Competitividade da UE luta com forte concorrência interna

O bloco europeu quer ser mais competitivo, mas a coesão entre os 27 Estados-membros da União Europeia sente-se ameaçada com as fortes disparidades fiscais e políticas de protecionismo nacional.

A União Europeia (UE) tem vivido tempos de grandes desafios e mudanças, especialmente no que toca à sua coesão interna e competitividade externa. As disparidades fiscais entre os Estados-membros revelam-se como um fator de crescente tensão, afetando diretamente a harmonização económica e, por conseguinte, a força competitiva do bloco europeu no mercado global.

Enquanto as normas económicas têm sido progressivamente alinhadas, a fiscalidade continua a ser uma área onde as diferenças são notórias. Em Portugal, por exemplo, a tributação sobre o trabalho é significativamente mais complexa e onerosa quando comparada com outros países da UE.

No plano empresarial, as disparidades também não são pequenas, sobretudo se somar-se à concorrência fiscal um quadro cada vez mais intenso do protecionismo industrial nacional.

Disparidades fiscais entre Estados-membros

As regras económicas têm vindo a harmonizar-se dentro da União Europeia (UE), mas uma das questões que permanece distintiva dos países são os sistemas fiscais. E isso comece desde logo na tributação sobre o trabalho, em que Portugal está longe dos países europeus mais competitivos.

Os cidadãos da UE podem trabalhar em qualquer país do bloco, mas a tributação a que estão sujeitos muda consoante o país. Tanto as taxas como o número de escalões mudam de país para país, sendo que Portugal é atualmente o segundo Estado-membro com mais escalões de IRS, a seguir ao Luxemburgo (23).

A coesão política da UE exigirá agirmos todos em conjunto, mas as mudanças geopolíticas estão a aumentar a probabilidade de uma Europa a duas velocidades.

Goldman Sachs

A concorrência fiscal no seio da UE é também visível na tributação dos rendimentos dos investidores. E também neste ponto Portugal fica atrás de muitos dos Estados-membros, desde logo com Espanha. Se em Portugal as mais-valias gerados por ações e outros valores mobiliários são tributados a 28%, em Espanha a tributação varia entre 19% e 26%, consoante o montante do capital investido.

O mesmo nível de competição entre os países da UE acontece na forma como o Fisco tributa as empresas, e que leva várias companhias a optar pelos regimes mais favoráveis para localizar a sua sede. É o caso das retalhistas Sonae e Jerónimo Martins, que têm sede fiscal nos Países Baixos para beneficiar do sistema fiscal.

A Irlanda é outro país que, através de um quadro fiscal menos pesado sobre o tecido empresarial, tem conseguido atrair muitas empresas, nomeadamente multinacionais tecnológicas como a Alphabet (dona da Google), Meta (dona da Facebook), Airbnb e Twitter.

Segundo o ranking da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) de 2020, Portugal tem a terceira taxa efetiva de IRC mais elevada entre os países europeus.

A Comissão Europeia está consciente das fortes disparidades fiscais que se fazem sentir entre os 27 Estados-membros da UE e já avançou com uma proposta para lançar um sistema fiscal unificado e acabar com a concorrência fiscal agressiva entre os países do bloco europeu, mas ainda não se atingiu consenso.

Protecionismo nacional como força de bloqueio

Após a pandemia, vários países se aperceberam da falta de autonomia que tinham em certas áreas, como foi o exemplo das máscaras, além das perturbações às cadeias de fornecimento que se sentiram e deixaram marcas nas empresas. A competitividade tornou-se um problema que está a ser encarado ao nível da UE, mas também individualmente nos países.

Mas já antes isto era um problema. Em 2019, a Alemanha estava a sofrer com as disrupções da cadeia de fornecimento e decidiu avançar com políticas protecionistas para recuperar o ânimo das indústrias. A estratégia da Alemanha passou por dar apoios especiais a setores como baterias para carros elétricos, produtos químicos e impressão 3D.

 

A questão do protecionismo nacional levantou-se também recentemente após a resistência de alguns países em avançar nos acordos com o Mercosul. O antigo primeiro-ministro, António Costa, defendeu que o protecionismo prejudica o objetivo do bloco: “Se queremos ter autonomia estratégica, não podemos tê-la regressando ao protecionismo”, disse, numa conferência em abril.

Benefícios individualizados beliscam coesão europeia

Durante a pandemia, a UE levantou algumas regras de ajudas estatais, beneficiando com isso os países maiores, já que têm maior margem orçamental para apoiar as empresas nacionais. E quando chegou a altura de responder ao Inflation Reduction Act, dos EUA, as ideias também se centraram à volta da flexibilização dos apoios nacionais, nomeadamente através de benefícios fiscais.

Ao permitir este tipo de apoios, quem tira o maior benefício são os países de maior dimensão, cujas indústrias têm mais verbas disponíveis. A Alemanha já aproveitou este ambiente para avançar com um esquema de subsídios que apoia a descarbonização das indústrias intensivas em energia, que recebeu “luz verde” da Comissão Europeia.

A União Europeia enfrenta um dilema crucial: encontrar um equilíbrio entre as necessidades individuais dos Estados-membros e o objetivo coletivo de uma união mais forte e competitiva.

O presidente francês, Emmanuel Macron, também defendeu a necessidade de conceder subsídios às indústrias que serão críticas no futuro. “No entanto, como demonstrou o levantamento das regras em matéria de auxílios estatais durante a pandemia, os maiores vencedores desta flexibilização são os grandes países, porque dispõem dos meios para apoiar as suas indústrias”, salienta a economista Maria Demertzis, num estudo publicado no think tank Bruegel.

A especialista questiona assim: “subsidiar as tecnologias do futuro pode ajudar a restaurar a competitividade global, mas será que o fará à custa de condições de concorrência equitativas na UE?”

Além disso, é incontornável que a aposta da UE em certas indústrias estratégicas beneficia mais alguns países, alargando ainda mais o fosso entre os Estados-membros. No investimento na defesa, por exemplo, são as empresas alemãs e francesas que se destacam.

Como destaca uma análise da Goldman Sachs, “a coesão política da UE exigirá agirmos todos em conjunto, mas as mudanças geopolíticas estão a aumentar a probabilidade de uma Europa a duas velocidades”. “O setor da defesa é o candidato mais provável para a próximo iniciativa reforçada de coordenação política, dada a necessidade de atingir o objetivo da NATO (em
pelo menos 2% do PIB em despesas militares) e a quota de mercado das empresas da UE e do Reino Unido na produção de armas”, indicam.

Apesar destas situações, a presidente da Comissão Europeia e candidata a segundo mandato na instituição, Ursula von der Leyen, reiterou que a UE vai “voltar aos auxílios estatais normais” em meados deste ano, após alívio temporário das regras.

“Houve um enquadramento temporário e de crise para auxílios estatais por estarmos a passar por uma transição profunda de descarbonização e digitalização e, além disso, por ter havido uma crise relacionada com a pandemia e com a guerra russa na Ucrânia. Esse enquadramento temporário era razoável, mas agora está a expirar”, disse Ursula von der Leyen.

Segundo Von der Leyen, entre os 27 Estados-membros da UE, o país que mais concede ajudas estatais per capita é a Hungria. No total, em 2022, os 27 Estados-membros comunicaram cerca de 228 mil milhões de euros em despesas com auxílios estatais para todos os objetivos, incluindo medidas de crise relacionadas com a pandemia e a guerra da Ucrânia.

As soluções para estes desafios não são simples. A UE enfrenta um dilema crucial: encontrar um equilíbrio entre as necessidades individuais dos Estados-membros e o objetivo coletivo de uma união mais forte e competitiva.

Mas parece certo que só através de uma maior integração e solidariedade será possível superar os desafios fiscais e industriais, reforçando a posição da União Europeia como um bloco económico coeso e resiliente no palco global.

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Empresários lançam marca de “vinhos sem regras”. Angola e Reino Unido são principais mercados

Empresários calculam atingir cinco milhões de euros em vendas até 2030, comprar uma vinha no Douro e concluir a sala de provas na adega. Têm como principais mercados Angola e Reino Unido.

O que podem ter em comum o enólogo e consultor Tiago Macena em vias de ser o primeiro Master of Wine português – o título mais cobiçado pelos profissionais do setor –, o consultor internacional de vinhos Cláudio Martins, que lançou a série “Vinhos do Outro Mundo” como o “Saturn”, e António Sousa Martins, dono da Quinta do Jugais, empresa líder na distribuição de cabazes de Natal no país? O know-how e o amor à terra que os levou a criar, com um investimento de um milhão de euros, a marca de “vinhos sem regras” (“No rules wines”) para colocar o Dão no mapa das regiões vinícolas europeias de referência.

Os três empresários calculam faturar um milhão este ano e atingir os cinco milhões de euros até 2030 em vendas, assim como adquirir uma vinha no Douro e concluir a sala de provas na adega para enoturismo que têm em Nelas (Viseu). Têm como principais mercados Angola e Reino Unido. O empresário António Sousa Martins diz que o objetivo é “continuar a explorar novos mercados” e posicionar a “No rules wines” entre as melhores do setor vinícola. “Desde a produção de vinhos mais requintados, em poucas quantidades e valores mais elevados, a vinhos “simples” e “descomplicados”, a preços mais acessíveis e em maiores volumes, a empresa quer “promover o melhor do Dão”, refere.

Com ligações reconhecidas no mundo vínico, os três lançaram a empresa há já dois anos, em Oliveira do Hospital, com o objetivo de produzir “vinhos tranquilos do Dão sem regras”, honrando a tradição do Dão, mas procurando “elevar esta região vitivinícola a um patamar superior”, sustenta Cláudio Martins.

“Temos alguns vinhos menos usuais, tirando partido do potencial enológico da região e da nossa vontade de arriscar em alguns vinhos. A maior parte dos vinhos são DOC Dão, mas também temos vinhos Indicação Geográfica Protegida (IGP), nos quais nos é permitido o trabalho com outras técnicas e castas”, completa, por sua vez, Tiago Macena.

“CÓDIGO” foi a primeira marca de vinhos que apresentaram no mercado, com quatro propostas, entre brancos e tintos. Em poucos meses, o stock de cerca de três mil garrafas de cada referência esgotou, refere.

Entre o cardápio de vinhos constam “Encruzado”, “Granius”, “Origem”, “Solstício”, Bical” e “Uva Cão”. Estes são os seis vinhos que fazem parte da marca “Código”, que custam entre 20 e 35 euros. Mas para os colecionadores especiais, há uma edição limitada, de seis garrafas, pelo valor de 200 euros. Em julho, do Código serão lançadas novas colheitas de “Bical” e “Uva Cão” e duas novas referências “Infusão Subtil” e “Manifesto”.

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Governo alarga prazo de candidaturas ao pedido único até 21 de junho

  • Lusa
  • 7 Junho 2024

O prazo para a submissão de candidaturas terminava em 14 de junho, depois de já ter sido prolongado.

O Governo decidiu esta sexta-feira alargar o prazo de candidaturas às ajudas do Pedido Único (PU) até 21 de junho, após as dificuldades registadas pelos agricultores neste procedimento. O prazo para a submissão de candidaturas terminava em 14 de junho, depois de já ter sido prolongado.

“O Ministério da Agricultura e Pescas decidiu alargar o prazo para submissão de candidaturas ao PU 2024 sem penalizações até 21 de junho, prazo limite para a submissão de candidaturas na presente campanha”, indicou, em comunicado, o executivo. A decisão foi adotada após reuniões de trabalho com o Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP).

Os agricultores têm vindo a reportar dificuldades neste procedimento e a pedir ao Governo a extensão do prazo. De acordo com o ministério tutelado por José Manuel Fernandes, as dificuldades subsistem justificando-se assim o prolongamento do prazo. Contudo, o Ministério da Agricultura avisou que após 21 de junho não será possível efetuar a submissão de candidaturas, de modo a não comprometer o calendário de pagamentos.

“Todos temos de fazer um esforço nesta reta final de submissão de candidaturas antes do fim do prazo de 21 de junho. Enalteço e agradeço o empenho e trabalho de todas as entidades e técnicos, envolvidos na recolha e submissão dos processos de candidaturas”, afirmou o ministro da Agricultura, citado na mesma nota.

José Manuel Fernandes apelou ainda aos agricultores para que mantenham “o bom ritmo no processo”, de modo a que todos possam beneficiar deste apoio. O PU é um pedido de pagamento direto das ajudas que fazem parte dos regimes sujeitos ao SIGC – Sistema Integrado de Gestão e Controlo.

Este pedido abrange os pagamentos diretos, os apoios associados, ecorregimes, desenvolvimento rural, pagamentos da rede natura, a manutenção da atividade agrícola em zonas desfavorecidas e as medidas florestais.

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Marcelo vai enviar documentos à Comissão de Inquérito sobre o caso das gémeas a 11 de junho

A Comissão Parlamentar de Inquérito pediu documentação à Presidência da República sobre o caso das gémeas luso-brasileiras.

A Comissão Parlamentar de Inquérito pediu documentação à Presidência da República sobre o caso das gémeas luso-brasileiras. No site oficial, a Presidência informa que documentos serão enviados na próxima terça-feira, dia 11 de junho.

“A Presidência da República acaba de receber, da Comissão Parlamentar de Inquérito, um requerimento da documentação nela disponível, que, aliás, é a mesma já enviada à Procuradoria-Geral da República, e que será remetida no próximo dia 11 de junho”, lê-se no site oficial.

A Presidência da República voltou a sublinhar que os dois únicos elementos da Casa Civil que intervieram no caso, entre 21 de 31 de outubro de 2019, foram o Chefe da Casa Civil e a assessora para os Assuntos Sociais. “Depois dessa data não mais a Presidência da República – e, nela, o Chefe da Casa Civil ou a Assessora para os Assuntos Socais – interveio sobre a matéria, para nenhum efeito”, referem.

Sobre o processo, a posição de Marcelo Rebelo de Sousa é a de que “Justiça deve ser feita”, utilizando todos os meios de prova para o apuramento de toda a verdade. “Conforme o Presidente da República disse, inúmeras vezes, ao longo do período pré-eleitoral e eleitoral, que até às eleições do próximo dia 9 não se pronunciará sobre qualquer iniciativa partidária, dentro ou fora da Assembleia da República”, acrescentam.

Esta sexta-feira, o Supremo Tribunal de Justiça explicou que o Presidente da República “não é visado” no processo do caso das gémeas, razão pela qual não existe contra ele “qualquer suspeição ou indiciação da prática de qualquer ato ilícito”.

Em comunicado enviado às redações, o Supremo entende que, “não existindo suspeitas, de acordo com a informação repetidamente recebida, nada havia a determinar por este Supremo Tribunal de Justiça”.

Em causa está o caso das gémeas residentes no Brasil, que adquiriram nacionalidade portuguesa e receberam em Portugal, em 2020, o medicamento Zolgensma, com um custo total de quatro milhões de euros. Este caso começou com um pedido que o filho de Marcelo Rebelo de Sousa fez ao próprio pai.

(Notícia atualizada às 17h32)

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2.750 investidores emprestam 60 milhões à CUF

CUF concluiu com sucesso operação de financiamento, tendo captado 60 milhões, junto de 2.750 investidores. A procura ascendeu a cerca de 67,3 milhões de euros, superando a oferta em 12%.

A CUF concluiu com sucesso a sua mais recente operação de financiamento, captando 60 milhões de euros junto de 2.750 investidores através de uma Oferta Pública de Subscrição (OPS) de obrigações, com vista a diversificar as suas fontes de financiamento e alargar a maturidade média da sua dívida.

Inicialmente planeada para um montante de 30 milhões de euros, a CUF – SGPS anunciou no final de maio uma duplicação do empréstimo obrigacionista a cinco anos, com o intuito de se financiar juntos dos investidores em 60 milhões de euros.

A procura ascendeu a cerca de 67,3 milhões de euros, superando a oferta em 12% (procura/oferta: 1,12x), de acordo com os resultados da oferta obrigacionista comunicados esta sexta-feira à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Estas obrigações, denominadas “Obrigações Ligadas a Sustentabilidade CUF SGPS 2024-2029”, tiveram uma taxa de juro fixa bruta de 4,75% ao ano e serão reembolsadas em 11 de dezembro de 2029. A oferta pública de subscrição (OPS) que, arrancou a 21 de maio de 2024 terminou a 6 de junho de 2024, previa um investimento mínimo de 2.500 euros.

A data de liquidação das obrigações foi fixada para 11 de junho de 2024, com o Haitong Bank a atuar como banco liquidatário. As novas obrigações serão admitidas à negociação na Euronext na mesma data.

Tal como o ECO noticiou, o aumento da emissão permitirá à CUF angariar cerca de 57,8 milhões de euros líquidos, após dedução dos custos de emissão. Estes custos incluem aproximadamente 1,53 milhões de euros em comissões de coordenação e montagem, 587 mil euros em honorários de consultores, auditores e publicidade, e 46 mil euros em taxas regulatórias.

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Mais de 100 alunos desafiados pela Novo Verde e Fundação EDP a elaborar plano de sustentabilidade para os cafés Joyeux

  • + M
  • 7 Junho 2024

Os projetos foram entretanto avaliados por um júri, sendo que o trabalho selecionado será posteriormente implementado nos vários cafés Joyeux, que empregam atualmente 51 pessoas com dificuldades.

Foram 120 os alunos de quatro escolas secundárias do distrito de Lisboa que aceitaram o desafio da Novo Verde e da Fundação EDP de elaborarem um plano de sustentabilidade para os cafés-restaurantes Joyeux. A proposta surge no âmbito do programa “Your Energy”, que visa divulgar os temas da sustentabilidade junto do público escolar.

Os cafés Joyeux – negócio social que promove a inclusão laboral de pessoas com dificuldades intelectuais e do desenvolvimento – foram visitados por representantes de cada uma das turmas envolvidas para conhecerem melhor o projeto e identificarem oportunidades de desenvolvimento em matéria de sustentabilidade.

Os estudantes reuniram-se depois num bootcamp, no MAAT Central, para trabalhar em equipa nas suas propostas de plano de sustentabilidade, contando para isso com o apoio de vários mentores. Ao longo do dia, os estudantes desenvolveram “competências-chave como trabalho em equipa, capacidade de liderança, pensamento crítico, criatividade, sentido de cidadania e consciência socioambiental”, refere-se em nota de imprensa.

Iniciativas como este bootcamp contribuem para reforçar a intervenção da Fundação EDP junto do público escolar, através de ferramentas que ajudam os mais jovens a pensar o futuro nos temas da sustentabilidade e da transição energética justa, bem como a desempenhar um papel ativo. O know how da Novo Verde na gestão de resíduos e o mérito do projeto de inclusão laboral dos Cafés Joyeux enriquecem toda a experiência que queremos proporcionar a estes alunos”, diz Vanda Martins, administradora da Fundação EDP com o pelouro da Inovação Social.

Os projetos foram entretanto avaliados por um júri, sendo que o trabalho selecionado será posteriormente implementado nos vários cafés Joyeux.

Por parte da Novo Verde, o presidente Ricardo Neto refere que é “uma honra apoiar projetos da Fundação EDP que promovem as boas práticas ambientais, começando pela gestão responsável de resíduos”.

“Foi com gosto que acolhemos o convite para sermos parceiros num projeto solidário e inclusivo de tanta relevância. O canal Horeca é um dos setores relevantes para o cumprimento das metas de recolha seletiva e como tal, sensibilizar diretamente este canal e ver um dos projetos vencedores ser, de facto aplicado nos cafés Joyeux faz todo o sentido para a Novo Verde“, acrescenta.

Participaram na iniciativa as Escolas Secundárias Pedro Nunes, Vergílio Ferreira, de Cascais e o Colégio Pedro Arrupe, todas vizinhas dos quatro Café Joyeux na região de Lisboa: em São Bento, Ageas (Parque das Nações), Cascais e Natura Towers Cofidis (Telheiras). Os cafés-restaurantes Joyeux empregam, atualmente, 51 pessoas.

Filipa Pinto Coelho, presidente da direção VilacomVida/Joyeux Portugal, considera que esta experiência terá um “impacto transformador a todos os níveis”.

“Agradecemos muito a oportunidade desta parceria com a Novo Verde e a Fundação EDP, que em muito enriquecerá a missão pedagógica inerente aos Cafés Joyeux, na medida em que contribuirá para o aprofundamento de uma cultura de sustentabilidade que todos nós, como cidadãos e colaboradores, deveremos promover nas nossas casas e espaços de trabalho“, acrescenta.

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SRS Legal assessora investimento da Oxy Capital na Sword Health

A equipa da SRS Legal envolvida na operação foi liderada por Gustavo Ordonhas Oliveira e Paulo Bandeira, sócios de Private Equity & Venture Capital.

A SRS Legal assessorou a Oxy Capital na operação de investimento na Sword Health.

A equipa da SRS Legal envolvida na operação foi liderada por Gustavo Ordonhas Oliveira e Paulo Bandeira, sócios de Private Equity & Venture Capital.

A Sword Health é um unicórnio português do setor da Saúde, especializado na área de artificial intelligence care (AI Care) e fisioterapia digital, que levantou 30 milhões de dólares nesta ronda de investimento – além de 100 milhões de dólares em ronda secundária –, colocando a avaliação atual da empresa no valor de três mil milhões de dólares.

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Insolvência do operador turístico alemão FTI sem grande impacto em Portugal

  • Lusa
  • 7 Junho 2024

"A informação que temos junto de alguns operadores que trabalhavam com agências da FTI é que é recuperável, não temos impacto e exposição demasiado grande", disse a presidente executiva da AHP.

A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) disse esta sexta-feira que o impacto da falência do FTI, o terceiro maior operador turístico europeu, em Portugal “não é muito grande” e aguarda informações sobre as reservas que já estão pagas.

“A exposição não é muito grande, estamos no início do verão. A informação que temos junto de alguns operadores que trabalhavam com agências da FTI é que é recuperável, não temos impacto e exposição demasiado grande”, disse a presidente executiva da AHP, Cristina Siza Vieira, em conferência de imprensa sobre as expectativas da hotelaria para a época alta.

Na segunda-feira, o operador turístico alemão FTI, o terceiro maior da Europa, apresentou um pedido de abertura de processo de insolvência num tribunal de primeira instância de Munique, conforme noticiou esta segunda-feira em comunicado. Em comunicado, a empresa informou que está a trabalhar para garantir que as viagens já iniciadas possam ser concluídas conforme planeado, embora as que ainda não tenham sido concretizadas já não possam acontecer ou podem ser concluídas apenas parcialmente.

Em Portugal, a empresa prestadora de serviços de turismo (DMC) do FTI é a Sidetours que, segundo a AHP, “está a revisitar as reservas que já tinham” e não avançou ainda como pretendem fazer relativamente às reservas que já estão sinalizadas e pagas. Cristina Siza Vieira realçou que a Alemanha não é o principal mercado emissor de turistas para Portugal e apontou que os mais afetados pela insolvência deverão ser grandes grupos hoteleiros, sobretudo na Madeira e nos Açores.

“O que fizemos, como associação representativa, foi fazer este contacto para perceber que expectativa é que os hoteleiros portugueses que são clientes deste operador alemão e com uma relação direta com o seu DMC em Portugal, e que satisfação, podem ter”, acrescentou o presidente da AHP, Bernardo Trindade.

O grupo FTI, com sede em Munique e que emprega mais de 11.000 pessoas em todo o mundo, entrou em dificuldades durante a pandemia de covid-19, embora tenha recebido 595 milhões de euros em ajudas estatais do Fundo de Estabilização Económica (FSM, em alemão). Em abril, um consórcio liderado pelo fundo americano Certares adquiriu o grupo pelo preço simbólico de um euro com o compromisso de investir 125 milhões de euros na empresa.

No entanto, a empresa salientou agora que, apesar da entrada do consórcio, “os valores das reservas têm ficado muito abaixo das expectativas” e numerosos fornecedores têm insistido no pagamento antecipado, o que aumentou as suas necessidades de liquidez. O FTI lançou um site e um número de telefone gratuito para as pessoas afetadas e garantiu que está a desenvolver um plano de informação para os viajantes e a implementar todas as medidas necessárias.

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Mindshare usa IA para reduzir em 41% a pegada carbónica de campanha da Milhafre

  • + M
  • 7 Junho 2024

A redução da pegada de carbono da campanha da Milhafre - tornada possível através do uso de IA por parte da agência de meios do GroupM e da WPP - equivale à produção de quase mil garrafas de água.

Através do uso de inteligência artificial (IA), a Mindshare conseguiu uma redução de 41% das emissões de carbono e de 16% de intensidade carbónica numa campanha para a Milhafre, quando comparada com campanhas semelhantes. O objetivo passou por minimizar o impacto ambiental e dar vida ao mote da marca, “quando tiramos menos da natureza é quando ela nos oferece mais”.

“O propósito de Milhafre inspirou-nos a dar um passo na direção de um mundo em que a publicidade pode fazer mais pelas pessoas e pelo nosso planeta. É o que gostamos na Mindshare de chamar o uso intencional de media, aliando imaginação aos dados e à tecnologia”, diz Teresa Oliveira, managing director da agência.

Esta solução, criada em parceria com a Greenbids, “automatizou a entrega no ponto ideal entre menos carbono e mais desempenho, o que maximizou a eficiência da campanha“, explica-se em nota de imprensa.

Entre os fatores que contribuíram para a criação de uma campanha mais eficiente – cuja redução da pegada de carbono equivale à produção de quase mil garrafas de água – estiveram a “recolha e utilização de dados mais precisos, a segmentação e definição de públicos-alvo específicos, e a seleção dos momentos mais estratégicos para garantir maior exposição junto dos targets definidos“.

“De forma inovadora e pela primeira vez em Portugal, utilizámos IA para melhorar o reconhecimento de marca e, ao mesmo tempo, reduzir a pegada carbónica associada a este tipo de campanhas”, explica o managing director, media solutions & PBU do GroupM, Diogo Marnoto.

A campanha da Milhafre teve como base uma estratégia de vídeo integrada composta pelos formatos, pre-roll, outstream video e YouTube skippable ads/Trueview. Já em termos de segmentação dos públicos-alvo, a campanha visava alcançar utilizadores entre os 18 e os 54 anos com interesses específicos em áreas como a culinária ou a família, mas também ecologistas ou entusiastas de atividades ao ar livre.

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Voz de Ventura clonada por IA em caso de publicidade enganosa com conteúdo político

  • Lusa
  • 7 Junho 2024

A manipulação tem como "motivação aparente" fins comerciais e não políticos. No vídeo, André Ventura, através de uma voz criada por IA convida ao investimento numa plataforma de uma empresa.

André Ventura é o primeiro líder político em Portugal cuja voz foi gerada por inteligência artificial (IA) num vídeo de publicidade enganosa com conteúdo político, num caso claro de desinformação com motivação económica.

O alerta foi feito pelos especialistas do MediaLab, o centro de estudo de ciências da comunicação integrado no (ISCTE-IUL), que tem uma parceria com a Comissão Nacional de Eleições (CNE) para deteção de notícias falsas.

De acordo com o relatório do MediaLab, este anúncio “deverá ser um dos primeiros exemplos da utilização desta tecnologia [inteligência artificial] para imitar um líder partidário português”. A manipulação tem como “motivação aparente” fins comerciais e não políticos.

No anúncio é usado um vídeo de campanha de André Ventura ao qual se junta uma voz criada por IA, que não se distingue da real, no qual o líder do Chega convida ao investimento numa plataforma de uma empresa onde se pode ganhar dinheiro facilmente.

O anúncio – denunciado à CNE via whatsApp – terá sido visto por quase 17 mil portugueses entre os 25 e os mais de 65 anos, no espaço de poucos dias, no Facebook e no Instagram.

Os investigadores do MediaLab, Gustavo Cardoso e José Moreno, alertam, todavia, para o facto de, apesar de ter intuitos comerciais, a “associação de um líder político a esquemas de enriquecimento online potencia, também, perceções políticas que se podem traduzir politicamente, em particular em período eleitoral”.

Os especialistas identificaram também outros anúncios que incluem conteúdos de desinformação política, usando a associação a figuras do Chega (além de Ventura, surge também o candidato António Tanger Corrêa), e também referências a António Costa, numa falsa narrativa colocada a circular.

Os autores ou financiadores desta publicidade terão atingido mais de 66 mil pessoas em Portugal e permanecem desconhecidos, segundo o Medialab.

Segundo os investigadores, “a escolha de conteúdos e figuras ligadas ao partido Chega resulta do facto de esses conteúdos e essas figuras serem muito presentes nas redes sociais e registarem elevadas taxas de interação“.

“Associar um esquema de enriquecimento a uma figura pública tem sempre dois resultados: ganhar dinheiro com aqueles que forem atrás do engodo e desacreditar as personalidades públicas. Neste caso tanto André Ventura como António Costa são, simultaneamente, alvos políticos e fatores credibilizantes da narrativa proposta”, apontam os especialistas.

A título de exemplo, alguns dos anúncios – que direcionam para páginas falsas clonadas do jornal Correio da Manhã e do site da Galp – referem “Notícias de última hora: a equipa do Chega revelou como o antigo primeiro-ministro ganhou milhões escondendo-os do povo”, ou “Sensação! Tânger Corrêa e André Ventura desmascaram fraude financeira de António da Costa”.

Os investigadores alertam para o facto de todo este processo ser realizado automaticamente, através de algoritmos, que detetam a popularidade nas redes das figuras e geram depois os textos.

“No fundo”, diz José Moreno à Lusa, “André Ventura está a ser vítima do seu próprio sucesso nas redes“.

Tanto a identificação dos financiadores dos anúncios, como dos proprietários dos websites é mantida oculta através de registos anónimos. De acordo com o MediaLab, o servidor usado para alojar os websites situa-se na Califórnia e o registo foi feito em Reiquiavique, na Islândia.

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Supremo explica que Marcelo não é suspeito no caso das gémeas

Pedido de buscas dirigido pelo Ministério Público ao "Ticão" foi parar ao Supremo Tribunal de Justiça, que recusou investigar o Presidente da República.

O Supremo Tribunal de Justiça explica: o Presidente da República “não é visado” no processo do caso das gémeas, razão pela qual não existe contra ele “qualquer suspeição ou indiciação da prática de qualquer ato ilícito”. Em comunicado enviado às redações, o Supremo entende que, “não existindo suspeitas, de acordo com a informação repetidamente recebida, nada havia a determinar por este Supremo Tribunal de Justiça”.

O pedido feito pelo Ministério Público (MP) ao Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa para as buscas realizadas esta quinta-feira, relacionadas com o caso das gémeas luso-brasileiras tratadas com um medicamento milionário em Portugal, a procuradora responsável, Helena Almeida, não fez nenhuma referência direta nem apontou qualquer suspeita a Marcelo Rebelo de Sousa.

Todavia, segundo avançou o semanário Expresso, a juíza de instrução, Gabriela Feteira, vendo os indícios apresentados, considerou que as suspeitas que recaem sobre o filho Nuno Rebelo de Sousa, que se encontra a viver no Brasil, poderiam, em tese, estender-se ao próprio Presidente da República. Por esse motivo, o processo foi remetido para o Supremo Tribunal de Justiça, devido ao foro especial de que goza Marcelo.

“Assim, perante a ausência de suspeição ou indiciação da prática de qualquer infração criminal (…), não foi considerado o pedido de realização de diligências solicitadas pela Senhora Juiz de Instrução Criminal, tendo o processo regressado à primeira instância”, pode ler-se no mesmo comunicado.

O conselheiro Celso Manata recebeu o caso mas entendeu que não havia nada que o Supremo pudesse fazer, porque o MP não considerava Marcelo Rebelo de Sousa suspeito de ter influenciado o tratamento das gémeas. O jornal explica que a consequência poderá ser a nulidade de qualquer prova que surja nas buscas e que envolva o Chefe de Estado, ainda que tal não impeça que o Presidente seja investigado se o MP considerar que há indícios de crime.

Nuno Rebelo de Sousa e os pais das gémeas vão ser constituídos arguidos, avançou a CNN Portugal e confirmou o ECO/Advocatus. Uma vez que se encontra a viver no Brasil, o filho do Presidente da República vai ser interrogado quando regressar a Portugal.

O caso das gémeas já tinha dois arguidos: Lacerda Sales, ex-secretário de Estado da Saúde, e Luís Pinheiro, ex-diretor clínico do Hospital Santa Maria. A investigação está a ser levada a cabo pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

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Porto e Gaia apresentam até ao final do ano candidatura a Capital Mundial do Desporto em 2027

Quase meia centena de ministros europeus reúnem-se de 8 a 10 de outubro, no Porto, Gaia e Matosinhos, numa conferência que vai custar 400 mil euros.

As cidades do Porto e Vila Nova de Gaia apresentam até ao final deste ano a candidatura conjunta a Capital Mundial do Desporto em 2027, anunciou esta sexta-feira Rui Moreira, durante a apresentação da 18ª Conferência de Ministros do Desporto do Conselho da Europa. O autarca considera mesmo que este evento – que vai reunir 46 representantes europeus de 8 a 10 de outubro, nas cidades de Matosinhos, Porto e Gaia – pode servir de “rampa de lançamento da candidatura”.

Durante a apresentação da 18ª Conferência de Ministros do Desporto do Conselho da Europa, Rui Moreira considerou que o evento será “um bom momento para aquecer motores” no âmbito da candidatura “musculada” do Porto e Gaia a Capital Mundial do Desporto à Associação de Capitais e Cidades Europeias do Desporto (ACES Europa).

As duas cidades anunciaram esta intenção faz precisamente esta sexta-feira um ano – a 7 de junho de 2023 – e na ocasião explicaram as mais-valias de serem palco de eventos desportivos de projeção internacional e terem políticas de incentivo à prática desportiva, além de uma vasta rede de equipamentos, variados programas de desenvolvimento desportivo. Tiraram ainda da cartola o trunfo de apoiarem mais de 20 mil atletas federados como mote de coesão territorial, inclusão e educação para a cidadania.

Questionado pelo ECO/Local Online sobre qual o maior trunfo das cidades neste momento, Moreira respondeu: “O leque de atividades desportivas em Portugal e nas nossas cidades, em particular, que se alargou muito. Isso tem, neste caso, um enorme potencial de conseguirmos maior sucesso nesta candidatura”. No caso concreto da Invicta, é o ténis que tem o maior número de atletas federados.

Agora, as autarquias do Porto e Vila Nova de Gaia — lideradas pelo independente Rui Moreira e pelo socialista Eduardo Vítor Rodrigues, respetivamente — estão a “fazer um trabalho árduo” no sentido de apresentarem uma candidatura “credível” até ao final deste ano. “Seria conveniente que ela [candidatura] fosse apresentada até ao fim do ano”, avançou.

Os municípios estão, assim, “a preparar um cardápio detalhado daquilo que é um compromisso, mas também do que são as valências que existem nas duas cidades”.

“Estamos convencidos de que temos boas condições – também com o apoio do Governo e do IPDJ [Instituto Português do Desporto e da Juventude] de apresentar uma candidatura musculada”, assinalou Moreira. O autarca independente está convicto da concretização desta aspiração, até pelo passado vitorioso do país nesta matéria: “Nunca se sabe se conseguimos ganhar ou não, mas Portugal tem tido muito sucesso em candidaturas nos últimos anos, como bem sabem”.

Depois, o facto de Matosinhos ser Cidade Europeia do Desporto 2025 também pode ser um forte contributo para conquistar esta aspiração. Neste ponto, o vereador com o pelouro do Desporto do município de Matosinhos, Nuno Matos, referiu que a autarquia “aposta muito na formação desportiva”, contabilizando em mais de 10 mil os atletas federados e em mais de sete mil os atletas em formação.

Conferência traz 46 ministros europeus do desporto e custa 400 mil euros

A 18ª Conferência de Ministros do Desporto do Conselho da Europa acontece de dois em dois anos e junta os ministros do desporto de 46 países europeus, que integram o Conselho da Europa, além de três outros países – Canadá, Israel e Marrocos. Este ano será a vez das três cidades nortenhas servirem de palco para este evento que custa 400 mil euros, e vai projetar mundialmente a região e o país, segundo avançou o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, durante a sessão.

Para aquilo que é o retorno estimado não é um valor que seja significativo e felizmente não belisca de maneira nenhuma, do ponto de vista do poder central, digamos assim.

Pedro Duarte

Ministro dos Assuntos Parlamentares

“Temos previsto cerca de 400 mil euros de investimento público a dividir por diferentes entidades e com comparticipação do Conselho da Europa”, calculou Pedro Duarte. “Para aquilo que é o retorno estimado não é um valor que seja significativo e felizmente não belisca de maneira nenhuma, do ponto de vista do poder central, digamos assim”.

O Ministério não tem um estudo feito sobre o impacto económico desta conferência para a região e para o país. “Mas é um retorno que tem um impacto imediato no desporto do país”, no turismo e na “afirmação internacional do país”, sustentou o governante.

Rui Moreira e os vereadores das câmaras de Matosinhos e Gaia, Nuno Matos e Elísio Pinto, respetivamente, acreditam que este evento internacional terá um significativo impacto nas três cidades, mobilizando também a população. Não será apenas uma conferência de ministros do desporto exclusiva a reuniões. As cidades terão oportunidade de mostrar o que de melhor têm e fazem nesta área, nomeadamente na formação desportiva.

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