Construção cresce na zona euro, mas continua em queda em Portugal

A construção aumentou 1,8% na zona euro em julho em comparação com junho. Os números divulgados hoje pelo Eurostat revelam que os meses de verão ajudaram a manter a tendência positiva da produção no setor da construção nos países da moeda única. “O aumento de 1,8% na produção da construção na zona euro em julho de 2016, quando comparado com junho de 2016, deve-se ao aumento da construção civil em 2,2% e da engenharia civil em 0,4%”, explicou o Eurostat.

As perspetivas positivas, caso o mês de agosto corra bem, podem fazer com que o terceiro trimestre seja positivo, após um segundo trimestre negativo. Para estes números estão a contribuir países como França (+4,8%), Eslovénia (+2%), Espanha (+1,9%) e Alemanha (+1,8%). Por outro lado, a construção não está a correr bem na Eslováquia (-11%), Hungria (-3,2%) e Bulgária (-1,4%).

Espanha é quem mais cresce

Se mudarmos a comparação mensal para anual homóloga, os números também são positivos para a zona euro. Em comparação com o ano passado, neste mês de julho a produção na construção cresceu 3,1% na zona euro.

Entre os Estados-membros com dados disponíveis sobre o setor da construção, quem mais está a crescer na produção são os nossos vizinhos espanhóis com +12%, em comparação homóloga. A Eslováquia, a Hungria e a Polónia são os países que têm a construção em queda.

Variação mensal da produção na construção nos países da UE

(valores em %)

Construção não para de cair em Portugal

A última vez que o setor da construção cresceu em Portugal foi em março de 2015 (2,7%, em comparação com março de 2014), mas a tendência de queda já vem desde o período da crise. Esse mês do ano passado foi mesmo uma exceção. Em todos os outros meses a diminuição da produção na construção é evidente e, apesar de já estar há vários anos a cair, as comparações homólogas ainda apresentam números negativos.

Variação mensal da produção na construção em Portugal

(valores em %)

No mês de julho existe uma ligeira recuperação de 0,8% face a junho deste ano. No entanto, em comparação com julho de 2015 o valor é negativo: -3,4%. O ano de 2016 confirma a tendência descendente com queda homólogas no 1º (-5,1%) e 2º (-3,8%) trimestres. O terreno vermelho é constante: em todos os meses as comparações homólogas são negativas.

Editado por Mariana de Araújo Barbosa