natureza dos influenciadores virtuais e fornecer informações claras para manter a confiança do público“.

Aumento do uso de vídeos curtos e de live streaming

A utilização de vídeos curtos e de live streaming aumentou significativamente nos últimos anos, esperando-se que esta tendência continue a crescer em 2025. Plataformas como TikTok, Instagram (Reels) ou o YouTube (Shorts) tornaram os conteúdos de vídeos curtos (normalmente com menos de 60 segundos) muito populares, uma vez que são altamente envolventes, fáceis de consumir e provaram ser eficazes em captar a atenção.

Nesta ótica, as marcas vão colaborar cada vez mais com influenciadores na criação de conteúdos curtos que se alinhem com as tendências virais, de forma a garantirem que as suas mensagens permaneçam relevantes e oportunas.

O live stream está também a ganhar expressão enquanto ferramenta para o marketing de influência, uma vez que proporciona aos influenciadores a capacidade de se conectarem com o público em tempo real, numa experiência interativa e envolvente.

A combinação de vídeos curtos e de live stream oferece às marcas a oportunidade de criar uma estratégia de conteúdo completa que inclui conteúdo rápido e atraente e envolvimento interativo mais profundo. Em 2025, as campanhas de marketing de influenciadores bem-sucedidas provavelmente incorporarão ambos os formatos para maximizar o envolvimento do público e impulsionar o reconhecimento da marca“, preconiza a SocialTalk.

Crescimento dos influenciadores que vendem os seus próprios produtos

Outra tendência crescente no marketing de influência passa pelos influenciadores lançarem e venderem os seus próprios produtos, com os influenciadores a aproveitarem a confiança e a credibilidade pré-estabelecida com o público para criar novos fluxos de receita.

Em 2025, é esperado que mais influenciadores aproveitem esta oportunidade para diversificar os seus rendimentos e se estabelecerem enquanto empreendedores, o que também apresenta uma “oportunidade para as marcas colaborarem com influenciadores na cocriação de produtos, o que pode resultar numa parceria win-win, onde tanto a marca como o influenciador têm interesse no sucesso do produto”.

Em 2025, a tendência de os influenciadores se tornarem empreendedores continuará a remodelar o panorama do marketing de influenciadores, oferecendo novos caminhos para a criatividade, o crescimento dos negócios e o envolvimento do consumidor“, refere ainda a SocialTalk.

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