Há famílias com menos 800 euros de reembolso no IRS. Outras têm de pagar imposto

"Os contribuintes adiantaram menos imposto ao Estado com a redução das tabelas de retenção, por isso, agora estão a ser confrontados com um reembolso menor", explica a bastonária da OCC, Paula Franco.

A campanha para a entrega da declaração do IRS arrancou esta terça-feira, dia 1, e muitas famílias estão a ser confrontadas com um reembolso menor. Outras até vão ter de pagar imposto, pela primeira vez. “Isto acontece porque os contribuintes adiantaram menos imposto ao Estado com a dupla redução das tabelas de retenção, no ano passado”, esclarece a bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC), Paula Franco, em declarações ao ECO. O alerta já tinha sido dado no ano passado, aquando da descida extraordinária dos descontos.

No entanto, sinaliza Paula Franco, “os contribuintes não estão a ser prejudicados, porque o imposto efetivamente baixou e por duas vezes, no âmbito do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024) e depois com a aprovação de um novo alívio fiscal, proposto pelo PS e aprovado a meio do ano, com efeitos a 1 de janeiro. “O que acontece é que os contribuintes ficaram com mais dinheiro no bolso ao longo do ano e agora têm de fazer o acerto de contas”, salienta a bastonária.

Simulações realizadas pela OCC mostram que um trabalhador solteiro e sem filhos, com um salário de mil euros mensais brutos, teve um reembolso de 439,97 euros, no ano passado. E, agora, vai receber 243,39 euros, ou seja, menos 196,58 euros. Esta variação decorre igualmente de uma redução da retenção na fonte em 466 euros, que passou de 1.432 euros para 966 euros. Mas o imposto global também baixou, de 992,03 para 722,61 euros. Nestas contas, foram consideradas deduções à coleta com despesas gerais e familiares, saúde e educação de 600 euros, assinala a Ordem dos Contabilistas.

No caso de um trabalhador com um ordenado de 2.300 euros mensais ilíquidos, o reembolso vai encolher 794,76 euros, passando de 913,60 euros para 118,84 euros. Mais uma vez, esta diferença reflete a descida dos descontos: em 2023, este contribuinte reteve 7.410 euros e, no ano passado, adiantou apenas 5.560 euros, isto é, menos 1.850 euros. De salientar que, apesar da descida do reembolso, o imposto recuou 1.055,24 euros: a coleta final líquida era de 6.496,40 euros e passou para 5.441,16 euros.

Noutra situação, a OCC nota que um solteiro sem dependente a ganhar 2.500 euros por mês estava habituado a um reembolso de 907,60 euros e, agora, vai receber apenas 70,84 euros. São menos 836,76 euros. De igual modo, esta descida é uma consequência das tabelas de retenção na fonte. Este trabalhador descontou, no passado, 6.506 euros, menos 1.934 euros face aos 8.440 euros que reteve em 2023. Também neste caso o IRS a liquidar diminuiu de 7.532,40 euros para 6.435,16 euros.

No ano passado, foram aprovadas duas descidas do IRS, uma por via do OE2024, que atualizou os escalões me 3% e reduziu as taxas entre 1,25 pontos percentuais (p.p.) e 3,5 p.p. até ao quinto patamar de tributação. Depois, o PS conseguiu aprovar um novo alívio fiscal, com ajuda do Chega, e à revelia de PSD, e CDS, os partidos que suportam o Governo da Aliança Democrática (AD) de Luís Montenegro. Esta nova alteração levou a uma descida das taxas entre 0,25 e 1,5 pontos até ao 6.º escalão do IRS com efeitos a 1 de janeiro de 2024.

Para fazer refletir retroativamente a redução do imposto nas tabelas de retenção na fonte, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, decidiu baixar significativamente os descontos nos meses de setembro e outubro do ano passado. Até então, ordenados até 934 euros mensais brutos, no caso de um solteiro sem filhos, não descontava IRS. Com o mecanismo extraordinário criado para aqueles dois meses, salários até 1.175 euros não tiveram de adiantar imposto ao Estado, durante aqueles dois meses.

Nas pensões, não houve lugar a retenção na fonte até aos 1.202 euros para um solteiro, divorciado, viúvo ou casado (dois titulares), quando este reformado costumava descontar a partir dos 838 euros mensais.

“Como consequência, se os contribuintes descontaram muito menos, agora têm de fazer um acerto de contas com o Estado, podendo ter reembolsos menores ou até ter de pagar imposto”, aponta Paula Franco.

Beneficiários do IRS Jovem saem a ganhar

Em sentido inverso, “os contribuintes que beneficiem do IRS Jovem vão ter um reembolso muito maior”, assinala a bastonária da Ordem dos Contabilistas. Em causa está o regime anterior, criado pelo Governo de António Costa, que dá uma isenção faseada, entre 100% e 25%, a jovens com 26 ou 30 anos com licenciatura ou doutoramento, respetivamente, durante cinco anos.

O novo mecanismo, aprovado pelo Executivo de Luís Montenegro, que alarga o benefício a dez anos e aos 35 anos de idade, independentemente das habilitações literárias, e isenta uma fatia mais considerável de rendimentos, só começou a ser aplicado aos rendimentos deste ano. Logo, só pode ser acionado na declaração de 2025.

“O benefício para os trabalhadores com IRS Jovem será muito melhor por via da atualização do Indexante dos Apoios Sociais (IAS). Por isso, estes contribuintes vão ter um reembolso maior”, sinaliza Paula Franco.

Em causa está o modelo de isenções previsto no IRS Jovem que é guiado pelo IAS. Em 2024, aquele referencial subiu 6%, passando de 480,43 euros para 509,26 euros. Assim, no primeiro ano do regime, a isenção de 100% abrange rendimentos até 40xIAS. Ou seja, o limite deu um salto de 1.158,4 euros, passando de 19.212 euros para 20.370,4 euros anuais.

No segundo ano, o teto de 30xIAS, subiu de 14.412,9 euros para 15.277,8 euros; no terceiro e quarto anos, o limite de 20xIAS avançou de 9.608,6 euros para 10.185,2 euros; e, no último e quinto ano, os rendimentos alvo do benefício (10xIAS) passaram de 4.804,3 euros para 5.092,6 euros.

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Telles reforça equipa de Imobiliário, Construção e Urbanismo

Gonçalo Dias é o novo associado da Telles. O advogado vai integrar a equipa da área de Imobiliário, Construção e Urbanismo.

A sociedade de advogados Telles reforçou a equipa de Imobiliário, Construção e Urbanismo com a integração de Gonçalo Dias, na qualidade de associado.

Gonçalo Dias possui uma vasta experiência em Direito do Urbanismo e Ordenamento do Território, tendo desenvolvido a sua atividade no aconselhamento jurídico e na elaboração de pareceres em matérias de urbanismo, como obras de edificação e demolição, obras de urbanização e operações de loteamento, expropriações, unidades de execução, e classificação e qualificação do solo no quadro de planos diretores municipais ou de planos de urbanização.

O novo reforço da Telles é licenciado em Direito pela Universidade Lusíada do Porto, e pós-graduado em Direito Administrativo, pela Universidade do Minho, e em Direito do Urbanismo e do Ambiente, pela Universidade de Coimbra.

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Sky Portugal aposta na “televisão do futuro” a partir de Aveiro

Hub tecnológico especializado em streaming, a Sky Portugal tem novas instalações em Aveiro. Conta ainda com escritórios em Lisboa e no Funchal, num total de 500 colaboradores no país.

Responsável pelo desenvolvimento de plataformas de streaming como a Peacock (EUA), SkyShowtime (Europa) e Showmax (África), a Sky Portugal inaugura esta terça-feira as novas instalações em Aveiro, onde já opera há alguns anos. O objetivo é “consolidar a cidade como um hub tecnológico essencial para o grupo Sky e NBCUniversal, e reforçar a estratégia de expansão” da empresa na região, começa por explicar Marina Magro, diretora-geral da empresa em Portugal, ao ECO/Local Online.

Considerada um hub especializado em streaming, a Sky desenvolve tecnologia made in Portugal. Tem escritórios em Lisboa, Aveiro e Funchal, contando atualmente com 500 colaboradores. “Todos os dias, as nossas equipas trabalham na construção do futuro da televisão, desenvolvendo soluções tecnológicas que estão presentes em plataformas de streaming em todo o mundo”, nota Marina Magro, sem adiantar o valor do investimento nas novas instalações de Aveiro.

Fomos parte essencial no lançamento do Peacock nos Estados Unidos em 2020 e liderámos a criação da plataforma tecnológica do SkyShowtime, disponível em 22 países europeus, incluindo Portugal.

Marina Magro

Diretora-geral da Sky Portugal

Segundo Marina Magro, “Portugal tem uma importância estratégica crescente para a Sky”, nomeadamente devido à qualidade de talento existente nas áreas de engenharia e tecnologia. Na prática, realça, “a televisão do futuro é made in Portugal”. “A inovação que nasce na Sky Portugal está a transformar a experiência de milhões de utilizadores, tornando o streaming mais acessível, intuitivo e flexível”, salienta.

O grande salto deu-se em 2018 quando a Comcast adquiriu o grupo Sky. A Sky Portugal transformou-se num hub tecnológico com o objetivo de desenvolver uma plataforma de streaming de excelência preparada para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, cujos direitos pertenciam à Comcast.

“Desde que nos juntámos ao grupo Comcast em 2018, a Sky Portugal tem estado na linha da frente do desenvolvimento tecnológico global”, assinala. “Fomos parte essencial no lançamento do Peacock nos Estados Unidos em 2020, liderámos a criação da plataforma tecnológica do SkyShowtime, disponível em 22 países europeus, incluindo Portugal, e no ano passado lançámos a nova aplicação Showmax em mais de 40 países africanos“, exemplifica.

Para a diretora-geral da Sky Portugal, “o streaming veio revolucionar a forma como se consume conteúdos, seja ver uma série no SkyShowtime como Yellowstone ou 1923, um blockbuster como Oppenheimer, ou um dos favoritos dos mais novos, como o Patrulha Pata, tudo está disponível 24/7, e cada utilizador decide quando e onde quer ver”.

Nos próximos anos, a Sky Portugal tenciona consolidar-se como um centro de excelência tecnológica dentro do grupo Sky e NBC Universal, “impulsionando a inovação e expandindo de forma sustentável as equipas”, refere a responsável, em declarações ao ECO/Local Online. Reforçar a posição da Sky no desenvolvimento de soluções tecnológicas para o setor do streaming também faz parte dos objetivos da empresa.

Para levar esta missão bom porto, a empresa quer atrair e reter ainda mais talento, além de aprofundar parcerias estratégicas com universidades, como o Instituto Superior Técnico, a Universidade de Aveiro e a Universidade da Madeira. “Investimos ativamente na formação e no desenvolvimento de jovens engenheiros, garantindo que o país continua a ser um polo de inovação tecnológica”, sustenta.

Marina Magro, diretora-geral da Sky Portugal01 abril, 2025

Mas a empresa tem alguns trunfos na manga a partir de Portugal para reforçar o seu posicionamento no mapa mundial. “No plano tecnológico, estamos focados em lançar novas funcionalidades que melhorem a experiência do utilizador e consolidem a nossa liderança no streaming de desportos em direto em grande escala“, adianta Marina Magro.

Para isso, a Sky Portugal já está a trabalhar na uniformização da plataforma tecnológica. “Estamos a consolidar todos os serviços de streaming do grupo numa única estrutura de software desenvolvida por nós, o que permitirá acelerar a inovação em todos os territórios.”

Ainda de olhos postos na inovação, um dos focos estratégicos passa pela redefinição da experiência de consumo de vídeo em dispositivos móveis. “A forma como interagimos com conteúdos está a mudar, esbatendo as fronteiras entre entretenimento, redes sociais e gaming. Já não se trata apenas de assistir, mas de viver experiências interativas e personalizadas”, salienta.

Atualmente, a Sky Portugal encontra-se a testar funcionalidades inovadoras, como vídeos verticais e minijogos dentro da aplicação móvel. “Estas experiências permitem-nos analisar diferentes padrões de interação e afinar continuamente a oferta de conteúdos para maximizar o engagement com o utilizador”, detalha.

A empresa vai, em breve, abrir candidaturas para o programa anual de estágios de verão, que chegará à 8.ª edição.

Novas instalações da Sky Portugal em Aveiro1 abril, 2025

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Descubra as 23 marcas com reputação de excelência em Portugal

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  • 1 Abril 2025

A Delta é líder entre as marcas com maior relevância e reputação no país. L'Oreal, Gresso, Dodot, Lego, Oceanário de Lisboa, Disney e Jardim Zoológico de Lisboa alcançam este ano o estatuto.

São 23 as marcas que alcançaram o estatuto de “reputação de excelência”, ou seja, que conseguiram mais de 80 pontos no RepScore, estudo elaborado pela consultora OnStrategy que analisa a relevância e reputação emocional das marcas junto dos portugueses. Este ano há mais uma marca em relação ao ranking do ano passado.

A Delta é líder entre as marcas com maior relevância e reputação no país, registando 84,2 pontos — mais um ponto que no ano passado, em que a marca também foi líder do ranking. Segue-se a Nestlé (83,7 pontos), a Olá (83,4), a Nestum (83,3) e a Compal (82,5), no top cinco.

Água das Pedras (81,9), Luso (81,8), Nivea (81,2), Cerelac (81,1), Colgate (81,1), L’Oreal (80,9), Gillette (80,8), Gresso (80,8), Terra Nostra (80,8), Dodot (80,7), Gallo (80,5), Lego (80,4), Sumol (80,3), Oceanário de Lisboa (80,2), Disney (80,1), Vitalis (80,1), Danone (80) e Jardim Zoológico de Lisboa (80) completam a lista de 23 marcas que se destacam como excelentes, ao terem uma avaliação acima de 80 pontos.

L’Oreal, Gresso, Dodot, Lego, Oceanário de Lisboa, Disney e Jardim Zoológico de Lisboa alcançam este ano o estatuto de “reputação de excelência”. Em sentido contrário, Multibanco, Google, Microsoft, Oliveira da Serra, Delta Q e Farmácias Portuguesas, deixam o topo da tabela.

O RepScore analisa também as marcas com maior reputação por setor. No da banca, por exemplo, a Caixa Geral de Depósitos é líder (66,9), embora seguida de perto pelo BPI (66,5) e pelo Millennium BCP (66,2). Já nos seguros, a primeira posição é ocupada pela Fidelidade (66,7), a segunda pela Generali Tranquilidade (66,3) e a terceira pela Ageas (65,7). A Meo (77,4) lidera o ranking de marcas de telecomunicações, seguindo-se a Vodafone (77,2) e a Nos (76,8).

Em análise estiveram também as celebridades e influenciadores com maior reputação, destacando-se Cristiano Ronaldo (77,4) na primeira posição, com Vasco Palmeirim (74,2) e Ricardo Araújo Pereira (74) a ocuparem as duas posições seguintes.

Já entre os líderes empresariais lidera o presidente da Comissão Executiva da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo (72,6), seguindo-se o CEO da Delta, Rui Miguel Nabeiro (72,7) e o CEO da EDP, Miguel Stilwell de Andrade (68,4).

Os rankings completos podem ser consultados aqui.

O estudo é elaborado tendo por base um trabalho de campo que decorre durante todo o ano junto de uma amostra de cerca de 50 mil pessoas e em conformidade com a certificação das normas ISO20671 (avaliação de estratégia e força) e ISO10668 (avaliação financeira), analisando os atributos associados à notoriedade, relevância, consideração, confiança, admiração, preferência, recomendação, qualidade de produtos e serviços, inovação, cidadania, ambiente, ambiente de trabalho, governo, liderança e saúde financeira.

Para a escala de 100 pontos foram auditadas mais de duas mil marcas (associadas a mais de 50 setores de atividade).

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Donos da MasOrange exploram IPO da maior operadora espanhola de telecomunicações

Fundos de private equity KKR, Cinven e Providence Equity Partner pretendem avançar com uma oferta pública inicial da empresa no próximo ano, avança o Financial Times.

Os fundos que detém a operadora de telecomunicações MasOrange estão a explorar a colocação da empresa em bolsa. As sociedades de investimento KKR, Cinven and Providence Equity Partner pretendem avançar com uma oferta pública inicial (IPO – Initial Public Offering) da empresa no próximo ano, avança esta terça-feira o jornal Financial Times.

A transação é possível porque o acordo assinado com os donos internacionais prevê que qualquer uma das partes possa avançar com um IPO após um período de transição que expira em abril de 2026. É essa cláusula que o trio de fundos pretende acionar, pelo que se encontra em discussões preliminares, de acordo com fontes do jornal britânico.

Contactada pela mesma publicação, a MasOrange disse que o acordo com os acionistas estabelece o direito de iniciar um IPO após abril de 2026 “se as condições fossem adequadas”.

A maior telco espanhola nasceu de uma fusão entre a MásMovil e a Orange España avaliada em aproximadamente 20 mil milhões de euros, em 2022. Dois anos antes, a MásMovil – à data na quarta posição do ranking em quota de mercado em Espanha – havia sido comprada pelas firmas de private equity KKR, Cinven e Providence por cerca de cinco mil milhões de euros.

Há outros negócios desta operadora a caminho, que envolvem a Vodafone do país vizinho. No início deste ano, a MasOrange e a Vodafone Espanha – detida pela Zegona – anunciaram a criação de uma sociedade conjunta para prestação de serviços de fibra ao domicílio a mais de 4,5 milhões de clientes através de 12 milhões de estruturas de rede.

Até ao final deste primeiro semestre, a MasOrange está a tentar vender uma participação nessa joint venture chamada FibreCo para que fique com ‘apenas’ 50% da empresa, a Vodafone Espanha com uma posição de 10% e outro investidor financeiro com os restantes 40%, à semelhança do que tem estado a acontecer com outras empresas do setor, como com a Telefónica.

O objetivo é tornar esta empresa de fibra na “maior e mais desenvolvida” da Europa e com maior bagagem financeira para investir nas tecnologias mais modernas disponíveis no mercado da fibra, como por exemplo a XGS-PON. Por enquanto, a empresa está avaliada entre os 9 mil e os 10 mil milhões de euros, segundo o jornal espanhol El Economista.

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Exportações de carros da União Europeia para os EUA valem 39 mil milhões

Estados Unidos são o maior mercado de exportação do setor automóvel para o bloco europeu. Em 2024 foram vendidos um total de 5,4 milhões de carros, no valor de 165,2 mil milhões de euros.

As exportações de carros da União Europeia para os Estados Unidos valeram 38,9 mil milhões de euros em 2024, revelou o Eurostat, um dia antes de entrarem em vigor nos EUA tarifas de 25% sobre todas as importações de automóveis, uma medida que vai afetar diretamente a indústria automóvel europeia. No total, o bloco europeu vendeu 5,4 milhões de veículos, no valor de 165,2 mil milhões de euros.

Segundo o gabinete de estatística europeu, os EUA são o maior destino das exportações de automóveis da UE, cujo valor das exportações subiu de 28,7 mil milhões de euros em 2019 para 38,9 mil milhões em 2024.

O setor automóvel vai ser o segundo setor alvo das taxas aduaneiras de Donald Trump, depois de terem sido implementadas taxas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, ainda no mês de março.

No mesmo dia em que a Administração norte-americana adiciona o setor automóvel à lista de produtos alvo de tarifas, Donald Trump deverá anunciar novas taxas aduaneiras sobre outros setores, assim como os detalhes das chamadas tarifas recíprocas, que vão atingir todos os países.

Na lista dos maiores mercados de exportação do setor automóvel europeu segue-se o Reino Unido e a China, com exportações de 34,3 e 14,5 mil milhões de euros.

Entre 2019 e 2024, a UE registou o maior aumento nas exportações de automóveis para a Turquia, com um aumento de 364,1%. Em contrapartida, as exportações para a China registaram a maior queda, diminuindo 22,3%.

Relativamente às importações de automóveis para a UE, a China e o Japão foram os maiores fornecedores, com 12,7 mil milhões de euros e 12,3 mil milhões de euros, respetivamente. O Reino Unido ficou em terceiro lugar com 11 mil milhões de euros, seguido pela Turquia com 9,1 mil milhões de euros e pelos Estados Unidos com 8,4 mil milhões de euros.

De 2019 a 2024, a UE registou o aumento mais significativo nas importações de automóveis provenientes da China, com um aumento de 1.591,3%, refere o Eurostat.

UE aumenta excedente no comércio de carros

Os 27 da UE exportaram 5,4 milhões de carros e importaram quatro milhões em 2024. Face a 2019, o ano anterior à pandemia de Covid-19, o número de carros exportados caiu 13,2%, enquanto as importações baixaram 3%.

Em termos de valores, a UE exportou 165,2 mil milhões de euros em carros e importou 75,9 mil milhões, o que resulta num saldo da balança comercial positivo de 89,3 mil milhões. Apesar da quebra no número de automóveis vendidos, o valor das exportações cresceu 17,7% (24,8 mil milhões de euros), face a 2019, enquanto as importações aumentaram 20%, ou 12,7 mil milhões.

Segundo o Eurostat, este aumento no valor das exportações é explicado pela subida dos preços.

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Inspetores do Fisco vão ter aumentos salariais intercalares de 105 euros

Atualizações produzem efeitos a 1 de abril. Em contrapartida, os trabalhadores perdem os pontos de avaliação, mas é garantida a progressão a quem reúna as condições para tal no final de 2026.

Os inspetores da Autoridade Tributária (AT) vão ter aumentos salariais intercalares de cerca de 105 mensais brutos com efeitos a 1 de abril, segundo o decreto-lei, publicado esta terça-feira em Diário da República, que procede à valorização das carreiras especiais de gestão e inspeção tributária e aduaneira e de inspeção e auditoria tributária e aduaneira.

O salário de entrada salta para 1.653,10 euros e o ordenado de topo atinge os 4.029,25 euros. Em contrapartida, os trabalhadores perdem os pontos de avaliação, mas é garantida a progressão a quem reúna as condições para dar um salto remuneratório, em dezembro de 2026, segundo o mesmo diploma.

“Tendo em conta a estratégia de valorização dos trabalhadores da Administração Pública, são valorizadas as carreiras especiais inspetivas desta Autoridade, reforçando a sua competitividade na atração e retenção de profissionais qualificados“, lê-se no preâmbulo do decreto, assinado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e ministro da Presidência, António Leitão Amaro.

Neste contexto, o Governo considera que “a valorização remuneratória dos trabalhadores das carreiras especiais da AT traduz-se no reconhecimento do valor profissional destes trabalhadores, da importância da sua função e da dedicação e do compromisso com o interesse público que vêm demonstrando”.

A valorização das carreiras especiais da AT surge na sequência da reforma orgânica do Ministério das Finanças e na senda da criação de três novas autoridades: Entidade Orçamental, Entidade do Tesouro e Finanças e Centro de Pessoas da Administração Pública.

Salário de entrada salta para 1.653,10 euros e ordenado de topo atinge 4.029,25 euros

A revisão da estrutura remuneratória dos trabalhadores do Fisco resulta das negociações encetadas com os sindicatos representativos dos trabalhadores do Estado. Assim, o salário de entrada destes trabalhadores sobe 105,27 euros, passando de 1.547,83 euros mensais ilíquidos, que corresponde ao nível 18 da Tabela Remuneratória Única (TRU), para 1.653,10 euros (nível 20).

As restantes restantes posições, até à oitava, dão igualmente um salto de dois níveis, o que se traduz em mais cerca de 105 a 110 euros por mês. Por exemplo, um inspetor na sétima posição vai ganhar 2.956,03 euros, quando, neste momento, aufere 2.843,05 euros. Trata-se de um aumento de 112,98 euros.

A partir do nono patamar e até ao 12.º, as posições saltam entre três a seis níveis, o que significa a um incremento remuneratório entre 225,92 e 338,94 euros, respetivamente. À nona posição, por exemplo, corresponde, atualmente, um vencimento de 3.181,95 euros (nível 48 da TRU), que vai subir 225,92 euros para 3.3351,42 euros (nível 51).

O 11.º degrau desta carreira dá direito a um salário de 3.520,87 euros (nível 54), que irá evoluir para 3.803,29 euros (nível 59), um aumento de cinco níveis ou de 282,42 euros. A última posição vai passar do nível 57, com um ordenado de 3.690,31 euros, para o 63, com um vencimento de 4.029,25 euros. Trata-se de um salto de seis níveis remuneratórios, que se traduz num avanço de 338,94 euros.

Contudo, há uma cláusula de salvaguarda no decreto que determina que todos os trabalhadores que transitem para as carreiras especiais ou que sejam reposicionados não podem ter aumentos superiores a dois níveis remuneratórios. Ou seja, mesmo os inspetores que se encontram no topo da profissão e que, por via da atualização da estrutura remuneratória, poderiam ter direito a um incremento no salário de mais de 300 euros, apenas serão aumentados em cerca de 105 euros, o equivalente a dois níveis remuneratórios. “Desta forma é garantida a igualdade de tratamento a todos os trabalhadores”, salienta o secretário-geral da Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap), José Abraão, em declarações ao ECO.

“Os trabalhadores que se encontram posicionados em posições remuneratórias das tabelas remuneratórias da carreira de gestão e inspeção tributária e aduaneira e inspeção e auditoria tributária e aduaneira, não pode resultar, da alteração das referidas tabelas remuneratórias das carreiras […], um acréscimo remuneratório superior a dois níveis remuneratórios da tabela remuneratória única, face ao nível remuneratório a que correspondem as posições remuneratórias detidas pelos trabalhadores à data da produção de efeitos do presente decreto-lei”, segundo o diploma.

“Isto significa que os trabalhadores que estão do topo da carreira, entre a nona e a 12.º posições, serão colocados em posições virtuais, uma vez que não podem transitar logo para os novo níveis remuneratórios sob pena de serem aumentados mais do que os outros”, esclarece o dirigente sindical.

Assim, “os trabalhadores que se encontram integrados em posições remuneratórias virtuais automaticamente criadas, têm um acréscimo remuneratório correspondente a dois níveis remuneratórios da tabela remuneratória única”, estabelece o decreto-lei.

Perda de pontos e norma que permite progredir

A valorização da carreira implica a perda de pontos de avaliação. No entanto, e face às críticas dos sindicatos, foi criada uma norma transitória que permite dar um salto remuneratório aos trabalhadores que, até ao final de 2026, reúnam os pontos necessários para progredir.

“Os trabalhadores que, até 31 de dezembro de 2026, perfizessem as condições para alteração do posicionamento remuneratório se não tivessem beneficiado da valorização prevista […], pode resultar uma nova valorização remuneratória para o nível remuneratório correspondente à posição seguinte àquela em que se encontravam integrados, tendo por referência a tabela remuneratória vigente até à data da entrada em vigor do presente diploma, numa posição virtual automaticamente criada, salvaguardando as suas expectativas de evolução remuneratória”, estabelece o mesmo diploma.

O decreto-lei procede ainda à extinção das categorias de investigador tributário economista e investigador tributário jurista, profissões que são integradas na carreira especial de gestão e inspeção tributária e aduaneira.

Cargos de chefia também são aumentados

Também os cargos de chefia vão ter direito a um aumento salarial de cerca de 105 euros, com a valorização da carreira, que salta dois níveis remuneratórios. Por exemplo, o chefe de serviço de finanças de nível i e o chefe de delegação aduaneira de nível i, que auferiam 2.843,05 euros brutos mês (nível 42 da TRU) vão ganhar 2.956,03 euros (nível 44), ou seja, mais 112,98 euros.

O chefe de serviço de finanças-adjunto de nível i, o chefe de serviço de finanças de nível ii e o chefe de delegação aduaneira de nível ii terão um incremento remuneratório de 109,34 euros. A partir de abril, o vencimento vai saltar de 2.622,59 euros (nível 38) para 2.731,93 euros (nível 40).

Finalmente, o chefe de serviço de finanças-adjunto de nível ii terá um aumento de 108,42 euros, passando a auferir 2.514,15 euros, quando atualmente a folha de vencimento está nos 2.405,73 euros.

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Tesla perde um quarto das vendas em Portugal nos primeiros três meses do ano

Veículos elétricos de Elon Musk sofrem a maior queda entre as principais marcas à venda em Portugal, num movimento que tem sido verificado por toda a Europa.

A Tesla é a grande derrotada na luta de vendas de carros em Portugal, nos primeiros três meses do ano. De acordo com dados divulgados esta terça-feira pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP), os veículos da empresa fundada por Elon Musk sofreram a maior queda entre as marcas mais vendidas no nosso país.

Entre janeiro e março, foram matriculados em Portugal 2.145 ligeiros da marca Tesla, uma quebra de 25,7% face ao registado no mesmo período do ano anterior. Como um todo, este mercado encolheu, no primeiro trimestre de 2025, 0,8%. Porém, a quebra das vendas da Tesla são mais impressionantes se olharmos apenas para o segmento dos carros elétricos. As vendas deste mercado voltaram a crescer, a um ritmo de 27,1%, sendo que, entre os mais populares, ninguém caiu mais que a marca norte-americana.

Ainda assim, no segmento elétrico, a Tesla continua a ser marca mais vendida por cá, mas essa vantagem está a ficar mais curta, devido ao aumento da concorrência, de fabricantes chineses mas não só. As maiores subidas pertenceram à Peugeot, que mais do que duplicou vendas e está na segunda posição; e à chinesa BYD, que também mais que duplicou as matrículas e chegou à quarta posição.

Na tabela geral de veículos matriculados, a Tesla foi a 13º marca mais vendida, num ranking que tem no topo a Peugeot, a Renault, a Mercedes e a Dacia nos postos cimeiros.

O efeito Musk?

Tanto as vendas como a cotação da Tesla têm estado sob forte pressão nos últimos meses, devido a um apelo a um boicote à empresa depois de o seu fundador e principal acionista Elon Musk, ter tomado um cargo na estrutura do governo de Donald Trump. Depois de ter sido um dos seus maiores apoiantes na campanha para a presidência, Musk assumiu a liderança do departamento de eficiência governamental, o DOGE, que se tem destacado por estar a fazer cortes enormes no funcionalismo público e em muitos programas sociais dos Estados Unidos da América.

Na Europa, a tendência de quebra de vendas tem sido até mais intensa do que em Portugal. O movimento anti-Tesla levou Musk a queixar-se publicamente do “ódio” à sua empresa e Donald Trump chegou a aconselhar todos os americanos a comprarem Teslas, enquanto montou uma espécie de stand Tesla no relvado da Casa Branca.

De acordo com dados conhecidos hoje, e divulgados pela Reuters, as vendas da Tesla caíram no primeiro trimestre também em França, na Holanda, na Suécia, na Noruega e na Dinamarca. Em alguns destes mercados, as quedas rondam os 50%, no trimestre e por comparação homóloga.

Estará a chegar ao mercado a nova versão do Tesla Model Y, o grande campeão de vendas da marca, o que poderá explicar em parte estas descidas, com os interessados a preferirem esperar para comprar o modelo atualizado.

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Banco de Fomento recebeu 2.930 candidaturas no primeiro dia das garantias pré-aprovadas

A larga maioria das candidaturas é para fundo de maneio. Comércio e a indústria lideram em número de candidaturas. 90% das candidaturas são de novos clientes.

O Banco de Fomento recebeu 2.930 candidaturas no primeiro dia de arranque das garantias pré-aprovadas no âmbito da linha BPF InvestEU, a 31 de março. Em causa estão 1.036 milhões de euros. De acordo com o balanço da instituição liderada por Gonçalo Regalado, a que o ECO teve acesso, o BPF “recebeu mais candidaturas em 24 horas do que nos últimos dois anos completos”.

A larga maioria das candidaturas é para fundo de maneio (745 milhões). Dos 1.036 milhões de euros globais, 252 milhões são para projetos de investimento e 40 milhões para sustentabilidade.

A estratégia de abordar diretamente as empresas por telefone ou email a informá-las de que têm uma garantia pré-aprovada – uma abordagem inovadora face ao que era feito até aqui – traduz-se em 90% das candidaturas serem de novos clientes num valor global de 872 milhões de euros.

O BCP, de onde vem Gonçalo Regalado, é o banco largamente destacado com o maior número de candidaturas (790) seguido da Caixa (102) e do Crédito Agrícola (77).

Em termos de setores económicos o comércio e a indústria lideram em número de candidaturas e no valor das mesmas. O comércio apresentou candidaturas de 287 milhões de euros (28% do total). As 828 candidaturas, têm um valor médio de 346 mil euros. Já na indústria as candidaturas somam 279 milhões (27% do total) e ascendem a 540. Assim, o valor médio é o mais elevado de todos os setores 516,9 milhões.

Mas há candidaturas de todos os setores — dos serviços à construção, passando pela logística e pela agricultura – e de norte a sul do país. Mas com especial incidência no Porto (220) e em Lisboa (191), mas também em Braga (148) e Aveiro (91) que apesar de terem valores distintos têm quase o mesmo valor: 299 e 250 milhões, respetivamente.

Gonçalo Regalado apresentou este programa de garantias pré-aprovadas na revelação do seu Plano de Ação, no qual definiu como meta abranger, num primeiro lote 50 mil empresas no início março, a quem será comunicado o valor de garantia que, em função dos resultados poderá ter em 2025. Outras 50 mil empresas serão notificadas em abril e depois outras 50 mil em maio, precisou. Em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios o responsável revelou que emitiu 24 mil milhões de euros em garantias pré-aprovada na segunda semana de março.

Gonçalo Regalado explicou que o banco vai colocar três mil milhões de euros em garantias pré-aprovadas na mão dos empresários que têm projetos do Portugal 2030, do PRR ou do PEPAC para que possam, com as garantias, levantar o financiamento e assim acelerar o investimento. O CEO explicou que quer que o BFP seja “o banco parceiro dos fundos europeus” e por isso, todas as empresas elegíveis ao abrigo daqueles programas vão ser avaliadas em risco pelo próprio BPF para que possam receber garantias pré-aprovadas.

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“Via verde” para imigração já está assinada. Montenegro destaca “visão regulada e humanista”

Primeiro-ministro destacou importância dos imigrantes para as empresas, mas defendeu visão regulada e humanista das entradas. Empresas podem pedir vistos através da via verde a partir de 15 de abril.

Já está assinado o protocolo de cooperação para a migração laboral regulada, conhecido como “via verde” para a contratação de imigrantes por empresas portugueses. “É um dia particularmente importante“, sublinhou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, numa intervenção esta manhã no Palácio das Necessidades. Destacou também a “visão regulada e humanista” da política de imigração que o Governo tem levado a cabo.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, usa da palavra durante a cerimónia de assinatura de protocolo de migração laboral regulada entre o Estado e as Confederações Patronais e Empresariais, no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, 01 de abril de 2025. JOSÉ SENA GOULÃO/LUSAJOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

“É mais uma etapa na nossa política em matéria de imigração, que ficou identificada quando dissemos que precisávamos de uma política que nem fechasse as portas, nem as deixasse escancaradas“, sublinhou o chefe do Executivo esta sexta-feira, após a assinatura do protocolo pelas cinco confederações do Conselho Nacional das Confederação Patronais (CNCP) e pela Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas (DGACCP), a Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA), a Unidade de Coordenação de Fronteiras e Estrangeiros do Sistema de Segurança Interna (UCFE/SSI), e o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).

Luís Montenegro fez questão de lembrar o “ponto muito problemático” em que encontrou a imigração quando chegou ao poder, frisando que país vivia numa situação de “irresponsabilidade por falta de controlo” e porque disso “adveio uma menor capacidade de integração” dos estrangeiros.

“Deixámos muitas vezes trabalhadores estrangeiros nas mãos de redes, que ficam com parte do esforço do trabalho das pessoas”, criticou. E acrescentou: “esta nova etapa conjuga equilíbrio entre regulação e humanismo. Esta visão de uma imigração regulada e humanista quer ver em cada um daqueles que nos procuram um novo português“.

Sobre a nova “via verde”, o chefe do Executivo assinalou que esta dá “uma forma mais expedita de as empresas poderem atrair mão de obra e acolher imigrantes“, definindo condições (como a existência de um contrato de trabalho, de um plano de formação e acesso a alojamento adequado) que são “do interesse do país, das empresas e dos imigrantes”.

Não deve ser visto de forma facilitista, nem de forma absolutamente restritiva“, declarou o primeiro-ministro. E argumentou que as mudanças que têm sido feitas na área da imigração são “uma verdadeira reforma estrutural“.

A criação desta “via verde” foi anunciada no verão do ano passado, quando o Governo apresentou um plano para pôr um ponto final à “entrada sem regras” de imigrantes no país.

Através deste protocolo, as confederações empresariais e as maiores empresas (pelo menos, 150 trabalhadores e 20 milhões de volume de negócios) podem pedir o agendamento prioritário para a emissão de vistos, sendo que a decisão final sobre esses pedidos deverá ser emitida em 20 dias.

Este protocolo entra em vigor esta terça-feira, mas as empresas só podem fazer os pedidos (individuais ou grupais) a partir de 15 de abril.

Patrões falam em “virar de página”

Álvaro Mendonça e Moura, presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), em entrevista ao ECO - 04MAR24
Álvaro Mendonça e Moura, presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), em entrevista ao ECO.Hugo Amaral/ECO

Na cerimónia desta terça-feira, também o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Álvaro Mendonça e Moura, fez uma intervenção, em representação das confederações do CNCP e do presidente do Conselho Económico e Social (CES). Frisou que este acordo “representa um virar de página relativamente ao que funcionou menos bem até agora” e alertou que o envolvimento de todas as partes “é indispensável” para o sucesso deste protocolo.

“A falta de trabalhadores tem afetado todos os setores. Para colmatar a falta de mão de obra e dar resposta às encomendas, as empresas tiveram de procurar trabalhadores estrangeiros. Sem a vinda destes trabalhadores, teria sido impossível que Portugal tivesse registado os níveis de crescimento que tivemos de 2014“, sublinhou o responsável.

Ainda assim, denunciou que, desde 2014, os trabalhadores estrangeiros têm sido confrontados com as limitações nos serviços da Administração Pública, não faltando “relatos que dão conta da insuficiência do Estado“, observou.

A “via verde” agora criada é, portanto, “um passo em frente face à situação” que o país temos vivido, elogiou Álvaro Mendonça e Moura, esclarecendo que este protocolo pretende “combinar a celeridade com a regularidade nas entradas em Portugal“.

(Notícia atualizada às 12h53)

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Euribor descem a 3, a 6 e a 12 meses para novos mínimos de mais de 2 anos

  • Lusa
  • 1 Abril 2025

Esta terça-feira, as taxas Euribor desceram para 2,324% a três meses, para 2,309% a seis meses e para 2,277% a 12 meses.

A Euribor desceu esta terça-feira a três, a seis e a 12 meses para novos mínimos desde, respetivamente, janeiro de 2023 e novembro e setembro de 2022. Com estas alterações, a taxa a três meses, que baixou para 2,324%, ficou acima da taxa a seis meses (2,309%) e da taxa a 12 meses (2,277%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, recuou, ao ser fixada em 2,309%, menos 0,027 pontos e um novo mínimo desde 17 de novembro de 2022.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também recuou, para 2,277%, menos 0,029 pontos e um novo mínimo desde 16 de setembro de 2022.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses, que está abaixo de 2,5% desde 14 de março, caiu, ao ser fixada em 2,324%, menos 0,012 pontos e um novo mínimo desde 12 de janeiro de 2023.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a janeiro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,75% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,52% e 25,57%, respetivamente.

Em termos mensais, a média da Euribor em março voltou a descer a três, a seis e a 12 meses, mas menos intensamente que nos meses anteriores.

A média da Euribor a três, seis e a 12 meses em março desceu 0,083 pontos para 2,442% a três meses, 0,075 pontos para 2,385% a seis meses e 0,009 pontos para 2,398% a 12 meses.

Como antecipado pelos mercados, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu em março reduzir, pela quinta vez consecutiva em seis meses, as taxas de juro diretoras em um quarto de ponto, para 2,5%. A presidente do BCE, Christine Lagarde, deu a entender que a instituição está preparada para interromper os cortes das taxas de juro em abril. A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 16 e 17 de abril em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Credores aprovam venda da Inapa Portugal a Carlos Martins por 390 mil euros

Proposta do empresário português no valor total de 600 mil euros inclui ainda a aquisição do negócio da Comunicação Visual e de 100% da Inapa Packaging, operações que terão ainda de ser aprovadas.

A venda da Inapa Portugal à holding familiar de Carlos Martins, fundador da Martifer, foi aprovada esta terça-feira pelos credores da empresa. A proposta de 600 mil euros, dos quais 390 mil euros dizem respeito à distribuidora de papel, inclui ainda a aquisição do negócio da Comunicação Visual, assim como de 100% do capital da Inapa Packaging, cuja venda terá ainda de ser votada nas respetivas assembleias de credores.

A proposta para vender a Inapa Portugal à Black and Blue Investimentos, do chairman da Martifer, não teve votos contra, segundo apurou o ECO. Tal como o ECO avançou esta segunda-feira, a solução levada aos credores pelo administrador de insolvência, Bruno da Costa Pereira, garantirá a reserva da totalidade dos postos de trabalho e a atividade da empresa, na distribuição de papel, após meses “muito difíceis”, no âmbito do processo de insolvência da holding Inapa IPG, que forçou a empresa em Portugal a continuar a operar sem acesso a crédito.

Dos 600 mil euros oferecidos pela holding de Carlos Martins, 390 mil são pela Inapa Portugal, 130 mil pela Inapa Packaging e 80 mil pela Inapa – Comunicação Visual. Aprovada a venda da distribuidora de papel, falta agora viabilizar o negócio da Comunicação Social, cuja assembleia está agendada para esta tarde, e de 100% da Inapa Packaging, o que deverá acontecer na próxima sexta-feira.

Carlos Martins, presidente da Martifer, apresentou a única proposta pelo negócio da Inapa em Portugal.ARMÉNIO BELO / LUSA 27 maio, 2015

Apenas após a aprovação pelos respetivos credores, a proposta una apresentada por Carlos Martins será viabilizada, permitindo manter os três negócios, agora sob a alçada do empresário português, que também já comprou os Estaleiros de Viana.

Questionado pelo ECO, o empresário não quis fazer qualquer comentário para já sobre este assunto.

A proposta para vender a empresa a um investidor nacional surge depois de a companhia ter falhado o plano de revitalização da empresa, depois de ter sido arrastada pela insolvência do grupo, a Inapa IPG, no passado dia 29 de julho, na sequência do colapso na Alemanha devido a uma falha de liquidez de curto prazo, que teve como consequência a insolvência do grupo, depois de a gestão não conseguir a aprovação da Parpública, o seu maior acionista, para uma injeção de emergência de 12 milhões de euros, o que teria repercussão na atividade da holding, puxando-a também para a falência.

A antiga gestão da Inapa IPG, liderada por Frederico Lupi, atirou responsabilidades para a Parpública, o maior acionista, com 44,89%, do capital, mas o antigo presidente da Parpública e o Governo rebateram, no final de janeiro, no Parlamento, as afirmações dos gestores.

À imagem do que já tinha adiantado o ex-presidente da Parpública, Realinho de Matos, numa audição anterior, João Silva Lopes garantiu que “da parte da Inapa não foi apresentado qualquer estudo de viabilidade, nem provas que o Estado iria recuperar o dinheiro“. O mesmo em relação à oferta informal dos japoneses da JPP, a qual “não chegou de forma concreta e formal”.

Quanto ao modo como se desenrolou o processo, “apenas no dia 12 de julho o Governo teve conhecimento de toda esta situação iminente de rutura de tesouraria”, na sequência da suspensão de negociação das ações por parte da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários no dia 11 de julho.

Sobre a situação da Inapa Portugal, o secretário de Estado garantiu, na mesma ocasião, que o Governo estava a acompanhar todo o processo e “tanto quanto é conhecimento da Parpública não há qualquer dívida de salários aos trabalhadores“.

(Notícia atualizada às 12:30)

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