AstraZeneca, Linde, CUF e o European Longevity Hub são parceiros do hub temático que arranca com 20 startups do portefólio da Unicorn Factory, mas há planos de crescimento, diz Gil Azevedo.
É o quinto hub temático a nascer em Lisboa sob o chapéu da Unicorn Factory Lisboa. O Healthhub inaugura esta quinta-feira no Sitio do Rossio.
AstraZeneca, Linde, CUF e o European Longevity Hub são alguns dos sete parceiros do hub temático que arranca com 20 startups do portefólio da Unicorn Factory, mas há planos de crescimento. “Vamos começar com as startups que estão no nosso portefólio na área de saúde, mais de 20 startups, e através também da rede dos nossos parceiros, vamos muito rapidamente a escalar este número e, daqui a um ano, chegar a mais de 50 membros desta comunidade”, aponta Gil Azevedo, diretor executivo da Unicorn Factory Lisboa. A Associação Nacional de Farmácias e universidades, como a Católica Medical School e a Nova Medical School, são igualmente parceiras deste projeto.
“O setor da saúde está ser alvo de uma fortíssima transformação com a inteligência artificial e é um dos três grandes setores de maior investimento na Europa e a nível global, e Portugal tem de ser capaz de capturar aqui uma fatia importante. Ainda por cima temos várias empresas relevantes já em Portugal, portanto temos massa crítica para o fazer”, destaca o responsável.
O próximo hub será de foodtech? “Não lhe posso dizer se é o próximo hub ou não, o que posso dizer é que, de facto, há uma comunidade forte”, diz apenas.
Acabam de inaugurar o Healthhub. Quais são as expectativas? Quantas startups vão ser acolhidas neste espaço?
Este é o nosso quinto hub temático, depois do hub de Gaming, o de Sustentabilidade, o Web3 e, por fim, o de Inteligência Artificial, inaugurado há exatamente um ano. O de engenharia está lançado, mas o espaço físico também só vai abrir daqui a um par de meses depois das obras, mas temático — o de engenharia é um bocadinho mais transversal — é o nosso quinto, com uma rede de seis no total.
O objetivo é sempre o mesmo, conseguir criar uma comunidade que junte os intervenientes do setor da saúde, portanto, universidades, startups, investidores, empresas e que, em conjunto, se possa criar uma comunidade que ganhe escala, tenha visibilidade, porque estamos a agregar, e que essa escala permita ser relevante a nível internacional.
O setor da saúde está ser alvo de uma fortíssima transformação com a inteligência artificial e é um dos três grandes setores de maior investimento na Europa e a nível global, e Portugal tem de ser capaz de capturar aqui uma fatia importante. Ainda por cima temos várias empresas relevantes já em Portugal, portanto temos massa crítica para o fazer.
A partir daí conseguimos atrair mais talento, mais projetos, incentivar mais investimentos, mais investidores, mais projetos a sair da universidade e, portanto, acelerar muito o crescimento de um vertical de inovação em Portugal.
O setor da saúde está ser alvo de uma fortíssima transformação com a inteligência artificial e é um dos três grandes setores de maior investimento na Europa e a nível global, e Portugal tem de ser capaz de capturar aqui uma fatia importante.
Ainda por cima temos várias empresas relevantes já em Portugal, portanto temos massa crítica para o fazer. São sempre esses ingredientes para podermos lançar um hub: massa crítica em Portugal para ser uma área de elevado crescimento, startups e estar em grande transformação a nível da inovação.
A ideia é ter empresas no espaço ou, à semelhança, do hub de Gaming ter também membros virtuais?
É exatamente a mesma lógica. O espaço físico permite dar corpo a esta comunidade. É onde vão acontecer workshops, onde vamos fazer eventos de inovação, onde vamos aproximar empresas às startups nos demo days. É onde vai estar a acontecer muita da nossa atividade. E as startups têm a opção de ter lá espaço físico ou estarem connosco virtualmente.
Vamos começar com as startups que estão no nosso portefólio na área de saúde, mais de 20 startups, e através também da rede dos nossos parceiros, vamos muito rapidamente a escalar este número e, daqui a um ano, chegar a mais de 50 membros desta comunidade
O hub é conhecido poucas semanas depois da Sword Health, o unicórnio português de saúde/IA, ter anunciado um investimento de 250 milhões até 2028, com o objetivo de posicionar Portugal como Hub de IA. Vão estabelecer algum tipo de parceria?
A Sword é, de facto, a empresa de relevo, de referência para a inovação em Portugal na área da saúde, demonstra a capacidade que vamos ter em Portugal de criar uma comunidade muito forte. A Sword tem um ângulo de investimento e de desenvolvimento, o nosso é um ângulo de criação de comunidades, são projetos complementares e que, naturalmente, vão haver muitos vasos comunicantes.
As nossas startups terão a oportunidade de ter investimento através do hub da Sword e o nosso hub de continuar a desenvolver comunidades na área da saúde.
Mas já há conversas formais, apenas contactos preliminares?
Sim, temos vindo a falar e agora com a concretização de ambos os projetos, poderá começar a assistir às iniciativas que podemos fazer, sendo que muitas destas iniciativas é no dia-a-dia.
Vamos começar com as startups que estão no nosso portefólio na área de saúde, mais de 20 startups, e através também da rede dos nossos parceiros, vamos muito rapidamente a escalar este número e, daqui a um ano, chegar a mais de 50 membros desta comunidade.
Em 2023, foi anunciado pela autarquia de Lisboa um Welltech no Innovation Center do Instituto Superior Técnico, no Arco do Cego. Este hub é substituição dessa ideia, não tem nada a ver? O que é que se passa com esse hub?
Este é um projeto de fábrica de unicórnios, na linha dos outros hubs de criar esta comunidade. É esse o foco. Se houver a vontade de criar um outro hub, com certeza que estarão ligados. Se este for o hub da cidade, com certeza que terá a dimensão que a cidade será capaz de gerar.
Outra das áreas que já referiu como interessantes, é a de alimentação. Já têm um portefólio de foodtechs, inclusive o programa de aceleração, From Start-to-Table. Será esse o próximo hub?
Não lhe posso dizer se é o próximo hub ou não, o que posso dizer é que, de facto, há uma comunidade forte. A Delta é a nossa associada, tem vindo apoiar o programa From Start-to-Table desde a primeira edição e estamos neste momento com o programa aberto para inscrições. A Delta também tem o seu programa de aceleração, o Disruption, que finalizou há pouco tempo. De facto, há um movimento muito grande dentro deste setor.
E, como disse, há três ingredientes para criar um hub de inovação: termos os parceiros certos, startups e ser um setor em grande transformação. Os três fatores aplicam-se neste caso. Temos também a Sonae como nossa parceira na área de educação, temos outros grupos muito relevantes, como a Jerónimo Martins e a Casa Mendes Gonçalves. Pode, de facto, haver essa oportunidade. Por enquanto o foco tem sido fazer programas de aceleração de apoio a startups.
A Web Summit tem uma capacidade incrível de continuar a pôr Portugal em destaque dentro da inovação. Um ecossistema em scaling up também precisa de investidores internacionais, portanto, creio que um passo importante para o Web Summit por em edições futuras conseguirem também ter muita visibilidade a esta capacidade de ligar investidores às startups.
Recentemente, ao ECO disse que Web Summit tem que se adaptar a um ecossistema que está em fase de scaleup. Que adaptação é que a Web Summit teria que fazer para, no fundo, acompanhar o crescimento do ecossistema que, segundo os últimos números, já são mais de 5 mil startups?
A nível da capacidade de atração de startups e de ecossistemas — e basta andar pelos corredores [da Web Summit] para entender a quantidade de países e centros de inovação que estão ali representados —, a Web Summit tem uma capacidade incrível de continuar a pôr Portugal em destaque dentro da inovação.
Um ecossistema em scaling up também precisa de investidores internacionais, portanto, creio que um passo importante para o Web Summit por em edições futuras conseguirem também ter muita visibilidade a esta capacidade de ligar investidores às startups.
A Web Summit referiu que este ano teve o maior número de sempre de investidores, mais de mil, e que as startups participantes captaram mais de 600 milhões de euros em rondas pós-evento. É isto que espera mais?
Hoje em dia o Web Summit tem um foco muito grande nas startups, e deve ser esse o foco, mas também conseguir que esta ligação entre investidores e startups seja uma parte também muito relevante do evento. Criar estas conexões de uma forma que permita às startups, que cá estão, poderem aceder a estes mil investidores, mas acederem de uma forma eficaz e eficiente.
Estamos a falar, mais uma vez, de um número recorde de startups, onde há aqui muitas oportunidades de investimento.
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Novo hub de saúde da Unicorn Factory arranca com 20 startups. Num ano quer “escalar a mais de 50”
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