Portugal em 2017: pouco crescimento e muita dívida
A economia portuguesa vai continuar a crescer pouco em 2017. O défice vai cair, mas o alívio que traz à dívida continuará a ser curto.
Como é que o Governo vê Portugal no próximo ano? Vê um país que cresce pouco — quase tão pouco como em 2016 — e que reduz apenas ligeiramente o fardo da dívida que carrega. O cenário macroeconómico em que o ministro das Finanças, Mário Centeno, baseou a sua proposta de Orçamento do Estado para 2017 aponta para um crescimento económico de 1,5%, um défice de 1,6% e uma dívida pública que continuará acima dos 128% do PIB.
Uma vez mais, os cidadãos têm de ajustar em baixa as suas perspetivas para 2017, face ao quadro que lhes tinha sido projetado em abril. O PIB já não vai acelerar para 1,8%, ficando apenas 0,2 pontos percentuais acima do valor que o Governo estima para 2016. O défice vai continuar a cair (a nova meta é de 1,6% do PIB e não de 1,8% como o ECO chegou a noticiar, com base em informações preliminares) e a dívida deverá baixar. Contudo, o fardo dos juros vai pesar exatamente o mesmo na riqueza produzida: 4,3% do PIB.
A boa notícia está no mercado de trabalho: a taxa de desemprego registada este ano deverá surpreender pela positiva (a previsão é de 11,2%) e o Governo espera que continue a descer — antecipa 10,3% para 2017, tal como o ECO tinha adiantado em primeira mão.
A sustentar este crescimento está um contributo maior da procura interna (que é responsável por 1,3 pontos percentuais) do que o da procura externa líquida (que se fica pelos 0,2 pontos percentuais). Estes contributos refletem um consumo privado que deverá abrandar face ao ritmo registado em 2016, e um consumo público em queda acentuada: o Executivo espera uma contração de 1,2%. Para compensar, o investimento deverá crescer 3,1% e as exportações deverão acelerar para 4,2%, um crescimento acima do das importações (3,6%).
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