Táxis: Sem acordo noturno, protesto volta segunda
Uber e Cabify eram o alvo, mas foram beneficiados. A aplicação da Uber foi mais descarregada, em Portugal, mesmo com os protestos dos taxistas a ecoarem nos media. Nova marcha marcada para dia 17.
Já de madrugada, os taxistas deram as tréguas à polícia. Houve aperto de mão, para sinalizar a paz. Mas o protesto — que dura há meses e reacendeu com a legislação proposta pelo Governo — vai continuar na próxima segunda-feira, dia 17. O destino é o Palácio de Belém, para apelar a Marcelo Rebelo de Sousa, e as câmaras do Porto e de Faro, onde as plataformas também estão presentes.
Não foram precisas tendas nem mantimentos. Os taxistas foram dormir a casa. Foi o próprio presidente da ANTRAL, Florêncio Almeida, que recomendou a desmobilização esta madrugada e convocou novo protesto para segunda-feira, junto ao Palácio de Belém e às câmaras do Porto e de Faro.
Contudo, Florêncio Almeida sublinhou que a classe não pode perder a razão e pediu reflexão. “Como dirigente da ANTRAL, não vou tomar nenhuma posição para desmobilizar. Deixo à vossa consideração. Nós não podemos perder a razão”, referiu o presidente da ANTRAL.
Florêncio Almeida começou a sua intervenção dizendo que não iria pedir a desmobilização, mas após alguns minutos acabou por fazê-lo, juntamente com o presidente da Federação dos Táxis, Carlos Ramos.
Cerca das 2:20, Florêncio Almeida, da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), alertou o taxistas que ainda permaneciam no protesto na rotunda da Relógio, junto ao aeroporto de Lisboa, de que a PSP o avisou que iria começar a bloquear e a rebocar as viaturas que ali se mantivessem.
Como dirigente da ANTRAL, não vou tomar nenhuma posição para desmobilizar. Deixo à vossa consideração. Nós não podemos perder a razão.
Após este aviso, e depois de explicar que o bloqueamento e que o reboque teria custos legais, bem como uma comparência em tribunal ainda hoje, Florêncio Almeida aconselhou os taxistas a mudarem o protesto para a próxima segunda-feira, a partir das 8:00.
Florêncio Almeida falava aos taxistas na rotunda do Relógio, onde chegou depois de ter uma nova reunião com o secretário de Estado, após o programa televisivo Prós e Contras, na RTP.
Segundo o presidente da ANTRAL, o Governo disse não ceder na questão dos contingentes exigida pelos taxistas, mas admitiu suspender por oito dias a aprovação projeto de lei sobre o setor. Durante a reunião, o Governo disse que ia convocar as plataformas (Uber e Cabify) e que o projeto-lei ficou suspenso durante oito dias, vincou.
Apesar de as negociações continuarem, os taxistas já conseguiram duas vitórias: o Governo aceitou que a fatura do táxi fosse deduzível no IRS e que o número de horas de formação para ser taxista fosse inferior, ao nível das 30h00 para as outras plataformas.
Editado por Paulo Moutinho
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