Ainda o Natal*

Portugal e o mundo enfrentam perigos diversos em 2017, de natureza económica e financeira, mas também por causa do terrorismo e da confrontação política.

Neste final de 2016 o mundo enfrenta graves perigos. Da guerra interminável na Síria aos ataques terroristas e ao radicalismo islâmico, das provocações da ditadura comunista da Coreia do Norte aos desafios da ditadura comunista de Cuba, da ocupação de parte da Ucrânia ao expansionismo russo, do Brexit às interrogações que se colocam à nova administração americana. Para já não falar das eleições francesas e alemãs do próximo ano e das decisões cada vez mais relevantes do BCE na vida de todos nós.

Numa perspectiva nacional, o ano de 2017 também estará pejado de inquietantes preocupações. Dos debates minados sobre a eutanásia às orientações “pedagógicas” sobre o aborto para os alunos de 11 anos, da continuação das reversões ao aumento da despesa pública, da tensão social abafada por sindicatos colaborantes aos primeiros sinais de insatisfação sobre o funcionamento da geringonça, do escalar dos juros nos mercados internacionais ao fantasma de um novo colapso financeiro.

E, no entanto, esta época natalícia recorda-nos a mensagem de esperança que o nascimento de Jesus representa. Nas palavras do Papa Francisco “É o poder que regenera a vida, que perdoa as culpas, reconcilia os inimigos, transforma o mal em bem. Este poder do amor levou Jesus Cristo a despojar-Se da sua glória e fazer-Se homem; e levá-Lo-á a dar a vida na cruz por todos nós. É o poder do serviço que estabelece no mundo o reino de justiça e paz”

O Natal convoca-nos a perspectivar a nossa vida e a hierarquizar as nossas prioridades, com a convicção de que o Senhor é o mais importante das nossas vidas. Num mundo cada vez mais complexo, imprevisível e perigoso, somos convidados a viver com a esperança de que o amor tudo perdoa, tudo crê, tudo espera e tudo suporta.

Com a sua graça, Santa Teresa de Ávila deu voz e corpo a esta serenidade através de uma oração que nos deixou: “Nada te perturbe, nada te espante. Tudo passa, Deus não muda. A paciência tudo alcança. Quem Deus tem, nada lhe falta. Só Deus basta.”

É tudo tão simples. Porque complicamos tanto?

* Em homenagem ao meu Pai

Nota: Por decisão pessoal, o autor não escreve de acordo com o novo acordo ortográfico.

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